A atriz Juliana Lohmann, 30 anos, usou seu perfil no Instagram, na noite da última segunda-feira (13), para revelar que foi estuprada por um diretor quando tinha apenas 18 anos. Juliana também escreveu uma carta para a Revista Claudia, onde entrou em detalhes sobre o ocorrido.
"Falar sobre o estupro que vivi aos 18 anos e as agressões provenientes de uma relação abusiva tempos depois é resultado de um processo muito longo de elaboração… Essas memórias perduraram por tempo demais no silêncio e na dúvida que a estrutura patriarcal nos faz ter acerca das próprias marcas que nos infringem", disse Juliana ao iniciar o desabafo.
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Juliana iniciou seu trabalho na TV aos 15 anos, passou pela Globo, participando das novelas Malhação, I Love Paraisópolis e O Outro Lado do Paraíso. Também teve passagem pela Record.
Na carta, escrita a Revista Claudia, Juliana fez um longo desabafo, relatando a situação vivenciada por ela.
"Fui convidada para fazer um teste por um famoso que dirigia seu primeiro longa. Ele me ligou e me chamou diretamente. Era em São Paulo e eu sou do Rio de Janeiro. Perguntei se podia levar minha mãe. Não, ele não poderia pagar mais uma passagem. Pediu desculpas. Fui mesmo assim. Era a primeira vez que viajava sozinha, me senti uma desbravadora de novos horizontes pronta para fazer cinema. Passei a madrugada estudando a personagem, cheguei com a cabeça cheia de ideias e perguntas", revelou ela.
A atriz relembrou que se hospedou no mesmo hotel do diretor, que ela não revelou o nome. Após iniciar o ensaio, passando as falas com ele, o mesmo sugeriu que usassem maconha para fazer uma nova leitura do texto.
"Fiquei reticente, mas acabei aceitando. Dizer não para um diretor não é algo que uma atriz de dezoito anos sabe exatamente fazer. Um trago foi o suficiente pra que eu ficasse completamente chapada. Em determinado momento, percebi que o contato que ele fazia comigo excedia o profissional. Minha inexperiência com a erva não me deixou em condições de avaliar com mais clareza o que de fato tava acontecendo. Ele veio me beijar. Eu me assustei, disse que não queria. Foi uma completa surpresa acreditar que aquele homem, com sua boa imagem midiática de família margarina, se aventurar com outras mulheres. E ainda mais comigo", contou ela.
"Ele tirou o roteiro da minha mão e me apertou com força contra o corpo dele. Eu pedi pra parar, mas ele me apertou mais forte. Fiz força para sair e não consegui. Imobilizada, eu disse que ia gritar. Ele respondeu em um tom doce que, se eu gritasse, ninguém iria ouvir. Eu fui tentando respirar e acalmar o pânico do pensamento de que eu estava a centenas de quilômetros de casa. Entendi que não tinha saída. Fiquei quieta. Fiz o que ele queria", emendou Juliana.
Ao finalizar o relato, a atriz ainda disse: "Este diretor usou de sua posição de poder, não só por ser um homem branco muito mais velho, mas principalmente por ser o diretor do filme, responsável por decidir se eu trabalharia ali ou não. Eu, uma atriz de dezoito anos recém-feitos e que ainda começava a entender como me posicionar profissionalmente sem minha mãe por perto. Ele me enganou, me drogou e me estuprou, violando sexual e deixando marcas que carregarei pro resto da vida".