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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por 4 a 3, multar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) em R$ 10 mil por propagarem desinformação contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Ed Raposo, que foi candidato à Câmara pelo PTB em 2022, também foi multado.

A desinformação foi propagada a partir de entrevista dada pela senadora Mara Gabrilli à Jovem Pan News, acusando o PT e Lula de envolvimento com o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP) em 2002.

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Moraes destacou que o episódio "mostra como a mídia tradicional pode ser instrumentalizada e se permitir instrumentalizar num procedimento em modus operandi participativo das milícias digitais para compartilhar desinformação".

O relator, Carlos Horbach, votou para multar apenas Gabrilli, Zambelli e Ed Raposo em R$ 5 mil. Já Kássio Nunes Marques defendeu que Gabrilli fosse livrada da multa porque entendeu que, na entrevista, a senadora teria compartilhado uma "depoimento pessoal". O ministro também disse que, à época em que a entrevista foi concedida, ainda havia inquérito em tramitação sobre a relação entre o PT e o crime organizado.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rebateu Nunes Marques e disse que o inquérito sobre o envolvimento do PT com a morte de Celso Daniel foi encerrado "há alguns anos" em São Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o Twitter, nesta quarta-feira (22), para insinuar que a esquerda está por trás do plano para matar o ex-juiz da Lava Jato e senador, Sergio Moro (União Brasil). A desarticulação deste plano orquestrado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada hoje.  

Na publicação, Bolsonaro cita o ex-prefeito petista, Celso Daniel, morto em 2002, o seu próprio nome e o ano em que foi vítima de uma facada, 2018, e menciona Moro. 

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"Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda", escreveu o ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro.

Os criminosos planejavam matar Sergio Moro e o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya. No post, Bolsonaro também se solidariza com os dois. 

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A figura do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado há 18 anos, ainda exerce influência na disputa pela prefeitura de Santo André, na Grande São Paulo. Ao menos três herdeiros políticos do ex-prefeito estão concorrendo, e até adversários usam as gestões do petista, que governou a cidade por dois mandatos - de 1989 a 1992 e de 1997 a 2002, como referência.

Entre os que se apresentam como seu herdeiro na disputa está o irmão do político assassinado em 2002, Bruno Daniel (PSOL). A lista conta ainda com o antigo vice de Celso Daniel, João Avamileno - ex-prefeito e candidato pelo Solidariedade - e Bete Siraque, candidata pelo PT. Celso é elogiado pelo tucano Paulo Serra (PSDB), atual prefeito que disputa a reeleição e foi secretário da gestão petista de Carlos Grana (2013 a 2016), e até por Wagner Grillo, que concorre pelo MDB.

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Rompido com o PT desde 2019, Avamileno comandou Santo André entre 2002 e 2008. Foi eleito vice em 1997, e assumiu o cargo após a morte de Celso, reelegendo-se em 2004. Ele admite que o pleito deste ano deixa explícita a influência do ex-prefeito, sempre resgatado nas eleições. "Pelo seu modo de governar, sua capacidade, a maneira como foi assassinado e os trabalhos sociais, isso acabou criando uma memória."

Na tentativa de recuperar o governo da cidade, o PT aposta na vereadora Bete Siraque, mulher do ex-deputado federal Vanderlei Siraque, que deixou o PT e hoje está no PCdoB. A candidata trabalhou na Secretaria de Educação de Santo André durante o segundo mandato de Celso Daniel. Ela afirma que a influência do ex-prefeito é "inegável". "Ele é uma referência até os dias de hoje". Diante da candidatura do irmão de Celso pelo PSOL, Bete faz questão de afirmar que o legado deixado no município é "parte de um trabalho construído pelo partido".

"Celso fazia parte de um partido com outras pessoas que ajudaram a fazer seu programa de governo à luz do que o PT defendia. Todo mundo quer usar o nome do Celso, mas o legado da história do que realizamos em nossos governos é do PT." Bete admite que o resgate de Celso Daniel pode ajudar na campanha, mas afirma que o PT necessita apresentar um projeto consistente para a cidade.

Candidato do MDB, Grillo afirma que Celso Daniel foi "o melhor prefeito" que Santo André já teve por sua capacidade de "agregar valores ao município". "Ele fazia os orçamentos participativos e cumpria. Era bem claro no cumprimento das propostas." Serra, atual prefeito, também teceu elogios ao petista assassinado.

Corrupção

Elogiada pelos atuais candidatos à Prefeitura de Santo André, a gestão de Celso Daniel foi marcada por um escândalo de corrupção. Em 24 de novembro 2015, a Justiça condenou três pessoas por liderar um esquema de cobrança de propina de empresas de transporte contratadas pelo governo municipal: os empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria Pinto e o ex-secretário Klinger Luiz de Oliveira Sousa. A sentença foi confirmada pelo Tribunal de Justiça dois anos depois. Os três negam as acusações.

O crime

Então prefeito de Santo André e coordenador do programa de governo da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, Celso Daniel foi encontrado morto com marcas de tiro em 20 de janeiro de 2002, dois dias após ser sequestrado. Um inquérito policial concluiu que o crime foi cometido por uma quadrilha da favela Pantanal, zona sul de São Paulo. Seis homens foram condenados. O Ministério Público investigou se o assassinato foi motivado para acobertar um esquema de corrupção que existia na prefeitura, mas a tese não prosperou. 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira (25), que não estava surpreso com a revelação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria um dos mandantes do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). Em publicação no Twitter, Bolsonaro comentou o assunto que vem repercutindo no meio político hoje e um dos mais comentados na rede social. 

"Marcos Valério alega que o corrupto presidiário Lula é um dos mandantes do assassinato de Celso Daniel! Surpreso? Não!", escreveu o presidente do microblog.

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A afirmativa de que Lula seria um dos mandantes do crime que aconteceu em 2002 foi publicada em uma reportagem da revista Veja. De acordo com a matéria, o empresário e operador do mensalão, Marcos Valério, deu detalhes sobre o envolvimento do ex-presidente durante um depoimento ao Ministério Público de São Paulo. 

A matéria aponta que Valério disse que foi chamado para uma reunião no Palácio do Planalto em 2003 pelo então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, que o contou que o empresário Ronan Maria Pinto estava chantageando Lula e outros petistas e pediu que o silêncio do empresário fosse comprado. Valério contou ter autorizar um pagamento de R$ 12 milhões a Ronan, mas antes disso o empresário teria revelado o motivo da chantagem. 

“Na reunião, Ronan Maria Pinto deixou bem claro que não iria responder pelos fatos sozinho, 'pagar o pato', conforme se expressa; Que Ronan Maria Pinto afirmou com muita clareza e um modo simples que lhe é próprio que iria apontar o presidente Lula como mandante da morte do prefeito Celso Daniel, utilizando-se da expressão 'apontá-lo como o cabeça da morte de Celso Daniel'”, conta do trecho do documento divulgado pela Veja.

O empresário Marcos Valério afirmou em depoimento ao Ministério Público de São Paulo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos mandantes do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. O crime aconteceu em 2002. A informação foi publicada pela revista Veja, que disse ter tido acesso ao documento que descreve a oitiva de Valério.

De acordo com a reportagem, o operador do mensalão disse no depoimento que Lula e outros petistas foram chantageados, em 2003, pelo empresário Ronan Maria Pinto, que acusou o ex-presidente de ser mandante do assassinato. 

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Valério afirma que foi chamado para uma reunião no Palácio do Planalto naquele ano pelo então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, que o contou da chantagem e pediu que o silêncio do empresário fosse comprado. Depois disso, detalha a matéria, o operador do mensalão se reuniu com Ronan Maria Pinto em um hotel em São Paulo, juntamente com o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para autorizar um pagamento de R$ 12 milhões a Ronan, mas antes disso ele teria revelado o motivo da chantagem. 

“Na reunião, Ronan Maria Pinto deixou bem claro que não iria responder pelos fatos sozinho, 'pagar o pato', conforme se expressa; Que Ronan Maria Pinto afirmou com muita clareza e um modo simples que lhe é próprio que iria apontar o presidente Lula como mandante da morte do prefeito Celso Daniel, utilizando-se da expressão 'apontá-lo como o cabeça da morte de Celso Daniel'”, conta do trecho do documento divulgado pela Veja.

A motivação que justificaria o envolvimento de Lula, aponta a reportagem, foi o fato de que Celso Daniel se comprometeu com o pagamento de uma caravana de Lula durante campanha, mas não quis envolver a prefeitura daquela cidade em casos de corrupção. Até hoje, as investigações apontam que a morte do então prefeito foi um crime comum e não interliga motivações políticas. Ainda de acordo com a reportagem, foi instaurada uma investigação sigilosa para apurar o depoimento de Marcos Valério. 

O PT e o ex-presidente não se posicionaram sobre o assunto até o momento.

A Polícia Militar prendeu nesta terça-feira de Natal, em Santo André (SP), o ex-vereador Klinger Oliveira Souza, foragido desde novembro de 2017. Klinger é ex-secretário municipal de Serviços Urbanos e foi condenado com o empresário Ronan Maria Pinto por envolvimento em esquema de corrupção instalado no setor de transportes públicos de Santo André, na gestão do ex-prefeito Celso Daniel (PT), executado a tiros em janeiro de 2002.

Ronan está preso há pouco mais de um ano. Esta denúncia foi a primeira da Promotoria envolvendo a acusação de um esquema de corrupção no governo Celso Daniel. O petista foi assassinado em uma estrada de terra de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. A Promotoria sustenta até hoje que Celso Daniel foi vítima de uma trama do próprio PT porque havia decidido dar um fim no esquema desvios que teria abastecido o caixa do partido. O partido nega.

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O Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu existência de dois crimes de concussão - extorsão praticada por funcionário público, caso de Klinger. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-vereador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz Genilson Rodrigues Carreiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Santo André, condenou o PT à devolução de R$ 3,5 milhões ao Tesouro municipal por supostamente ter sido beneficiário de um esquema de corrupção montado na gestão Celso Daniel, prefeito petista do município - executado à bala em janeiro de 2002. Na mesma sentença de 96 páginas, o magistrado condena por improbidade administrativa o ex-ministro Gilberto Carvalho, do governo Dilma, à suspensão dos direitos políticos por 5 anos. Carvalho foi secretário de governo de Celso Daniel e suposto arrecadador de propinas para a legenda.

"Gilberto, filiado ao Partido dos Trabalhadores e secretário de governo na gestão de Celso Daniel, seria o encarregado de transportar o dinheiro arrecadado à sede da agremiação política", destaca o juiz, baseado na acusação da Promotoria.

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O magistrado também condenou o empresário Ronan Maria Pinto, dono de uma empresa de ônibus, o ex-vereador Klinger Luiz de Oliveira Souza e o ex-assessor de Celso Daniel, empresário Sérgio Gomes da Silva, o 'Sombra'. Além deles, foi condenado Luiz Marcondes de Freitas Junior. Todos terão de devolver solidariamente a mesma quantia imposta ao PT.

Segundo o Ministério Público Estadual, os acusados "teriam constituído quadrilha cujo objetivo era a arrecadação de recursos por meio de 'achaques' a empresários e de desvio de recursos dos cofres públicos municipais, notadamente no que tangia a contratos de obras públicas e prestação dos serviços de coleta e destinação final de lixo".

A Promotoria acusa Sérgio Sombra de ser "o mentor e idealizador da quadrilha, valendo-se para tanto do prestígio pessoal de que desfrutava em razão de amizade com o prefeito Celso Daniel".

"Não só atuaria diretamente na prática de tráfico de influência, como também agiria como arrecadador e destinatário de parte dos recursos ilicitamente obtidos pelo grupo, tendo inclusive exercido a função de tesoureiro de campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores", informa trecho da sentença.

De acordo com a sentença, Sérgio Sombra "distribuiria uma parte para Gilberto Carvalho, que a transportaria ao Partido dos Trabalhadores".

A propina para o PT saía de vários setores da administração Celso Daniel, inclusive na área de transporte público. "Com exceção das empresas de propriedade de Ronan, todas as demais que exploravam o ramo de transporte coletivo municipal de passageiros seriam obrigadas a efetuar pagamentos mensais."

O Ministério Público de São Paulo sustenta que Celso Daniel "concordava com a ação da quadrilha e imaginava que toda a arrecadação destinava-se ao financiamento de campanhas do Partido dos Trabalhadores".

"Por isto, teria praticado atos, tais como assinatura de novos contratos e autorização de licitações, com a intenção de coagir os empresários que resistiam à ação do grupo", aponta a Promotoria.

Ainda de acordo com o Ministério Público, "os recursos, que deveriam financiar inteiramente campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, nos diversos níveis federativos (municipal, estadual e nacional), seriam entregues por Gilberto Carvalho a José Dirceu, então presidente da aludida agremiação política".

"Entretanto, teriam sido em parte apropriados pelos integrantes da quadrilha. Ao descobrir os desvios, o então prefeito Celso Daniel teria admoestado os envolvidos, os quais, em resposta, teriam planejado e executado seu assassinato, resultando na interrupção das exigências de propinas, pois as investigações da autoria do homicídio trouxeram à tona a atuação da quadrilha", destaca o magistrado.

Atualmente, o empresário Ronan Maria Pinto e o ex-ministro José Dirceu estão presos em Curitiba. Alvos da Operação Lava Jato, eles são acusados de lavagem de dinheiro. Dirceu ainda é réu por corrupção e associação criminosa.

Na sentença o juiz Genilson Carreiro lembra que Klinger foi vereador e nomeado Secretário de Transportes e, a seguir, Secretário de Serviços Municipais de Santo André na gestão Celso Daniel. Segundo a ação, Klinger "usaria a função pública para impor restrições administrativas contra empresários, também sendo destinatário de fração dos recursos auferidos pela quadrilha".

"Sua posição era relevante e estratégica, pois permitia aos comparsas completo domínio das ações sobre os empresários. Ronan, sócio de Sérgio em empresas sediadas em outros municípios e proprietário de empresas de transporte, coleta de lixo e construção civil, agiria como intermediário beneficiário de parte dos recursos e seria incumbido de transmitir as ordens da quadrilha às vítimas, sendo espécie de interlocutor."

Sentença da 1.ª Vara Criminal de Santo André (Grande São Paulo) condenou os empresários Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e Ronan Maria Pinto, além do ex-secretário de Serviços Municipais da cidade, Klinger Luiz de Oliveira Sousa, acusados de liderar esquema de cobrança de propina de empresas de transporte contratadas pela Prefeitura na gestão do prefeito do PT Celso Daniel - executado a tiros em janeiro de 2002.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, os empresários que não entregassem quantias em dinheiro eram ameaçados de terem os contratos com a Prefeitura suspensos.

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Ronan Maria Pinto foi condenado a 10 anos, quatro meses e 12 dias de reclusão, em regime fechado, e pagamento de multa pelos crimes de concussão e corrupção ativa, por várias vezes. Sérgio Gomes da Silva e Klinger Luiz de Oliveira Souza a 15 anos, seis meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, bem como ao pagamento de multa pelos crimes de concussão, corrupção passiva, por várias vezes.

O caso Celso Daniel é um capítulo emblemático do PT. O então prefeito foi sequestrado e assassinado a tiros em uma estrada de terra de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O Ministério Público Estadual afirma que ele foi vítima de crime político porque tentou interromper o ciclo da corrupção em sua gestão quando descobriu que a propina era destinada ao enriquecimento pessoal de Sombra e outros personagens.

Por sua vez, a polícia concluiu que o petista foi morto por ‘criminosos comuns’.

Em sua decisão, a juíza Maria Lucinda da Costa esclareceu que ficou comprovado que todos os responsáveis pelas empresas de transportes que atuavam em Santo André contribuíam, na proporção do número de ônibus que possuíam, para organização criminosa instituída. "É inafastável a condenação de Klinger, Ronan e Sérgio, ‘pois fartas são as provas de recebimento de valores de modo ilícito, bem como a destinação pessoal do proveito da corrupção’.

"Não há tese defensiva que leve à absolvição", concluiu a juíza Maria Lucinda da Costa. Outros réus (empresários e diretores de empresas e associações) foram absolvidos.

As defesas de Sombra, Ronan Maria Pinto e Klinger sempre negaram qualquer tipo de envolvimento deles em corrupção na administração Celso Daniel. Todos poderão recorrer da sentença de condenação.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, em sessão desta quarta-feira (4), o decreto de prisão preventiva de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suspeito do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. O crime ocorreu em 2002 e Sombra responde ao processo em liberdade desde 2004.

Os ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber votaram pela revogação do decreto de prisão preventiva. Em seu voto, Lewandowski explicou que a prisão preventiva deve ser pedida com base em fatos concretos e não apenas sob a alegação de uma “possível perturbação da ordem pública” ou repercussão negativa do ocorrido.

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Além disso, a Corte também decidiu manter a denúncia do Ministério Público (MP). A defesa do acusado buscava a anulação da denúncia do MP, alegando que essa continha apenas elementos de investigação própria. Lewandowski, no entanto, entendeu que o MP se valeu de provas obtidas em investigação policial e da quebra do sigilo telefônico de Sombra.

Em dezembro do ano passado, o STF já havia anulado, desde a fase de interrogatórios, o processo contra Sombra, que corre na 1ª Vara da Comarca de Itapecerica da Serra (SP) . À época, a Corte acolheu o argumento da defesa de que teria sido impedida de questionar os corréus durante o interrogatório. Dessa forma, o interrogatório dos corréus José Edson da Silva e Rodolfo Rodrigues dos Santos Oliveira, ocorridos em dezembro de 2003, deverá ser repetido.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes lembrou nesta terça-feira, 24, do julgamento do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em resposta às cobranças para que devolva o pedido de vista do processo que discute a proibição das doações de empresas privadas para campanhas eleitorais. "Até hoje ainda não voltou (o julgamento por causa de pedido de vista) e, por coincidência, é um caso em que há uma questão de crime ligado à questão política", disse ao lembrar do caso que esta parado na Corte desde um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski, em 2012.

Mendes foi cobrado nesta terça por senadores durante sua participação de uma sessão temática no plenário Senado para discutir a reforma política. Em abril do ano passado, o ministro pediu vista do caso, mesmo com uma maioria já formada de seis votos a um a favor da proibição das doações de empresas privadas a campanhas. "Esse tema virou como se fosse o único pedido de vista existente no Supremo Tribunal Federal. Mas nós temos pedidos de vista que não voltaram desde 1998, só para os senhores terem ideia", disse.O ministro afirmou ainda que devolverá o processo das doações eleitorais "oportunamente".

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No caso do assassinato do ex-prefeito petista, se discute o direito do Ministério Público de investigar o crime. Durante o evento, ele aproveitou ainda para debater o tema da reforma política e afirmou que o Congresso Nacional é o lugar adequado para realizar as mudanças no sistema eleitoral. Para o ministro, o sistema tem dado sinais ao longo dos anos "por conta de vários fenômenos", e "algum tipo de sinal de exaustão". Ele citou o exemplo do modelo de eleição proporcional de lista aberta - adotado hoje para a eleição de vereadores e deputados após participação ampla -, mas pode distorcer o modelo de representação política.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (16) anular parte do processo que apura o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em janeiro de 2002.

Em razão de um empate no julgamento, a fase de interrogatórios do processo deverá ser refeita, porque o juiz de primeiro grau não permitiu que a defesa de Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como Sombra, acusado de ser o mandante da morte, formulasse perguntas aos corréus no processo.

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Os ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli votaram pela anulação. Luís Roberto Barroso e Rosa Weber votaram contra, por razões processuais. Com o empate, prevaleu a condição mais benéfica ao réu.

Denunciado em dezembro de 2003, acusado de ter idealizado e encomendado a morte do prefeito de Santo André, Sombra ainda não foi julgado. Além dele, mais seis réus foram condenados. As penas aplicadas variam de 18 a 24 anos de prisão.

O Tribunal do Júri de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, condenou nesta quinta-feira (22) o réu Itamar Messias Silva dos Santos, de 32 anos, um dos acusados da morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Augusto Daniel (PT), a 20 anos de prisão em regime fechado.

Santos foi condenado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem dar chance de defesa à vítima. Ele participou do sequestro do ex-prefeito e o levou para um cativeiro, onde a vítima foi assassinada a tiros. O juiz Antonio Augusto de França Hristov levou em conta o fato de a vítima ser prefeito na época e a comoção causada pelo crime para fixar a pena. Beneficiado por um habeas corpus recentemente, ele poderia recorrer em liberdade, mas já responde a outros processos e vai continuar preso.

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O advogado de defesa Airton Jacob Gonçalves Filho já entrou com recurso. O irmão da vítima, Bruno José Daniel Filho, que acompanhou o julgamento, disse que a Justiça está sendo feita, mas espera que as investigações continuem. "Tenho esperança de que algo novo venha à tona." O advogado do réu defendeu a tese de que o crime foi político. "É melhor condenar um favelado do que colocar aqui a cúpula deste ou daquele partido", disse. Segundo ele, o acusado não poderia ser condenado por homicídio, pois não estava no local do crime e não puxou o gatilho. "Ninguém coloca aqui um José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil, condenado no processo do mensalão) engravatado, então vamos condenar um favelado", afirmou.

A acusação também recorreu à condenação do ex-ministro para convencer os jurados de que não é preciso puxar o gatilho para ser co-autor de homicídio. "O Supremo entendeu que cada um fez a sua parte para chegar a um objetivo comum", disse o promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho. Ele acusou a Polícia Federal, que iniciou as investigações, de ter feito um serviço "porco" e estendeu as críticas ao Ministério Público Federal, acusando-o de ter parado as investigações contra "pessoas que estavam acima do senhor Sérgio (Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime)".

A sessão foi marcada por discussões e agressões verbais entre o advogado de defesa e o promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho. Quando disse que o réu não queria a morte de Celso Daniel, o promotor interveio: "O senhor mente descaradamente." O advogado retrucou: "Esse ímpeto acusatório é sinal de desespero", e ameaçou abandonar a sessão. Foi necessária a intervenção do juiz Antonio Augusto de França Hristov para serenar os ânimos. Durante o interrogatório que abriu o julgamento, o réu permaneceu calado.

No final do julgamento, o irmão da vítima fez um apelo para que a sociedade se mobilize contra proposta de emenda enviada ao Congresso Nacional que retira do Ministério Público a prerrogativa de fazer investigações. "Isso representaria um tremendo retrocesso", disse. Também pediu que seja investigado suposto depoimento dado pelo publicitário Marcos Valério, condenado no processo do mensalão, que envolveria dirigentes petistas na morte do irmão. "Se o Ministério Público não fizer isso, ninguém fará."

Celso Daniel foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002 quando saía de um jantar. O empresário e amigo Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, estava com ele quando o carro foi fechado e a vítima foi levada pelos sequestradores. Inicialmente, Celso Daniel foi levado para um cativeiro na Favela Pantanal, em Diadema, e depois transferido para uma chácara em Juquitiba, a 78 km de capital, sendo assassinado dois dias depois.

Na época, o inquérito apontou que ele havia sido morto por engano, mas a família solicitou a reabertura das investigações pelo MP. Concluiu-se depois que o crime havia sido premeditado. O empresário faria parte de um esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André. De acordo com o promotor, o julgamento de Silva deve ocorrer até junho do próximo ano.

São Paulo – Depois de ser adiado por duas vezes, começou nesta quinta-feira (22), no Fórum de Itapecerica da Serra, município ao sudoeste da Grande São Paulo, o julgamento de Itamar Messias Silva dos Santos – um dos sete réus do processo sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), ocorrido, em janeiro de 2002.

A sessão estava marcada para as 9h30, mas só foi aberta duas depois porque o advogado de defesa, Jacob Gonçalves Filho, chegou atrasado ao local. Como de praxe, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov leu a denúncia do Ministério Público. O júri é formado por quatro mulheres e três homens e, como o réu será o único a ser interrogado, a previsão é que o julgamento termine ainda hoje (22).

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As digitais de Itamar foram encontradas no veículo usado no sequestro da vítima que foi executada a tiros, na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba. O promotor público Márcio Augusto Friggi de Carvalho deve manter a posição de que o crime foi encomendado. Investigações feitas pelo MP apuraram que a morte estava relacionada a um esquema de corrupção na área de transportes de Santo André,  no ABC paulista.

Dos sete acusados, cinco já foram condenados. O último a ir para o banco dos réus é o empresário e amigo de Celso Daniel, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. Os advogados dele tentaram barrar o prosseguimento da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), mas, segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o julgamento deverá ser marcado para o próximo ano.

No último mês de agosto, embora tenha negado diante do júri a participação no crime, Elcyd Oliveira Brito, o John, foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. As provas neutralizaram as chances de defesa. Ele decidiu agir sob a promessa de receber recompensas.

Os que já respondem às sentenças judiciais são: Marcos Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão, em novembro de 2010; Ivan Rodrigues da Silva, a 24 anos de prisão; José Edison da Silva, a 20 anos, e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira Silva, a 18 anos de reclusão. Os três últimos foram julgados em maio deste ano.

Celso Daniel foi executado com oito tiros em janeiro de 2002. Ele foi sequestrado logo depois de sair de um restaurante com o empresário e amigo Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha de Itapecerica da Serra.

A oposição cobra a abertura de inquérito para apurar a suposta conexão entre o valerioduto e o caso Santo André, denunciada pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR). Para líderes de PSDB, PPS e PSOL, as declarações do operador do mensalão impõem nova investigação sobre esquema de corrupção na gestão do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e a possível participação de outros personagens, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de hoje revela que, no depoimento, Valério disse ter enviado recursos a Santo André, após a morte de Celso Daniel, para estancar chantagens a petistas. A edição desta semana da revista "Veja" relata que o empresário de ônibus Ronan Maria Pinto estaria ameaçando, em 2003, dizer em público que Lula e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, seriam beneficiários dos desvios.

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Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), as afirmações de Valério ligam dois grandes escândalos e reforçam a versão de crime "político". "A investigação é necessária para esclarecer (as denúncias) e, se forem consistentes, buscar a responsabilização criminal. É a primeira vez que se noticia a ligação entre o mensalão e o assassinato, um crime insolúvel", comentou.

Celso Daniel foi sequestrado e morto em janeiro de 2002. A Polícia Civil concluiu que se tratou de crime comum, mas o Ministério Público de São Paulo sustenta que o prefeito foi assassinado por tentar acabar com o esquema de desvios.

O PPS incluirá as declarações sobre Santo André em representação a ser encaminhada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na qual pede investigação sobre Lula. "Indica-se que a quadrilha condenada no Supremo tem ramificações de toda a ordem", afirma o líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR).

O líder do PT na Casa, Jilmar Tatto (SP), defende que não se dê "credibilidade" às acusações de Valério. "Ele não tem credibilidade mais, se é que teve um dia. Vai para a cadeia e fala isso tudo por este motivo", diz o petista. Tatto afirma que o caso de Santo André já foi apurado, sem ter sido provado o envolvimento de integrantes do PT no crime. "Quebraram sigilos bancário e telefônico e não acharam nada. Temos de virar a página".

Para o líder do PSOL no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), o PT tenta transformar a situação em batalha política: "O melhor caminho é o do esclarecimento, e não o da desqualificação do denunciante".

Reportagem publicada pela revista Veja que chega às bancas esta semana afirma que o empresário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação no esquema do mensalão, teria sido procurado por integrantes do PT, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para negociar com pessoas supostamente envolvidas no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002.

O relato de Valério, segundo a publicação, teria sido feito em depoimento ao Ministério Público na tentativa de obter um acordo de delação premiada, como forma de abrandar sua pena.

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No depoimento, Valério dissera ainda ter detalhes "comprometedores sobre a participação do ex-ministro Antonio Palocci na arrecadação de recursos para o caixa do PT", conforme a reportagem, e também informações sobre a origem do R$ 1,7 milhão apreendidos pela Polícia Federal no escândalo do dossiê dos aloprados, durante a campanha eleitoral de 2006.

A respeito do assassinato de Daniel, conforme diz o texto de Veja, Valério fora procurado pelo até então presidente Lula e por Gilberto Carvalho (atual secretário-geral da Presidência), que estariam sofrendo tentativa de extorsão de "figuras ligadas ao crime de Santo André - em especial, o empresário Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura".

A Valério, segundo a Veja, teria sido pedido que desse aos chantagistas o dinheiro que buscavam. Ainda de acordo com a revista, o empresário teria recusado o pedido. "Nisso aí, eu não me meto", teria dito em um encontro com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT, e Ronan. O publicitário alegou que não aceitou "entrar no jogo", mas teria apontado um amigo pessoal de Lula de ter resolvido a questão, "utilizando-se de um banco não citado no esquema do mensalão".

Procurado, o ministro da Secretaria geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse por meio de sua assessoria, que não vai comentar o assunto "de tão ridículo". A avaliação do PT nos bastidores é de que o escândalo está sendo usado para prejudicar o ex-presidente Lula politicamente e que não cabe aos personagens citados no depoimento alimentar essa suposta campanha.

O diretório estadual do PT comunicou nesta quinta que entrará com uma representação contra a revista Free São Paulo por suposta difamação e calúnia veiculadas na matéria de capa da última edição. A reportagem trata da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002, como pano de fundo para encobrir esquemas de corrupção que, segundo a revista, manteriam o PT no poder.

O PT garantiu que os responsáveis responderão judicialmente pelo que classificou de "festival de calúnias e difamações".

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O diretor de redação da Free São Paulo, Ernesto Zanon, negou as acusações contra o veículo. Segundo ele, o material é baseado em fatos. Ele também negou qualquer vínculo partidário com o PSDB, relação da qual lideranças do PT dizem suspeitar.

Os réus Ivan Rodrigues da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e José Edison da Silva, acusados de participação no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002, disseram nesta quinta ter sido torturados por policiais. Os três também citaram o nome do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT, que os teria ameaçado.

O julgamento de Ivan, Rodolfo e José Edison teve início às 11 horas no Fórum de Itapecerica da Serra (SP). Eles foram formalmente denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado e podem pegar até 30 anos de prisão. A previsão é de que o julgamento dure dois dias. "A expectativa é que as teses do Ministério Público sejam novamente aceitas e que isso resulte em condenações conforme a lei", declarou Bruno Daniel, irmão de Celso, em entrevista à rádio Estadão ESPN.

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Segundo os acusados, a polícia teria usado de métodos de tortura para que eles confessassem. Após os interrogatórios, os advogados de outros dois réus, Itamar Messias dos Santos Filho e Elcyd Oliveira Brito, retiraram-se da sessão alegando tempo insuficiente para a argumentação da defesa. O julgamento dos dois foi adiado.

A polícia concluiu que Daniel foi vítima de "crime comum". Mas o Ministério Público sustenta que o então prefeito foi sequestrado e morto porque decidiu dar fim a um esquema de corrupção em sua própria administração. Para a promotoria, parte do dinheiro desviado de contratos fraudulentos na gestão Daniel abastecia caixa 2 de campanhas eleitorais do PT.

O mandante do assassinato teria sido o empresário Sérgio Gomes, o Sombra, que nega envolvimento. Ivan, apontado como coordenador do grupo, negou ter assassinado Daniel.

Em nota, o advogado Greenhalgh repudia as acusações. "A defesa dos acusados procura, no plenário do Júri, desqualificar as confissões feitas pelos mesmos no inquérito policial. Essa tática não vai prevalecer, posto que são inverídicas essas alegações."

Greenhalgh assinala que "todos os depoimentos prestados pelos acusados no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram acompanhados por, além dele próprio, diversos promotores de Justiça que, inclusive, assinaram tais depoimentos". "Eles (promotores de Justiça) são testemunhas de que não houve maus tratos durante os depoimentos que resultaram na confissão dos acusados. Essa alegação já havia sido levantada pela defesa em 2004 e totalmente rechaçada por todos os que participaram do inquérito policial junto comigo."

Airton Jacob, advogado do réu Itamar Messias dos Santos Filho, acusado de participar do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, abandonou o júri após ser negado o pedido para que ele e seu cliente se retirassem do julgamento.

Jacob afirmou que o tempo destinado a sua argumentação não garante a "plenitude da defesa". Pela lei, a defesa tem 2h30 para se pronunciar. Como são cinco réus em um único processo, o período foi dividido e cada um teria 30 minutos.

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Com a solicitação indeferida pelo juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov, Jacob abandonou o júri. Pela lei, o réu não pode ser julgado sem o seu advogado de defesa. Ficou estabelecido que Itamar será julgado no dia 16 de agosto.

"Quanto há pluralidade de réus, é dada à defesa 2h30 para que ela seja exercida. Então, com cinco réus, esse tempo fracionado é de 30 minutos. A Constituição determina a plenitude da defesa e por essa razão resolvi abandonar a tribuna. Requeri ao juiz que ele deferisse o desmembramento do processo. Ele entendeu por bem indeferir", disse Jacob.

Recurso repetido

Os advogados de Elcyd Oliveira Brito, outro dos réus, usaram do mesmo recurso e deixaram a tribuna. Ana Lúcia dos Santos e Adriano Lopes consideraram inviável o curto período de 30 minutos para compor a defesa e também citaram a extensão do processo - 36 volumes.

Os representantes pediram o desmembramento do processo para que seu cliente seja julgado de forma isolada, em março do ano que vem. Caso o pedido seja recusado, Elcyd também será julgado no dia 16 de agosto. "Abandonamos o plenário em razão da ampla defesa contraditória. Não tinha como defender um réu num curto espaço de tempo para um volume grande de processo", reiterou Ana Lúcia.

Adriano, por sua vez, afirmou que "existe um habeas corpus pedindo o desmembramento do processo" a ser julgado. Ele também negou que o cliente dele tenha participado do crime e as suspeitas do Ministério Público de que o assassinato do prefeito de Santo André foi encomendado.

Foi recapturado hoje à noite Elcyd Oliveira Brito, um dos acusados de envolvimento no assassinato do ex-prefeito de Santo André, no Grande ABC paulista, Celso Daniel (PT), em 2002. Ele foi localizado no Jardim Miriam, na zona sul da capital paulista. A prisão foi feita por policiais do 35º Distrito Policial (Jabaquara).

Ele estava foragido do presídio de Pacaembu desde 4 de agosto de 2010. Na ocasião, Oliveira e outros dois presos fugiram da unidade escalando e pulando os dois alambrados que circundam o Centro de Progressão Penitenciária de Pacaembu.

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Durante buscas nas imediações, um dos fugitivos foi recapturado pela Polícia Militar, na região da cidade de Flórida Paulista. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) determinou a instauração de sindicância para apurar eventuais responsabilidades.

Celso Daniel foi sequestrado na noite de 18 de janeiro de 2002 por um grupo armado. O corpo dele foi encontrado dois dias depois em uma estrada de terra batida em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

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