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Uma nova pesquisa do Procon Pernambuco monitorou, entre os dias 5 e 9 de setembro, o preço dos cortes de carne e laticínios em 22 estabelecimentos do Grande Recife. Nos resultados, as proteínas bovina, suína e de frango, além de queijos e presuntos, apresentaram variação superior a 150%, em alguns dos itens. A variação é a diferença no preço de um mesmo item, de um estabelecimento para outro. 

Nesse quesito, a carne com maior variação (150,09%) foi o lombo suíno. O quilo do produto em um supermercado pode ser encontrado por R$ 15,99 e, em outro local, chega a custar R$ 39,99. "A pesquisa de preços dos alimentos é a forma mais eficaz das famílias controlarem seus gastos e ao mesmo tempo atenderem às suas necessidades. A equipe do Procon vai às ruas rotineiramente justamente para subsidiar os consumidores na hora da compra”, afirmou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Cloves Benevides. 

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Na parte de carnes bovinas, o quilo do osso bovino pode ser adquirido por valores entre R$ 3,99 e R$ 7,99, uma diferença de 100,25%. O fígado de boi também apresenta diferença significativa de 100,09% entre os valores. O quilo pode ser adquirido por R$ 10,89 e em outro estabelecimento por R$ 21,79. No quesito frango, o quilo de coxa e sobrecoxa teve o maior percentual de diferença, 142,65%, sendo encontrado por R$ 8,98 e até por R$ 21,79. 

Já nos frios, o presunto de peru cozido é o que apresenta maior variação, 118,04%. O quilo do produto chega a custar R$ 19,90 em um supermercado e em outro R$ 43,39. Entre os queijos, o do reino tem um percentual de 115,70% de variação, o quilo foi encontrado por R$ 64,90 e por R$ 139,99 em locais diferentes. Outro item pesquisado pelos fiscais foi a manteiga, ela está com diferença de preço de 66,95% de um estabelecimento para outro, o pote com 200g foi encontrado por R$ 8,38 e até por R$ 13,99. 

O órgão de Defesa do Consumidor pesquisou 25 cortes de carnes bovinas, seis de carne suína, 14 cortes de frango, nove tipos de queijos, manteiga e presuntos, totalizando 54 itens. A pesquisa está disponível no site do Procon (www.procon.pe.gov.br). 

O consumo de carne bovina pelos brasileiros deve cair ao menor nível em 26 anos, segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última segunda-feira, 1º de agosto. A disponibilidade do produto em 2022 deve atingir 24,8 kg por pessoa, menor proporção da série histórica, iniciada pelo órgão em 1996.

No período pré-pandemia, em 2019, a disponibilidade de carne bovina era de 30,6 kg por pessoa no País. O ano de 2006 registrou a maior proporção do produto, com 42,8 kg de carne bovina por habitante. A disponibilidade de carne por pessoa é obtida por meio de cálculo que soma os números de produção nacional e importação e subtrai o volume exportado.

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Segundo a Conab, a produção de carne bovina tende a manter o comportamento de redução na oferta, porque a demanda no mercado interno está desaquecida.

Embora o cenário seja influenciado por inúmeros fatores, a queda na disponibilidade do produto ocorre em meio à crise causada pela pandemia de covid-19, com alta de preços e perda do poder de compra da população.

O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, divulgado no último mês de junho, apontou que a fome no Brasil voltou a patamares registrados nos anos 1990, com 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer no País e mais da metade da população brasileira (58,7%) convivendo com algum grau de insegurança alimentar.

A estimativa para a produção total de carne no País em 2022, incluindo aves, suínos e bovinos, é de cerca de 28 milhões de toneladas. A produção de aves deve se manter próxima a 15 milhões de toneladas.

Já na produção de suínos, é esperada a maior produção para a série histórica, estimada em 4,84 milhões de toneladas, cenário que contribui para maior disponibilidade no mercado brasileiro e implica em maior oferta e pressão de baixa para os preços do produto, aponta a Conab. A produção de carne bovina, estimada em 8,115 milhões de toneladas, é o menor número em 20 anos.

Exportações

O balanço divulgado pela Conab também traz dados sobre as exportações de carne de frango, que devem ter crescimento de 6%, podendo atingir novo recorde neste ano, com mais de 4,7 milhões de toneladas enviadas. Também é estimado um aumento de 15% para as exportações de carne bovina, para 2,84 milhões de toneladas.

Já as exportações de suínos devem ter queda de cerca de 2%, para pouco mais de 1 milhão de toneladas.

O Magazine Luiza anunciou que vai oferecer crédito pré-aprovado para mais de 10 milhões de clientes. A campanha tem como alvo clientes da empresa que se adequam aos critérios de concessão de crédito estabelecidos pela própria companhia e pela financeira do grupo, a LuizaCred, uma parceria com o Itaú. Diante da repercussão, os papéis da companhia subiam cerca de 4% por volta das 13h desta segunda-feira, 18.

Em razão disso, cerca de 5 milhões de clientes com esse perfil já receberam material de comunicação dirigida, que inclui um vídeo protagonizado por Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu. O vídeo, porém, ganhou as redes sociais nesta segunda-feira mesmo sem uma postagem oficial do Magazine Luiza, e veio acompanhado de críticas sobre um suposto desespero da empresária com as vendas em baixa.

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Campanha de vendas

Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), a estratégia é ousada, verdadeira e com "a cara do Magalu". Ele lembra que a empresa tem buscado usar mais "a figura de Luiza Trajano, que é cheia de verdade e com baixíssima rejeição como ferramenta de vendas".

Para ele, apesar das críticas duras que o vídeo tem recebido, o investidor do papel dificilmente vai olhar para o conteúdo e associá-lo a um desespero. "É um momento em que o varejo todo está precisando de estratégias criativas e isso está gerando repercussão", afirma.

No vídeo, Luiza fala do crédito pré-aprovado para clientes e convida o público a ir às lojas. "Vai ser no carnê. Lembra aquele 'carnêzinho gostoso'? Em prestações que você pode pagar e a gente ainda vai dar um descontinho nos juros. A gente aguarda vocês. Vá o mais rápido possível a uma de nossas lojas, por favor", diz a presidente do conselho da companhia no material enviado aos clientes e compartilhado nas redes sociais.

"Grande parte dos brasileiros depende de crédito para continuar a consumir", diz Frederico Trajano, CEO do Magalu. "Num momento como o atual, a tendência é que as empresas cortem suas linhas. Mas nós sabemos, por meio de nosso sistema de dados e análise, que há mais de 10 milhões de clientes na nossa base que têm todas as condições de honrar seus compromissos. Queremos que essas pessoas saibam que podem contar com o Magalu em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis."

A companhia não comentou as críticas de internautas à companhia, que envolvem ainda associações de Luiza com o pré-candidato à presidência da república pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a companhia, a campanha do Magalu privilegia os clientes das quase 1,5 mil lojas físicas da empresa, distribuídas por todo o Brasil.

A Prefeitura de São Paulo começará a enviar pelos Correios os carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a partir do dia 17 deste mês. Os primeiros carnês enviados devem chegar ao contribuinte até o dia 24 de janeiro. Já os últimos carnês serão entregues até o dia 19 de fevereiro.

Quem fizer o pagamento do imposto à vista, até a data de vencimento da primeira parcela, receberá um desconto de 3%. E caso o contribuinte não receba a notificação até a data-limite, poderá emitir a segunda via da notificação no site da Prefeitura ou comunicar o não recebimento da notificação em qualquer subprefeitura da capital.

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Nesta terça-feira, 7, a Prefeitura de São Paulo publicou edital com o calendário completo para pagamento do IPTU. Segundo a administração municipal, a postagem das notificações para os contribuintes isentos também ocorrerá a partir do dia 17 de janeiro de 2020.

O vencimento do IPTU será no dia escolhido pelo contribuinte ou nos dias 9 ou 14 para os que não fizeram essa opção. Segundo a Prefeitura, os vencimentos nos dias sem expediente bancário serão prorrogados para o primeiro dia útil seguinte, sem cobrança adicional.

O não pagamento de qualquer parcela do IPTU sujeita o contribuinte à inscrição no Cadastro Informativo Municipal (Cadin).

Neste ano, o imposto ficará 3,5% mais caro. O índice de aumento é o mesmo que foi aplicado no ano passado e deve ser levemente menor do que a taxa oficial de inflação do período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve ficar em 3,98%. O reajuste é válido para cerca de 3,5 milhões de imóveis cadastrados na capital.

Orçamento

A gestão municipal prevê arrecadar R$ 11,1 bilhões com o IPTU no ano de 2020 - valor 7,5% superior ao orçado em 2019. Para 2020, o orçamento total da cidade terá 14% de aumento, chegando a R$ 68,9 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A alta de 8,09% no preço das carnes foi o item que mais influenciou a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em novembro deste ano. Segundo dados divulgados hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,51% em novembro, maior taxa para o mês desde 2015 (1,01%).

Os alimentos e bebidas tiveram uma alta de preços de 0,72%. Além das carnes, também contribuíram para a inflação os cereais, leguminosas e oleaginosas (1,65%), óleos e gorduras (1,33%), os produtos panificados (0,71%) e as carnes industrializadas (0,69%). Com isso, se alimentar em casa ficou 1,01% mais caro em novembro.

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"A alimentação no domicilio vinha caindo há seis meses. A alta de agora foi puxada pelas carnes. Para ter uma ideia do peso do aumento das carnes, o grupo alimentação e bebidas sem as carnes teriam um resultado de deflação de 0,18%", disse o pesquisador do IBGE Pedro Kislanov.

A alimentação fora de casa teve alta de preços de 0,21% no período. Por outro lado, tiveram queda de preços alimentos como tubérculos, raízes e legumes (-12,15%), hortaliças (-2,20%) e leites e derivados (-0,93%).

Alguns itens não alimentícios também tiveram impacto importante sobre a inflação neste mês, como as loterias (24,35%), a energia elétrica (2,15%), o plano de saúde (0,59%) e o etanol (2,46%).

Grupos de despesas

Entre os grupos de despesas, os principais impactos vieram da alimentação (0,72%), despesas pessoais (1,24%) e habitação (0,71%). Também tiveram inflação os grupos transportes (0,30%), vestuário (0,35%), saúde e cuidados pessoais (0,21%) e educação (0,08%).  

Por outro lado, tiveram deflação (queda de preços) os grupos de despesas artigos de residência (-0,36%) e comunicação (-0,02%).

Nas últimas semanas, os consumidores têm sentido no bolso o aumento fora do normal do preço da carne bovina em frigoríficos da Região Metropolitana do Recife (RMR). O cordão mignon, que antes custava R$ 16,00 o quilo, subiu para R$ 32,00. E mesmo na vantagem de preço em comparação as outras carnes, a paleta sofreu uma alteração de mais de 4%.

A razão do reajuste é que o Brasil está exportando o produto para a China, país que está tendo suas carnes atingidas por um vírus suíno oriundo da África. No Brasil, com a queda nas vendas, o mercado também é afetado.

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Leonardo da Silva, vendedor em um açougue do Recife, diz que se sente preocupado por causa do baixo movimento. De acordo com ele, os clientes, que agora compram carne de segunda e em menor quantidade, têm se queixado dos valores mais caros. “Tem gente que chega aqui e acha que a gente está satisfeito com esse aumento. Mas a gente não está satisfeito. Com o preço barato, todo mundo compra. Mas ninguém pode comprar mais. A gente nem vende e ainda temos que pagar despesas, impostos... não conseguimos. Tá sendo absurdo para se trabalhar”, desabafa.

Em outro ponto de vendas da cidade, o aumento chegou a registrar 30% a mais, segundo o gerente Jurandir Lopes. “A demanda agora é maior pelas carnes suínas, aves e ovos”, diz. A prova disso são algumas pessoas que trocaram a carne por frango, por exemplo. "A carne está muito cara e ainda não rende. Então, não vale a pena. Por isso, resolvi comprar coxa e sobrecoxa", completa.

O vendedor Adeilson Batista considera o acréscimo do valor abusivo. Ele lamenta as poucas vendas, especialmente as carnes de primeira qualidade. O acém e a costela estão sendo comercializadas em nível bem menor do que há um mês. "Com esse preço, um assalariado não tem condições de pagar por 1kg. Estão dando prioridade à China e a gente que fica na pior", afirma.

As principais empresas do País no setor de carnes tiveram um segundo trimestre difícil. A temporada de divulgação de balanços aponta que, juntas, Marfrig, JBS, BRF e Minerva terminaram junho no vermelho, e o prejuízo líquido dessas quatro empresas é de quase R$ 4 bilhões. Problemas internos, dificuldades para exportar e a greve dos caminhoneiros, que parou o País, são apontados como os principais motivos.

As companhias que atuam na produção de aves e de suínos foram as mais prejudicadas pela paralisação de maio. A Seara indicou em seu balanço financeiro um prejuízo de R$ 113 milhões no segundo trimestre. A BRF outros R$ 75 milhões.

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"As empresas dependem do translado de insumos e de produção. O transporte do País gera perdas quando funciona, imagina ficando 11 dias parado?", diz Álvaro Frasson, da Spinelli. Sem transporte, as empresas não conseguiam escoar a produção e nem receber insumos e rações. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estimou um prejuízo de R$ 3,15 bilhões a todo o setor de aves, suínos, ovos e material genético, após a manifestação.

As perdas com a falta de transporte podem ter sido maiores, pois há dificuldade de mensurar a queda de rendimento dos animais no período, sinalizou um dos vice-presidentes da BRF, Lorival Luz, em teleconferência. Segundo a JBS, controladora da Seara, unidades precisaram descartar animais ou reduzir a alimentação e, por consequência, a produtividade caiu.

O mercado de bovinos foi menos afetado pela greve, mas os abates caíram. A Marfrig estima ter deixado de abater 80 mil cabeças no segundo trimestre. O prejuízo líquido foi de R$ 582 milhões no trimestre.

Inferno astral

Os números negativos, além da greve dos caminhoneiros, são resultado de uma combinação de fatores internos e externos. Algumas dessas empresas sofrem com embargos para exportação de seus produtos ou ainda precisaram lidar com trocas em seu alto escalão.

A BRF, por exemplo, conseguiu vender mais no segundo trimestre e registrou uma receita líquida de R$ 8,2 bilhões, alta de 1,9% ante o segundo trimestre de 2017. Ainda assim, a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre, 846,4% maior do que o registrado um ano antes.

O mau desempenho foi atribuído às restrições impostas pelo mercado europeu, greve dos caminhoneiros e medidas antidumping da China. A empresa também foi alvo de duas operações da Polícia Federal: a Carne Fraca, deflagrada em março do ano passado, e a Trapaça.

Em crise, a gigante brasileira dos frangos anunciou uma reestruturação de operações e financeira, que está sendo conduzida pelo executivo Pedro Parente, ex-Petrobrás, atualmente no comando executivo da BRF.

Já na Seara, da JBS, o volume de vendas caiu 10,6%, após recuo nas exportações. A greve dos caminhoneiros travou os embarques, mas a Seara também foi prejudicada pelo fechamento do mercado russo para a carne suína brasileira. A JBS teve prejuízo de R$ 911 milhões.

As quatro principais companhias de proteína animal do País também foram afetadas pela alta nos custos de produção, por causa da alta nos preços do milho, usado para fabricar ração, além da variação cambial.

A Minerva, por exemplo, teve prejuízo de quase R$ 1 bilhão afetada pela variação cambial e estuda fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma subsidiária no Chile, em busca de oportunidades de investimento.

As empresas do setor de alimentos foram as que mais perderam valor de mercado na Bolsa com a greve dos caminhoneiros - depois do setor de petróleo. No total, as empresas brasileiras listadas na Bolsa valem hoje R$170 bilhões a menos do que antes da greve, segundo a Economática. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Às vésperas do início de uma rodada decisiva das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia, na próxima semana, o vazamento da oferta que os europeus deverão fazer para o comércio de carnes e de etanol provocou forte reação do lado sul-americano. Ela ficou muito abaixo do esperado, o que indica que as conversas serão duras. Isso coloca em risco o objetivo assumido pelos dois lados de fechar um "acordo político" até dezembro.

Até a noite de ontem, o Itamaraty não havia recebido formalmente nenhuma comunicação dos europeus, que estão profundamente divididos e têm dificuldades de chegar a uma proposta consensual. Tudo indicava, porém, que eles trarão para a rodada de negociações os números que circularam informalmente na quinta-feira.

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A UE se propõe a importar, anualmente, até 70 mil toneladas de carne e 600 mil toneladas de etanol. A expectativa era que, no mínimo, viesse uma oferta igual à que estava sobre a mesa em 2004, quando as negociações pararam: 100 mil toneladas de carne e 1 milhão de toneladas de etanol.

"Não dá", reagiu o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli. "Os números não são palatáveis." O setor esperava ser autorizado a exportar até 390 mil toneladas por ano. Essa cota já está negociada e dividida entre os sócios do Mercosul.

Em 2004, a UE tinha 15 membros e se propunha a comprar 100 mil toneladas de carne do Mercosul. Agora, com 28 membros, a disposição de compra caiu para 70 mil toneladas. "É uma quantia que chega a ser ridícula quando comparada à preferência que os europeus vão obter no mercado consumidor do Brasil", disse Pedro de Camargo Neto, representante da Sociedade Rural Brasileira.

A reação foi semelhante no setor de açúcar e álcool. "Está muito abaixo do aceitável", disse o diretor executivo da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa.

A cota de 600 mil toneladas era o mínimo esperado para o álcool carburante. Além dessa, o setor esperava a liberação sem cotas para a venda de etanol para uso industrial. Além do etanol, o setor espera uma abertura para o mercado de açúcar. "Para nós, é fundamental que entre na oferta", disse Sousa.

Conversas

"Essa é a fase mais delicada, mais melindrosa das negociações", disse ao Estado o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. "Mas é hora de colocar a oferta na mesa para começar a negociar."

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se mostrou pouco impressionado com a suposta oferta inicial dos europeus. "Negociador trabalha assim mesmo", comentou. "Com certeza devemos continuar a insistir." Ele explicou que, na área agrícola, os europeus têm interesse de abrir mercados no Mercosul para produtos lácteos e vinho.

Se os sul-americanos acharam a oferta muito modesta, agricultores europeus prometeram organizar protestos na próxima quarta-feira. O bloco está dividido quanto ao acordo com o Mercosul. Alemanha, Itália, Espanha e Portugal e outros quatro países insistem em avançar para garantir acesso a um mercado avaliado em mais de ¤ 150 bilhões. Numa carta enviada à Comissão, esses governos pedem que o processo seja acelerado e que uma oferta seja apresentada.

Mas onze dos 28 governos do bloco rejeitam a abertura, principalmente em um momento de fortalecimento de partidos de extrema-direita pelo continente em busca justamente dos setores afetados pelo comércio. "Quero um acordo com o Mercosul. Mas quero ver nossos padrões protegidos e nossos fazendeiros protegidos", disse o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar.

"A Comissão está amplamente consciente das sensibilidades de alguns setores e já compartilhou isso com os negociadores do Mercosul", disse a Comissão Europeia, em nota ao Estado. "O futuro acordo com o Mercosul vai levar em conta a sensibilidade de alguns produtos para os fazendeiros europeus e estarão sujeitos a cotas."

Indústria

A abertura do mercado sul-americano para industrializados europeus deverá ocorrer de forma "gradual e responsável", disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. "Entramos na etapa decisiva das negociações, e o Mercosul está preparado para buscar acordo equilibrado, que nos amplie oportunidades."

Tachada no passado como principal foco de resistência ao acordo por temer a concorrência europeia, a indústria brasileira agora vê ganhos na conclusão da atual rodada. "Em uma lista de 1.000 produtos em que o Brasil tem chance de competir na Europa, 67% enfrentam tarifas", disse o gerente de Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fabrizio Panzini.

Os aviões da Embraer, por exemplo, precisam pagar tarifa de 3% para entrar na Europa. Os calçados são taxados com até 20% e os produtos químicos, com 3% a 8%. Um acordo ajudaria a reduzir essas tarifas e a dar melhores condições de competição aos produtos brasileiros.

Há ganhos também em outras frentes, como por exemplo o acordo de compras governamentais. Ele vai garantir que, numa lista de produtos comprados pelas administrações públicas europeias, os fornecedores brasileiros tenham as mesmas condições dos fabricantes locais. E vice-versa. Trata-se de um mercado de US$ 1,6 trilhão.

O acordo contempla também regras para facilitar investimentos europeus no Mercosul e vice-versa. "O acordo traz oportunidade para aumentar o investimento europeu no Brasil e gera fluxo de comércio grande", disse Panzini.

A proposta apresentada pela indústria do Mercosul prevê a redução gradual de tarifas de importação cobradas sobre quase 90% dos produtos. A queda ocorrerá ao longo de 10 a 15 anos, mas em alguns produtos a abertura ocorrerá mais rápido, num prazo de dois a oito anos. Na via oposta, o Mercosul quer que os europeus "zerem" de imediato tarifas de importação que se propuseram a eliminar em prazos como quatro e oito anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro meses após a Operação Carne Fraca, os níveis de exportações de carne de frango, de suíno e ovos estão próximos ao período anterior da investigação. A análise é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) com base nos resultados do primeiro semestre do ano, divulgados hoje (11).

Deflagrada em 17 de março, a operação apura participação de agentes públicos em suposto esquema de fraude na fiscalização de alimentos com indícios de adulteração. A ABPA reúne empresas e entidades das cadeias agroindustriais de aves, ovos e suínos de todo o Brasil.

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Apesar de o volume de carnes exportadas ter reduzido, a receita cresceu, tanto para frangos como para suínos. Foram comercializadas 2,121 milhões de toneladas de frango nos primeiros seis meses do ano, um decréscimo de 6,4% em relação aos 2,226 milhões de toneladas comercializadas no primeiro semestre de 2016. A receita, por sua vez, aumentou 5,9%, passando de US$ 3,384 bilhões para US$ 3,583 milhões. O Oriente Médio, principal destino do frango brasileiro, importou 716,5 mil toneladas, volume 10% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Na carne suína, as receitas cresceram ainda mais: 28,5%. Foram negociados US$ 634 milhões em 2016 e US$ 815 milhões em 2017. Em relação ao volume de suínos, foram 353 mil toneladas em 2016 e 343 mil toneladas neste ano, uma redução de 2,8%. A venda de ovos, no entanto, teve redução no volume (-55%) e na receita (-53%). O volume passou de 7,5 mil toneladas para 3,3 mil toneladas neste ano. O faturamento nos primeiros seis meses do ano ficou em US$ 4,7 milhões.

“A menor oferta internacional de produtos, decorrente de diversos fatores – como os focos de influenza aviária [gripe aviária], inclusive, em diversos grandes exportadores – foram determinantes para uma melhora no preço internacional do setor, o que permitiu obter níveis de receita cambial favoráveis, especialmente neste momento em que nossas exportações se reorganizavam após as suspensões dos embarques”, justifica nota da ABPA.

A entidade destaca ainda que a “boa” oferta de milho e soja colabora com a cadeia agroindustrial. “Diferentemente do ocorrido em 2016, [a oferta de milho e soja] proporciona ao setor, neste ano, melhores condições de competitividade”, aponta. A ABPA prevê que, considerando a recuperação da imagem internacional do setor, o segmento terá um crescimento de 1% no volume de carnes comercializadas internacionalmente em 2017, na comparação com o ano anterior.

Grampos da Polícia Federal no âmbito da Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira, 17, revelam que funcionários da BRF chegavam a acessar, dentro do Ministério da Agricultura, sistemas de emissão de certificados que atestam a qualidade de produtos. As investigações miram agentes de fiscalização das Superintendências de Minas e Goiás, vinculadas à pasta.

A decisão do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Criminal Federal de Curitiba, base da Operação Carne Fraca, que decretou prisões preventivas, temporárias, conduções coercitivas e buscas e apreensões contra os investigados, revela que o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Brasil Foods (BRF S/A) Roney Nogueira dos Santos ‘influencia de escolha e substituição de fiscais para as unidades da empresa à liberação de unidades às vésperas de serem interditadas’.

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A fim de exercer e manter influência sobre as fiscalizações, o executivo, segundo o juiz, ‘alcança dinheiro a servidores públicos, remunera diretamente fiscais contratados, presenteia com produtos da empresa, se dispõe a auxiliar no financiamento de campanha política e até é chamado a intervir em seleção de atleta em escolinha de futebol’.

As gravações da Polícia Federal autorizadas pela Justiça dão conta de diálogos entre Roney Nogueira dos Santos e o fiscal do Ministério da Agricultura Daniel Gouvêa Teixeira, denunciante do esquema, sobre a existência de fiscais da pasta que deixavam funcionários das empresas ocuparem suas mesas no órgão público, utilizando senhas de acesso para a emissão de documentos.

Em um áudio interceptado, o denunciante diz ao empresário que uma funcionária ficou sozinha, em uma sala do Ministério, manipulando os documentos - a senha foi fornecida por um servidor:

DANIEL TEIXEIRA: Não, não. Ela ficou numa sala lá sozinha fazendo. Entendeu?

RONEY: Am tá.

DANIEL TEIXEIRA: Por que, ele foi atender outra empresa, "não, você vai fazendo aí". Abriu o sistema e deixou ela trabalhando no sistema. Aí foi o que eu falei: não, não é assim. Nem acompanhando pode. Entendeu? O problema todo é o seguinte, ela tá acostumada a vir aqui, né, senta ali, faz as coisas no sistema logada como ele. Ele dá a senha dele pra ela trabalhar. Isso é que é foda. Até o nosso sistema. E aí aprova tudo, sai com tudo aqui aprovado. Isso é uma vergonha, isso. E aí ontem, como tinha mais gente: "não, não, vai fazer ali na outra sala", aí tirou o estagiário do computador e botou ela pra sentar e

trabalhar no computador do estagiário.

RONEY: Entendi.

DANIEL TEIXEIRA: Aí logou lá o sistema pra ela.

RONEY: É, daí é complicado né.

DANIEL TEIXEIRA: Pô, se imagina. Nem pode.

(…)

DANIEL TEIXEIRA: Não, não precisa, não precisa se desculpar, não precisa de nada disso. Ela fez, por que tá acostumada a fazer, por que dão liberdade dela fazer isso. Só que não pode. Entendeu? Aí chegou no cúmulo do ridículo de até logarem o sistema pra ela e deixar ela sozinha trabalhando numa sala. Por muito menos, nego já foi demitido em Brasília, lembra que o cara tinha um assessor lá dentro do DIPOA, dentro da sala do diretor do DIPOA, a JBS? Tinha. Então. Então assim, pra evitar esse tipo de coisa e envolver ela e piorar ainda mais a situação.

RONEY: É, tá certo.

DANIEL TEIXEIRA: Por que daqui a pouco nego abre um processo aqui e vai chamar ela aqui pra perguntar, ela vai falar, não, eu sempre fiz assim, faço assim, faço assado, não sei o que, tá, tá, tá e essa merda cai na mídia, vai foder mais ainda pra quem faz isso. Entendeu?"

O gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Brasil Foods (BRF S/A) Roney Nogueira dos Santos foi preso preventivamente na Operação Carne Fraca.

COM A PALAVRA, A BRF S/A:

"COMUNICADO À IMPRENSA

Em virtude do noticiário acerca da chamada Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, a BRF vem a público esclarecer alguns fatos importantes:

1 - INTERDIÇÃO DA FÁBRICA DE MINEIROS (GO)

A fábrica da BRF de Mineiros é uma planta construída em 2006 que produz carne de frango e de peru e responde por menos de 5% da produção total da BRF. Seus produtos são destinados a exportações e mercado interno. A planta está habilitada para exportar para os mais exigentes mercados do mundo, como Canadá, União Europeia, Rússia e Japão. Isso significa que segue as diferentes normas estipuladas por esses países.

A fábrica possui três certificações internacionais que estão entre as mais importantes do mundo: BRC (Global Standard for Food Safety), IFS (International Food Standard) e ALO Free (Agricultural Labeling Ordinance). A última auditoria pela qual a fábrica passou foi realizada pelo MAPA e aconteceu entre os dias 25 e 28 de fevereiro de 2017, tendo sido considerada apta a manter suas operações em todos os critérios.

Apesar de o juiz da operação ter considerado desnecessário o fechamento da unidade, ela foi interditada, de forma preventiva e temporária, pelo Ministério da Agricultura. A medida deve durar até que a BRF possa prestar as informações que atestem a segurança e a qualidade dos produtos produzidos, o que deve acontecer em breve, uma vez que a companhia tem confiança em seus processos e padrões, que estão entre os mais rigorosos do mundo.

2 - PRESENÇA DE SALMONELLA NOS PRODUTOS

Sobre esse tema é preciso esclarecer alguns fatos muito importantes para o melhor entendimento da questão. Existem cerca de 2.600 tipos de Salmonella, bactéria comum em produtos alimentícios de origem animal ou vegetal. Todos os tipos são facilmente eliminados com o cozimento adequado dos alimentos.

Em relação ao caso da Itália divulgado na mídia, é importante esclarecer que a BRF não incorreu em nenhuma irregularidade.

O contexto verdadeiro é o seguinte: em 2011, a União Europeia definiu um novo regulamento (CE 1086/2011) para controle de Salmonella em carne de aves produzidas localmente ou importadas. Segundo este regulamento, produtos in natura não podem conter dois tipos de Salmonella: SE e ST (Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium).

O tipo de Salmonella encontrado em alguns lotes desses quatro contêineres é o Salmonella Saint Paul, que é tolerado pela legislação europeia para carnes in natura e, portanto, não justificaria a proibição de entrada na Itália.

Diante desse fato, a BRF discutiu duas iniciativas:

O encaminhamento da mercadoria a outro porto, o de Roterdã, na Holanda.

Este porto holandês segue à risca o regulamento europeu. O produto obviamente passaria por todos os testes exigidos, com os mesmos padrões técnicos.

A antecipação da discussão do problema junto ao MAPA, em Brasília.

O acordo entre Brasil e União Europeia para importação de produtos alimentícios determina que não-conformidades gerem um "rapid alert" (alerta rápido) para todos os países da comunidade, para o produtor e para as autoridades sanitárias do país de origem. Portanto, a intenção da BRF foi, antes mesmo da emissão do "rapid alert", antecipar a comunicação ao MAPA e iniciar sua defesa com argumentos técnicos e científicos.

Diante do exposto, a BRF reitera que todas as medidas tomadas pela empresa e seus técnicos estão plenamente de acordo com os mais elevados níveis de governança e compliance e de forma nenhuma ferem qualquer preceito ético ou legal do Brasil e dos países para os quais a BRF exporta seus produtos.

3 - USO DE PAPELÃO

Não há papelão algum nos produtos da BRF. Houve um grande mal entendido na interpretação do áudio capturado pela Polícia Federal. O funcionário estava se referindo às embalagens do produto e não ao seu conteúdo. Quando ele diz "dentro do CMS", está se referindo à área onde o CMS é armazenado. Isso fica ainda mais claro quando ele diz que vai ver se consegue "colocar EM papelão", ou seja, embalar o produto EM papelão, pois esse produto é normalmente embalado em plástico. Na frase seguinte, ele deixa claro que, caso não obtenha a aprovação para a mudança de embalagem, terá de condenar o produto, ou seja, descartá-lo.

4 - ACUSAÇÕES DE CORRUPÇÃO

A BRF não compactua com práticas ilícitas e refuta categoricamente qualquer insinuação em contrário. Ao ser informada da operação da PF, a companhia tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração dos fatos. Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as medidas cabíveis e com o rigor necessário. A BRF não tolera qualquer desvio de seu manual da transparência e da legislação brasileira e dos países em que atua.

5 - PRISÃO DE RONEY NOGUEIRA DOS SANTOS

O sr. Roney apresentou-se voluntariamente às autoridades brasileiras na manhã deste sábado, vindo da África do Sul, onde estava a trabalho, para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades. A BRF está acompanhando as investigações e dará todo o suporte às autoridades.

6 - NOTÍCIAS SOBRE "CARNE PODRE"

A BRF nunca comercializou carne podre e nem nunca foi acusada disso. As menções a produtos fora de especificação, no âmbito da operação Carne Fraca, dizem respeito a outras empresas, como pode ser comprovado no material divulgado pela Polícia Federal. A BRF lamenta que parte da imprensa tenha inserido o seu nome de maneira equivocada em reportagens que tratam desse assunto, confundindo os consumidores e a sociedade.

CONCLUSÃO

Em virtude do exposto acima, a BRF vem a público manifestar seu apoio à fiscalização do setor e ao direito de informação da sociedade com base em fatos, sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme desnecessário na população.

São Paulo, 18 de março de 2017 às 17h50

Sobre a BRF

A BRF é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com mais de 30 marcas em seu portfólio, entre elas, Sadia, Perdigão, Qualy, Paty, Dánica, Bocatti e Vienissima. Seus produtos são comercializados em mais de 150 países, nos cinco continentes. Mais de 105 mil funcionários trabalham na companhia, que mantém 54 fábricas em sete países (Argentina, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Malásia, Reino Unido e Tailândia)."

O presidente Michel Temer iniciou há pouco a primeira de três reuniões marcadas para este domingo para discutir a crise aberta pela Operação Carne Fraca. Temer se reúne inicialmente com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

Em seguida, às 15, o presidente recebe os representantes do setor de produção de proteína animal, como os presidentes da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antonio Camardelli, da ABPA (Associação Brasileira da Proteína Animal), Francisco Turra, além do presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), João Martins. O Palácio do Planalto ainda não confirmou a lista completa dos participantes.

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Às 17h, o presidente encontra embaixadores de países consumidores da carne brasileira. O governo está preocupado com a repercussão negativa da operação e o impacto que ela poderá ter na exportação de produtos nacionais. A intenção é anunciar novas medidas que levem maior segurança à população brasileira e também ao consumidor do mercado externo em função da Operação Carne Fraca.

Vários países estão exigindo explicações do Brasil por conta das denúncias, entre eles, Estados Unidos e China, grandes compradores do Brasil, além da União Europeia.

Ontem, o ministro Blairo Maggi determinou que três funcionários da Consultoria Jurídica do ministério viajassem para Curitiba (PR), onde estavam centralizadas as investigações da PF, a fim de obter laudos periciais dos produtos relacionados na operação. Técnicos da área de Inspeção Sanitária trabalharam neste sábado, 18, para obter detalhes do processo, que tem 350 páginas.

Da França aos Estados Unidos, passando pelo Brasil, a indústria da carne reagiu duramente após a publicação, nesta segunda-feira (26), de um estudo internacional que acusa a carne vermelha e os embutidos de aumentar o risco de câncer.

A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), subordinada à Organização Mundial da Saúde (OMS), colocou o consumo excessivo de carnes processadas, como embutidos ou frios, no Grupo 1 de risco de levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente o colorretal.

A pesquisa, que reuniu 800 estudos, aponta que o consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - inclusive bovina, suína e ovina - é "provavelmente cancerígeno".

Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de carne vermelha, os profissionais do setor estavam de armas em punho há semanas, propondo análises antes mesmo da publicação do estudo da IARC.

O instituto americano da carne (NAMI) criticou o relatório da OMS por considerar que constitui um "desafio ao senso comum". Os autores do informe, acusa a NAMI, "trituraram os dados para chegar a um resultado específico".

Industriais americanos e francesas recordam que a carne é apenas um dos mais de 940 produtos, dos mais diversos, classificados como provavelmente cancerígenas pela agência especializada da OMS.

"Se nós nos agarrássemos à lista (...)do IARC, ficaria claro que o simples fato de viver na Terra seria um risco de câncer", rebateu a Associação da Indústria de Carne Americana.

A NAMI enfatiza que "a ciência tem mostrado que o câncer é uma doença complexa que não é causada apenas por alguns alimentos".

Um argumento reproduzido praticamente de forma idêntica pelos industriais europeus. "É inadequado atribuir um único fator a um risco aumentado de câncer. É um assunto muito complexo que pode depender de uma combinação de muitos outros fatores, como idade, genética, dieta, ambiente e estilo de vida", explica em comunicado o Centro de Ligação para a Indústria de Processamento de Carne na União Europeia.

"Problema está nos aditivos"

Outro argumento repetida em uníssono: o valor nutricional da carne.

No Brasil, segundo maior produtor de carne bovina, os exportadores enfatizam "os benefícios nutricionais para a saúde humana trazidos pelo consumo de carne vermelha e de outras proteínas" animais.

Mesmo que "o consumo excessivo de carne não deva ser promovido", é possível "ter prazer e obter um equilíbrio nutricional" nas refeições combinando carne e legumes, afirma Xavier Beulin, presidente da FNSEA, maior sindicato agrícola francês.

"A carne em si não apresenta nenhuma dificuldade. O problema vem dos produtos à base de carne nos quais são acrescentados aditivos como nitratos e nitritos", que podem tornar-se cancerígenos com o cozimento, afirma o Instituto Nacional da Carne do Uruguai, que alerta também para a falta de fibras de efeito protetor na dieta moderna.

Na França, primeiro produtor europeu de carne bovina, as federações de produtores de embutidos insistem sobre o problema da quantidade.

Segundo o estudo, o risco de câncer colorretal pode aumentar em 17% para cada porção de 100 gramas de carne consumida por dia, e em 18% para cada porção de 50 gramas de embutidos.

Mas o consumo médio de carne na França é de 52,5 gramas/dia/habitante, e de 35 gramas para os embutidos.

"Os pecuaristas (franceses, ndlr) devem se perguntar se tudo isso é sério, já que eles conhecem as maiores dificuldades", apesar da produção de "raças de altíssimo valor agregado", lamentou Beulin.

Os países industrializados viram o consumo de carne diminuir nos últimos anos - efeito da crise econômica, mas também das críticas sobre o impacto que a dieta carnívora tem sobre a saúde e o meio ambiente.

Em revanche, o consumo mundial aumentou claramente graças aos países emergentes: Brasil e China na liderança.

O consumo aumentou em 15% entre 2008 e 2014 na China, enquanto recuou nas mesmas proporções na União Europeia, segundo a agência governamental francesa FranceAgriMer.

Carnes vermelhas, carnes brancas, carnes pretas? Ao colocar o porco e a vitela na definição de carnes vermelhas acusadas de serem cancerígenas, uma agência da organização mundial de saúde (OMS) causou confusão entre os amantes da carne branca.

O público em geral e os livros de culinárias distinguem geralmente as carnes vermelhas (bovina, cordeiro, carne de carneiro e cavalo) e as carnes brancas (porco, vitela, coelho e frango). Na França, o dicionário Petit Robert fala até mesmo em "carne preta" para as aves de caça.

Mas os cientistas, assim como as agências de saúde, incluem na categoria de carne vermelha todas as carnes, com exceção do frango.

Por "carnes vermelhas", o informe diz que se deve entender "todos os tipos de carnes provenientes dos tecidos musculares" de mamíferos, incluindo a carne bovina, suína, ovina, equina e caprina, explica a Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), subordinada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por carne transformada ou processada entende-se "a carne transformada por sal, maturação, fermentação ou outros procedimentos destinados a realçar seu sabor ou melhorar sua conservação", ainda segundo a definição da IARC.

Como exemplo das carnes processadas, o informe citou os hot-dogs ou salsichas de Frankfurt, presunto, chouriços, corned-beef, carne seca, bem como carnes em conserva e os preparados e molhos à base de carnes.

A maioria das carnes processadas é de porco ou de vaca, mas estas podem derivar de outras carnes vermelhas, ou de aves, vísceras ou subprodutos da carne, como o sangue, esclareceu a IARC.

Ao contrário do público em geral, profissionais da área não pensam em termos de "carne vermelha" ou "carne branca", mas classificam os produtos de acordo com o tipo de animal: carne bovina, suína, ovina, equina e frango.

Existem subcategorias, em particular para a carne, dependendo da idade do animal, do tipo de peça e da qualidade da carne.

As exportações brasileiras de proteína animal devem voltar a bater recordes neste ano. Em 2014, as vendas externas de carne bovina, suína e de frango já alcançaram níveis históricos, com crescimento em volume ou receita, resultado da demanda aquecida. Para este ano a perspectiva de abertura de novos mercados em meio a um cenário de redução da oferta de animais em países concorrentes favorece o escoamento da produção do País. A projeção de um real mais desvalorizado frente ao dólar também reforça a expectativa positiva de associações e empresas do setor em relação ao desempenho do mercado internacional. A tendência é de que as exportações aquecidas compensem uma possível desaceleração do consumo doméstico, mantendo os preços em patamares elevados.

Com a diminuição do rebanho dos Estados Unidos e da Austrália e a crescente demanda dos países emergentes, o segmento de bovinos deverá apresentar o melhor desempenho entre as carnes. "A oferta de bois no mundo está restrita, mas o Brasil não está sofrendo com isso. Por outro lado, a demanda internacional vem crescendo, o que puxa os preços internacionais do gado", explicou Leonardo Alves, analista da Votorantim Corretora. A estimativa da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) é de que a receita com as exportações da proteína bovina alcancem US$ 8 bilhões ao final deste ano, valor que representa um aumento de 9,8% em relação à receita de US$ 7,2 bilhões estimada pela entidade para 2014.

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Em volume, a projeção também é de obter novo recorde. De acordo com a Abiec, os embarques ao longo de 2015 podem totalizar 1,7 milhão de toneladas, volume 7,6% superior ao esperado no ano passado. Os dados da associação levam em conta as exportações de carne in natura, miúdos e processados. Considerados apenas os números referentes à carne in natura, os dados informados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostraram que a receita em 2014 atingiu o maior nível já registrado ao somar US$ 5,736 bilhões. O volume da proteína in natura embarcado no ano passado totalizou 1,227 milhão de toneladas, ficando muito próximo do recorde de 1,286 milhão registrado em 2007.

Além da China, que oficializou a reabertura de seu mercado à carne bovina in natura brasileira em novembro passado, o setor espera que em 2015 Japão e Estados Unidos também retirem seus embargos ao produto. "A principal vantagem do mercado norte-americano é o trânsito no Nafta. México e Canadá também são importantes mercados consumidores de carne", destacou o presidente da Abiec, Antônio Jorge Carmadelli. O potencial de exportações do Brasil para os EUA é de 64 mil toneladas de carne bovina, principalmente de proteína in natura. Segundo ele, as projeções da Abiec ainda não incluem um possível acesso aos Estados Unidos, ou seja, o volume de exportações do Brasil em 2015 pode ser ainda maior do que o previsto inicialmente. Hoje, o País exporta aproximadamente apenas 20% da sua produção de bovinos.

Com os preços internacionais da carne bovina elevados, a expectativa é de que os preços da proteína e da arroba do boi gordo também permaneçam altos no mercado brasileiro. "Em 2015, com uma redução da oferta e exportações aquecidas, os preços da carne para o consumidor serão altos e, para o produtor, os preços da arroba também continuarão lucrativos", estimou o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. De acordo com Alves, os preços elevados da proteína bovina tendem a puxar também as cotações das carnes concorrentes, como a de frango e a suína.

Aves e suínos

Ainda que a projeção para as exportações de aves e suínos seja de um desempenho mais modesto frente ao segmento de bovinos, a expectativa é de um forte ganho de margem para a produção desses animais. Os criadores e as indústrias devem se beneficiar da redução das cotações dos grãos, que compõem grande parte dos seus custos. Para a BRF, maior exportadora do segmento no País, os gastos com milho e soja representam de 20% a 25% do custo total das vendas das carnes in natura.

De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o volume das exportações de carne de frango deve crescer entre 3% a 4% frente ao resultado de 2014, quando pouco mais de 3,6 milhões de toneladas foram embarcadas. Já a previsão para o segmento de suínos é de uma manutenção do desempenho observado no ano passado: volume inferior, mas com ganho de receita devido ao aumento do preço internacional da carne suína. O valor mais alto da proteína é resultado direto da queda da oferta mundial de animais.

Apesar do cenário positivo, a recente queda dos preços do petróleo levanta a preocupação de que Rússia, Venezuela e países do Oriente Médio, todos importantes mercados consumidores das carnes brasileiras, reduzam as suas importações. No entanto, o foco do setor parece ser mesmo o mercado chinês. "A China e a abertura de novos mercados serão mesmo o principal vetor de crescimento", disse Francisco Turra, presidente executivo da ABPA. Segundo ele, o governo chinês deve habilitar no início deste ano oito novas plantas brasileiras, sete produtoras de aves e uma de suínos.

Entre o dia 8 e a última segunda-feira (15), o Procon Pernambuco pesquisou os preços dos produtos que compõe a ceia de natal. O levantamento foi feito em 15 estabelecimentos na Região Metropolitana do Recife. O resultado encontrado é de assustar consumidores. Os produtos estão até 56,59% mais caros e a diferença de preços entre as lojas é de até 289,36%, o que deve deixar o pernambucano atento quando for montar sua refeição natalina.

Foram pesquisados os principais itens que compõem a ceia de natal, tais como queijos, vinhos, espumantes, panetones, carnes, aves, biscoitos, frutas secas, entre outros. O quilo do bacalhau saithe, por exemplo, custava R$ 15,25 em 2013 e agora custa R$ 23,88.

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Confira a relação dos produtos com maiores diferenças:

Veja a lista completa, inclusive com os nomes dos estabelecimentos pesquisados aqui

No caso de dúvidas ou reclamações, o consumidor pode entrar em contato com o Procon-PE através do telefone 3181-7000 ou pelo 0800-28-21-512. A sede do órgão funciona na Rua Floriano Peixoto, 141, Bairro de São José. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 08h às 12h.

O Dia Mundial do Combate ao Colesterol é comemorado nesta sexta-feira (8). A data foi instituída com o objetivo de intensificar as ações em prol da prevenção e tornar público os riscos reais que o excesso de gordura corporal pode causar à saúde.

Conforme levantamento da Federação Mundial do Coração (FMC) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCVs) são responsáveis por cerca de 17,3 milhões de óbitos por ano, dos quais 300 mil acontecem somente no Brasil. Mas esse índice pode ser reduzido através de mudanças simples.

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“Deve-se evitar o consumo de carnes gordas, pele de frango, embutidos (salsicha, mortadela, presunto), manteiga, creme de leite, frituras, leites integrais, queijos amarelos, pois são fontes de gorduras saturadas, que vão influenciar no aumento do LDL (colesterol ruim)”, conta a nutricionista Tamyris Farias, da academia Santé Club. 

Ainda conforme a nutricionista, é recomendando retirar as gorduras e peles das carnes antes do preparo, e optar por preparações grelhadas, cozidas ou ao forno; além de leites desnatados, queijos brancos; e incluir diariamente fibras como farelo de aveia, ajuda a reduzir os níveis de colesterol ruim. 

“Farinha de chia e linhaça dourada diminuem o LDL e aumentam o HDL (colesterol bom). Incluir fontes de ômega 3, como salmão, atum e sardinha; bem como chocolate amargo (70-85% cacau, cerca de 10g diariamente), também auxiliam na dieta, pois o cacau tem um bom papel no aumento do HDL”, completa.

Praticar atividades físicas regulares também é uma das opções para evitar os riscos do infarto, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial. “Atividades aeróbicas de baixa e moderada intensidade, como caminhadas, corridas e pedaladas leves, são ideais para a redução dos níveis de LDL no sangue”, conta o personal trainer Ivan Xavier.

Mas os exercícios devem ser realizados respeitando-se um limite de até 60% dos batimentos cardíacos do indivíduo. “Por exemplo, se o coração de alguém bate a 170 BPM, essas atividades devem movimentá-lo até 102 BPM”, concluiu.

Com informações da assessoria

A Villa Foria Pizzaria e Restaurante traz novidades em seu cardápio. A chef Glória Colares inclui agora no menu carnes, peixes e risotos. As combinações inéditas começam com as entradas.

Trouxinhas recheadas, feitas com massa de pastel recheada e acompanhadas de mel de engenho, fazem parte das novidades. Entre as opções de recheio, parmesão, queijo do reino, provolone, gorgonzola e carne de sol com queijo coalho. A brusqueta de parma, com pão artesanal, molho pomodoro, queijo, presunto de parma e lascas de parmesão, e o prosciutto recheado com presunto de parma, catupiry e geleia de damasco são outros destaques dos antepastos.

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Para o menu principal, a chef investiu em massas artesanais, como gnocci de ricota, massa de batata e ricota servida com creme de espinafre e fettuccine da casa, feito com bacon, camarão e molho de gorgonzola. De peixes, inéditos no cardápio da Villa Foria, salmão grelhado ao molho de laranja e mel, acompanhado com risoto de nozes e ervas e o filé de pescada amarela na crosta de castanha, com legumes na manteiga.

Os pratos de carnes são outras novidades do menu do restaurante. Entre eles, filé ao molho de gorgonzola com risoto de goiaba, filé ao molho roti, que acompanha risoto de alho poró e filé ao molho de ervas com fettuccine ao alho poró. As pizzas continuam no cardápio, mas há inovações, somando mais de 25 sabores, entre doces e salgadas. Na lista, salmão maçaricado com cream cheese, peperoni com gorgonzola, frango com pimenta biquinho e presunto de parma com chutney de manga e gengibre e delícia de abacaxi, que vem com doce de leite e leite condensado.

Nas sobremesas, além do bolo de rolo com sorvete de requeijão e calda de goiabada, entram o tiramisu, abacaxi flambado e panna cotta de iogurte com frutas vermelhas, que é nata cozida com calda de frutas vermelhas. O clássico petit gateau e o bolo de chocolate acompanhado com sorvete vanilla, da Dilleto, continuam na lista. O restaurante traz ainda saladas com novos ingredientes, todas acompanhadas de cascalhos de pizza. Entre elas, salada de frango, com mix de folhas, palmito, cubos de queijo coalho e molho caesar, salada de camarão, que vem com mix de folhas, rúcula, manga, abacaxi, tomate cereja, camarão grelhado e molho de mostarda e mel; e a salada de salmão, elaborada com mix de folhas, caponata de berinjela, filé de salmão e molho oriental.

Serviço

Villa Foria Pizzaria (Rua das Graças, 239 - Graças)

Terça, quarta e domingo l 18h às 23h; Quinta, sexta e sábado l 18h à 0h

(81) 3204 7154

Em menos de 24h, mais um setor de açougue dentro de um supermercado do Recife foi interditado. Na manhã desta quinta-feira (5), o local que armazena carnes e outros frios do Extrabom, no bairro do Parnamirim, Zona Norte da capital pernambucana, precisou ser fechado, por não funcionar com a permissão da Adagro. No entanto, a inspeção da Vigilância Sanitária não encontrou produtos impróprios para consumo no local, diferente da situação encontrada ontem (4), no Hiper Bompreço.  

O estabelecimento comercial foi notificado e continuará sendo acompanhado por técnicos do órgão. O supermercado está passando por uma reforma na parte interna. Segundo a assistente de Vigilância Sanitária, do Distrito Sanitário 3, Leila Vânia, o supermercado vem cumprindo as exigências para o funcionamento adequado da loja, e, por isso, não foi interditado. “Como eles assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta, no Ministério Público, as irregularidades foram notificadas e o estabelecimento continuará sendo monitorado”, explicou Leila. “Quando há interdição com lacre, é gerado um auto de infração, seguido de multa”, completou.

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A assistente ainda disse como o setor deve funcionar, após a reforma. "

Eles têm que retirar os alimentos do local e deslocar para outra área, enquanto estão em obras. Quando finalizar, o ambiente deve ser limpo para que os produtos voltem a ser colocados lá. Deve ser feita a mesma coisa com qualquer outro setor”, finalizou Leila.

Com informações da assessoria 

A processadora de carnes norte-americana Tyson Foods fez uma oferta de US$ 6,8 bilhões (US$ 50 por ação) para adquirir a companhia de alimentos Hillshire Brands. A oferta prevê um prêmio de 35% e supera a proposta feita pela Pilgrims's Pride, empresa norte-americana controlada pela brasileira JBS, na última terça-feira, 27, de US$ 5,5 bilhões (US$ 45 por ação, prêmio de 25%), ou US$ 6,1 bilhão, considerando dívidas.

Segundo a Tyson Foods, o interesse é exclusivamente na Hillshire e não tem relação com o anúncio da aquisição da Pinnacle Foods. No início de maio, a Hillshire divulgou a compra da Pinacle Foods por US$ 4,3 bilhões, que seriam pagos em dinheiro e ações, em um negócio que seria concluído até setembro. Mas após as ofertas de compra feitas pela Pilgrim's e pela Tyson, aumentaram as incertezas em relação à compra da Pinnacle pela Hillshire. Fonte: Dow Jones Newswire.

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A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, revelou retração do percentual de famílias brasileiras com dívidas em março, pelo segundo mês consecutivo.

O índice caiu de 62,7%, em fevereiro, para 61%, em março. De acordo com a CNC, é o menor patamar desde janeiro de 2013. Houve queda em relação a março do ano passado, quando a taxa ficou em 61,2%. Foram ouvidos 18 mil consumidores em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal.

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A economista da CNC, Marianne Hanson, observou, entretanto, que apesar da queda no número de famílias endividadas, subiu o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso (de 19,7%, em fevereiro, para 20,8%, em março) e também daquelas que afiançam não ter condições de pagar suas dívidas, de 5,9% para 7,1%, na comparação mensal.

Marianne disse à Agência Brasil que o início do ano é um período importante para o aumento da inadimplência registrado em março. “Outros indicadores apontam que a  inadimplência de curto prazo, geralmente, sobe no início do ano, por causa dos gastos extras que ocorrem no período, além de reajustes de preços e tarifas”.

Lembrou que, este ano, outro fator que reforçou a tendência foi o aumento do custo do crédito. “A gente observou na nossa pesquisa que, devido ao aumento do custo do crédito, as famílias se disseram mais comprometidas com dívidas”. A parcela média da renda comprometida com dívidas subiu de 29,7%, em março de 2013, para 30,9%, em março deste ano. Segundo a economista, 22% das famílias disseram ter mais da metade de sua renda comprometida com dívidas no mês pesquisado.

Ela salientou que na medida em que aumenta o comprometimento da renda com as dívidas, aumenta o risco de inadimplência. “E o aumento do custo do crédito é o principal fator por trás disso”. Lembrou que a renda vem crescendo a um ritmo mais moderado, o que contribui para que as famílias não acompanhem o crescimento do peso das prestações no orçamento e não possam enfrentar a expansão do custo do crédito.

Em relação ao endividamento, a CNC apontou que devido à maior cautela com relação às dívidas, as famílias acabam preferindo quitar dívidas antigas do que renovar os financiamentos. As condições menos favoráveis dificultam também que uma parcela maior das famílias com contas em atraso possa quitá-las.

Em relação ao nível de endividamento em comparação ao total de famílias, a pesquisa mostra que o percentual das muito endividadas caiu de 12,1%, em fevereiro, para 11%, em março deste ano. Foi observada pequena diminuição de famílias mais ou menos endividadas e pouco endividadas. O percentual reduziu-se de 24,3% para 24%, e de 26,3% para 26%, respectivamente.

Marianne Hanson confirmou que a maior dificuldade em pagar as dívidas se concentra nas famílias de menor poder aquisitivo. Para o grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual subiu de 7,2%, em fevereiro, para 8,6% em março de 2014. Na comparação com março do ano passado, a alta foi 1,6 ponto percentual.

“A gente observou,  inclusive, que a queda anual no percentual de famílias com dívidas se deu somente na faixa de renda acima de dez salários mínimos. Essas famílias conseguiram quitar suas dívidas”. Enquanto o percentual de famílias endividadas com renda acima de dez mínimos passou de 57,1%, em março de 2013, para 49,6%, em março deste ano, para as famílias que ganham até dez salários, o percentual subiu, no mesmo comparativo anual, de 61,9% para 63,5%. “As famílias na faixa [de renda] menor continuam mais endividadas do que no ano passado, porque estão com dificuldade de quitar as dívidas, devido ao aumento do custo do crédito”.

O cartão de crédito foi apontado por 74,2% das famílias endividadas como um dos principais tipos de dívida. Seguem-se carnês, para 17,5% dos entrevistados, e financiamento de carro, para 14%.

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