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Pouco antes de falecer, na madrugada deste sábado (14) em seu sítio em Teresópolis, na região serrana do Rio, o ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno trabalhava num livro sobre os bastidores da campanha presidencial de 2018. Bebianno foi coordenador da campanha que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, mas deixou o governo ainda em fevereiro de 2019, após desavenças com o núcleo duro do Planalto, incluindo os filhos do presidente.

A revelação de que Bebianno trabalhava no livro foi feita na tarde deste sábado pelo empresário e presidente estadual do PSDB do Rio, Paulo Marinho, que está em Teresópolis para o velório e enterro do ex-secretário-geral. Marinho, cuja mansão no Jardim Botânico, zona sul da capital fluminense, serviu de quartel-general para a campanha eleitoral de Bolsonaro, era amigo de Bebianno e acabou indicado como suplente do senador Flávio Bolsonaro na campanha de 2018.

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Marinho articulava o lançamento do nome de Bebianno como pré-candidato a prefeito do Rio nas eleições deste ano, com apoio do governador de São Paulo, João Dória. O lançamento da candidatura estava marcado para o próximo dia 4.

Segundo Marinho, Bebianno teve uma reunião com representantes da editora Top Books, na sede de outra editora, a Ediouro, no Centro do Rio, na manhã de sexta-feira, 13. Em seguida, Marinho e Bebianno almoçaram, ao lado do ex-deputado estadual do Rio Carlos Osório (PSDB), num restaurante no Leblon, zona sul do Rio. Marinho contou que seu último contato com Bebianno foi por volta de 18h de sexta, quando o pré-candidato a prefeito do Rio disse que viajaria a Teresópolis, a pouco mais de uma hora de carro da capital fluminense, para descansar durante o fim de semana.

"Tenho uma tese: o Gustavo morreu de tristeza", afirmou Marinho, numa referência à saída de Bebianno do governo Bolsonaro. O presidente estadual do PSDB lembrou que Bebianno tinha saúde de "atleta", praticava jiu-jítsu, mas vinha se alimentando mal.

Somada à tristeza, Marinho citou o "estresse" da campanha eleitoral, do período de transição de governo e dos primeiros meses de governo. Além disso, como não era uma pessoa da "política", Bebianno era "puro", disse, "sem ambições", o que causava mais estresse ao se relacionar no mundo da política, palco habitual de traições e disputas.

Além do livro sobre os bastidores da campanha eleitoral de 2018, que já teria até título ("Uma eleição improvável", disse Marinho), há uma semana, no sábado, 7, Bebianno havia gravado imagens para um documentário sobre as eleições vencidas por Bolsonaro. Com direção do cineasta Bruno Barreto, o documentário ainda está na fase de coleta de depoimentos. Segundo o presidente estadual do PSDB, a gravação do sábado passado tinha como foco sua casa no Jardim Botânico - o depoimento de Bebianno foi gravado na sala de TV onde Bolsonaro gostava de cochilar, contou André Marinho, filho de Paulo Marinho. Bebianno ainda teria muitas imagens de bastidores da campanha eleitoral, que poderiam ser cedidas ao documentário.

Embora tenha dito que Bebianno se sentia ameaçado, tinha porte de armas e andava frequentemente com uma pistola Glock, Marinho descartou suspeitas sobre as causas da morte, um enfarte fulminante, como o presidente estadual do PSDB já havia afirmado ao jornal O Estado de S. Paulo na manhã deste sábado, 14.

Conforme Marinho, o enfarte foi confirmado na autópsia. No relato do empresário, Bebianno acordou por volta das 3h com dores em um dos braços e no peito. Foi socorrido pelo filho, que estava com ele no sítio. A esposa e a filha ficaram no Rio. O filho levou Bebianno ao banheiro, onde o ex-secretário-geral caiu e bateu com o rosto no chão.

Segundo Marinho, Bebianno ficou 30 minutos desacordado no banheiro, até que foi levado ao Hospital Central de Teresópolis pelo filho, com a ajuda do caseiro do sítio. No hospital, as manobras médicas não foram suficientes para evitar a morte. Um amigo da família, que acompanhava familiares no Instituto Médico Legal (IML) em Teresópolis, confirmou o relato de Marinho.

O enterro em Teresópolis seria um desejo de Bebianno, que considerava o sítio na cidade serrana um de seus locais preferidos. O sepultamento está marcado para as 17h deste sábado, no Cemitério Municipal Carlinda Berlim.

Ex-colega de partido e amiga próxima do ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno, que morreu hoje aos 56 anos, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que o ex-ministro foi "muito magoado".

"Eu vi esse homem de quase dois metros chorar como criança por tudo o que fizeram contra ele. Eu vi ele ter o coração dilacerado por ser tão injustiçado por quem amava verdadeiramente", disse a parlamentar se referindo ao processo que levou à demissão de Bebianno do governo de Jair Bolsonaro no começo do ano passado.

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Bebianno, que atuou como coordenador da campanha de Bolsonaro, morreu na madrugada deste sábado, 14, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Segundo o presidente estadual do PSDB, Paulo Marinho, Bebianno estava em um sítio com seu filho quando se sentiu mal, por volta das 4h. Marinho ainda disse que teria sido um 'infarto fulminante'.

Ao Broadcast, Joice afirmou que Bebianno sempre foi um homem leal, amigo, decente. "Foi injustiçado, maltratado, ofendido, depois de dedicar a vida ao presidente. Muitos, influenciados por mentiras, o atacaram. E eu e todos os que viviam próximos a ele sabíamos que ele provaria nos próximos meses que sempre disse a verdade", contou a deputada.

"Espero que a família tome todas as medidas, peça todos os exames, para ter certeza do que realmente aconteceu. Oro para que Deus o receba de braços abertos. Minha solidariedade à família", disse a deputada, líder da bancada do PSL na Câmara.

O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), também lamentou a morte de Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência, aos 56 anos na madrugada deste sábado (14), em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Bebianno foi também dirigente do PSL quando o presidente Jair Bolsonaro ingressou no partido.

"Uma pena, muito jovem. Bebianno nos deixa hoje, mas teve tempo para colaborar com sua parcela de cidadão e patriota", afirmou Bivar.

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Bivar também divulgou uma nota sobre a morte do ex-ministro. "Chega de sentimentos conspiratórios entre homens e mulheres de bem. É nessas figuras de bem que encontraremos o repouso de quem nos energiza pelo calor da paz, da confiança e da gratidão", afirma na nota.

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, responsabilizou o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) pelo atentado sofrido pelo pai durante a corrida presidencial de 2018. No episódio, Jair Bolsonaro foi esfaqueado em um comício no município de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

"A única viagem que o Carlos fez conosco foi essa de Juiz de Fora e ainda deu azar [...] atrapalhou o esquema de segurança, o que resultou no não uso do colete e naquela tragédia da facada", declarou na noite dessa segunda-feira (3), em participação no programa Roda Viva.

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No período das eleitoral, ele era o presidente do antigo partido de Jair Bolsonaro, o Partido Social Liberal (PSL). Bebianno se referiu a Carlos como 'louco de pedra' e entende que ele não se comportou com a devida responsabilidade. "Ele foi dentro do carro com um drone. Parecia uma criança", disparou.

Para o primeiro ministro que caiu no governo Bolsonaro, as consequências do ataque poderiam ter sido minimizadas. "Nem eu, nem o capitão Cordeiro e nem o Max, do BOPE, pudemos ir no carro. O resultado? Ele [Jair Bolsonaro] desembarcou sem o colete. O colete não teria evitado 100% o ferimento, mas teria limitado a penetração da faca", complementou.

Ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro e ex-líder do PSL, o advogado Gustavo Bebianno afirmou neste domingo, 1º, que a democracia no Brasil se encontra em risco por causa da postura do presidente da República. "O momento político que atravessamos hoje é grave, gravíssimo, nossa democracia está em risco", disse Bebianno em evento no Rio que marcou sua filiação ao PSDB e contou com a presença do governador de São Paulo, João Doria. "Tudo que o presidente quer é um pretexto para a adoção de medidas autoritárias."

Segundo a análise de Bebianno, o País vive um ambiente de "instabilidade política e econômica" provocado pelo "grau de loucura e irresponsabilidade capitaneado pelo próprio presidente". O ex-aliado político de Bolsonaro criticou o autoritarismo do governo, sobretudo pelas recentes menções ao AI-5 feitas pelo ministro da economia, Paulo Guedes, e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro.

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Para Bebianno, a fala de Paulo Guedes sobre o AI-5 foi desastrada e pode ter sido fruto de um erro. "A outra hipótese é que tenha sido um ato falho dele, de tanto ouvir essa conversa no Palácio do Planalto", disse. "Vejo os fanfarrões de boate querendo brigar, mas eles não têm ideia das consequências de uma briga, sangue, morte. O Brasil não precisa disso. Temos que defender nossa democracia."

Bebianno disse que a decisão do presidente de excluir o jornal Folha de S.Paulo de licitação do Palácio do Planalto abre caminho para um pedido de impeachment. "Essa atitude demonstra que ele faz tudo aquilo que acusa seus oponentes de fazer, é um absurdo", afirmou. "Ele está afrontando um princípio básico da Constituição que é a liberdade de imprensa e a própria democracia. Abre um flanco enorme para responder a um processo de impeachment."

Antes, em discurso, Bebianno já tinha tomado a defesa do que chamou de "imprensa tradicional". Segundo ele, a imprensa pode cometer erros, como todo mundo, mas ela é crucial para a democracia. Bebianno não poupou críticas a Bolsonaro e a seus filhos Eduardo e Carlos, que chamou de "debiloides". "O governo é uma fábrica de problemas", disse Bebianno. "O presidente não tem nenhum interesse pelo social, pela cultura, pela saúde, por nada daquilo que é importante para o País; ele pensa única e exclusivamente em sua reeleição."

Para Bebianno, a postura de Jair Bolsonaro após a eleição o surpreendeu. "Foi uma surpresa que ele permitisse que os dois filhos debiloides dele, pode botar aí, debiloides, assumissem um protagonismo tamanho na República brasileira", afirmou, se referindo a Eduardo e Carlos. "São duas pessoas que não têm a menor expressão, nem intelectual nem política; dois seres inexpressivos, abaixo da crítica, que estão comandando as diretrizes do país de forma oficiosa."

Bebianno só poupou, parcialmente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). "Não digo que ele é preparado porque nenhum dos três é", ressalvou. "Mas é o único da família que tenta ponderar, arrefecer os ânimos; testemunhei várias vezes suas tentativas de baixar o tom do pai, enquanto os outros dois, o nenê 02 e o nenê 03, ficavam insuflando o pai a fazer bobagem."

O governador João Doria disse, em discurso, que Bebianno agora "está no caminho certo", mas que seu passado "não foi um erro, mas sim um aprendizado".

"Bebianno traz força e experiência para contribuir com o projeto do novo PSDB", disse Doria. "O PSDB está no centro democrático, pode receber quem tem pensamentos mais à esquerda ou mais à direita, só não adota extremismos."

Bebianno foi o primeiro ministro a perder o cargo no governo Bolsonaro. Ele deixou a Secretaria-Geral da Presidência após desentendimentos com a família do presidente. Carlos Bolsonaro chamou Bebianno de "mentiroso" após o então ministro conceder entrevista dizendo que não estava isolado no Planalto em razão de denúncias de participação em esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar recursos do Fundo Eleitoral, em 2018. Bebianno presidia a sigla durante as eleições.

Na tentativa de minimizar a crise, o ministro afirmou que falara três vezes com Bolsonaro, que estava internado no Hospital Albert Einstein, recuperando-se de uma cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal. Carlos Bolsonaro desmentiu a declaração pelo Twitter, divulgando áudios do presidente, que endossou a atitude do filho horas depois. A briga culminou na demissão de Bebianno.

A caminho do Palácio dos Bandeirantes, onde se encontraria com o governador João Doria, pouco antes da filiação do deputado Alexandre Frota ao PSDB, Gustavo Bebianno adianta seus planos para o futuro: quer participar da eleição de 2020, talvez como candidato a prefeito do Rio, filiado ao próprio PSDB ou ao DEM. "Recebi alguns convites e, na hora certa, vai ser decidido", disse ele ao jornal O Estado de S. Paulo na última sexta-feira. Demitido da Secretaria-Geral da Presidência, Bebianno afirmou que sua saída do governo e a expulsão de Frota do PSL mostram um "viés autoritário" do presidente Jair Bolsonaro, cujo destino seria terminar o governo isolado. "Ele próprio atira nos seus soldados. E pelas costas."

Como o sr. avalia a expulsão de Alexandre Frota pelo PSL?

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O partido tem de ser composto por vozes que destoam entre si. Ele tem de ter um núcleo, um alinhamento, mas é muito saudável que haja divergências internas. Então, este tipo de atitude revela um viés muito autoritário que infelizmente vem sendo demonstrado pelo presidente desde a sua eleição. É muito preocupante o presidente determinar ao seu partido uma ordem sumária para que um de seus membros seja expulso. O presidente revela uma absoluta falta de lealdade com seus próprios soldados. Algumas pessoas dizem que o Jair tem deixado seus soldados para trás. Acho que é muito pior. Acho que ele próprio atira nos seus soldados. E pelas costas.

O sr. acha que os expurgos param por aí ou continuam?

Não vão parar por aí. Isso começou comigo, no início do governo, e continuou. Tem casos emblemáticos como o do general Santos Cruz (ex-ministro da Secretaria de Governo), muito fiel ao presidente e, mais do que isso, um amigo dele de mais de 40 anos de convivência. Se ele fez isso com um amigo de 40 anos, se fez isso comigo... Não é só a demissão, mas a forma como se faz. Sempre de maneira desrespeitosa, jocosa, provocativa, tentando denegrir a imagem do outro. Pode escrever aí, o presidente vai se tornar um homem solitário com o passar do tempo porque os que ficam são os fracos e esses são os primeiros a pular fora na hora da turbulência.

Por que o presidente dá mais crédito por sua eleição ao filho Carlos do que ao partido?

Já ao longo da pré-campanha, o presidente verbalizava para várias pessoas que não teria chegado até aqui se ‘não fosse por esse cara’. E batia no meu ombro. O Carlos nunca moveu uma palha, a não ser escrever baboseira nas redes sociais. Carlos sempre atrapalhou. Nestas manifestações recentes, eu não posso crer que o presidente esteja sofrendo de amnésia. Ele está embalando um capricho do filho.

A indicação do filho Eduardo para a embaixada em Washington seguiria a mesma lógica?

Se o Eduardo não tivesse o papai como presidente da República, ele teria a mínima chance de ser indicado para alguma embaixada no planeta Terra? Óbvio que não. É um rapaz que tem uma formação acadêmica muito frágil, é inexperiente, muito imaturo e mimado. É um capricho dele perante o pai, e o pai está atendendo.

Bolsonaro foi eleito com uma agenda de combate à corrupção, segurança pública e liberalismo econômico, além das questões morais. No governo, ele está sendo coerente com esta agenda?

No que se refere ao liberalismo econômico, ele de verdade, lá no fundo, não é um liberal. Nunca foi. Foi se convencendo aos poucos, ao longo da pré-campanha. Houve muitos desgastes entre ele e Paulo Guedes (atual ministro da Economia) durante a pré-campanha. No entanto, ele tem permitido que Guedes vá tocando essa agenda na área econômica. Até porque ele sabe que não pode prescindir da presença do Paulo Guedes. Se o Paulo Guedes sair, acaba o governo.

E as agendas da segurança e combate à corrupção?

Jair não está agindo corretamente com o ministro (Sérgio) Moro (Justiça). Ele revela uma falta de consideração muito grande com o sacrifício que as pessoas fazem pelo bem do Brasil. Precisamos lembrar que o ministro Moro abandonou sua carreira como magistrado para abraçar um projeto que hoje vem sendo frustrado pouco a pouco por medidas que partem do próprio Palácio. Essa paralisação das investigações por conta de uma decisão do ministro (Dias) Toffoli (presidente do STF) a pedido do Flávio Bolsonaro.

Qual será o papel de Bolsonaro nas eleições do ano que vem?

Acredito que vai mergulhar de cabeça, porque será muito importante para solidificar bases nos municípios. Sem isso, ele corre risco de não ser reeleito. O fenômeno de 2018 não vai se repetir.

O sr. definiu seu futuro político?

Acho que posso ajudar minha cidade que está um caos. O Rio precisa hoje de menos ideologia e de melhor gestão, mais eficiência. Como gestor, acho que posso ajudar de alguma maneira, não necessariamente como prefeito. Recebi alguns convites e, na hora certa, vai ser decidido.

O PSDB é uma opção?

O PSDB é uma opção, o DEM é outra opção, estamos conversando.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De volta a Brasília, onde prepara sua mudança para o Rio de Janeiro, o ex-ministro da Secretaria da Presidência Gustavo Bebianno disse nesta quarta-feira (13) que o presidente Jair Bolsonaro "está sob forte pressão emocional desde a facada que recebeu". "Sofreu muito durante toda a campanha e, agora, enfrenta toda a pressão inerente ao cargo."

Evitando holofotes desde sua saída do governo, Bebianno falou ao jornal O Estado de S. Paulo que ainda mantém "carinho e lealdade" pelo presidente, com quem conviveu nos últimos dois anos. "Minha amizade e respeito por ele continuam os mesmos. Ele tem o meu carinho e lealdade." O ex-ministro considerou ainda como "grande equívoco" o episódio que levou a sua queda em 19 de fevereiro. "Tudo o que aconteceu no meu episódio foi um grande equívoco. Mas o tempo é o senhor da razão", disse.

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Bebianno deixou o governo após perder uma queda de braço com o vereador fluminense Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, que culminou no vazamento de áudios enviados pelo WhatsApp. O ex-ministro também se viu envolvido em acusações de supostas irregularidades nas campanhas eleitorais do PSL, partido que presidiu em 2018. Em seu lugar no ministério, assumiu o então secretário executivo, general Floriano Peixoto.

Na conversa com o jornal, Bebianno não quis comentar seus planos futuros. Aliados dele dizem que o retorno ao Rio pode não ser definitivo.

Advogado, Bebianno foi sondado por escritórios de advocacias em Brasília. Porém, para voltar a advogar, terá de esperar vencer o período de quarentena aplicado pela Comissão de Ética Pública da Presidência. Por ter tido acesso a informações privilegiadas, ele tem que ficar seis meses longe da iniciativa privada, recebendo salário de ministro de Estado.

Antes de participar da campanha de Bolsonaro, Bebianno trabalhou em um dos maiores escritórios de advocacia do País, com sede no Rio de Janeiro.

Outros ministros endossam o discurso de que Bolsonaro vive pressão emocional após o atentado. De forma reservada, um interlocutor do presidente diz que a interferência familiar tem influenciado também nas redes sociais de Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nem chegou aos 100 dias de gestão e o governo Bolsonaro já dá abertura a muitos questionamentos. Entre os maiores deles, a seguinte: a crise envolvendo o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, pode afetar o seu mandato? Entre muito vai e vem e confusões, há quem diga que o governo do militar da reserva está de mal a pior se for levado em conta a sua principal bandeira de campanha: novas práticas políticas longe de qualquer tipo de corrupção.

De acordo com a cientista política Priscila Lapa, toda essa polêmica pode, sim, “manchar” de certa forma a imagem do presidente da República. “Quando vem um escândalo mostrar que o partido de Bolsonaro está envolvido ou que, pelo menos, há a suspeita de que algumas atitudes tomadas pelo partido com as suas principais lideranças com um cargo de ministro e que foi um grande articulador  da campanha eleitoral, não era qualquer ator político, era uma ator relevante, influente, ele começa a ver suspeita sobre a conduta dele”, observou.

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Em seguida, explica Lapa, a crise leva a um embate entre as versões dos fatos. “Começa a criar uma mancha nessa imagem que o partido tinha ou que ao menos o presidente tinha de protagonizar um novo projeto político para o Brasil, isso ganha opinião pública porque não se trata de qualquer ator, qualquer partido”.

Ainda que fosse outro partido aliado, a cientista disse que se o mesmo estivesse envolvido em suspeita de desvio de recursos públicos para patrocinar candidaturas laranja, estaria em crise também.

Outro ponto que ficou evidente no processo é a crise do discurso. “Há uma certa fragilidade da figura presidencial no momento em que o presidente faz uma afirmação e no outro dia, por meio dos veículos, é divulgado uma informação que desmente o que o presidente foi dito isso levanta, no mínimo, aquela história da pulga atrás da orelha como se diz na linguagem popular”, ponderou.

“Mesmo os eleitores que mantiveram a sua confiança no presidente, mas no mínimo por mais que os fatos narrados nos áudios não revelem um ato ilícito, mas ele por si só fragilizam a ideia de um presidente altivo, de um presidente braço forte para comandar uma mudança no País como foi criado a expectativa durante o processo eleitoral”, completou a estudiosa.

Lapa ainda destaca outro fator que tem se revelado nesse início do governo: a tamanha influencia dos filhos nas decisões políticas do governo. “Se neste momento não configura em si um problema, concretamente algo que isoladamente poderia estar ocorrendo ali, mas mostra que pode ter uma influência na agenda do governo, nas decisões tomadas, que podem de alguma maneira pode gerar outros conflitos, outras fontes de confronto e prejudicar a condução de algumas políticas e de algumas ações”, disse.

A cientista política cita como exemplo a polêmica envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro (PSL). “Na política, nenhum gesto é neutro. Isso, obviamente, pode gerar no mínimo suspeitas na formação dessa coalizão de apoio ao governo. Pode fragilizar obviamente a imagem”, mencionou.

Por último, a especialista ressalta o “tamanho da força” que se dá nos bastidores entre Bolsonaro com o clã militar dentro do governo. “O Bebianno fala, claramente, que ele não era aceito, que havia suspeitas em relação a figura dele, mostrando talvez algo que ainda não esteja totalmente escancarado para a sociedade, mas que a presença dos militares. Ela é muito mais incisiva do que se imagina num primeiro momento”, salientou Priscila Lapa.

“No geral, é preciso observar o desenrolar desses fatos para saber o quanto de fato é possível ainda desvincular o clã dos escândalos. Do quanto eles sabiam do quanto participaram porque é, no mínimo, suspeito achar que o candidato a presidente não tinha conhecimento sobre a forma de que os recursos eram distribuídos. Ele pode não ter tomado as decisões, pode não ser o ator dos atos, mas no mínimo há de se investigar se havia o conhecimento sobre isso”, finalizou.

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Vencedor na queda-de-braço com o ex-presidente interino do PSL Gustavo Bebianno, que foi apeado da secretaria-geral da Presidência, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, virou alvo de piadas nas redes sociais.

A revelação da revisa Época de que parlamentares próximos a Bebianno no PSL se referem a Carlos como "Tonho da Lua" - alusão ao personagem abobalhado interpretada pelo ator Marcos Frota da novela global "Mulheres de Areia" - virou trend topic no Twitter, nesta sexta-feira (22).

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Entre as imagens e "memes" postados na rede social, estão desde uma montagem com Bolsonaro na figura da personagem Ruth, interpretada por Glória Pires e chamada de 'Rutinha' por Tonho da Lua, até uma fotografia que traria os filhos de Bolsonaro, ainda crianças, ao lado do ator Marcos Frota em uma praia à época da novela.

Em outro "meme", Carlos aparece com o rosto do personagem sendo entrevistado na bancada do "Jornal Nacional". Questionado sobre suas propostas, o candidato responde com a expressão que marcou o personagem Tonho da Lua: "Ooâo oaOaa... Oaaôa aaô... A Rutinha".

Segundo a reportagem de Época, o apelido de Carlos Bolsonaro se justificaria, segundo alguns integrantes do PSL aliados de Gustavo Bebianno, "pela incapacidade de Carlos de manter um diálogo linear e por seus rompantes de raiva".

Ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno é um dos nomes que mais deu o que falar até o momento durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O afastamento de Bebianno aconteceu apenas 45 dias depois da cerimônia de posse de Bolsonaro, causando um grande burburinho no meio político nacional e deixando a população com muitas questões.

O ex-secretário não saiu do cargo, na última segunda-feira (18), com uma boa imagem perante o público e nem de forma amistosa com seus, até então, aliados. "Mentiroso" e "traidor" foram alguns dos adjetivos utilizados para caracterizar Bebianno pelo vereador e filho do presidente, Carlos Bolsonaro (PSL).

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Já fora da “tropa” de Jair Bolsonaro, Bebianno compareceu a uma reunião com o presidente que rendeu ainda mais trocas de farpas entre os dois. No encontro, que também contava com Onyx Lorenzoni e Hamilton Mourão, Bebianno e afirmou que Bolsonaro estava usando o filho para desgastá-lo.

A revista IstoÉ, desta sexta-feira (22), traz uma reportagem onde diz ter tido acesso a dois interlocutores a quem Gustavo Bebianno fez confidências sobre o atual governo. A essas duas pessoas, segundo a revista, o ex-secretário garantiu que armazenou quatro “bombas” que são capazes de gerar sérios problemas a Bolsonaro e ao PSL.

O primeiro ponto mencionado pela IstoÉ foi que a esposa de Bebianno, a advogada Renata Bebianno, foi responsável pela prestação das contas, enviadas à Justiça Eleitoral, da campanha de Bolsonaro. "Ela e Bebianno guardam em sua casa, no Rio de Janeiro, dentro de enormes caixas, todos os documentos. Têm em seu poder, cópias de todos os recibos, cheques, transferências bancárias", diz a publicação. Ainda é acrescentado que eles guardaram cada recibo, que podem ser usados a qualquer tempo caso achem conveniente.

Em seguida, a outra 'bomba' é que o ex-secretário manteria em sua residência uma lista com os nomes de todos os candidatos do PSL para os quais destinou os R$ 9,2 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. "Além do presidente Jair Bolsonaro, o partido lançou 1.543 candidaturas a deputados estaduais, federais, senadores e governadores em todo o País", foi dito. Um dos amigos próximos de Bebianno afirmou que ele foi o responsável por costurar os acordos regionais que deram sustentação à candidatura de Bolsonaro e de expoentes da legenda. Foi assegurado que Bebianno conhece todos os segredos da campanha.

Os interlocutores elencaram como terceiro ponto o fato de que o ex-ministro conhece os bastidores do processo que garantiu a candidatura de Bolsonaro à Presidência. Bebianno foi quem contratou o advogado Antônio Pitombo para defender o presidente no episódio envolvendo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em que ele foi denunciado por “incitação ao estupro”. O caso em questão foi parar no Supremo Tribunal Federal, "porque os dois eram deputados e possuíam foro privilegiado, onde Bolsonaro respondeu a uma ação penal. Se fosse condenado, Bolsonaro teria se tornado inelegível, assim como aconteceu com Lula". Os dois advogados conseguiram que a Justiça Eleitoral não considerasse Bolsonaro ficha suja, como queriam os adversários. Gustavo Bebianno ainda é advogado de Bolsonaro em todos os cinco processos (inclusive os criminais) que o presidente responde na Justiça.

Por fim, a última 'bomba' divulgada pela IstoÉ afirma que o processo não contou só com a eficiência de Bebianno e Antônio Pitombo para evitar que o candidato do PSL ficasse fora da disputa. "O papel da advogada Renata Bebianno, que já havia atuado no escritório de advocacia do jurista Sérgio Bermudes, no Rio, um dos maiores do País, foi fundamental. Aqui surge outro personagem. É que nesse escritório também trabalha como sócia a advogada Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima Mendes, mulher do ministro do STF, Gilmar Mendes", finalizou a publicação. 

Agora, os bastidores da política vivem à mercê de “bomba chiando”, como Bebianno gostou de se referir. Incentivadores a polêmica apoiam que o ex-secretário conte o que sabe e leve problemas a Bolsonaro. Já o presidente acredita que Bebianno é um “X9” e que serviu como um “infiltrado” no governo para levar informações para  a imprensa.

Os próximos acontecimentos envolvendo o relacionamento desgastado entre Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno serão diferenciais importantes para os rumos que o atual governo deve tomar.

Um diálogo entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) mostra que Onyx teria sido encarregado de procurar o ex-ministro Gustavo Bebianno, demitido na segunda-feira (18), para apaziguar as relações entre o governo e o ex-coordenador da campanha presidencial do PSL. A conversa teria sido ouvida através de um telefonema do chefe da Casa Civil a um repórter do jornal O Globo, segundo a publicação, de forma aparentemente acidental.

Na conversa, Bolsonaro demonstra preocupação com o pagamento por processos judiciais em que Bebianno representa o presidente como advogado. "Se ele (Bebianno) me cobrar individualmente o mínimo, eu to f... Tem que vender uma casa minha para poder pagar", diz o presidente.

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Onyx contou ao presidente que conversaria com Bebianno sobre as ações. Além disso, disse a Bolsonaro que havia ficado sabendo, através de um intermediário, que o ex-ministro havia negado a possibilidade de novos ataques ao governo. Bebianno teria prometido que não diria "mais nenhuma palavra" sobre seus desentendimentos com o Planalto e a família do presidente, segundo Onyx.

O diálogo entre Bolsonaro e Onyx ocorre um dia após a divulgação de áudios que contestam acusações do presidente e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, de que Bebianno teria mentido. Bebianno também criticou Carlos em uma entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (19).

O filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou nesta quarta-feira (20), que a crise gerada em torno do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Gustavo Bebianno é "página virada" - e negou possíveis mudanças no partido após as polêmicas.

Flávio afirmou que o deputado Luciano Bivar (PE) seguirá na presidência da legenda, apesar dos rumores de que a família Bolsonaro queria afastá-lo diante das suspeitas de uso de candidaturas "laranjas" na eleição do ano passado em Pernambuco e Minas Gerais.

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"Só porque uma pessoa é acusada, não significa que é culpada", declarou. O próprio Flávio é investigado no caso Queiroz, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em relação a Bebianno, disse que preferia não comentar e que a imprensa "poderia ajudar" ao não tocar mais no assunto, porque disse que é uma questão que "machuca todo mundo", citando o pai e Bebianno.

Bivar também evitou o assunto Bebianno e negou que esteja avaliando deixar o partido. "Não penso em deixar o partido", disse Bivar a jornalistas. Estamos vivendo em um estado de direito onde as instituições partidárias estão funcionando perfeitamente e eu acho que o partido está muito bem, está muito unido", garantiu. Bivar não quis falar sobre a demissão de Bebianno.

Reforma da Previdência

Flávio Bolsonaro e Bivar falaram sobre a reforma da Previdência. O texto foi entregue por Jair Bolsonaro nesta quarta-feira ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O senador disse que "o Congresso está consciente de que ou o País aprova a reforma ou o País quebra".

Bivar disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma pequena explanação sobre o projeto. "Estamos todos imbuídos de atender o Brasil nas reformas necessárias", disse.

Sobre a derrota na votação desta terça-feira, 19, da Câmara, com a derrubada de decreto editado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, Flávio Bolsonaro minimizou e afirmou que "não tem recado" dos deputados ao governo e que a forma de política de Bolsonaro é "diferente", com base no convencimento e não no "toma-lá-dá-cá."

O ex-ministro Gustavo Bebianno afirmou em entrevista à Jovem Pan que o presidente Jair Bolsonaro falha em relação ao comportamento "agressivo" do filho, o vereador Carlos Bolsonaro. Segundo Bebianno, Carlos tem um "nível de agressividade acima do normal" e teria "inflado a cabeça do pai" contra ele. "Fui demitido pelo Carlos", disse.

"Como todo ser humano, ele (Jair Bolsonaro) é falível. E existe uma falha no que diz respeito ao comportamento do Carlos. Na minha opinião o presidente tinha que dar um basta nisso. Se fosse meu filho estaria preocupado, porque ele coleciona inimigos", disse.

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Um desentendimento público entre Bebianno e o filho do presidente culminou na demissão do ministro ontem. Carlos chamou Bebianno de mentiroso após o ex-ministro ter falado que conversou com o presidente e ter negado uma crise interna. Ele é suspeito de estar envolvido em suposto esquema de laranjas do PSL em Pernambuco.

"O presidente passou por um pós-operatório difícil. Só o fato de estar trancado no hospital, não é agradável. Várias informações chegaram a ele de forma truncada, acredito que Carlos tenha inflado a cabeça do pai", afirmou, completando que a indisposição entre os dois começou ainda durante a transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, que recebeu o governo durante período de transição).

Bebianno adotou um tom ameno em relação ao chefe do Executivo e afirmou que "Jair Bolsonaro continua sendo o meu presidente, tem o meu afeto, o meu amor". A amenização teria sido combinada na demissão. Ontem, o presidente também adotou um tom elogioso para anunciar, em um vídeo publicado nas redes sociais, a demissão de Bebianno.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o ex-ministro Gustavo Bebianno, não foi mencionado na reunião do Conselho de Governo desta terça-feira (19) e que ele é coisa do passado. "É history (é história, em tradução literal)", respondeu Mourão sobre Bebianno.

O Conselho é formado pelo presidente Jair Bolsonaro, Mourão e os ministros. Hoje, no encontro semanal, participou o novo ministro da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, que substituirá Bebianno. Questionado sobre o que Peixoto falou na reunião, Mourão respondeu, em tom de brincadeira, que ele disse "bom dia".

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O governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira a exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O documento de hoje também formaliza o nome do general Floriano Peixoto como o novo titular do ministério. Peixoto, que era secretário executivo da pasta, torna-se o oitavo ministro militar de Jair Bolsonaro.

O ex-ministro da Secretaria Geral, Gustavo Bebianno, avisou que iria comprovar que não mentiu com relação a ter dito que tinha conversado com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) "durante três vezes" um dia antes da crise envolvendo o seu nome ganhar as redes sociais. Na ocasião, um dos filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, chegou a dizer que era “mentira absoluta” que Bebianno tivesse falado com o pai.

Nesta terça-feira (19), um dia após ele ser exonerado, a revista Veja divulgou uma sequência de mensagens escritas e ao menos treze gravações de áudios entre Bebianno e Jair Bolsonaro.

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Em uma delas, Bolsonaro questiona uma das agendas do então ministro com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo. “Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras?”, questionou o presidente.

Em outro, Bolsonaro diz a Bebianno que não está “incitando a saída” dele do governo. “Você conhece muito bem a imprensa, melhor do que eu. Agora: você não falou comigo nenhuma vez no dia de ontem. Ele [Carlos Bolsonaro] esteve comigo 24 horas por dia. Então não está mentindo, nada, nem está perseguindo ninguém”, o que abriu uma conversa sobre o que significa falar com alguém.

Com os ânimos mais acirrados, Bebianno afirma que só prega a paz o tempo inteiro. “Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim. Falamos pelo WhatsApp. O que é que tem demais? Não falamos nada demais. A relevância disso… Tanto assunto grave para a gente tratar. Tantos problemas. Eu tento proteger o senhor o tempo inteiro. Por esse tipo de ataque? Por que esse ódio? O que é que eu fiz de errado, meu Deus?”, rebate o então auxiliar.

Bebianno também chega a dizer, em um dos últimos áudios revelados, que o militar “estava envenenado”. “Depois a gente conversa pessoalmente, capitão, tá? Eu tô vendo que o senhor está bem envenenado. Mas tudo bem, a minha consciência está tranquila, o meu papel foi limpo, continua sendo”, disparou.

O ex-ministro ainda se defende das acusações de que teria financiado candidaturas laranjas enquanto presidiu o PSL. “Se o Bivar escolheu candidata laranja, é um problema dele, político. E é um problema legal dela explicar o que ela fez com o dinheiro. Da minha parte, eu só repassei o dinheiro que me foi solicitado por escrito. Eu tenho tudo registrado por escrito. Então é ótimo que a Polícia Federal esteja, é ótimo que investigue, é ótimo que apure, é ótimo que puna os responsáveis. Eu não tenho nada a ver com isso”, defendeu-se.

Após um longo e acalorado debate, a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado aprovou nesta terça-feira (19), por seis votos favoráveis e cinco contrários, um requerimento convidando o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, exonerado nessa segunda (18), a dar explicações sobre o caso das supostas candidaturas laranjas em 2018. Inicialmente a ideia era pedir a convocação de Bebianno, mas depois da saída do governo, ele não pode mais ser obrigado a falar no Senado. 

A data da audiência com Bebianno será definida caso ele aceite o convite. 

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“A melhor forma do senhor Bebianno se redimir pelos seus malfeitos é comparecer ao Senado e abrir o jogo, sem permitir que sua exoneração sirva pra varrer a sujeira para debaixo do tapete”, defendeu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que protocolou o requerimento. 

Bebianno, presidente do PSL na época da campanha eleitoral, é suspeito de irregularidades no repasse de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para candidatas do partido. Ele nega participação nas irregularidades.

Questionamento

O líder do PSL, partido de Bebiano, Major Olímpio (SP), questionou a competência da comissão para interrogar o ex-ministro, tendo em vista que à época que ocorreram os fatos que estão sendo apurados, Bebianno não era ministro de governo. Para tentar impedir o convite, Olímpio fez um apelo aos senadores insistindo que o caso está sendo apurado tanto pela Justiça Eleitoral como pela Justiça Federal.

“Como membro do PSL de São Paulo, tenho todo interesse que seja esclarecida qualquer eventual prática de crime. O que estamos dileberando é a competência desta comissão em relação à atos do Executivo”, explicou.

Também sem sucesso, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) chegou a pedir a postergação da deliberação do requerimento, sob o argumento de esperar o andamento da apuração da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. O emedebista acusou senadores de oposição de tentar desviar o foco da Casa da discussão de reformas, como a da Previdência que será enviada amanhã ao Congresso.

“A agenda é a reforma da Previdência e parece que estamos querendo amplificar uma crise para impedir a discussão de reformas. O ministro Sergio Moro vem hoje a essa casa [entregar a proposta de Lei Anticrime], essas são matérias que a sociedade quer o nosso envolvimento, o nosso debate. Eu não vejo onde a presença de um ex- ministro vai contribuir com essa pauta”, criticou Bezerra.

O líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), minimizou as consequências da demissão de Gustavo Bebianno, agora ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para a articulação do governo com o Legislativo.

"Institucionalmente, a Secretaria-Geral não tem a atribuição de articulação política. Mas não vai ser modificada a relação com o Congresso. O governo vai dar uma reajustada e vai prosseguir. Não vai afetar a articulação", garantiu.

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Bebianno era tido por diversos parlamentares como um dos principais elos de comunicação do Congresso Nacional com o Palácio do Planalto e era, até agora, o único interlocutor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) com a cúpula do governo.

Ele foi exonerado nesta segunda-feira (18) após ter se envolvido em uma polêmica com um dos filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). O ex-ministro foi substituído pelo general da reserva Floriano Peixoto.

Para Vitor Hugo, o imbróglio da saída de Bebianno não terá impacto no convencimento da base aliada sobre a necessidade de se aprovar a reforma da Previdência. "Já existe uma consciência grande sobre a importância da reforma. Já há maturidade no País de que ela é importante", disse.

Às vésperas de enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso, o presidente Jair Bolsonaro tentou nesta segunda-feira, 18, encerrar a grave crise que há quase uma semana abala o governo e anunciou a demissão do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. A queda de um de seus principais auxiliares, no entanto, está longe de representar o fim da turbulência no momento em que o Palácio do Planalto precisa fortalecer a articulação política no Congressoi.

Em uma tentativa de amenizar o impasse, o presidente gravou um vídeo e combinou de postá-lo nas redes sociais, agradecendo a "dedicação e o comprometimento do senhor Bebianno". Foi uma estratégia acertada na última hora, para evitar que o ex-auxiliar saísse "atirando". A mensagem, porém, não havia sido publicada nas contas de Bolsonaro até a noite de segunda-feira, o que irritou o agora ex-ministro, segundo uma fonte próxima a ele.

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Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o general da reserva Floriano Peixoto substituirá Bebianno, que era até agora o único interlocutor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Planalto. Atual secretário executivo da pasta, Peixoto será agora o oitavo ministro militar na Esplanada.

Na mensagem divulgada para aliados, Bolsonaro usou um tom apaziguador, de trégua, para se referir ao ex-auxiliar, a quem chamou de "senhor Gustavo Bebianno". "Comunico que desde a semana passada diferentes pontos de vista sobre questões relevantes trouxeram a necessidade de uma reavaliação", afirmou o presidente no vídeo, sem especificar as divergências. "Avalio que pode ter havido incompreensões e questões mal entendidas de parte a parte, não sendo adequado prejulgamentos de qualquer natureza", completou ele, ao desejar a Bebianno "sucesso em sua nova jornada".

Antes, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que a exoneração do ministro ocorrera por "razões de foro íntimo."

Ex-coordenador da campanha de Bolsonaro e responsável por levá-lo para o PSL, Bebianno caiu após um ruidoso embate público com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Na semana passada, Carlos chamou o então chefe da Secretaria-Geral de "mentiroso" por ele ter dito que havia conversado três vezes com Bolsonaro. Bebianno tentava com isso negar que estivesse isolado por causa de uma crise, mas foi desmentido por Carlos e pelo próprio presidente.

O clima azedou de vez após Bolsonaro ser informado de que o ministro deixara vazar para interlocutores mensagens de áudio com conversas privadas entre os dois. Antes disso, o nome de Bebianno também havia sido citado em denúncias sobre um esquema de desvio de dinheiro do Fundo Eleitoral do PSL para patrocinar candidaturas laranjas, em 2018.

"Acho que a questão entre o presidente e o ministro Bebianno tem mais problemas do que a questão dos laranjas", disse nesta segunda o vice-presidente Hamilton Mourão. "Agora vamos ver como colocar uma gaze úmida nessa queimadura de terceiro grau (no governo)", emendou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), mostrando preocupação com o impacto da crise sobre o Congresso.

A "fritura" de um dos homens fortes do governo se arrastou por dias. Para evitar que a instabilidade contaminasse votações prioritárias para o governo no Congresso, como a reforma da Previdência, ministros do núcleo político, militares e até Maia tentaram convencer Bolsonaro a manter Bebianno no cargo.

O plano não surtiu efeito e os "bombeiros" políticos fizeram de tudo para construir uma "saída negociada", que não deixasse o ex-ministro na "chuva". Emissários do presidente chegaram a oferecer a Bebianno - que comandou o PSL em 2018 - uma diretoria de Itaipu Binacional e até uma embaixada em Roma ou em Portugal, para que ele saísse do Brasil. Bebianno, porém, não aceitou. "Tudo o que fiz foi por garra, não foi por emprego ou para ganhar dinheiro", disse o ex-ministro ao Estado. "O tempo é o senhor da razão".

O receio de auxiliares de Bolsonaro é de que, mesmo com os agradecimentos feitos pelo presidente, Bebianno seja o que no jargão político se chama de "homem-bomba" e aja para detonar o governo e o filho do presidente. A oposição, por exemplo, vai convidá-lo para prestar depoimento.

"Preciso pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco", afirmou Bebianno a amigos.

Áudio

Na prática, a gota d'água que levou à demissão do ministro - assinada no fim de semana, mas só anunciada nesta segunda - foi a divulgação de um áudio de WhatsApp no qual o presidente dizia a ele que não queria "aproximação" com a TV Globo.

O episódio ocorreu na última terça-feira, quando Bolsonaro, ainda internado no Hospital Albert Einstein, mandou o então ministro suspender audiência que teria com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Carvalho.

"Como você coloca nossos inimigos dentro de casa?", perguntou ele a Bebianno, segundo o site Poder 360. Para Bolsonaro, a divulgação do áudio foi uma "deslealdade". Um interlocutor do presidente confirmou o teor da mensagem ao Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente Hamilton Mourão saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro, criticado por ter demorado muito a decidir pela demissão do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, prorrogando a crise pelo fim de semana. "Ele agiu com a cautela necessária", declarou, ao deixar o Planalto, depois de o porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, ter anunciado a saída de Bebianno do cargo.

Mourão evitou, também, ligar a demissão às pressões dos filhos do presidente, particularmente o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), do Rio, desafeto do ex-ministro desde os tempos de campanha. "Foi uma decisão do presidente e não tem nada a ver com questões familiares", afirmou.

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Em outro momento, mais uma vez, Mourão elogiou a forma como Jair Bolsonaro conduziu o processo, evitou falar do PSL e elogiou a capacidade do presidente de promover o entendimento com os partidos da base aliada. "O PSL não é meu partido. Não posso emitir opinião sobre algo que não tem nada a ver comigo, apesar de ser do governo e o PSL ser o principal partido da base aliada", declarou Mourão.

E acrescentou: "O presidente tem habilidade e capacidade para superar qualquer crise dessa natureza". Questionado se esse problema todo, às vésperas do envio ao Congresso da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, o vice-presidente amenizou as consequências dos embates dos últimos dias. Sobre a diferença de tratamento dado por Bolsonaro a Bebianno e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que também foi acusado de irregularidades no patrocínio de candidatos-laranjas, mas que foi poupado pelo governo, o vice-presidente respondeu: "Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Então, acho que a questão entre o presidente e o ministro Bebianno tem mais, vamos dizer assim, tem mais problemas do que a questão dos laranjas".

Diante da insistência dos repórteres sobre quais seriam esses problemas, Mourão disse não saber e ressaltou que essa "foi uma decisão de foro íntimo" do presidente. Ao ser perguntado se existia algum desgaste anterior entre os dois, emendou: "Não sei, o presidente nunca comentou isso comigo. Então, o que eu julgo é que, como eles se conhecem há algum tempo, talvez já tivessem alguns problemas aí que nunca foram ventilados".

Às vésperas de enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso, o presidente Jair Bolsonaro tentou ontem encerrar a grave crise que há quase uma semana abala o governo e anunciou a demissão do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. A queda de um de seus principais auxiliares, no entanto, está longe de representar o fim da turbulência no momento em que o Palácio do Planalto precisa fortalecer a articulação política no Congresso.

Em uma tentativa de amenizar o impasse, o presidente gravou um vídeo, que postou ontem nas redes sociais, agradecendo a "dedicação e o comprometimento do senhor Bebianno". Foi uma estratégia combinada para evitar que o ex-auxiliar saísse "atirando". Como revelou ao jornal O Estado de S. Paulo, o general da reserva Floriano Peixoto substituirá Bebianno, que era até hoje o único interlocutor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Planalto. Atual secretário executivo da pasta, Peixoto será agora o oitavo ministro militar na Esplanada.

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Na mensagem para as redes sociais, em tom de trégua, Bolsonaro disse ter havido divergências entre ele e o ministro sobre "questões relevantes", mas não especificou quais. "Comunico que desde a semana passada diferentes pontos de vista sobre questões relevantes trouxeram a necessidade de uma reavaliação", afirmou o presidente no vídeo. "Avalio que pode ter havido incompreensões e questões mal entendidas de parte a parte, não sendo adequado prejulgamentos de qualquer natureza", completou, desejando ao ex-auxiliar "sucesso em sua nova jornada". Antes, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que a exoneração de Bebianno ocorrera por "razões de foro íntimo."

Ex-coordenador da campanha de Bolsonaro e responsável por levá-lo para o PSL, Bebianno caiu após um ruidoso embate público com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Na semana passada, Carlos chamou o então ministro de "mentiroso" por ele dizer que havia conversado três vezes com seu pai sobre a crise.

O clima azedou de vez após Bolsonaro ser informado de que o ministro deixara vazar para interlocutores mensagens de áudio com conversas privadas entre os dois. Antes disso, o nome de Bebianno foi citado em denúncias sobre um esquema de desvio de dinheiro do Fundo Partidário do PSL para patrocinar candidaturas laranjas, em 2018.

A agonia de um dos ex-homens fortes do governo se arrastou por dias. Para evitar que a crise contaminasse votações consideradas prioritárias para o governo no Congresso, como a reforma da Previdência, ministros do núcleo político, militares e até Maia tentaram convencer Bolsonaro a manter Bebianno no cargo.

O plano não surtiu efeito e, então, os "bombeiros" políticos fizeram de tudo para construir uma "saída negociada", que não deixasse o ex-ministro na "chuva".

Emissários do presidente chegaram a oferecer a Bebianno uma diretoria de Itaipu Binacional e até uma embaixada em Roma ou em Portugal, para que ele saísse do Brasil. Bebianno, porém, não aceitou. "Trabalhei e fiz o que fiz por garra, não foi por emprego ou para ganhar dinheiro", disse o ex-ministro À reportagem. "O tempo é o senhor da razão".

O receio de auxiliares de Bolsonaro é de que, mesmo com os agradecimentos feitos pelo presidente, Bebianno seja o que no jargão político se chama de "homem bomba" e aja para detonar o governo e o filho do presidente. A oposição, por exemplo, vai convidá-lo para prestar depoimento.

"Preciso pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco", afirmou Bebianno a interlocutores no fim de semana.

Áudio

Na prática, a gota d'água que levou à demissão do ministro, na sexta-feira, foi a divulgação de uma gravação na qual o presidente dizia a ele que não queria "aproximação com a TV Globo".

Foi na terça-feira da semana passada, quando Bolsonaro, ainda internado no Hospital Albert Einstein, mandou o então ministro suspender uma audiência que teria com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Carvalho.

Na mensagem, o presidente teria perguntado, segundo o site Poder 360: "Como você coloca nossos inimigos dentro de casa?". Para Bolsonaro, a divulgação do áudio foi uma "deslealdade". Um interlocutor de Bolsonaro confirmou o teor da mensagem de WhatsApp ao jornal O Estado de S. Paulo.

Bebianno passou o dia num hotel onde mora em Brasília, a poucos metros do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Ele afirmou que recebeu ameaças após virar alvo de Carlos Bolsonaro.

A inimizade dos dois protagonistas da crise começou ainda durante a eleição. Carlos credita a Bebianno o fato de ter perdido a chance de trabalhar ao lado do pai no Planalto. O senador Flávio Bolsonaro também tem Bebianno na mira. Ele acusa o ex-ministro de alimentar a crise envolvendo movimentações atípicas em sua conta bancária apontadas pelo Coaf.

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