O atentado contra o jornal Charlie Hebdo chocou o mundo pela barbárie e intolerância. É inacreditável admitir que a liberdade de expressão ainda seja reprimida por meio de ações violentas e assassinatos de grupos extremistas. Afinal, diversos foram os avanços que o Ocidente obteve em prol da livre expressão e da democracia nas últimas décadas.
Paris presenciou um atentado contra a liberdade. Um evento que, tragicamente, se desencadeou no País símbolo do liberalismo revolucionário e corrompeu os ideais de liberté, egalité, fraternité. Até quando a intolerância e o extremismo perdurarão, impedindo a liberdade de expressão?
Os jornalistas mortos faziam sátiras também com católicos, protestantes, esportistas de várias modalidades, políticos de várias tendências e nacionalidades. Ninguém se sentiu no direito de matá-los. Mas alguns muçulmanos radicais acham que possuem tal direito. Guerra santa é coisa da Idade Média.
Não vejo cristãos, budistas e outros fazendo guerra para instalar Estados religiosos. O Estado moderno é laico. O mundo livre e civilizado está em guerra contra bárbaros autoritários. Como quando se lutou contra nazistas, fascistas ou comunistas. Vencer os muçulmanos radicais será bem mais difícil.
E toda ajuda será necessária, especialmente aquela dos muçulmanos mais moderados. Se eles não querem ser jogados na mesma vala desses assassinos que falam em nome de seu Alá, precisam ser ainda mais duros nas críticas aos terroristas. Precisam ter mais coragem ainda para condenar sem contemporização essa barbárie feita em nome de sua religião.
Charlie Hebdo é um pequeno jornal semanal francês que segue uma linha esquerda satírica. A redação do jornal é muito livre, refletindo mais a inteligência dos seus jornalistas do que uma linha editorial precisa. Por isso o jornal sempre apresentou uma grande diversidade de opiniões.
Charlie Hebdo, para conservar uma independência total, tentou sobreviver sem ajuda de participação acionária de industriais ricos e sem subvenção do estado francês. A história de Charlie Hebdo é antiga e tormentada. O jornal trocou de nome várias vezes mas sempre conservou a sátira e o humor como veículo de denúncia.
Os títulos das matérias de Charlie se tornaram mitos na área jornalística. Um exemplo: em novembro de 1970, morre o general De Gaulle, em Colombey, onde morava. Alguns dias antes, um incêndio em uma discoteca no interior da França havia provocado a morte de 146 jovens. O jornal então publicou na capa, em tom sério e sem desenho algum, o seguinte título: Baile trágico em Colombey – um morto. Imediatamente, a circulação do jornal foi proibida pelo ministro do interior.
SEM CHIAR– A presidente Dilma mandou um recado para o PT, segundo revela Ilimar Franco, de Brasília: o partido não deve criar crises na distribuição dos cargos de segundo escalão. Um de seus dirigentes explicou que “o governo está partindo de uma realidade adversa, com a oposição em cima, e não será o PT que vai criar confusão para a presidente Dilma”.
Ansiedade mata – Dos deputados federais petistas que não foram reeleitos em Pernambuco nenhum ainda teve sinalização para cargos no segundo escalão. João Paulo e Fernando Ferro são os mais ansiosos. Pedro Eugênio, pela sua formação técnica, pode até ser abrigado no Ministério de Armando.
Até na Amupe – O PSB quer adotar também o critério da proporcionalidade na eleição da Amupe - Associação Municipalista de Pernambuco. Como é o partido que elegeu o maior número de prefeitos se acha no direito de continuar controlando a entidade, cuja diretoria será renovada em eleição em 10 de fevereiro. A oposição acata?
Conto de fadas– Passados 10 dias da assinatura ordem de serviço de retomada das obras da PE-292, que liga Albuquerquené a Afogados da Ingazeira, uma só máquina apareceu na estrada. Os sertanejos estão desconfiados de que foram vítimas, mais uma vez, de um conto de fadas, desta feita o primeiro do governador Paulo Câmara.
Arroz de festa– De olho no Palácio das Princesas em 2018, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB) está batendo ponto até em festa de boneca. Foi visto na posse do prefeito de Inajá, Leonardo Martins, na presidência da Companhia de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam), sexta-feira passada à noite, em Garanhuns, um dia após ter paparicado vários ministros em Brasília.
CURTAS
PROTESTO– Depois de manifestações em Recife e Goiana, os cegonheiros promovem um ato, hoje, a partir das nove horas, no centro de Caruaru. Querem sensibilizar a direção da Fiat para transportarem os automóveis produzidos no Estado.
COTA– O deputado Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB) provavelmente não irá recuperar o espaço perdido na estrutura do Governo estadual. O que se ouve nas Princesas é que ele já foi contemplado com o seu próprio mandato, já que estava na suplência.
Perguntar não ofende: A oposição vai lançar candidato à Presidência da Amupe?