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As acusações de homofobia contra o professor Ademir Ferraz continuam a repercutir, e, nesta sexta-feira (17), ganhou um novo capítulo. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio da sua Administração Superior, constituiu a Comissão de Sindicância Investigativa, conforme a portaria publicada. O grupo vai investigar e analisar as denúncias feitas contra o docente na ouvidoria da instituição de ensino, e, a depender das análises, Ferraz poderá ser punido.

De acordo com a assessoria de comunicação da UFRPE, a ouvidoria já recebeu cerca de 60 queixas, que foram passadas para a reitoria. Ainda não há uma previsão de quando a investigação será finalizada, porém, a assessoria adiantou que o caso pode chegar ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Até o fechamento desta matéria, a reportagem do Portal LeiaJá tentou entrar em contato com o professor sobre a instalação da Comissão, mas não foi atendida.

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Entenda o caso – Nos últimos dias, Ademir Ferraz postou em sua página no Facebook opiniões consideradas por muitos internautas como homofóbicas. O fato ganhou repercussão também nos meios de comunicação. Nessa quinta-feira (16), o LeiaJá promoveu um debate entre Ferraz, o Diretório Central dos Estudantes e a Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

 

Diante das discussões sobre homofobia que tomaram conta das mídias sociais nos últimos dias, o LeiaJá promoveu, na manhã desta quinta-feira (16), um debate sobre o tema “O que é e o que não é homofobia?”.

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Personagem central das denúncias, o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ademir Ferraz, participou do encontro, e, pela primeira vez na imprensa, discutiu o assunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição de ensino pernambucana, um dos principais grupos que emitiu acusações contra o docente. A coordenadora geral do DCE, Rosane Suellen de Oliveira, representou os estudantes.

Também participou do debate a integrante da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Maria Júlia Leonel. O apresentador Thiago Graf conduziu as discussões. Confira abaixo o debate na íntegra:

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O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ademir Ferraz, declarou, na manhã desta quinta-feira (16), que foi convidado para ser candidato a deputado estadual por três partidos. A declaração foi dada durante o debate promovido pelo LeiaJá sobre homofobia, que também contou com a participação da coordenadora geral do Diretório Central da UFRPE, Rosane Suellen de Oliveira, e a integrante da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Maria Júlia Leonel.

De acordo com Ferraz, após postagens feitas no Facebook que ocasionaram acusações de homofobia contra ele, um grande número de pessoas entrou em contato com ele para repercutir o caso. “Eu tinha cerca de 20 amigos no Facebook. Após toda essa repercussão, agora tenho em torno de 700 pessoas. Só nesta semana, três partidos me chamaram para ser deputado”, disse.

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O docente da UFRPE revelou ser amigo do prefeito da cidade pernambucana de Bom Conselho, Dannilo Cavalcante (PSDB), e que, neste final de semana, se encontrará com o gestor para discutir a possibilidade de ser eleito. “Eu não vejo você ser político sendo honesto. Vou conversar com meu amigo para saber se existe a possibilidade de ser político e ser honesto”, falou Ferraz.

Questionado sobre quais partidos fizeram os convites, o professor disse que não pode revelar os nomes até dá uma resposta sobre a candidatura. Segundo ele, os partidos possuem muitas lideranças no Estado. Apesar dos convites, Ferraz disse que ainda não é filiado a nenhum partido. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informa que “para concorrer a cargo eletivo, o interessado deve estar filiado ao partido por pelo menos um ano antes do dia fixado para as eleições”. O professor ainda informou que dará a resposta sobre a possível candidatura na próxima segunda-feira (20). "Tenho uma enorme chance de ser eleito. Os heteros estão se sentido reprimidos. Há um grande número de pessoas que me apoia", finalizou o docente.

Após a repercussão do caso do professor Ademir Ferraz nos meios de comunicação, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) emitiu nota oficial, isentando a instituição de responsabilidade sobre os atos do docente e condenando "quaisquer formas de preconceitos e discriminações, sejam de gênero, raça, classe, orientação sexual, entre outras".

Na reportagem publicada neste portal, o professor Ademir Ferraz, vinculado ao Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE, é acusado por internautas de praticar homofobia via comentários no Facebook. O docente foi procurado, nessa segunda (13), pelo LeiaJá e informou que ele expôs sua opinião no Facebook após presenciar fatos envolvendo homossexuais. Segundo o docente, sua crítica é contra o “jeito espalhafatoso” de alguns gays. “Estou cansado de gente que age como galinha. O que está acontecendo é que nós não podemos falar mais nada”, disse.

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A universidade, por sua vez, salientou ainda na nota que o professor manifesta "opinião de ordem pessoal" e que "a partir das demandas registradas em suas esferas oficiais de comunicação e participação, irá apurar as ocorrências e tomar as providências cabíveis, garantindo amplo direito de defesa e manifestação a todas as partes".

Leia nota na íntegra: 

NOTA DE ESCLARECIMENTO:

A Administração Superior da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em virtude das demandas realizadas sobre declarações atribuídas ao professor Ademir Ferraz, vinculado ao Departamento de Pesca e Aquicultura, vem por meio desta realizar os seguintes esclarecimentos:

1) A UFRPE e sua Administração condenam veementemente quaisquer formas de preconceitos e discriminações, sejam de gênero, raça, classe, orientação sexual, entre outras;

2) Os comentários atribuídos ao referido docente manifestam opinião de ordem pessoal, em espaço pessoal, não institucional, criado de forma privada, que não possui nenhuma ingerência ou responsabilidade direta da UFRPE;

3) A UFRPE, a partir das demandas registradas em suas esferas oficiais de comunicação e participação, irá apurar as ocorrências e tomar as providências cabíveis, garantindo amplo direito de defesa e manifestação a todas as partes.

A UFRPE está à disposição da sociedade para eventuais esclarecimentos.

O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ademir Ferraz, de 62 anos, postou, recentemente, diversas opiniões em sua página no Facebook que estão gerando polêmica entre alunos e o público em geral. As postagens, como muitos internautas afirmam, têm características homofóbicas.

Em uma das opiniões, postada na última quinta-feira (9), Ferraz se pronunciou da seguinte forma: “Meu filho, minha filha, homo, gay, do armário ou sei lá que tu es; Eu já estou começando a odiar estes fresquinhos tipo galinha choca... Não dá mais para suporta tanta frescura. Você é homo, tudo bem, mas precisa ficar jogando pena pra todo lado? Atrapalhando palestras dos outros, chamando a atenção no transito? Pega teu namorado, vai para a PQP e deixa os Heteros viverem. Daqui a pouco o pessoal do armário, que vive defendendo todo tipo de coca-fanta vai querer que nós, heteros, não saímos de casa. Estamos sendo minoria. Tenho ódio de homo galinha”. Em resposta a esse post, muitos internautas se posicionaram.

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“Gente, essa postagem dele não é nada diante de outras que ele escreve no mural. Professor, jamais. Ele precisa é ser internado”, escreveu uma usuária. Outra internauta descreve a postagem do educador como preconceituosa. “Nossa que postagem preconceituosa. Entendo que cada um tem o direito de se expressar, porém agredir outra pessoa verbalmente em público é uma falta de educação ainda mais advinda de um professor, cujo o lema é educar”, opinou.

O professor, em resposta às críticas, declarou que alguns alunos não entenderam as mensagens. “Percebi na grande maioria dos alunos que criticaram meu post que eles não sabem ler. Ou seja: Temos uma gama muita alta de alunos na UFRPE que olham as letras. Aqueles que perceberam não haver nada demais no post, serão ótimos profissionais. Os demais terminarão seus cursos e já estão rezando para obterem bolsa incompetência, bolsa dominó, e tantas outras”, disse Ferraz, em uma postagem nesse domingo (12).

UFRPE e o professor

Nossa reportagem conversou com a assessoria de comunicação da UFRPE. A instituição declarou que, como o fato não envolve a instituição e não há um processo oficial em relação à universidade, a UFRPE não tem um posicionamento formal e não procurou o professor para conversar sobre a situação. De acordo com a assessoria, a reitora Maria José de Sena está ciente do fato e apenas falará caso algum processo judicial envolva a UFRPE.

Em conversa na manhã desta segunda-feira (13) com a nossa equipe, o professor Ademir Ferraz informou que a repercussão começou quando ele expos sua opinião no Facebook sobre alguns estudantes e após presenciar fatos envolvendo gays. Segundo o docente – que há mais 30 anos atua na UFRPE como professor de matemática e, atualmente, integra o Departamento de Pesca e Aquicultura -, sua crítica é contra o “jeito espalhafatoso” de alguns gays. “Estou cansado de gente que age como galinha. O que está acontecendo é que nós não podemos falar mais nada”, disse.

Ainda sobre as críticas dos alunos e do público em geral, o professor afirma que não teme processo judicial. “Não tenho medo de aluno. Tem professor que tem medo. Tenho oito advogados na minha família e sei que nas minhas postagens não há nada demais. O processo judicial pode ser revertido contra os próprios alunos, porque muitos me xingaram”, relatou Ferraz.

Sobre a postagem em que falou de ódio, o professor descaracterizou qualquer tipo de crime. “Ter ódio não é crime. Crime é o que você faz com o ódio”, falou.

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