O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ademir Ferraz, de 62 anos, postou, recentemente, diversas opiniões em sua página no Facebook que estão gerando polêmica entre alunos e o público em geral. As postagens, como muitos internautas afirmam, têm características homofóbicas.
Em uma das opiniões, postada na última quinta-feira (9), Ferraz se pronunciou da seguinte forma: “Meu filho, minha filha, homo, gay, do armário ou sei lá que tu es; Eu já estou começando a odiar estes fresquinhos tipo galinha choca... Não dá mais para suporta tanta frescura. Você é homo, tudo bem, mas precisa ficar jogando pena pra todo lado? Atrapalhando palestras dos outros, chamando a atenção no transito? Pega teu namorado, vai para a PQP e deixa os Heteros viverem. Daqui a pouco o pessoal do armário, que vive defendendo todo tipo de coca-fanta vai querer que nós, heteros, não saímos de casa. Estamos sendo minoria. Tenho ódio de homo galinha”. Em resposta a esse post, muitos internautas se posicionaram.
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“Gente, essa postagem dele não é nada diante de outras que ele escreve no mural. Professor, jamais. Ele precisa é ser internado”, escreveu uma usuária. Outra internauta descreve a postagem do educador como preconceituosa. “Nossa que postagem preconceituosa. Entendo que cada um tem o direito de se expressar, porém agredir outra pessoa verbalmente em público é uma falta de educação ainda mais advinda de um professor, cujo o lema é educar”, opinou.
O professor, em resposta às críticas, declarou que alguns alunos não entenderam as mensagens. “Percebi na grande maioria dos alunos que criticaram meu post que eles não sabem ler. Ou seja: Temos uma gama muita alta de alunos na UFRPE que olham as letras. Aqueles que perceberam não haver nada demais no post, serão ótimos profissionais. Os demais terminarão seus cursos e já estão rezando para obterem bolsa incompetência, bolsa dominó, e tantas outras”, disse Ferraz, em uma postagem nesse domingo (12).
UFRPE e o professor
Nossa reportagem conversou com a assessoria de comunicação da UFRPE. A instituição declarou que, como o fato não envolve a instituição e não há um processo oficial em relação à universidade, a UFRPE não tem um posicionamento formal e não procurou o professor para conversar sobre a situação. De acordo com a assessoria, a reitora Maria José de Sena está ciente do fato e apenas falará caso algum processo judicial envolva a UFRPE.
Em conversa na manhã desta segunda-feira (13) com a nossa equipe, o professor Ademir Ferraz informou que a repercussão começou quando ele expos sua opinião no Facebook sobre alguns estudantes e após presenciar fatos envolvendo gays. Segundo o docente – que há mais 30 anos atua na UFRPE como professor de matemática e, atualmente, integra o Departamento de Pesca e Aquicultura -, sua crítica é contra o “jeito espalhafatoso” de alguns gays. “Estou cansado de gente que age como galinha. O que está acontecendo é que nós não podemos falar mais nada”, disse.
Ainda sobre as críticas dos alunos e do público em geral, o professor afirma que não teme processo judicial. “Não tenho medo de aluno. Tem professor que tem medo. Tenho oito advogados na minha família e sei que nas minhas postagens não há nada demais. O processo judicial pode ser revertido contra os próprios alunos, porque muitos me xingaram”, relatou Ferraz.
Sobre a postagem em que falou de ódio, o professor descaracterizou qualquer tipo de crime. “Ter ódio não é crime. Crime é o que você faz com o ódio”, falou.