Os iranianos não vão fazer a peregrinação anual a Meca, anunciou neste domingo o ministro iraniano da Cultura, acusando a Arábia Saudita de colocar "obstáculos", segundo a televisão estatal.
"Depois de duas rodadas de negociações sem resultados devido às limitações dos sauditas, os peregrinos iranianos não vão poder, infelizmente, celebrar o Hajj", a peregrinação anual a Meca, disse o ministro Ali Janati.
Uma delegação iraniana viajou para a Arábia Saudita numa última tentativa de chegar a um acordo sobre a peregrinação de fiéis iranianos a Meca. Mas a delegação retornou a Teerã na sexta-feira, sem chegar a um acordo.
"O ministério saudita do Hajj e seus líderes não tinham autoridade para tomar decisões", disse Said Ohadi, presidente da organização iraniana do Hajj. Ele acrescentou que os sauditas não aceitaram as condições do Irã.
O ministério saudita do Hajj indicou, por sua vez, que o lado iraniano era o culpado.
Estas discussões foram a segunda tentativa entre as duas grandes potências rivais no Oriente Médio de estabelecer as condições para a organização da peregrinação deste ano, em setembro, depois de no ano passado um enorme tumulto deixar 2.300 mortos, 464 deles iranianos.
A Arábia Saudita, um país com uma população de maioria sunita, e o Irã, xiita, discordam sobre muitas questões, como a guerra na Síria, onde Teerã apoia o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e Riad os grupos rebeldes.