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Um estudo desenvolvido na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco traçou a rota da chegada do vírus zika ao Brasil. De acordo com a pesquisa, o vírus pode ter entrado no Brasil vindo de países da América Central e do Caribe, principalmente do Haiti. Em todos os casos brasileiros estudados, o ancestral em comum dos vírus é uma cepa do país, que é afetado pela tripla epidemia de zika, dengue e chikungunya.

O estudo aponta, também, que o vírus zika, originário da Polinésia Francesa, não veio de lá diretamente para o Brasil. Antes, ele migrou para a Oceania, depois para a Ilha de Páscoa - de onde foi para a região da América Central e Caribe-  e só então chegou ao Brasil, no final de 2013. “Isso coincide com o caminho percorrido pelos vírus dengue e chikungunya”, afirmou um dos investigadores, o pesquisador Lindomar Pena. 

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O resultado destaca o fato de que a América Central e Caribe são importantes rotas de entrada para arbovírus na América do Sul. A informação acaba sendo estratégica para a vigilância epidemiológica e para adoção de medidas de controle e monitoramento dessas doenças, especialmente em regiões de fronteira com outros países, portos e aeroportos.

O estudo indica, ainda, que imigrantes ilegais vindos do Haiti e militares brasileiros em missão de paz naquele país podem ter trazido o vírus Zika para o Brasil. Estudos anteriores já haviam confirmado casos de chikungunya no Brasil importados do Haiti e da República Dominicana, destacando a América Central e Caribe como rotas importantes para a introdução desse arbovírus no Brasil.

Outra conclusão do estudo é que houve múltiplas introduções, independentes entre si, do vírus Zika no Brasil. Isso muda a crença anterior de que um único paciente poderia ter trazido a doença, que depois teria se espalhado pelo país. As análises se basearam num total de 4.035 amostras de genomas completos dos três vírus disponíveis em bancos de dados públicos. 

Embora tenha deixado os holofotes, a epidemia de zika não terminou. O alerta foi feito por Gustavo Correa Matta, membro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador da "Rede Zika Ciências Sociais".

Convocados por Gustavo, os principais pesquisadores do vírus no Brasil se reúnem nesta terça (24) e quarta-feira (25) na Fiocruz com famílias de crianças com microcefalia para refletir sobre as lições aprendidas com a epidemia que eclodiu em 2015 e para discutir como lidar com uma eventual nova epidemia de zika no país.

A AFP conversou com o pesquisador sobre este vírus, que foi descoberto em 1947 em uma selva de Uganda homônima, e que começou a se espalhar no início de 2015 no nordeste do Brasil para se tornar rapidamente uma epidemia presente em toda a América Latina, associando-se a um surto de nascimentos de crianças com microcefalia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma emergência global pelo zika vírus em fevereiro de 2016, pouco antes dos Jogos Olímpicos Rio-2016, antes da propagação desta doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e também da chicungunha, mas levantou o alerta nove meses depois.

O Brasil pôs fim a seu alerta em maio de 2017, observando uma queda no número de casos.

- O zika continua a preocupar?

O zika diminuiu em termos numéricos e hoje há poucos casos. Isso fez com que praticamente desaparecesse da imprensa e da agenda política, mas, em termos simbólicos, a epidemia do zika não acabou, porque suas repercussões continuam e muitas questões científicas não foram respondidas.

- Quais questões ainda estão pendentes?

Por exemplo, a forma de transmissão do zika. O mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor, mas também foi comprovado que a doença pode ser transmitida sexualmente. Contudo, não se sabe exatamente a carga viral, ou a capacidade dessa transmissão. Outra pergunta diz respeito à transmissão via placenta. Por que foram mais severos os casos de microcefalia no nordeste em comparação a outros estados?

- Há um risco real de uma nova epidemia de zika no Brasil?

Não temos um histórico da epidemia de zika como temos, por exemplo, da dengue. Não conhecemos a imunorresistência da população e também não sabemos se quem contrai zika uma primeira vez pode ficar doente novamente. Muitos estudos de modelos epidemiológicos apontam que, em três ou quatro anos, poderia haver uma nova epidemia, ou talvez menos. É um exercício de previsão e adivinhação. Se analisarmos o modelo da dengue, que pesquisamos há mais de 30 anos, vemos que é uma doença cíclica, temos ondas epidêmicas a cada dois, três anos.

Teremos uma nova epidemia, ou não? Como será sua extensão? Vai gerar novos casos de microcefalia? Há muitas questões em aberto.

- O Brasil está preparado para essa hipotética nova epidemia?

Com o corte de recursos para a ciência e também nas políticas públicas, e tendo em conta os problemas de saneamento, condições de vida, água tratada, controle de vetores, prevenção, monitoramento, capacitação de trabalhadores para identificação precoce, sem teste de diagnóstico confiável... Hoje, não estaríamos preparados, para isso precisamos de mais recursos.

- Quais seriam as prioridades?

O básico é ter um bom teste de diagnóstico, mas ainda não dispomos de um confiável. Levando em conta que de cada cinco casos de zika apenas um é sintomático, nós não temos uma constância de diagnóstico que possa indicar se alguém teve zika há muito ou pouco tempo. Além disso, estamos muito longe de desenvolver uma vacina, enquanto a síndrome congênita pelo vírus zika não consta na classificação internacional de doenças, o que faz com que muitas pessoas não tenham acesso aos serviços especializados.

- Qual é a situação das famílias com filhos com microcefalia no Brasil?

Temos dificuldades em monitorar as crianças que nasceram com microcefalia. Cerca de dois terços dessas crianças não recebem atenção especializada. Não estamos recebendo os recursos necessários para dar assistência a essas famílias nem para investigar.

Em tempos de Copa do Mundo, algum desavisado poderia até pensar que se trata de uma bola de futebol. Na verdade, é a imagem tridimensional mais detalhada já feita do vírus da zika. O conhecimento cada vez mais profundo da estrutura desse flavivírus é essencial para o diagnóstico, para o desenvolvimento de remédios contra a doença e até para a criação de uma vacina.

Pesquisadores da Universidade de Purdue, nos EUA, foram os primeiros a revelar a estrutura do vírus da zika, em 2016, depois de o Brasil ter enfrentado uma epidemia de bebês nascidos com microcefalia porque suas mães tinham sido expostas ao vírus durante a gravidez.

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Agora, eles conseguiram uma nova imagem, com uma resolução ainda maior; equivalente, para se ter uma ideia, ao tamanho de dois átomos. É o maior zoom já feito em um vírus desse tipo. A descoberta foi publicada na edição online desta terça-feira da revista "Structure".

"Esta é a imagem mais precisa que temos do vírus até hoje", afirmou Michael Rossmann, professor de ciências biológicas da universidade. "O resultado nos dá novas formas de desenvolver compostos antivirais e nos dá também a base para a estrutura de uma vacina."

Para além das interações químicas entre remédios e vírus, existe uma questão estrutural, mais mecânica mesmo. Imagine esta imagem do vírus como uma estrutura formada de peças de lego.

Neste elevado grau de detalhamento, é possível enxergar "janelas" para a entrada de remédios e imunizantes. É possível também investir no design desses compostos para facilitar sua entrada no vírus. Dá para estudar também as partes da estrutura do vírus que se liga às células sadias para infectá-las.

"Estamos aprendendo como o vírus funciona para poder manipulá-lo e evitar a doença", explicou Rossmann.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus está presente hoje em 86 países. Este ano, no Brasil, foram registrados cerca de 3 mil casos da doença, a maioria no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Apenas uma morte foi confirmada.

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estudam uma nova técnica baseada em análises químicas por raios infravermelhos para agilizar em até 18 vezes e de baratear em até 116 vezes o monitoramento da presença do zika em mosquitos Aedes aegypti. Segundo a Fiocruz, a técnica, conhecida como 'espectroscopia no infravermelho próximo', é simples, tem alta taxa de precisão e dispensa uso de reagentes, o que a torna uma alternativa potencial ao tradicional método de análise genética chamado 'qPCR'.

O infravermelho é largamento usado pela indústria farmacêutica, na agricultura e na medicina. Ele tem sido alvo de estudos de cientistas da Fiocruz, da Austrália e Estados Unidos. Os resultados preliminares são considerados animadores e acabam de ser publicados na revista científica Science Advances.

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A primeira etapa do estudo exigiu a calibração do equipamento de infravermelho para que fosse capaz de distinguir mosquitos Aedes infectados de mosquitos não infectados com o vírus. Foram utilizadas 275 fêmeas criadas em laboratório, com metade sendo alimentada com sangue com zika – proveniente da linhagem circulante no Brasil, isolada, em 2015, pelo Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC/Fiocruz. A outra metade das fêmeas, que funcionou como grupo controle, recebeu sangue não infectado.

A tecnologia de infravermelho foi usada para captar a intensidade de radiação da região do tórax e da cabeça dos mosquitos. “É no tórax que estão localizadas as glândulas salivares do Aedes. A verificação da cabeça permite constatar se ocorreu disseminação do vírus no corpo do mosquito depois da ingestão do sangue infectado. Isso é importante porque o Aedes apenas transmite o vírus na medida em que é capaz de liberá-lo na saliva durante a picada”, explica Rafael Freitas, pesquisador do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC/Fiocruz e coordenador da participação brasileira no estudo. Neste teste, a precisão do infravermelho ultrapassou 95%.

Na segunda etapa, foram utilizadas outras 412 fêmeas de Aedes. Enquanto metade recebeu sangue com zika, a outra metade cumpriu o papel de grupo controle. Neste segundo teste, além da análise na cabeça e tórax, também foi examinado o abdômen do inseto aos 4, aos 7 e aos 10 dias após a infecção. A verificação do abdômen é considerada importante visto que o intestino médio é o primeiro órgão do mosquito a entrar em contato com o vírus após sua ingestão durante a alimentação do inseto. Novamente, resultados positivos: a taxa de acurácia em relação à cabeça e ao tórax alcançou 97%; para o abdômen, 88%. “Notavelmente, a sensibilidade do ensaio é alta. O índice do abdômen pode ter apresentado uma taxa menor de acurácia, no entanto, precisamos levar em conta que esta parte do inseto não foi analisada no primeiro teste”, salienta Márcio Galvão Pavan, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária que atua no mesmo Laboratório.

 Custo

  Em comparação ao método tradicional, considerado de alto custo, demorado e invasivo, a nova técnica apresenta características proporcionalmente opostas. Considerando o custo dos reagentes utilizados no RT-qPCR e a remuneração paga a um profissional que precise analisar, por exemplo, 100 amostras, a técnica de infravermelho – que dispensa o uso de reagentes – apresenta um custo 116 vezes menor. Ainda, o novo método pode processar o mesmo número de exemplares em apenas 50 minutos, contra 900 minutos do método tradicional, sendo assim, 18 vezes mais rápido.

 Futuro

 Antes da implantação da técnica na rotina de análises, os cientistas precisarão incluir testes em mosquitos Aedes aegypti coletados na natureza já que, até o momento, foram realizados testes em condições artificiais, com a infecção do mosquito provocada em laboratório. A previsão é de que a técnica também seja avaliada para outros vírus, como dengue e chikungunya, assim como para a detecção do parasito causador da malária. As mudanças químicas que influenciam as diferenças observadas em insetos infectados e não infectados é outro ponto a ser compreendido.

O trabalho foi financiado pela Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos; programa Stars in Global Health, do Canadá; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

 Com informações da assessoria

Mais de 640 mil casos de doenças como Zika, Lyme e Nilo foram registrados nos Estados Unidos nos últimos 13 anos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O relatório divulgado pelo CDC nesta semana aponta que essas patologias causadas por mosquitos, carrapatos e pulgas têm confrontado os Estados Unidos e deixado muitas pessoas doentes. Doenças transmitidas por carrapatos chamaram a atenção dos pesquisadores por terem crescido 60%.

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O CDC informou que o aumento de casos está relacionado à maior exposição da população que viaja ou recebe visitantes de áreas contaminadas trazendo o vírus e infestando os vetores dentro dos EUA.

 A conclusão do estudo, o primeiro a examinar coletivamente as tendências de várias doenças transmitidas por diferentes insetos, é de que o país não está completamente preparado para combater as enfermidades. A agência de controle de doenças recomenda que os estados e o governo federal invistam na redução da propagação das doenças para responder efetivamente aos surtos.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mostra que o vírus da zika é capaz de infectar e matar as células de tumores cerebrais com grande eficácia, sem causar danos às células saudáveis.

De acordo com os autores da pesquisa, os resultados sugerem que, no futuro, vários tipos de tumores agressivos do sistema nervoso central poderiam ser tratados com algum tipo de abordagem envolvendo o uso do vírus da zika, conhecido por sua preferência por atacar células do cérebro em formação.

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Realizada por cientistas do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, sob coordenação da geneticista Mayana Zatz, nesta quinta-feira, 26, na revista científica Cancer Research, da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer.

Segundo Keith Okamoto, autor principal da pesquisa, estudos anteriores já haviam mostrado que o vírus da zika tem uma grande afinidade por células do sistema nervoso central, em especial as células-tronco neurais, que dão origem aos neurônios. Assim, quando um feto é infectado, o vírus ataca seu sistema nervoso e reduz drasticamente a quantidade de células-tronco neurais, gerando problemas como a microcefalia.

Por outro lado, segundo Okamoto, estudos feitos pelo grupo da USP sobre tumores do sistema nervoso central mostravam que as células que compõem esses tumores têm características semelhantes às das células-tronco neurais e estão ligadas ao processo de disseminação do câncer - a metástase.

"Essas células tumorais são especialmente resistentes aos tratamentos convencionais como quimioterapia e radioterapia. Por isso decidimos investigar se o vírus da zika, que infecta células-tronco normais, poderia também infectar e matar as células tumorais que têm características de células-tronco", disse Okamoto ao Estado.

Para realizar a pesquisa, os cientistas infectaram com zika células humanas derivadas de dois tipos de tumores cerebrais que afetam especialmente crianças de até cinco anos de idade: meduloblastoma e tumor teratóide rabdóico atípico. O procedimento também foi feito com células de câncer de mama, de próstata e de intestino.

Em um dos experimentos, os pesquisadores utilizaram essas células tumorais humanas para induzir o crescimento de tumores cerebrais "humanos" em camundongos. Depois de desenvolver o câncer em estágio avançado, os animais receberam uma injeção com o vírus da zika. Os tumores regrediram em 20 dos 29 animais tratados com o vírus - em sete deles, a remissão foi completa e o tumor desapareceu. O vírus também bloqueou e reverteu metástases.

"O estudo mostrou que o vírus da zika de fato possui afinidade com as células do sistema nervoso central, infectando e matando as células tumorais de forma seletiva. O mesmo não ocorreu com os tumores de mama, próstata e intestino. As células-tronco tumorais se mostraram ainda mais suscetíveis a serem destruídas pelo vírus do que as células-tronco sadias. Observamos também que o vírus não foi capaz de infectar os neurônios maduros", explicou Okamoto.

Segundo o cientista, o fato do vírus da zika não afetar os neurônios maduros é crucial do ponto de vista da segurança, já que a destruição de neurônios saudáveis seria uma barreira para o uso do vírus em uma futura terapia contra o câncer cerebral.

"Mostramos que o vírus tem propriedade oncolítica, isto é, ele é capaz de atacar preferencialmente as células tumorais, preservando as células normais do mesmo tecido. Essa linha de estudos é bastante nova e nosso estudo é o primeiro com o vírus da zika a mostrar resultados em células humanas", disse o pesquisador.

Okamoto conta que as propriedades oncolíticas já haviam sido observadas em outros vírus e a estratégia do uso de vírus como "arma" contra o câncer já é uma realidade. Em 2015, a FDA - a agência americana responsável pela regulação de fármacos, terapias e alimentos - aprovou um tratamento que utiliza uma forma modificada do vírus da herpes para tratar melanoma.

No ano passado, quando os cientistas brasileiros já haviam enviado o novo artigo para publicação, um grupo de cientistas americanos publicou um estudo que também mostrou como o vírus da zika destrói células de glioblastoma - outro tipo de câncer cerebral -, mas o estudo foi feito sem o uso de células humanas.

"O estudo sobre o glioblastoma é importante, porque é um tipo de câncer agressivo que carece de tratamento. Mas o estudo não foi feito com células de tumores humanos - e sim com células de tumores de camundongos, que respondem de forma diferente", disse Okamoto.

Como foram utilizadas células de tumores humanos nos camundongos, o estudo brasileiro conseguiu demonstrar não apenas que o vírus da zika consegue reduzir os tumores, mas também inibir a metástase. No caso do glioblastoma, a metástase é rara, já que o paciente costuma morrer antes que o tumor se alastre.

"Outra novidade importante do nosso estudo é que pela primeira vez foi feito um estudo de escalonamento da dose. Isto é, nós adicionamos quantidades crescentes do vírus às células tumorais para descobrir qual é a quantidade mínima capaz de promover a infecção. Verificamos que uma dose do zika 50 vezes menor que a utilizada pelos americanos já é suficiente para eliminar os tumores", explicou Okamoto.

O estudo brasileiro também mostrou que depois de atacar as células-tronco tumorais, o vírus da zika não consegue se reproduzir com eficiência - o que evitaria que os pacientes tratados contra o câncer ficassem doentes com a infecção viral.

"Normalmente, quando um vírus infecta uma célula, ele sequestra sua maquinaria para se replicar e depois libera uma quantidade imensa de partículas virais que irão infectar outras células. Mas descobrimos que, por algum motivo, o vírus não consegue se replicar de forma eficiente na célula de câncer, porque as partículas virais produzidas são defeituosas, com pouca capacidade para destruir células normais."

A secretaria de Estado da Saúde (SES), divuldou nesta terça-feira (24), o boletim epidemiológico relacionado às arboviroses onde constam os casos notificados de dengue, chikungunya e e zika, na Paraíba, no período de 1° de janeiro a 17 de abril (16° Semana Epidemiológica de 2018).Quanto à dengue, foram notificados 1.643 casos suspeitos, o que aponta um aumento de 16,44% das notificações suspeitas quando comparado com 2017, no mesmo período, quando foram notificados 1.411 casos.

Em 2015 e 2016 registraram, respectivamente, 9.422 e 33.650. Em 2018, foram registrados 314 casos de chikungunya. Já em 2017, foram 442 casos suspeitos, uma redução de 28,95% das notificações suspeitas entre 2017 e 2018. Ainda no mesmo período de 2018, foram registrados 46 casos com suspeita de zika. Em 2017, no mesmo período, foram registrados 98 casos, uma redução de 53% das notificações suspeitas quando comparado 2017 com 2018. 

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Até a 16ª Semana Epidemiológica de 2018, foram notificados 10 óbitos. Entre as ações programadas de combate ao mosquito Aedes aegypti, para 2018 estão o monitoramento e acompanhamento da situação epidemiológica e ambiental pelas áreas técnicas; mobilização e distribuição de material educativo referente às arboviroses; apoio técnico “in loco” conforme situação epidemiológica e ambiental dos municípios; intervenção com aplicação do UBV Pesado (carro fumacê), respeitando os critérios Epi-entomológicos estabelecidos na Nota Técnica nº 01 de 2018.

No período de 01 de janeiro a 31 de março de 2018, foram realizadas 1.735.881 visitas domiciliares, sendo que 149.641 imóveis (8,6%), nos 223 municípios paraibanos, estavam fechados.

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira, 30, que foram confirmados 3.037 casos de alterações no crescimento e no desenvolvimento de recém-nascidos e crianças em consequência da infecção pelo vírus da zika, de 8 de novembro de 2015 a 2 de dezembro de 2017. Setenta morreram no período.

Segundo o boletim epidemiológico, em dois anos, foram notificados 15.150 ocorrências suspeitas de más-formações provocadas pelo zika, das quais 1.987 (13,1% do total) foram excluídas pelo ministério após "criteriosa investigação, por não atenderem às definições de caso vigentes".

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Já em relação aos casos com apuração concluída, além dos 3.037 (20,1%) confirmados, 6.718 (44,3%) foram descartados, 310 (2%) foram classificados como prováveis para relação com infecção congênita durante a gestação e 195 (1,3%) como inconclusivos.

Do total de casos notificados, 2.903 (19,2%) permaneciam em investigação quando o levantamento do ministério foi fechado.

A região que concentrou o maior número de ocorrências confirmadas foi o Nordeste, com 2.001 casos, seguido pelo Sudeste, com 569, e pelo Centro-Oeste, com 237. O Norte registrou 179, enquanto o Sul, 51.

Entre as unidades federativas, a Bahia foi o Estado com mais casos confirmados de más-formações em bebês e crianças, com 509. Na sequência, aparecem Pernambuco (438), Rio de Janeiro (268) e Maranhão (205).

Das 70 mortes confirmadas em função das alterações causadas pelo zika, 30 ocorreram no Nordeste, sendo 16 em Pernambuco, o Estado com o maior registro de óbitos. Na Região Sudeste, foram 20 mortes, das quais nove ocorreram em Minas Gerais.

Uma escola particular de Salvador, na Bahia, lançou um uniforme que contém um repelente natural de mosquitos. Entre os mosquitos, está o Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Segundo o Correio 24 Horas, o agente permetrina é aplicado no tecido de camisetas, bermudas e calças.

A instituição, Villa Campus de Educação, afirma que o ativo natural é invisível, inodoro e não prejudicial ao uso humano. Ele é aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).

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O uniforme está sendo comercializado pelo mesmo preço do fardamento tradicional. O produto, segundo o jornal local, se mantém no tecido por até 70 lavagens. A substância não age como inseticida, ou seja, não mata os mosquitos. 

Após o dramático ano de 2016, com o aumento drástico de casos de microcefalia, Pernambuco comemora a redução de cerca de 90% de pessoas notificadas com dengue, chikungunya e zika em 2017. A maior redução das notificações foi de zika (93,2%), com 782 ocorrências suspeitas, contra 11.482 do ano anterior. Em seguida vem chikungunya (92,1%) e dengue (85,3%).

Para Daniela Bandeira, técnica do Programa de Controle das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a diminuição de casos de arboviroses envolve vários fatores. "Entre eles destacamos o empenho dos órgãos públicos e de toda a sociedade na eliminação dos possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti", ela afirma.

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O verão é o clima ideal para o mosquito se proliferar. O Governo de Pernambuco diz que permanece em alerta e mantém um comitê permanente com diversos entes da sociedade. Também é responsabilidade do Estado reforçar as ações dos municípios através do bloqueio de transmissão, que se dá por meio da aplicação de inseticidas com nebulização espacial a frio. O procedimento é indicado apenas em locais com alta incidência de registro.

Em 2018, estão previstos: Protocolo de Vigilância dos Óbitos Suspeitos por Arboviroses, para padronizar as informações e agilizar o fechamento dos casos suspeitos; campanha educativa focada nos alunos da rede estadual de ensino; e parceria com a secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, para aquisição de um aplicativo que auxilie o trabalho dos agentes de endemias.

Dados de 2017

Dengue

Notificados: 16.826

Confirmados: 5.106

Descartados: 7.768

Municípios notificadores: 181

Dados de 2016: No mesmo período, foram 114.375 casos suspeitos (redução de 85,3% em relação aos dados de 2017).

Chikungunya

Notificados: 4.829

Confirmados: 988

Descartados: 2.893

Municípios notificadores: 144

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 61.138 casos (redução de 92,1% em relação aos dados de 2017).

Zika

Notificados: 782

Confirmados: --

Descartados: 380

Municípios notificadores: 102

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 11.482 casos (redução de 93,2% em relação aos dados de 2017).

Óbitos pelas arboviroses

Notificados: 120

Confirmados: 3 (sendo 2 dengue e 1 chikungunya)

Descartado: 57

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 414 óbitos suspeitos.

O Ministério da Saúde notificou que houve queda nas notificações de de dengue, febre chikungunya e zika vírus, das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, entre janeiro e novembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2016.

Somente os casos de zika foram 92,1% menores, e a taxa de incidência passou de 103,9 por 100 mil habitantes no ano passado para 8,2 por 100 mil habitantes em 2017.

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A doença registra também mortes e manifestações neurológicas, além de causar a microcefalia, condição em que o recém-nascido nasce com a cabeça menor do que o normal e que causa um atraso no desenvolvimento neurológico e motor da criança.

Para prevenir o zika vírus, é necessário um esforço coletivo para que os reservatórios sejam totalmente cobertos com telas ou capas, impedindo o acesso das fêmeas grávidas. Em áreas em que a incidência do mosquito é maior, a população pode utilizar repelentes.

O Ministério da Saúde registrou queda nas doenças causadas pelo Aedes Aegypti. De acordo com a pesquisa publicada, os registros diminuíram entre janeiro e novembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016.

Segundo o ministério, até dia 11 de novembro foram constatados 16.870 casos da doença em todo o Brasil. O número representa uma redução de 92,1% em relação a 2016, quando 214.126 casos foram registrados. As regiões Centro-Oeste e Norte são as que apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3 casos/100 mil habitantes e 12,2 casos/100 mil habitantes, respectivamente. 

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Em relação à dengue, a redução foi de 83,7%. Em 2016 foram registrados 1.463.007 casos prováveis, contra 239.076 em 2017. Os casos de dengue grave caíram 73%, de 901, em 2016 para 243em 2017. Os casos de dengue com sinais de alarme (choque e hemorragia), por sua vez, foram de 8.875 em 2016 e 2.209 em 2017, redução de 75%.

Sobre a febre chikungunya, o boletim informa que foram notificados 184.458 casos prováveis. Assim, a taxa de incidência atual é de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes, o que representa uma redução de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 271.637 casos.


O Governo de Pernambuco confirmou a primeira morte por chikungunya em 2017, nesta quarta-feira (22). O óbito aconteceu no mês de junho, no município de Belo Jardim, Agreste de Pernambuco.

Neste ano, já foram três mortes por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os outros dois óbitos foram causados pela dengue. O governo computou 113 notificações de óbitos, com 45 descartes e os demais casos em investigação.  

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O levantamento da Secretaria de Saúde do Estado também aponta que 132 municípios estão em situação de risco para transmissão elevada das arboviroses, sendo 44 em situação de risco de surto e 88 em situação de alerta. Outros 50 apresentaram índices satisfatórios, o melhor resultado deste ano. 

Até o dia 18 de novembro, Pernambuco notificou 15.097 casos de dengue (4610 confirmados e 6354 descartados), 4456 de chikungunya (1082 confirmados e 2386 descartados) e 712 de zika (334 descartados. 

Febre amarela - Ainda em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde iniciou a vigilância sentinela de macacos para averiguar possíveis causas para mortes de primatas, que podem ser por doenças como raiva, febre amarela ou outras zoonoses. A vigilância é uma estratégia para detecção precoce do vírus da febre amarela, já que os macacos doentes funcionam como sentinelas da doença.

Até o momento, foram notificadas 31 ocorrências de óbitos envolvendo macacos. Em nenhum caso houve diagnóstico com febre amarela. Pernambuco não registra a enfermidade desde a década de 1930.

Após dez anos de casamento, muitas conquistas pessoais e profissionais, os engenheiros pernambucanos Eduardo Coimbra, de 38 anos, e Luciana Chaves, de 36, fizeram planos para crescer a família em 2016. Mas o projeto acabou sendo adiado por ao menos mais dois anos. O motivo não foi uma crise no relacionamento ou falta de dinheiro, mas o medo de que a recente epidemia de microcefalia, provocada pelo surto do zika, pudesse ameaçar a saúde do tão sonhado bebê.

"Passamos o segundo semestre de 2015 nos preparando física e psicologicamente para tentar uma gravidez. Estávamos muito felizes e aí, com o passar dos meses, começamos a acompanhar as notícias sobre as centenas de casos de microcefalia. Entrei em pânico e decidi não arriscar", contou ela. "Foi frustrante, mas era necessário."

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Chaves já começa a reorganizar os planos para 2018. "Entendo por completo a opção de minha mulher. Cheguei a propor que aceitássemos uma proposta de emprego fora do País, que eu havia recebido, para que ela pudesse engravidar com tranquilidade, mas preferiu esperar. Acho que, como as coisas acalmaram, conseguiremos ter nosso filho ou filha", diz ele, que mora em Olinda, na Grande Recife, que tem uma das mais altas taxas de zika.

Aborto. A química Lúcia (nome fictício), de 32 anos, interrompeu uma gravidez de 24 semanas clandestinamente em dezembro de 2015. Ela, que mora no Recife, havia recebido o diagnóstico de que o bebê tinha microcefalia. "Era meu primeiro filho. Ninguém fica feliz com essa decisão. Engravidei de forma planejada. Eu e meu marido não queríamos esse sofrimento para o bebê e para nós. Por isso, buscamos aborto. Sofremos bastante, mas hoje, vendo a dificuldade de tantas crianças com a síndrome, tenho certeza de que foi a melhor decisão."

Já a arquiteta Luana Seabra, de 30 anos, optou por ter o bebê, gerado no Recife, longe da terra natal. "Descobri a gravidez em novembro de 2015, no auge da epidemia. Entrei em pânico. Como a família do meu marido mora nos Estados Unidos, decidimos que iríamos nos mudar até que o bebê nascesse e nos sentíssemos seguros." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um mutirão para diagnosticar crianças com suspeitas de microcefalia está sendo realizado nesta sexta-feira (10), das 8h às 16h, na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, Zona Oeste do Recife. A expectativa é receber aproximadamente 50 crianças, que serão consultados por neurologistas.

Segundo a Prefeitura do Recife, foi realizada uma busca de crianças notificadas com suspeitas da síndrome congênita do zika. Nos oito Distritos Sanitários do Recife, houve visitas a essas famílias, com foco nas crianças cujo diagnóstico ainda estava indefinido. 

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Além de três neurologistas, o mutirão contará com uma equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, psicólogos e enfermeiro. As crianças, caso necessário, passarão por exames, como tomografia computadorizada do crânio e sorologias. 

Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente será encaminhado para as unidades de referência. Sendo descartada a síndrome, a criança continua sendo acompanhada pela unidade básica de saúde mais próxima de sua residência durante os cinco primeiros anos de vida. 

Este é o décimo mutirão de diagnóstico no Estado, sendo o sétimo no Recife. Os demais foram em Petrolina e Caruaru.  Desde o início das notificações de microcefalia, em julho de 2015 até 21 de outubro deste ano, foram contabilizados 2403 casos em Pernambuco. Desses, 483 confirmados, 1630 descartados e 335 em investigação. 

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, receberá um evento de doação de fraldas e atividades lúdicas para crianças com microcefalia no sábado (28). A iniciativa é do Projeto Anjos, com apoio da Prefeitura de Olinda.

O projeto teve início este ano, já tendo entregado mais de dois caminhões de fraldas. Para a idealizadora, Jacyra Salsa, o momento é importante para ajudar essas pessoas. “Com a comoção inicial as doações eram feitas, mas com o tempo as pessoas vão esquecendo que o desafio dessas famílias é diário e permanente”, afirma. 

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O evento contará com piscina de bola, tocadores de flauta, entre outras atrações. Para receber as fraldas, a mãe precisa se cadastrar no projeto. O cadastro pode ser feito por mães da Região Metropolitana ou interior na Câmara de Dirigentes Lojistas ou na Faculdade Focca.

As atividades ocorrerão das 14h às 17h30, na Praça 12 de Março, em Bairro Novo. O telefone de contato do projeto é o 3366-3672.

A médica e pesquisadora Adriana Melo, responsável pelas primeiras pesquisas que associaram o aumento dos casos de microcefalia ao Zika Vírus, recusou o título de cidadã campinense. Na última quarta-feira (27), ela divulgou um vídeo em uma rede social fazendo um desabafo após saber que os vereadores vetaram o repasse de recursos para o Instituto Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), que realiza pesquisas relacionadas à Microcefalia em Campina Grande. Confira o vídeo.

O projeto encaminhado pelo Executivo à Câmara de Campina Grande prevê a regulamentação dos repasses a instituições filantrópicas, porém algumas foram excluídas. Entre elas, o Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), onde ela trabalha, não irá receber o benefício mensal de R$ 5 mil. Durante a votação foram apresentadas quatro emendas incluindo o instituto, porém elas foram vetadas pelos vereadores.

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"Dizer aos vereadores de Campina Grande que a gente já esperava isso. Dizer também que eu não entrei nisso por prêmio, nem por reconhecimento. Entrei nisso por ação, então considere aqueles convites que me fizeram como o Dia Municipal da Microcefalia ser no meu aniversário e Título de Cidadã Campinense, considere como rejeitados. Eu não preciso de títulos dados por vereadores para poder me considerar campinense, eu já me considero campinense. E não preciso do dia do meu aniversário ser lembrado para isso ou para aquilo. O dia de combate, para mim, para ajudar a criança com microcefalia é diário, de manhã, de tarde e de noite”, declarou a médica.

Adriana ainda enfatiza que o auxílio ao Instituto, que foi vetado pelos vereadores, seria muito mais importante que qualquer homenagem que a Câmara se propôs a fazer a ela.

A médica também veiculou nas redes sociais os nomes dos vereadores que vetaram a emenda. Entre eles estão: Alexandre do Sindicato, Saulo Germano, Ivan Batista, Sargento Neto, Marinaldo Cardoso, Saulo Noronha, Lucas Ribeiro, Pimentel Filho, Lula Cabral, Aldo Cabral, Renan Maracajá, João Dantas e Álvaro Farias.

Segundo informações do Jornal da Paraíba, o  vereador oposicionista Anderson Maia (PSB) declarou a ausência de critérios estabelecidos no projeto para seleção das entendidas que irão receber os repasses, além da falta de diálogo com as entidades que foram excluídas e quebra de acordo que previa que a votação iria acontecer após uma visita às instituições.

O vice-líder do governo na Câmara, vereador Alexandre do Sindicato (PHS) disse que havia um acordo para que esse projeto fosse votado para não prejudicar as entidades que estão sem receber os recursos e uma nova proposta complementar seria apresentada posteriormente contemplando outras instituições."A Câmara não votou contra entidade alguma, pelo contrário votamos um projeto do Executivo, que beneficia entidades", afirmou.

Com relação a emenda rejeitada o vereador João Dantas (PSD), líder do Governo, alegou que a proposta não foi aprovada porque era inconstitucional, pois gerava despesas ao Executivo, o que é vetado por lei.

O Ministério da Saúde firmou uma parceria com a secretária da Saúde dos Estados Unidos para a produção da segunda etapa de produção da vacina contra o vírus da zika. 

Após testes bem sucedidos com animais, a vacina começará a ser testada em humanos. Segundo o Ministério da Saúde, essa fase deve ter início em um ano, após produção dos lotes clínicos e avaliações pré-clínicas. 

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“A vacina será útil para controle da Zika em todo o mundo e evitará sequelas nas pessoas contaminadas. Tenho certeza de que o Brasil vai dar um grande exemplo ao mundo, mostrando como resolveu, rapidamente, a epidemia de zika”, afirmou o ministro da saúde, Ricardo Barros. 

A vacina, desenvolvida pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), apresentou resultado positivo nos testes realizados em camundongos e macacos. Na próxima fase de produção, os pesquisadores conseguiram impedir com que o vírus da zika causasse microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central nas duas espécies. 

A aplicação de uma única dose da vacina preveniu a transmissão da doença nos animais e, durante a gestação, o contágio de seus filhotes. Esse estudo é um dos mais avançados para a oferta de uma vacina contra a doença e pretende proteger mulheres e crianças da microcefalia e de outras alterações neurológicas.

O Brasil quer antecipar a fase de testes em humanos da vacina contra o vírus da zika, que estava previsto para ter início em um ano, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira, 26, em Washington. Segundo ele, o objetivo do governo é concluir o processo em dois anos, quando a vacina começaria a ser produzida no Brasil pela Fiocruz e colocada no mercado. Antes disso, na fase de testes, ela será fabricada pela empresa americana GE Healthcare, em parceria com a Fiocruz.

Quando estiver pronta, a imunização será oferecida a todas as pessoas que queiram se proteger do vírus da zika, afirmou o ministro. Mas ele ressaltou que o público principal são mulheres que tenham planos de engravidar, já que a doença pode provocar microcefalia nos fetos.

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Barros pediu na segunda-feira, 25, apoio do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Tom Price, para antecipar a fase de testes em humanos. Na semana passada, foram publicados os estudos que mostraram a eficácia da vacina em macacos e camundongos.

"Identificaram vários problemas, como esterilidade, que não eram identificados antes", disse o ministro em relação aos testes em animais. "A vacina permite reduzir muito os impactos da infecção pelo zika, evitando que haja sequelas para as pessoas que receberem a vacina."

O ministro observou que a Fiocruz não tem, no momento, estrutura para criar o banco de células master que serão usadas na fabricação do produto, que foi desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas em parceria com as universidades do Texas e de Washington e o National Institutes of Health (NIH), o principal centro de pesquisa médica do governo dos EUA.

Barros esteve em Washington para participar de reunião da Organização Paramericana de Saúde (Opas), o organismo regional da Organização Mundial de Saúde (OMC).

Mais Médicos

O programa Mais Médicos foi discutido por Barros com representantes do governo cubano. De acordo com o ministro, o número de médicos da ilha caribenha enviados ao Brasil será de 8.000 a partir de outubro. A meta é reduzir o contingente a 7.400 até 2019. No ano passado, havia 11,4 mil médicos cubanos no programa. A redução é compensada pelo aumento proporcional da parcela de profissionais brasileiros, ressaltou Barros.

O Instituto Evandro Chagas (IEC) realizou testes pré-clínicos da vacina contra zika que demonstraram que uma única dose da imunização previne a transmissão da doença em animais durante a gestação e o contágio dos filhotes. A pesquisa foi realizada em camundongos e macacos. Já os testes em humanos devem ser realizados, a partir de 2019.

O teste foi realizado em camundongos machos e fêmeas. Uma das descobertas científicas inéditas é que o zika vírus pode ser capaz de causar esterilidade. A infecção nos animais reduziu consideravelmente a quantidade de espermatozoides, a mobilidade deles (ficaram imóveis) e o tamanho dos testículos (atrofia). Esses testes não foram realizados nos macacos.

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No entanto, não é possível afirmar que esse efeito também se aplique aos seres humanos. “Há uma preocupação de que esse achado evidencie que possa ocorrer um impacto similar entre os seres humanos, contudo ainda não há nenhum estudo que demonstre isso”, pontuou o diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Pedro Vasconcelos.

O estudo foi realizado no Instituto Nacional de Saúde (NIH), Universidade do Texas e Universidade Washington, dos Estados Unidos, todos parceiros da pesquisa. Os testes obtiveram sucesso em seu objetivo, que é impedir que o zika vírus cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central tanto nos camundongos quanto nos macacos.

Segundo o IEC, os testes foram um dos mais avançados para a formulação de uma futura vacina contra a doença para proteger mulheres e crianças da microcefalia e outras alterações causadas pelos vírus.

O Ministério da Saúde irá destinar R$ 7 milhões nos próximos cinco anos para o desenvolvimento e produção da vacina.

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