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Os familiares das vítimas do Voo 447 pedirão que o Ministério Público investigue o acidente ocorrido com o voo da Air France que iria do Rio de Janeiro a Paris, em 31 de maio de 2009, e matou 228 pessoas. A Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447, que representa o grupo, discorda do posicionamento recente da Justiça francesa, que culpou os pilotos pela queda do avião fabricado pela Airbus, segundo informações da Agência Brasil.

"Sabemos que nada disso é verdade", diz o presidente da associação Nelson Faria Marinho em carta aberta. Segundo ele, várias análises indicam a existência de problemas com aeronaves do modelo A330. A falha teria sido mecânica e eletrônica, atribuída ao pitot, que é o sensor de velocidade.

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A Air France informou nesta quinta-feira, 15 que considera "unilateral" o relatório que culpou o fator humano pela queda do voo 447, em maio de 2009. O acidente deixou 228 mortos. Para a companhia, o documento usado na investigação judicial francesa faz "uma apresentação truncada", o que "compromete o direito de defesa da Air France". A empresa aérea vai entrar com recurso de anulação do relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A investigação francesa sobre a queda do avião da Air France no Oceano Atlântico, em 2009, concluiu que uma combinação de erros de pilotos mal treinados e problemas no equipamento causaram a tragédia, que matou todas as 228 pessoas a bordo.

O relatório final sobre o voo 447, que ia do Rio de Janeiro para Paris, lista "fatores técnicos e humanos" que estiveram por trás do acidente. Após três anos de investigação, o Bureau d'Enquêtes et d'Analyses (BEA), agência de segurança da aviação civil da França, recomenda melhor treinamento de pilotos e regras de certificação de aviões mais estritas.

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Em uma decisão fatal, diz a agência, um dos copilotos empinou o nariz do Airbus 330 para cima quando o avião começou a perder sustentação - em vez de para baixo, como deveria - por causa de dados errôneos sobre a posição do avião vindos dos sensores. A tragédia aconteceu durante a noite, em meio a uma tempestade.

O investigador chefe do caso, Alain Bouillard, disse que os pilotos não entenderam que o avião estava em estol (perdendo sustentação). Ele afirmou que apenas uma tripulação experiente e com claro entendimento da situação poderia ter estabilizado o avião naquelas condições. "Nesse caso, a tripulação estava em um estado de perda quase total do controle", afirmou Bouillard.

Robert Soulas, pai de uma das 228 vítimas, afirmou que os investigadores franceses disseram que o sistema indicou a "informação errônea" de que o avião estava mergulhando, "e, portanto, para compensar, o piloto acelerou para faze-lo subir". O Airbus, no entanto, estava em estol. Nesta situação os pilotos são instruídos a manobrar de forma que o nariz do avião aponte para baixo. Mas, como pensou que estava mergulhando, piloto apontou a aeronave para cima.

Barbara Crolow, uma alemã que perdeu o filho no acidente, disse que está "desapontada", pois acha que o relatório foca demais no erro humano. O piloto Gerard Arnoux defendeu as ações dos comandantes do Air France: "Um piloto normal, em uma companhia aérea normal, segue os sinais do sistema, que diz para ir para esquerda, direita, para cima ou para baixo". As informações são da Associated Press.

Familiares das 228 vítimas do voo AF-447 receberam na véspera do terceiro aniversário da tragédia - lembrado nesta quinta-feira - uma boa notícia: entre 30 de junho e 5 de julho, os relatórios finais do acidente serão, enfim, apresentados. O problema é que as duas investigações paralelas, da Justiça e do Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA), serão contraditórias.

Enquanto a primeira deve reforçar as suspeitas de negligências da Air France e da Airbus, já indiciadas por homicídio culposo; a segunda insistirá em responsabilizar os pilotos. Durante os três primeiros anos de investigação, todas as atenções da imprensa e das famílias das 228 vítimas - 58 brasileiras - se concentravam no trabalho dos peritos do BEA, que realizaram as buscas em alto-mar à procura dos destroços do Airbus A330 e das caixas-pretas.

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O último relatório parcial dos técnicos, de julho de 2011, deixa claro que o escritório apontará falhas de pilotagem como o principal fator para a queda. Segundo essa lógica, o comandante da aeronave, Marc Dubois, de 58 anos, e seus copilotos, David Robert, de 37, e Pierre-Cedric Bonin, de 32, reagiram de forma inadequada ao congelamento das sondas pitot. Esses sensores medem a velocidade de um avião e orientam todo o sistema de navegação de um Airbus. Com a pane desses sistemas, a quatro minutos da queda, um dos copilotos, Bonin, com o apoio de Robert, levou o avião a ganhar altitude excessiva, até a perda de sustentação, que levaria ao choque com o Atlântico.

Em seu relatório, a ser divulgado em 5 de julho, o BEA deverá recomendar que os pilotos sejam melhor treinados para enfrentar essa pane. Ontem, Martine Del Bono, porta-voz do escritório, informou à Radio France International (RFI) que o BEA também recomendará à Agência Europeia para Segurança Aérea (Easa) que aperfeiçoe o funcionamento do alarme de perda de sustentação, para que ele não deixe de funcionar com precisão em caso de erro na indicação de velocidade. Ainda assim, na visão do BEA, a maior responsabilidade cabe aos pilotos.

Essa conclusão não satisfaz especialistas independentes e familiares de vítimas. "O BEA não é um organismo independente. Ele depende do Estado francês, que é acionista da Air France e da Airbus", criticou Yassine Bouzrou, advogado das famílias.

Justiça

Com as dúvidas que pesam sobre o BEA, a investigação da Justiça da França cresceu em importância. Comandada pela juíza de instrução Sylvie Zimmerman, a apuração já tinha resultado no indiciamento das duas companhias, Air France e Airbus, por homicídio culposo, em março de 2011. Agora, toda a expectativa gira em torno do relatório dos cinco experts independentes, que será publicado em 30 de junho. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores informou hoje que foram identificados os corpos de 18 brasileiros mortos no acidente com o voo AF447 da Air France, em 1º de junho de 2009. O avião caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo quando fazia o trajeto Rio-Paris.

O Itamaraty disse que está notificando os familiares das vítimas. Os nomes dos 18 brasileiros identificados não serão divulgados. A comissão de identificação encontrou outros 20 corpos de brasileiros, que ainda não foram identificados.

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No início de novembro a polícia francesa informou ter identificado 103 dos 104 corpos recuperados dos destroços do A330 da Air France. O acidente com o voo AF447 da Air France matou as 228 pessoas que estavam a bordo da aeronave.

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