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Na segunda-feira, 3 de fevereiro, Senado Federal e Câmara dos Deputados se reúnem em sessão solene conjunta para inaugurar a 2ª Sessão Legislativa da 56ª Legislatura e assistir à leitura da mensagem que o presidente da República, Jair Bolsonaro, enviará ao Parlamento, com um panorama de seu governo e de suas metas para este ano. A solenidade, prevista para começar às 15h, marca a retomada dos trabalhos do Legislativo após o recesso parlamentar e o anúncio das metas dos Poderes até o fim do ano.

O coordenador-geral da Secretaria de Relações Públicas, Publicidade e Marketing do Senado, Cefas Siqueira, ao apresentar o roteiro das atividades da cerimônia, lembrou que o evento remonta à inauguração da República.

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“É um momento em que o presidente do Congresso se apresenta oficialmente para a população. A gente quase não se lembra disso e, por isso, precisamos nos recordar da importância dessa cerimônia para o Brasil”, afirmou. “Nesse encontro, na abertura dos trabalhos, é recebida a mensagem do Executivo, que é uma tentativa de alinhar os três Poderes e de criar uma agenda comum para aquele momento”.

Entre as novidades deste ano, somente o procurador-geral da República, os presidentes dos Poderes e ex-presidentes do Senado receberam convites físicos. Às demais autoridades de primeiro escalão, foi enviada a versão digital do convite. O presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, ainda não confirmaram a presença na solenidade.

A TV Senado e a Rádio Senado farão, conjuntamente, a transmissão ao vivo da cerimônia de abertura e da sessão solene, inclusive pelo YouTube, e a Agência Senado publicará notícias, áudios e vídeos em tempo real.

Rito

Câmara e Senado completam 194 anos de existência em 2020, e a cerimônia de inauguração ainda guarda alguns elementos das primeiras legislaturas.

Depois de lida a mensagem presidencial, é a vez de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, fazer sua apresentação para 2020. Em seguida, deve falar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A sessão solene é encerrada com o discurso do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre. Os demais parlamentares não fazem uso da palavra.

Não haverá eleições para as Mesas da Câmara ou do Senado, que só ocorrerão em fevereiro de 2021. Como o mandato para as Mesas é de dois anos, permanecem os eleitos em 2019. O mesmo vale para os presidentes das comissões permanentes do Senado.

O programa de visitação ao Congresso Nacional será suspenso nos dias 2 e 3 de fevereiro, devido à cerimônia.

Constituição

A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 57, que o Congresso se reunirá anualmente na capital federal, a partir do dia 2 de fevereiro, para inaugurar a sessão legislativa. Como neste ano a data cai no domingo, a sessão de abertura ocorrerá no dia seguinte. A presença do presidente da República na entrega da Mensagem Presidencial é opcional. Normalmente, o Palácio do Planalto a envia por meio do chefe da Casa Civil, cargo ocupado atualmente pelo ministro Onyx Lorenzoni.

O rito acontece em diversas democracias. No Brasil, remonta ao período imperial, quando era conhecido como Fala do Trono, e foi inaugurado por dom Pedro I, em 1823. Naquele tempo, o monarca comparecia ao Palácio Conde dos Arcos, a sede do Senado, no Rio, e proferia a fala do trono numa concorrida cerimônia, deixando claro o que esperava dos senadores e deputados naquele ano.

No período republicano, a tradição anual de remeter a Mensagem Presidencial ao Congresso foi iniciada em 1890, pelo marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente. No passado, os parlamentares se reuniam no Senado para ouvir a leitura da mensagem. Hoje ela é lida na Câmara, por um deputado. O que se lê em público não é o documento todo, mas apenas a introdução.

Presidentes

Nos últimos anos, a presença do chefe de Estado não tem sido frequente. A ex-presidente Dilma Rousseff apresentou pessoalmente sua mensagem aos parlamentares no primeiro ano de seu primeiro mandato, em fevereiro de 2011, e, nos anos seguintes, o texto foi entregue pelos ministros da Casa Civil da Presidência. Em 2016, em meio à crise no governo, ela voltou a comparecer à cerimônia. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também compareceu ao Congresso, em 2003, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso preferiu enviar as mensagens por meio de ministros da Casa Civil. Em 1990, o então presidente José Sarney compareceu pessoalmente ao Parlamento.

A solenidade de abertura da sessão legislativa começa antes da sessão solene e será conduzida pelo presidente do Senado, que também preside os trabalhos do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre.

A cerimônia é tradicionalmente acompanhada de um rito remanescente da inauguração da República, e começará com a chegada dos militares ao Palácio do Congresso. O efetivo militar estará disposto externamente com 48 Dragões da Independência na rampa; 40 militares da Marinha, 40 do Exército e 40 da Aeronáutica; 42 militares da Banda da Guarda Presidencial para executar o Hino Nacional; 18 militares da Guarda à Bandeira; e 30 militares da Bateria Histórica Caiena, para execução da salva de tiros de canhão no gramado.

Os militares também estarão presentes no interior do Congresso, com 54 membros da Força Aérea Brasileira no Salão Negro e no Salão Nobre do Senado; 54 homens da Marinha comporão a ala do Salão Verde ao Plenário da Câmara dos Deputados, e 42 da Banda do Corpo de Fuzileiros Navais executarão o Hino Nacional no interior do Plenário da Câmara.

Até as 14h25, o dispositivo militar deverá estar pronto. Nesse momento, o ministro-chefe da Casa Civil será recepcionado na chapelaria do Congresso e conduzido ao salão nobre do Senado.

Os secretários-gerais das Mesas e diretores-gerais da Câmara e do Senado seguirão, às 14h30, em direção à rampa do Congresso, onde aguardarão a chegada do presidente do Senado (que também é o presidente do Congresso Nacional) e do presidente da Câmara dos Deputados.

Revista à tropa

Às 14h40, o carro conduzindo os presidentes do Senado e da Câmara chegará até a calçada de acesso à rampa. Depois disso, o comandante da Guarda de Honra conduzirá o início da revista à tropa, feita pelo presidente do Senado. Durante a revista à tropa, haverá a Salva de Gala de 21 tiros de canhão, a execução do Hino Nacional e o hasteamento das bandeiras do Brasil e do Mercosul. 

Após, o presidente da Câmara seguirá em direção à rampa do Congresso para encontrar-se com o presidente do Senado. Na rampa, os presidentes das duas Casas serão recepcionados pelos secretários-gerais e diretores-gerais da Câmara e do Senado.

No Plenário da Câmara, será então lida a mensagem do presidente da República ao Congresso. A sessão será encerrada com o discurso do presidente do Congresso.

Em caso de chuva, serão canceladas a execução do Hino Nacional, a revista à tropa e a salva de 21 tiros.

*Da Agência Senado

 

 

 

 

Com os olhos dos brasileiros voltados para a reforma da Previdência, em análise na Câmara dos Deputados, o Congresso Nacional retoma as atividades na próxima segunda-feira (5). O tema deverá ser o principal em discussão a partir do retorno dos trabalhos legislativos, principalmente em ano eleitoral. 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já reafirmou que vai manter o calendário anunciado no ano passado para a reforma da Previdência, que prevê o início da discussão a partir do dia 5 e votação para a sessão logo após o carnaval, no dia 19. Data em que movimentos contrários a aprovação da proposta já marcaram manifestações.

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O relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), deverá apresentar um novo texto sem alterar regras do benefício de prestação continuada – voltado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda – e sem modificar substancialmente a regra do tempo de contribuição para aposentadorias pelo Regime Geral de Previdência.

Estados e municípios, por outro lado, serão obrigados a unificar os regimes de servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, a exemplo do que já acontece no governo federal desde 2013. Esses pontos foram anunciados por Maia no final do ano passado, quando ele fez um discurso em defesa da reforma. Governo e oposição passaram o recesso mobilizados sobre o assunto.

O recesso parlamentar encerra oficialmente nesta quinta-feira (1º) e as atividades legislativas deveriam reiniciar na sexta (2), no entanto, o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (PMDB), decidiu adiar a sessão inaugural para, segundo ele, garantir a presença dos parlamentares. Essa sessão formaliza o retorno dos parlamentares ao trabalho e também recebe, do Executivo, uma mensagem com as prioridades governamentais para o ano que se inicia. 

Eletrobras e comissões

Outro tema que deve mobilizar os debates do primeiro semestre é a privatização da Eletrobras, objeto de uma medida provisória suspensa pela Justiça e convertida pelo governo no Projeto de Lei 9463/18. O texto gera divergências entre os parlamentares, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), por exemplo, é contra a privatização da estatal e suas subsidiárias, que compreende entre elas a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). 

A não ser que seja aprovada urgência para votar a matéria direto no Plenário, o projeto deverá passar pela análise das comissões, que terão novos presidentes eleitos a partir das negociações entre as lideranças partidárias.

A Câmara tem 25 comissões permanentes. A escolha dos presidentes de cada colegiado é feita com base no princípio da proporcionalidade partidária – quanto maior o partido, maior a precedência na ordem de escolha e no número de presidências que pode reivindicar.

O PMDB, por exemplo, escolhe primeiro qual comissão quer presidir e tem direito a comandar mais de uma comissão. Geralmente, o maior partido reivindica para si a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que é considerada a mais importante por ser a responsável pela análise de todos os projetos em tramitação pela Casa. 

Há, no entanto, negociações que vão além da ordem de escolha e permitem trocas entre os partidos. Todas essas conversas devem adiar para depois do carnaval a escolha dos presidentes das comissões. Esse intervalo também poderá ser fundamental para manter o foco dos deputados na reforma em análise pelo Plenário. 

*Com a Agência Câmara

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