Tópicos | Trombofilia

Na manhã desta segunda-feira (25), o secretário de Saúde de Pernambuco, Antônio Figueira, reiterou a versão de que o Estado fez o necessário para garantir o tratamento de Matheus Henrique, criança de um ano que sofria de trombofilia e faleceu no último sábado (23). Com a rara doença, atuante na coagulação do sangue por falta de proteína C, a criança recebia o medicamento Ceprotin e, durante o tratamento, ficou onze dias sem tomar o remédio.

Para os pais de Matheus, houve negligência por parte do Estado. Já na opinião do secretário de saúde, a falta do medicamento não foi determinante para a morte do garoto. “Não há correlação entre a ausência do remédio e o agravamento da situação. Nós disponibilizamos o remédio por 300 dias, houve interregno porque a prescrição mudou, mas tomamos todas as medidas para a criança”, informou Figueira, após inauguração do ambulatório do Hospital Barão de Lucena. 

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Segundo o secretário, o anticoagulante não tem a eficácia comprovada. “Há um consenso de que a medicação não é eficaz. Nenhum centro do mundo prescreve esse remédio, nos Estados Unidos, na Europa, nem nos grandes centros acadêmicos”, assegurou Antônio Figueira. A família da criança conseguiu, em 2012, o direito de ter o remédio, apenas produzido fora do Brasil. Cada ampola custa quase R$ 4 mil e os parentes de Matheus acusam o estado de atrasar a entrega neste ano, especificamente nos meses de março e outubro.

Em nota emitida neste domingo (24), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirma que não houve negligência, pois ocorreram mudanças nas dosagens dadas ao paciente não comunicada à Secretaria, “o que dificultou o planejamento do estoque”. 

Foi sepultado neste domingo (24), no município de Escada, Zona da Mata Sul do Estado, o corpo de Matheus Henrique, de um ano. A criança sofria de Trombofilia, doença que causa uma propensão de desenvolver coágulos sanguíneos. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou uma nota afirmando que o período que o menino ficou sem o medicamento (Ceprotin), foi por falta de aviso prévio.

O órgão informou ainda que cerca de R$ 2 milhões foram investidos para a aquisição de 780 ampolas do Ceprotin. Confira a nota da secretaria na íntegra:

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“A Secretaria Estadual de Saúde informa que lamenta profundamente a morte do paciente Matheus Henrique, de um ano, mas reafirma que todas as medidas foram tomadas, pelo Estado, com o intuito de garantir ou prolongar a sua vida. No caso, que fugiu ao protocolo de aquisição de medicamentos excepcionais, houve empenho de diversos funcionários e setores deste órgão para agilizar a chegada do remédio, proibido de comercialização no País pela Anvisa, e possibilitar o tratamento, considerado experimental e sem eficácia terapêutica para a doença – rara, sem cura e com rápido agravamento do quadro clínico.

O paciente Matheus, que teve o tratamento negado pelo plano de saúde, começou a receber o Ceprotin, pelo Estado, em 2012. Ao todo, foram adquiridas 780 ampolas do medicamento, em um investimento de mais de R$ 2 milhões. Com essas aquisições, o garoto estava com estoque suficiente para os próximos três meses, ao final do qual período chegariam novas ampolas já solicitadas.

Para viabilizar o medicamento, a SES contatou diversos fornecedores e importadores, mas apenas um, a Uno Healh Care, informou ter condições de importação e pediu o prazo de duas a cinco semanas para a entrega. A SES também negociou diretamente com o laboratório Baxter, da Áustria, que solicitou prazo de 15 dias para a entrega do medicamento.

No período de um ano, o paciente ficou alguns dias sem o remédio, pois mudanças foram feitas nas dosagens, sem a prévia comunicação à SES, o que dificultou o planejamento do estoque.  Nesse período, a SES conseguiu empréstimo de 58 ampolas, junto à Bahia, o que possibilitou o tratamento até a chegada das ampolas compradas pelo Estado.

Por fim, a SES se solidariza com a família de Matheus e é natural que, em momentos de dor como este, sejam dadas declarações movidas pela emoção. Porém, assim como já fez anteriormente, tanto para a família como para a sociedade, a SES está à disposição para esclarecer as medidas adotadas pelo Estado, no sentido de garantir a assistência da criança.”

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