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A poupança é uma aplicação financeira muito popular no país, principalmente por ser conhecida pelo seu rendimento fixo e pela segurança que oferece aos brasileiros. Por ser um investimento considerado mais tradicional e seguro, é o mais indicado pelos especialistas para o investidor conservador, que é aquele que adota precauções, mesmo que isso diminua a rentabilidade. Sendo assim, o LeiaJá conversou com pessoas que optam por esse ativo de renda fixa para conhecer suas experiências e saber se conhecem outros tipos de investimentos.

Como ser um investidor?

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Pelas regras atuais não obrigarem o cliente ser correntista para, assim, poder iniciar um investimento, os bancos comerciais oferecem facilidades para quem deseja ter uma conta poupança. Para isso, basta comparecer a uma agência bancária portando CPF, documento de identidade e comprovante de residência.

Após a abertura da conta, é só depositar o dinheiro e acompanhar o rendimento. Não há taxas para abrir nem para manter o investimento em instituições financeiras que operam no Brasil.

Os valores depositados passam a render após um mês da data do depósito. Ou seja, se você transferir um valor para a poupança no dia 7 de outubro, o lucro será obtido apenas em 7 de novembro, e assim sucessivamente. Entender esse critério é fundamental, afinal, essa regra, conhecida como aniversário da poupança, é uma das questões mais importantes desse produto.

“Tenho uma ótima experiência com a minha conta. Quando a quis ter, pude perceber o quanto é fácil investir. Acho que não abri uma conta poupança antes pois tinha receios que fosse algo burocrático e que exige muitos documentos. Por nunca ter tido aulas de educação financeira na escola, só consegui entender como funciona os investimentos quando fiquei de frente com o meu gerente bancário”, revelou o enfermeiro Lucas Albuquerque, de 35 anos, que abriu sua conta poupança em janeiro deste ano.

O investidor acredita que por ser “novo e ainda não ter tanta experiência”, ainda não tem “coragem de ser investidor de outros tipos de investimentos” que são oferecidos por instituições bancárias. “Por pensar no rendimento do meu dinheiro, algo que no passado ainda não era algo aceito por mim devido o medo, ainda prefiro me acostumar com esse modelo para depois pensar em mudar de opção”.

Sua esposa, que também é enfermeira, disse que tem conta poupança desde os seus 18 anos. Hoje, aos seus 33 anos, Roberta Albuquerque diz que já é acostumada com a sua conta poupança e que também não pensa, no momento, em mudar de opção de investimento.

“Me considero a legítima investidora conservadora. Isso foi passado dos meus pais para mim. Lembro quando meu pai guardava seu dinheiro com total segurança no banco. Sua vida, praticamente, foi construída através dos valores que guardava”, rememorou.

Regra para o rendimento da poupança

Atualmente, a regra determina que a rentabilidade seja calculada da seguinte forma: 0,5% ao mês, acrescidos da Taxa Referencial (TR). Essa taxa é um índice que mede a variação dos juros pagos pelos títulos públicos federais negociados no mercado financeiro. É importante destacar que a TR pode ser zero, o que faz com que o rendimento da poupança também seja zero.

No entanto, quando a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade do investimento passa a ser de 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial. Por outro lado, se a taxa Selic estiver abaixo de 8,5%, o rendimento da conta poupança passa a ser de 70% da Selic, mais a TR.

No geral, quando a taxa Selic estiver acima de 8,5%, a regra para o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, acrescidos da TR. Quando a Selic estiver abaixo deste patamar, a rentabilidade da poupança passa a ser de 70% da Selic, mais a TR.

Posso sacar o dinheiro que guardei?

Sim, com a caderneta de poupança, o cliente tem alguns direitos: dois saques por mês no caixa eletrônico ou direto no atendimento do banco, duas transferências por mês para outra conta que também pertence a você, dois extratos por mês, consultas pela internet, um extrato detalhado da movimentação da poupança até 28 de fevereiro de cada ano.

Desvantagens

A famosa caderneta não é vista com um investimento rentável, porque o rendimento da poupança é considerado baixo. Sendo assim, atualmente, existem outros investimentos melhores que a caderneta.

Existem opções que exigem um valor baixo de investimento. É o caso, por exemplo, do Tesouro Direto, programa de títulos públicos oferecido pelo Tesouro Nacional e que tem um investimento mínimo de R$ 30. Especialistas consideram a modalidade segura e de baixo risco, já que é garantida pelo Governo Federal.

Além disso, uma regra da poupança que é muito criticada por investidores, é a que permite a retirada do valor investido antes do chamado “aniversário do depósito”, porém, ao mesmo tempo, não rende o investimento. Ou seja, é necessário esperar o aniversário do depósito – 30 dias depois da data de aplicação – para, assim, sacar o valor investido sem perder os rendimentos.

 

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anuncia nesta quarta-feira (3) a sua decisão a respeito da taxa de juros de referência da economia brasileira, a Selic. De forma considerável, o consenso dos economistas é de que o BC irá cortar na taxa mais cedo. Os juros básicos estão desde agosto do ano passado em 13,75%, no maior patamar desde 2016.

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 O consenso entre economistas é de que os diretores do BC devem manter a taxa onde está e que não devem também mudar consideravelmente seu tom mais duro em relação aos próximos passos, mesmo com a avaliação crescente, que ganhou forma nos últimos meses, de que há espaço para que o Banco Central comece os cortes na taxa mais cedo.

Alguns indicadores, de fato, passaram a ajudar o Banco Central na tarefa de avaliar os juros altos e, com eles, a pressão que causam sobre a economia. Foi o caso de vários sinais de uma desaceleração já em curso no Brasil e no mundo, como o Produto Interno Bruto (PIB) negativo no último trimestre do ano passado, as quedas na indústria e no varejo e uma inflação que passou a perder força rapidamente.  

Também trouxe alívio para o cenário a apresentação pelo governo, no fim de março, de sua proposta para a regra fiscal que deverá substituir o atual teto de gastos. Por outro lado, há diversos fatores que ainda carregam o caminho para juros mais baixos, e mesmo que uma ala dos bancos e consultorias esteja revisando para baixo suas projeções para os juros, as reduções são suaves.

O QUE AINDA IMPEDE A QUEDA DA SELIC

Preços de itens como serviços ainda em alta, expectativas para a inflação deste e do próximo ano ainda afastadas da meta, e também, um mercado de trabalho resiliente e aquecido estão entre os elementos mencionados pelos analistas do outro lado da balança que ainda impedem o BC de ser mais agressivo em sua descida de juros.  

Atualmente, de acordo com o relatório semanal Focus, do BC, a projeção média do mercado é que a Selic chegue ao fim de 2023 aos 12,5%, em uma ligeira redução em relação ao projetado há duas semanas (13,75%), mas ainda acima do que no começo do ano, quando a estimativa geral era estava em 12,25%.

É também um nível abaixo dos 13,75% atuais. As projeções para a inflação, por outro lado, seguem sendo revistas para cima e falam, atualmente, em um IPCA a 6% ao fim do ano – mais alto, inclusive, do que está agora (4,65% em março) e ainda longe da meta que deveria ser cumprida pelo BC neste ano, que é de 3,25%, com margem de tolerância entre 1,75% e 4,75%.

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (23), gerando uma inversão no movimento de alta verificado mais cedo, enquanto investidores entendem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em manter a taxa Selic no elevado patamar de 13,75%. O movimento da queda levou o principal índice da bolsa brasileira para abaixo dos 100 mil pontos. Por volta das 13h25, o Ibovespa recuava 0,27% enquanto o dólar, no mesmo horário, tinha aumento de 0,7%.  

O movimento pela manutenção dos juros brasileiros já era esperado, mas, contrariando as expectativas da discrição, o BC subiu o tom no comunicado após a decisão e não descartou a possibilidade de mais apertos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado “muito preocupante”, na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país. Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$5,236 na venda, em baixa de 0,17%.

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O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,77% aos 100 mil pontos. O Banco Central fará nesta posição leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxa) para fins de rolagem do vencimento no dia 2 de maio de 2023. No cenário internacional, bancos centrais seguem no radar, após autoridades da Suíça e Noruega indicarem que o ciclo de altas nos juros ainda não terminou.  

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu sobre a política monetária do Reino Unido nesta quinta e elevou a taxa de juros em 0,25 p.p. A autoridade assegurou esperar que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar do aumento inesperado na taxa inflacionária divulgado na última quarta-feira (22). Sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do BoE votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25% - o 11º aumento consecutivo.

O movimento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) trouxe alívio aos mercados. Apesar da alta de 0,25 p.p. nos juros, a autoridade adotou um tom mais moderado para discutir sobre a trajetória futura da taxa, ao dizer que “algum endurecimento adicional, da polícia monetária, poderá ser apropriado para que a inflação convirja a meta”. 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje (16) manter os juros básicos da economia brasileira em 6,5% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado, que esperava uma redução da taxa.

A decisão interrompeu um ciclo de 12 quedas consecutivas e foi tomada por unanimidade entre os integrantes do Conselho. A taxa Selic, no entanto, permanece no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, há 32 anos.

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Analistas financeiros e o próprio BC sinalizavam que poderia haver ainda mais um corte na taxa, de 0,25%, antes da interrupção da queda, mas o cenário externo mais volátil influenciou a decisão do Copom de não reduzir os juros dessa vez.

"O cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes", diz um trecho da ata do Copom.

A decisão ocorre dias depois do país enfrentar uma valorização expressiva do dólarno mercado de câmbio. Em quatro dias seguidos de pregão, a moeda norte-americana sofreu valorização de 3,71% e encerrou o dia de hoje negociada a R$ 3,694. Para o governo, a alta é um movimento de curto prazo.

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março, o nível mais baixo até então. Quanto menores os juros básicos, menores são os custos do crédito com incentivos para a produção e o consumo.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 2,76% nos 12 meses terminados em abril, abaixo do piso da meta de inflação, que é de 3%. O centro da meta de inflação em 2018 é de 4,5%, com limite inferior de 3% e máximo de 6%. Para 2019, a meta é 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

No comunicado em que anunciou a decisão de hoje de manter a taxa Selic em 6,5% ao ano, o Copom informou que o comportamento da inflação permanece em uma tendência favorável, com preços mais sensíveis aos juros e ao ciclo econômico em níveis baixos. "O Comitê julga que o comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis ainda baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária", afirma a nota.

O ritmo de corte já vinha caindo. Entre abril de setembro do ano passado, o Copom havia reduzido a taxa em 1 ponto percentual a cada reunião. Em outubro, o corte foi de 0,75, passando para 0,5 ponto em dezembro e para 0,25 ponto percentual nas reuniões seguintes, entre fevereiro e março, até a interrupção de queda agora.

Inflação

O mercado financeiro também reduziu essa semana a projeção para a inflação, medida pelo IPCA, de 3,49% para 3,45%, para este ano. Para 2019, a estimativa foi ajustada de 4,03% para 4%.Do fim de 2016 ao fim de 2017, a inflação começou a diminuir por causa da recessão econômica, da queda do dólar e da supersafra de alimentos. Depois de uma pequena subida no fim do ano passado, por causa dos reajustes dos combustíveis, os índices voltaram a cair no início deste ano. O recuo foi motivado por novas quedas nos preços dos alimentos e dos serviços, setor ainda afetado pela demora na recuperação da economia.

Crédito e crescimento

A taxa Selic é o índice que modula os juros cobrados na economia e tornam o acesso ao crédito mais ou menos caro, podendo estimular a economia por meio do aumento da produção e do consumo. Para o Copom, no comunicado em que oficializou a manutenção dos juros em 6,5% ao ano, "os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira". 

Segundo o boletim Focus mais recente, os analistas econômicos projetam crescimento de 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos pelo país, em 2018. A estimativa decrescente coincide também com a queda de 0,13% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, anunciado também hoje. Nos 12 meses encerrados em março, o indicador apresentou crescimento de 1,05%. No próximo dia 30, é a vez do IBGE anunciar o resultado oficial do PIB no trimestre encerrado em março.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar 0,25 ponto percentual (pp) do valor da taxa Selic. A ação significa o 12º recuo consecutivo na taxa básica de juros, que caiu de 6,75% para 6,5% ao ano. A reunião ocorreu ontem (21), em Brasília.

Para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), essa diminuição demonstra que o comitê ainda não encerrou o ciclo de queda na taxa iniciada em outubro de 2016. Segundo o SPC, o novo recuo e as possíveis quedas adicionais trazem estímulos à economia, que vem se recuperando de forma lenta.

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“O espaço para uma nova queda na taxa de juros acontece porque a inflação segue controlada e as expectativas em relação ao seu futuro estão ancoradas em patamares abaixo da meta. Além disso, a recuperação econômica em curso se dá de uma forma muito lenta, afastando possibilidade de pressão inflacionária mais à frente”, disse o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

A resistência dos bancos em repassar os cortes da Selic, no mesmo ritmo, para o financiamento imobiliário reflete uma preocupação dessas instituições com a fragilidade da poupança como fonte de recursos - que passou a render menos desde o último ano - e com um potencial aumento da taxa básica de juros da economia no longo prazo.

A diretora do Itaú Unibanco, Cristiane Magalhães, pondera que o fato de o crédito imobiliário ser de longo prazo, de até 30 anos, exige dos bancos uma precaução adicional em termos de previsibilidade.

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"Não dá para fazermos projeções considerando o tempo médio que os clientes levam para quitar o seu financiamento imobiliário, entre 10 e 12 anos. Essa carteira tem duração muito longa e os bancos precisam agir com responsabilidade. As projeções macroeconômicas, por exemplo, já indicam que a Selic vai voltar a crescer em 2019", diz Cristiane. "A tendência dos juros no crédito imobiliário é de queda, mas temos de preservar a rentabilidade (do banco)."

Segundo o superintendente executivo de Negócios Imobiliários do Santander, Fabrizio Ianelli, a poupança também é uma preocupação. Depois de os depósitos superarem os saques na caderneta em mais de R$ 17 bilhões no ano passado, conforme o Banco Central, em janeiro deste ano o sinal inverteu: a diferença de entradas e saídas ultrapassou a casa dos R$ 5 bilhões.

"Primeiro, precisamos da normalização e da volta da poupança. Esperamos a migração de recursos de fundos de investimento com taxas mais altas para a poupança e, depois, a própria população", afirma Ianelli. "Com a melhora da economia, espera-se que a poupança volte a ficar com crescimento positivo à medida que as pessoas tenham fôlego para poupar recursos."

O Banco do Brasil, em desvantagem uma vez que 90% dos seus recursos de poupança têm de ser destinados ao crédito agrícola, segue "bastante empenhado" neste setor, conforme o presidente do banco, Paulo Caffarelli. "Não tem produto mais fidelizador que o imobiliário."

O superintendente de crédito do Bradesco, Romero Albuquerque, rebate que os bancos estejam demorando para repassar a queda da Selic e lembra que, um ano atrás, os juros no financiamento imobiliário estavam em dois dígitos, com vertente de alta. "A cada um porcentual de queda da taxa do crédito imobiliário, considerando um financiamento de R$ 200 mil, significa que quase 500 mil famílias a mais podem ingressar nesse mercado", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) realizou um estudo que avaliou os juros do cartão de crédito. Segundo o relatório, os juros chegaram ao menor patamar desde julho de 2015, a taxa cobrada em maio foi de 345,10% ao ano. Em abril, a porcentagem chegou a 397,75% ao ano.

São responsáveis pelo resultado a diminuição da taxa básica de juros (Selic) e a expectativa da queda da inflação. A redução da taxa Selic diminui o custo de captação dos bancos. Segundo a Anefac, surgiram novas quedas nas taxas de juros de operações de crédito.

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As seis linhas de crédito para pessoa física analisadas pela associação apresentaram queda de juros no último mês. Entre abril e maio, a taxa média caiu de 148,20% para 142,20% ao ano, a menor desde dezembro de 2015.

Já na modalidade de cheque especial, os juros atingiram 301,45% ao ano, contra 302,31% em abril. Outra linha que foi avaliada, é o financiamento de automóveis crédito direto ao consumidor (CDC), passou de 30,30% em abril para 29,84% ao ano no mês passado.

O sócio da Schwartsman Associados e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, acredita que a realidade fará com que o Banco Central entregue mais um aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic em maio.

"A intenção do BC é claríssima. Eles disseram na ata: nós paramos. Mas entre a reunião e a divulgação da ata eles tomaram 0,92% de inflação na testa. Acho que a realidade mais uma vez vai forçar a fazer mais um pequeno ajuste de 11% para 11,25%", disse Schwartsman em evento da EMTA, na sede do HSBC, em São Paulo.

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Ele ressaltou, no entanto, que esse patamar da Selic é insuficiente para controlar a inflação e um novo ciclo de alta será necessário à frente. "O BC vai parar agora, mas não vai ser suficiente, e se não voltar de forma decisiva ainda em 2015 vai ter um problema mais sério de inflação, mesmo com uma taxa de juros mais alta", completou.

A agenda do Banco Central nesta terça-feira (1º) tem como destaque a primeira parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Todos os diretores da instituição e o presidente participam, pela manhã, da reunião de análise de mercados e, à tarde, dão início ao encontro que decidirá o futuro da taxa básica de juros (Selic). A decisão, no entanto, sai apenas na quarta-feira (2), quando ocorre a segunda etapa do Copom.

A expectativa do mercado é de que a autoridade monetária eleve os juros de 10,75% ao ano para 11%. A continuidade do ciclo de ajuste, no entanto, não é unanimidade entre os analistas. Pesquisa do AE-Projeções, que ouviu 70 economistas na última quinta-feira, mostra que 44 deles esperam alta de juros em maio, enquanto 26 acreditam que o ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013 será encerrado nesta quarta-feira.

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Os analistas estão na expectativa do comunicado divulgado pós-Copom, no qual a instituição pode dar pistas se encerra ou não o processo de ajuste da Selic.

O Banco Central (BC) está testando o menor nível de juro real no Brasil desde que foi lançado o plano Real. A taxa real desconta a inflação esperada dos juros cobrados. Na média de outubro, o juro real caiu para 4,5%. Os juros prefixados de 360 dias entre grandes empresas e bancos ficaram em 10,5%. Deduzindo-se a expectativa de inflação do IPCA nos próximos 12 meses, de 5,7%, chega-se aos 4,5%.

Para o BC, a queda do juro real é compatível com a volta do IPCA para bem perto do centro da meta de inflação, de 4,5%, no final de 2012. A instituição conta com a desaceleração da economia pela alta anterior da Selic, a taxa básica de juros, pelas medidas macroprudenciais de contenção do crédito e pela política fiscal mais apertada.

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Além disso, o BC vê um gradual processo de declínio da chamada "taxa neutra" de juros, que é o juro real que não estimula nem desestimula a demanda. Quanto menor a taxa neutra, mais baixa pode ser a Selic que mantém a inflação sob controle. "O juro neutro é importante, as pessoas têm de prestar mais atenção nisso", diz uma fonte da equipe econômica.

No mercado, porém, há uma corrente bastante preocupada com a recente aceleração da queda do juro real. "Essa redução tem sido forçada, e é por isso que hoje temos uma combinação pior de inflação e crescimento", diz o economista Fernando Rocha, sócio da gestora de recursos JGP, que prevê crescimento de apenas 2,5% em 2012, com inflação de 5,6%. "Não há mudança estrutural nos últimos anos que possa ter aberto o caminho para uma queda sustentável desta magnitude do juro real", diz Silvio Campos, economista da consultoria Tendências. Um ex-diretor do BC observa que o atual nível do juro real está próximo, até um pouco abaixo, do recorde de baixa anterior, em 2009, quando havia uma clara política de estímulo à demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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