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O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (23), gerando uma inversão no movimento de alta verificado mais cedo, enquanto investidores entendem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em manter a taxa Selic no elevado patamar de 13,75%. O movimento da queda levou o principal índice da bolsa brasileira para abaixo dos 100 mil pontos. Por volta das 13h25, o Ibovespa recuava 0,27% enquanto o dólar, no mesmo horário, tinha aumento de 0,7%.  

O movimento pela manutenção dos juros brasileiros já era esperado, mas, contrariando as expectativas da discrição, o BC subiu o tom no comunicado após a decisão e não descartou a possibilidade de mais apertos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado “muito preocupante”, na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país. Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$5,236 na venda, em baixa de 0,17%.

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O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,77% aos 100 mil pontos. O Banco Central fará nesta posição leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxa) para fins de rolagem do vencimento no dia 2 de maio de 2023. No cenário internacional, bancos centrais seguem no radar, após autoridades da Suíça e Noruega indicarem que o ciclo de altas nos juros ainda não terminou.  

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu sobre a política monetária do Reino Unido nesta quinta e elevou a taxa de juros em 0,25 p.p. A autoridade assegurou esperar que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar do aumento inesperado na taxa inflacionária divulgado na última quarta-feira (22). Sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do BoE votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25% - o 11º aumento consecutivo.

O movimento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) trouxe alívio aos mercados. Apesar da alta de 0,25 p.p. nos juros, a autoridade adotou um tom mais moderado para discutir sobre a trajetória futura da taxa, ao dizer que “algum endurecimento adicional, da polícia monetária, poderá ser apropriado para que a inflação convirja a meta”. 

Uma inesperada crise política surpreendeu os mercados nesta segunda-feira, 23, que terminou com queda das ações negociadas em Bolsa de Valores no Brasil. A revelação de uma conversa do ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugerindo um pacto para conter o avanço da Operação Lava Jato terminou com o pedido de licença (tecnicamente, pedido de exoneração, segundo Jucá), cedendo às fortes pressões ao longo do dia. O Índice Bovespa fechou em queda de 0,79%, aos 49.330,42 pontos. Foi a quinta baixa consecutiva da bolsa brasileira.

Na conversa entre Jucá e Machado, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro diz que é preciso "estancar a sangria", no que seria uma referência à Lava Jato. Em entrevista coletiva concedida ainda pela manhã, Jucá disse que não há nada de ilegal em sua fala e que o jornal tirou suas declarações do contexto. Afirmou, por exemplo, que o termo "sangria" se referia à paralisia do governo Dilma, que aprofundava a crise econômica.

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O fato gerou uma série de reações entre partidos, aliados do governo ou de oposição, e a permanência do ministro passou a ser questionada. PDT e Rede Sustentabilidade estariam entre os primeiros partidos a pedir a saída de Jucá. Na base aliada, a avaliação era de que a revelação da conversa gerou grave prejuízo à imagem do governo e que a permanência de Jucá era insustentável. Ao final da tarde, o ministro anunciou a saída, que pode ser irreversível.

No pior momento do dia, o Índice Bovespa chegou a cair 2,07%, penalizado não apenas pelo cenário político, mas também pelo cenário internacional desfavorável. O petróleo operou em queda durante todo o dia, em meio à volta das preocupações com o excesso de oferta no mercado da commodity. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 0,75% (-US$ 0,35), a US$ 48,37 o barril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em queda de 0,68% (-US$ 0,33), a US$ 48,08. Com isso, as ações da Petrobras fecharam em queda de 2,56% (ON) e 4,49% (PN).

Já o minério de ferro caiu 5,4% no mercado chinês, mas não impediu as alta de 2,19% (ON) e 0,88% (PNA) das ações da Vale, que seguiram a recuperação de outras mineradoras pelo mundo.

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