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A Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as denúncias de superfaturamento nos contratos dos artistas que animaram os festejos juninos da cidade em 2012 e este ano. 

De acordo com o vereador Ronaldo Cancão (PSL), líder da oposição e responsável pelo requerimento da CPI, existem indícios de irregularidades na contratação das atrações para o São João desde 2011. “Encaminhei em 2011 uma denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para analisar como foi gasto os 901 mil da festa junina. Desde aquele ano os valores eram superfaturados, com uma grande diferença de contratação se comparados às outras cidades vizinhas”, relatou. 

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Para a instalação dessa Comissão, não foi necessário o voto do plenário. O oposicionista já havia conseguido as sete assinaturas necessárias para a aprovação da CPI e durante a sessão na Casa Plínio Amorim outros vereadores consentiram com o requerimento. “Não podemos fechar os olhos, pois é o papel do vereador fiscalizar tudo isso”, destacou Ronaldo. 

Segundo dados fornecidos pelo vereador, atrações como a dupla Jorge e Mateus que custou R$300 mil em uma cidade vizinha, em Petrolina o valor no contrato exposto pela prefeitura apontava o valor de R$ 670 mil. 

O presidente da Casa, Osório Siqueira (PSB), tem até esta quinta-feira (15) para analisar a fundamentação jurídica do pedido e instalar a CPI. Após a instalação os vereadores devem apurar os fatos em até 60 dias e divulgar, ao fim do prazo, um relatório com a confirmação ou não das acusações. O que de acordo com Ronaldo Cancão pode gerar a cassação do prefeito Julio Lossio (PMDB). “Se houver a comprovação dos indícios vamos cassar o mandato dele sim. É preciso capacidade para administrar um município sem corrupções”, enfatizou. 

O caso do Projeto ‘Jampa Digital’ que deveria proporcionar internet gratuita a população de João Pessoa e foi contratado pela Ideia Digital, mesma empresa escolhida pelo governo de Pernambuco para prover infraestrutura de rede, processamento de informações e tablets para as salas de aula de escolas públicas estaduais foi evitado pelo governador Eduardo Campos (PSB). Nesta sexta-feira (2), após solenidade com o ministro de Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, o socialista foi sabatinado sobre o assunto, mas esquivou-se.

Campos resumiu em dizer apenas que só se pronunciará sobre o assunto depois do posicionamento de órgãos responsáveis pela investigação. “Nós só iremos falar depois que os órgãos de controle se pronunciem. Está com eles. Nós entregamos a ele. Foi uma iniciativa do nosso governo entregar aos órgãos de controle”, declarou.

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Questionado se tinha conhecimento do possível desvio de verba, o governador não respondeu. “Eu entreguei essa questão desde o ano passado e tomei todas as providências que devia tomar. Agora deixem os órgãos de controle falar”, esquivou-se.

Caso ‘Jampa Digital - O Projeto Jampa Digital criado pela Prefeitura de João Pessoa tinha o objetivo de ofertar internet sem fio e gratuita à população local. No entanto, após atrasado de mais de dois anos e de uma investigação, foi constatado a existência de superfaturamento no convênio estabelecido entre a gestão e a empresa responsável, Ideia Digital. O problema está sendo investigado pela Polícia Federal.

 

 

A bancada de oposição da Câmara Municipal do Recife repercutiu nesta segunda-feira (27) na Tribuna da Casa de José Mariano as denúncias de superfaturamento na compra de fardamento e material escolar do programa Aluno nos Trinques, da Prefeitura da cidade. A líder da oposição, vereadora Aline Mariano (PSDB), chamou a atenção para o fato de que os oposicionistas já vinham denunciando contratos suspeitos desde o início do ano, mas ainda assim o Governo Municipal não se posicionou a respeito da revisão desses contratos. O prazo que o prefeito determinou para um posicionamento foi abril de 2013, mas até o momento nada foi definido.

“Há mais ou menos um mês, tivemos uma denúncia na imprensa acerca do superfaturamento dos materiais de limpeza, agora temos o superfaturamento do material que compõe os kits Aluno nos Trinques”, relembrou a tucana. “Eu me pergunto: o que foi feito durante o período de transição?”, questiona a vereadora, já que se passaram quase seis meses do novo governo, tempo suficiente para revisar contratos e promover novas licitações. Além dos problemas com relação aos preços, os kits foram entregues incompletos, prejudicando os estudantes.

Nenhum governista se manifestou para defender a lentidão da Prefeitura em resolver tais questões. “O prefeito Geraldo Júlio foi vendido como um técnico eficiente, com uma equipe preparada e escolhida com base na meritocracia e não no apadrinhamento político”, pontuou Aline. “A secretária executiva de Administração e Finanças, Dra. Taciana Mota, confirmou ter observado falhas no quantitativo de produtos em relação ao número de alunos, além de baixa aceitação do material entre os estudantes, ainda assim, a gestão não tomou as providências com relação ao referido contrato”, destacou.

“O que está faltando para fazer uma nova licitação?”, questionou a líder da oposição. “Por que estão com dificuldades? O atual governo está sendo conivente tentando proteger o governo passado? Então, infelizmente, o atual governo vai ter que pagar pelo ônus”, concluiu a vereadora. Os oposicionistas Priscila Krause (DEM) e Raul Jungmann (PPS) reforçaram as críticas e prometeram uma articulação para agilizar os encaminhamentos a fim de solucionar o problemas.

Na denúncia da imprensa, alguns itens da lista de material chegavam a ter mais de 450% de diferença em relação aos preços vigentes no mercado. E o rombo causado pelo superfaturamento poderia ter sido maior. As operações de empenho poderiam ter chegado a quase R$ 91 milhões se uma investigação do TCE iniciada em 2011 não tivesse resultado na suspensão, este mês, dos R$ 21,7 milhões que se encontravam pendentes.

O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a paralisação das obras da Refinaria Abreu e Lima no complexo industrial de Suape por entender que houve superfaturamento e sobrepreço em seis contratos da refinaria e o projeto de terraplenagem. Somando esses contratos chega-se a mais de R$ 11 bilhões e a unidade mais cara, está na construção do coqueamento retardado, avaliada em mais de R$3,4 bilhões.

Outros contratos se referem a construção do espaço de Hidrotratamento de diesel, nafta e de geração de hidrogênio UGH no valor de R$ 3,6 bilhões. A implantar de tubovias para a interligação está orçado em R$ 2,6 bilhões e a edificação da unidade de destilação atmosférica R$ 1,4 bilhão. Terraplanagem e serviços complementares de drenagens, arruamento e pavimentação chegam a R$ 534 milhões. Já a implantação de dutos de recebimento e expedição de produtos somam R$ 649 milhões.

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O levantamento faz parte do programa anual de fiscalização de obras públicas que será enviado ao congresso nacional, onde os deputados deveram acatar ou não as recomendações. O Tribunal julgou irregular 124 obras do Governo Federal e recomendou a paralisação de 22. Ao todo foram fiscalizados 514 empreendimentos que receberam um investimento de R$ 38 bilhões e 45% das irregularidades estão ligadas ao superfaturamento. 41% das construções estão desatualizados ou deficientes.

Depois das denúncias envolvendo superfaturamento na licitação para a compra de fogos de artifícios do carnaval 2012, o prefeito do Recife, João da Costa, cancelou o processo de aquisição do material. A decisão do gestor, tomada nesta quarta-feira, aconteceu logo depois que a líder da oposição na Câmara de Vereadores, Priscila krause (DEM) denunciou a diferença de valores para a compra dos produtos.

No ano de 2010, o valor da compra realizada pela Secretaria de Cultura foi de R$ 484 mil e a realizada em 2011 ficou no valor de R$ 1,54 milhão, apresentando preços 219% mais altos, quando a inflação do período não foi superior a 7,7%.

De acordo com a vereadora, o prefeito deveria ter uma atenção maior para os processos licitatórios. “Eu sugiro ao gestor da cidade que exonere a presidente da Fundação de Cultura e substitua os membros da Comissão de Licitação”, pontuou Priscila Krause. Ainda segundo ela, nesta quinta-feira (16), estará enviando um oficio ao Tribunal de Contas para ser realizado uma auditoria especial na fundação. “O mais importante foi que os cofres públicos deixou de ter um prejuízo de mais de R$ 1 milhão”, ressaltou.

Uma nota foi envida pela Fudanção de Cultura se pronunciando sobre o caso, veja a nota na íntegra:

Sobre o questionamento da vereadora Priscila Krause acerca dos contratos para compra de fogos de artifícios, a Fundação de Cultura da Cidade do Recife informa que não foi realizada nenhuma despesa com base na ata de registro de preços em questão. Inobstante, a Fundação determinou imediata suspensão e apuração, por parte da Controladoria Municipal, do processo de registro de preços.

A denúncia - Priscila Krause havia explicado na terça-feira (14) que a licitação tem como objeto a contratação de empresa especializada em shows pirotécni cos para a Secretaria de Cultura no período de 12 meses, sob sistema de regime de preços. A licitação trata de sete lotes para contratação de shows pirotécnicos de 2, 3, 5, 7  e 10 minutos, além de salva de tiros, de 5 e de 10 mil tiros.

A vereadora afirmou que a diferença encontrada é que em 2010 o processo se deu em pregão presencial e na de 2011 o pregão foi eletrônico, o que segundo ela não justifica o aumento de preço, que deveria ser menor.  

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) mandou suspender o aluguel de 10.041 tablets para profissionais da administração pública. Na edição de ontem, o Estado revelou que o aluguel dos aparelhos por três anos custaria R$ 138,9 milhões, cinco vezes mais do que o valor de compra do tablet mais caro disponível no mercado. Além disso, o dono da empresa contratada foi condenado por fraudes em contratos de inspeção veicular e está foragido da Justiça.

Kassab disse ontem que o aluguel está suspenso até que o contrato seja esclarecido. "Pedi que seja apurado e esclarecido para a opinião pública", disse o prefeito. Não há prazo para que a investigação da Prefeitura sobre o contrato seja finalizada. Caso não houvesse suspensão, os primeiros equipamentos teriam de ser entregues pela empresa contratada em cerca de 30 dias.

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Não é só a Prefeitura que vai analisar o contrato de R$ 138,9 milhões com a Neel Brasil. Após a denúncia do Estado, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu procedimento para analisar se há ilegalidades na contratação da empresa. A Promotoria vai investigar tanto o procedimento da contratação quanto a razoabilidade de se gastar esse valor com o aluguel dos equipamentos, já que o valor de compra é cinco vezes menor do que seria pago pela Prefeitura.

A Neel Brasil venceu o pregão eletrônico após duas outras empresas que deram um valor mais baixo terem sido inabilitadas. Uma delas, a Transfer Sistemas de Energia, cobrou R$ 47,5 milhões para oferecer o mesmo serviço - cerca de um terço dos R$ 138,9 milhões que a Neel receberia. A justificativa para a exclusão da proposta da Transfer é de que a empresa não tinha a capacidade técnica exigida pelo edital.

O procedimento foi distribuído ontem para o promotor Saad Mazloum, da Promotoria do Patrimônio Público, que será o responsável pela investigação.

Custo-benefício

O presidente da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam), Cesar Kiel, disse que a justificativa para o preço milionário do aluguel são as características específicas do modelo, como robustez, resistência a quedas, poeira e chuva. Ele afirmou que "com certeza" foi o melhor custo-benefício, porque a empresa fez pesquisas de mercado para avaliar os custos dos equipamentos.

Kiel afirmou que o preço também incluiria o aluguel de impressoras portáteis e suprimentos de impressão. Esses serviços, porém, não estão incluídos no contrato assinado para o aluguel dos tablets e fazem parte de um lote separado. Pelo aluguel de 7.163 impressoras e suprimentos, a Prodam pagaria mais R$ 74,7 milhões para uma outra empresa, a RB Code. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Superfaturamento de preços, fiscalização omissa e atraso injustificável nas obras foram os principais problemas encontrados na última fiscalização feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no eixo leste do projeto de transposição do Rio São Francisco. A auditoria foi realizada de junho de 2010 até maio de 2011 e os problemas relatados ao Ministério da Integração Nacional, que até agora não adotou as providências para ressarcimento dos prejuízos, estimados em R$ 8,6 milhões à época.

Principal vitrine do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que turbinou a votação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, o projeto exibe sinais de abandono em vários trechos, com estruturas de concreto estouradas, rachaduras e vergalhões de aço retorcidos, conforme reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo. Esse é o quinto ano seguido que o TCU encontra graves problemas na obra, que já excedeu seu orçamento original em mais de 30% e na melhor das hipóteses será concluída com cinco anos de atraso.

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O relatório do tribunal, entregue há seis meses, também determinava que o Ministério obrigasse as empreiteiras do consórcio encarregado por cinco trechos (de 9 a 13) licitados no eixo leste a retomar imediatamente as obras. Como isso não foi feito, o desgaste dos trechos aumentou e o prejuízo ao erário público também. O Ministério informou que a conservação do que já foi feito é responsabilidade das empresas e que já as acionou para refazer o que está se deteriorando.

Problemas

O eixo leste, visitado pela reportagem do Estado, abrange uma população de 4,5 milhões de habitantes em 168 municípios dos estados de Pernambuco e da Paraíba. A integração do velho Chico às bacias dos rios temporários do semiárido nordestino será possível com a retirada de 26,4 metros cúbicos de água por segundo, ou 1,42% da vazão medida na barragem de Sobradinho. Desse total, 16,4 metros cúbicos vão para o eixo norte (que pega também os estados do Ceará e Rio Grande do Norte) e 10 metros cúbicos para o eixo leste.

Entre os problemas detectados, um britador foi instalado a 4 quilômetros da pedreira, encarecendo desnecessariamente o custo de transporte das pedras para processamento. Constatou-se também que um desvio de 30 metros no traçado original do canal encareceu o custo das desapropriações. Problemas na área de fiscalização geraram, além de perdas ao erário, baixa qualidade dos serviços, o que contribuiu para a rápida deterioração das estruturas.

Conforme o relatório, verificou-se superfaturamento em alguns itens devido a quantitativos inadequados e ausência de planejamento eficiente das obras para minimizar custos, como o do transporte de materiais. Essa etapa da obra, iniciada em 2008, está orçada em R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 609 milhões estão inseridos no orçamento de 2011. As obras vistoriadas apresentavam, em média, quase 57% de execução, quando deveriam apresentar 97%.

Apesar da gravidade dos achados, o TCU não determinou a paralisação das obras, permitindo que os trabalhos prossigam enquanto o Ministério adota as medidas corretivas, até agora não implementadas. O relator da decisão foi o ministro Augusto Sherman Cavalcanti. O primeiro achado diz respeito a atos antieconômicos, que teriam resultado em prejuízo ao erário de R$ 8,6 milhões.

Observou-se também a existência de atrasos significativos nas obras do eixo e paralisação de alguns lotes à revelia do governo, sem que fossem adotadas as medidas contratuais pelo Ministério. "Essas paralisações estão causando danos às estruturas já executadas, além de transtornos às comunidades locais, afetadas pelas interferências causadas pelas obras", anotou o relatório. "Trata-se de irregularidade grave, que vem ocorrendo desde o início do Projeto e já materializou vários danos na execução do contrato".

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