Tópicos | Sóstenes Cavalcante

No segundo mandato como deputado federal, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) assumiu a presidência da Frente Parlamentar Evangélica. Ao Estadão, o deputado traçou o diagnóstico de uma bancada amplamente bolsonarista e disse que, se houver aval dos seus pares, não pretende receber outros presidenciáveis que almejam o apoio dos crentes. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual será a prioridade da frente?

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Focar na eleição para ampliar a bancada com o máximo de colegas. Somos sub-representados. Somos 30% da população brasileira, e não somos 30% dos deputados, muito menos dos senadores.

Como a frente vai se posicionar na eleição presidencial deste ano?

São 115 deputados e 13 senadores. Não posso dizer se vai haver racha antes de consultar meus pares. Mas sinto que 90% dos deputados da frente evangélica querem apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro. Temos duas deputadas do PT, Benedita da Silva (RJ) e Rejane Dias (PI). Elas têm todo nosso carinho, e lógico que elas vão apoiar o candidato do partido delas. Fora elas, desconheço quem queira apoiar outro candidato.

Os demais pré-candidatos estão atrás dos evangélicos. A frente vai recebê-los, vai abrir um diálogo?

Não posso me dar ao luxo de abrir diálogo em ano eleitoral sem antes ouvir meus pares. Se decidirmos o alinhamento a Bolsonaro, institucionalmente, vou me negar a receber.

O ex-ministro Sérgio Moro não sensibilizou os evangélicos com a Carta de Princípios para Cristãos?

Moro foi mal orientado. Ele precisa melhorar a assessoria, se quiser se aproximar dos evangélicos. Se é para fazer um documento aliviando o conservadorismo, é melhor não fazer. Ele foi bem em vários pontos, mas deu uma derrapada. Quando acendeu uma vela dizendo que "apoia a família tradicional", não precisava colocar "mas respeita opções sexuais". O complemento daquele parágrafo comprometeu tudo. Por causa desse parágrafo, ele continuou enfraquecido.

Em meio às comemorações pela conquista da medalha de prata da skatista brasileira Rayssa Leal, de apenas 13 anos, na Olimpíada de Tóquio, um político resolveu polemizar. Em sua conta no Twitter, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) parabenizou a atleta, mas questionou o fato de crianças não poderem trabalhar no país.

“As crianças brasileiras de 13 anos não podem trabalhar, mas a skatista Rayssa Leal ganhou a medalha de prata na Olimpíadas… Ué! É pra pensar… Parabéns a nossa medalhista olímpica! E revisão do Estatuto da Criança e Adolescente já!”, escreveu o parlamentar.

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A postagem recebeu inúmeras críticas. “Por isso que eu digo que a pessoa deveria comprovar que tem pelo menos 2 neurônios antes de se candidatar a um cargo público”; “Imagina se a Rayssa tivesse num canavial cortando cana ao invés de está andando de Skate, seria melhor para ela né não?”; “33 mim reais saindo do bolso do brasileiro todo mês pra bancar deputado pra vir defender trabalho infantil. Temos que fazer uma revisão na nossa política, isso sim”; “A desgraça de viver num país com políticos que almejam o pior para infância. Ao invés de celebrar o acesso ao esporte e educação, o cara usa a situação como palco para incitar a perda de direitos”.

Depois que aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitaram na Câmara dos Deputados e no Senado a inclusão do sobrenome “Lula” aos seus nomes parlamentares, opositores ao líder-mor petista reagiram pedindo que o “Moro” e o “Bolsonaro” fossem incluídos nos painéis de votação das Casas. 

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) encaminhou a solicitação ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para homenagear o juiz responsável pela Lava Jato em primeira instância. Já no Senado, Magno Malta (PR-ES) foi além. Ele quer que no painel passe a ser chamado de Magno Moro Bretas Afonso Miller Malta.

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O senador também faz referência ao juiz responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, e ao policial militar do Espírito Santo, Afonso Miller, que foi baleado na cabeça no dia 20 de março ao ser confundido com um traficante. 

As homenagens na nomenclatura parlamentar vão além da Lava Jato e chegaram aos presidenciáveis. O deputado Capitão Augusto (PR-SP) protocolou pedido de mudança para acrescentar “Bolsonaro” ao sobrenome. "Eu sou contra a mudança dos nomes, mas se pode de um lado, também pode do outro. Se Lula é o candidato deles, Bolsonaro é o meu”, justificou o republicano. 

A postura dos deputados e senador é em reação a campanha das bancadas do PT para homenagear o ex-presidente Lula, preso desde o último sábado (7), tendo o sobrenome dele incluído na forma como é chamado nos registros das Casas. Os pedidos devem ser apreciados pelos presidentes, tanto Rodrigo quanto Eunício Oliveira (MDB-CE), do Senado, ainda não se manifestaram sobre as mudanças.

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O deputado evangélico Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) disse ter sido violado e "estuprado" seu direito de concorrer à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara. "Tenho aqui que fazer uma denúncia que o PT e o governo, com a manutenção do acordo de liderança, violou, estuprou os partidos que têm liderança nessa comissão", disse o deputado na primeira sessão da CDHM após a eleição do petista Paulo Pimenta (RS) para presidi-la.

Sóstenes afirmou que houve uma manobra, pois o PT identificou que a bancada dele teria maioria na comissão para elegê-lo. Disse ainda que não desistiu do "sonho" de presidir a CDHM neste que é seu primeiro mandato como deputado federal. Ele também criticou a retirada de titularidade do deputado evangélico Anderson Ferreira (PR-PE) da comissão, para evitar também a sua candidatura.

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Aliado do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Sóstenes elogiou a gestão do colega de bancada na comissão em 2013 e se disse vítima do "preconceito" do governo petista contra evangélicos e contra cristãos. "O PT, esse governo, tem preconceito contra cristãos, isso é inadmissível", bradou.

O deputado do PSD apontou que separava a imagem do PT e de Paulo Pimenta, dizendo respeitar o presidente recém-eleito. Ainda assim, Pimenta rebateu a colocação de Sóstenes. "Vossas Excelências sabem que não ficaram como titulares porque havia acordo partidário que previa que esta comissão seria presidida pelo PT. Houve um procedimento das lideranças como em qualquer outra comissão, fossem os senhores evangélicos ou não."

Após ver frustrada a tentativa de indicar Sóstenes e Ferreira - autor do polêmico projeto do Estatuto da Família (que define o conceito de família a partir da união entre um homem e uma mulher) - para a presidência da CDHM, a bancada evangélica, por meio de Feliciano, fez um acordo para compor a comissão no cargo de vice-presidência. Como Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor da causa LGBT e adversário político dos evangélicos, também estava designado nessa composição para assumir uma das três vice-presidências, houve divergência entra os deputados evangélicos. O imbróglio deve ser resolvido nas próximas semanas com a eleição para primeiro, segundo e terceiro vice-presidentes.

Rebaixado a suplente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias após tentar disputar a presidência à revelia do partido, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) se tornará presidente da comissão criada para acelerar a tramitação de um projeto que reconhece como família apenas os núcleos sociais formados a partir da união de um homem e de uma mulher.

Pastor da Assembleia de Deus, Cavalcante foi diretor de eventos da Associação Vitória em Cristo, do também pastor Silas Malafaia e trabalhou de cabo eleitoral do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em sua campanha pelo comando da Casa.

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"Conquanto a própria Carta Magna tenha previsto que o Estado deve proteger a família, o fato é que não há políticas públicas efetivas voltadas especialmente à valorização da família e ao enfrentamento das questões complexas a que estão submetidas às famílias num contexto contemporâneo", alega o deputado Anderson Ferreira (PR-PE) na justificativa do texto. "São diversas essas questões. Desde a grave epidemia das drogas, que dilacera os laços e a harmonia do ambiente familiar, à violência doméstica, à gravidez na adolescência, até mesmo à desconstrução do conceito de família, aspecto que aflige as famílias e repercute na dinâmica psicossocial do indivíduo."

Além de tratar como família apenas a união entre homem e mulher e seus descendentes, o projeto quer determinar que os currículos do ensino fundamental e médio adotem a disciplina "Educação para a família". As escolas também deverão "formular e implantar medidas de valorização da família no ambiente escolar".

Além de Cavalcante e Ferreira, a comissão tem outros integrantes da bancada conservadora, que inclui religiosos e deputados com posicionamentos considerados reacionários. Irmão Lázaro (PSC-BA), Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), João Campos (PSD-AM) e Pastor Eurico (PSB-PE) estão entre os titulares. Na suplência, há nomes como Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho de Jair Bolsonaro (PP-RJ), e o Missionário José Olímpio (PP-SP).

No outro extremo, estão os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor de causas LGBT, e Maria do

Rosário (PT-RS), ex-ministra de Direitos Humanos durante o primeiro governo Dilma Rousseff. (Daniel Carvalho - daniel.carvalho@estadao.com)

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