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Com o início da greve dos metroviários na manhã desta segunda-feira (16), os portões da Estação Recife, na área central da capital pernambucana, fecharam pontualmente às 9h e só devem reabrir às 16h, com o serviço sendo suspenso novamente às 20h. Minutos antes do fechamento do portão, usuários tiveram que correr para conseguir entrar no Metrô do Recife a tempo. O Sindicato dos Metroviários afirma que a greve é por tempo indeterminado, pedem mais segurança, um reajuste salarial de 9,28% e a permanência dos auxílios do vale cultura e entrega de toalhas, que estariam descartados na proposta da diretoria.
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Pouco depois de chegar à Estação Recife, uma usuária - que preferiu não se identificar - falou que não estava sabendo da paralisação dos metroviários. "Eu utilizo o metrô sempre e ia pra Afogados agora", falou. Após descobrir as razões que embasam a greve, ela afirmou que estava de acordo com as motivações. "Não tem segurança no metrô, já passei por situações de muito medo e sabendo que a greve é por melhorias, volto pra casa conformada", afirmou.
De acordo com a assessoria de comunicação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), os usuários que entrarem no sistema dos trens até às 9h poderão circular normalmente. "Após esse horário, os portões são fechados e a passagem de usuários só servirá para o desembarque", explicou o gerente de comunicação do Metrorec, Salvino Gomes.
Durante o horário de pico, o funcionamento do metrô estará normal, com 14 trens na linha centro e oito na linha sul, com tempo de espera de cinco minutos e seis minutos e 30 segundos, respectivamente. Diariamente, a Linha Centro transporta 280 mil pessoas e a Linha Sul 120 mil. Os trens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), responsáveis por transportar cinco mil pessoas diariamente, estão totalmente parados.
Presente na Estação do Recife para tentar informar algumas pessoas sobre a greve, Levi Arruda, diretor de Comunicação do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), argumentou que existem razões fundamentais para a greve. "Queremos fazer uma alerta a população sobre a grave situação que enfrentamos hoje. Com o corte do nosso orçamento na casa de 38%, pontos fundamentais foram afetados como a bilheteria, limpeza, manutenção e o próprio funcionamento dos trens".
Para ele, os trabalhadores não estão sendo valorizados. "É uma situação gravíssima que a gente quer denunciar para a população. Também queremos mostrar que sem o metrô a mobilidade da cidade não existe. É impossível pensar o Recife hoje sem esse transporte que atende a mais de 400 mil pessoas por dia". pontuou. Os metroviários pedem um reajuste mínimo de 9,28%, mas a CBTU ofereceu 5,5% e a proposta foi rejeitada pela categoria.
Transtornos
Apesar do Grande Recife Consórcio de Transporte montar um esquema especial de ônibus para diminuir os transtornos, no Cais de Santa Rita, na área central do Recife, uma grande fila já se formava. Leiliane Florenço, que estava voltando pra casa, na manhã desta segunda-feira, teve que enfrentar uma fila para utilizar a linha do ônibus que vai até o município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). "Por causa da greve do metrô tive que mudar a minha rotina. Vou gastar uma hora a mais no trânsito para chegar em casa".
Conforme o Grande Recife, foram criadas duas linhas especiais fazendo a ligação entre os terminais integrados de Joana Bezerra/Afogados; Afogados/Barro; Barro/Jaboatão e Cajueiro/Aeroporto. A linha 200 – Jaboatão (Parador) está sendo reforçada. O esquema deve funcionar durante todo o período em que o metrô não estiver em operação. A última paralisação dos metroviários por aumento de salário foi em 2012. Na ocasião, a categoria permaneceu em greve por 37 dias.
Às 10h, em Brasília, o presidente da CBTU, Marco Fireman, se reunirá com os líderes dos diversos sindicatos do Brasil que reivindicam o reajuste. “A gente espera que a empresa apresente uma proposta de consenso e que a gente possa levá-la à categoria e encerrar o movimento”, explica o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Diogo Morais. Uma assembleia está marcada para as 18h desta segunda para votar na proposta que será apresentada nesta manhã, podendo a greve ser encerrada em seu primeiro dia.