O presidente italiano, Sergio Mattarella, foi reeleito neste sábado (29) pelo Parlamento após uma maratona de votações que evidenciou as divisões da coalizão governamental em um período crucial de reativação econômica pós-pandemia.
Mattarella, de 80 anos, foi reeleito para um septênio, ao alcançar a maioria de 505 votos de um total de 1.009 senadores, deputados e dirigentes regionais habilitados para participar do sufrágio.
A reeleição de Mattarella garante uma fase de estabilidade política e também assegura a manutenção no cargo do primeiro-ministro, Mario Draghi, que chegou a aparecer entre os favoritos à Presidência.
A eventual passagem de Draghi à Presidência teria provocado uma crise política devido à necessidade de se buscar um novo chefe de governo apoiado pela mesma coalizão que o apoia atualmente, e que inclui todos os partidos com bancadas parlamentares, com exceção dos ultradireitistas Irmãos da Itália.
"É uma notícia maravilhosa para os italianos", reagiu Draghi.
Os partidos políticos não conseguiram chegar a um acordo sobre uma candidatura alternativa durante as sete primeiras rodadas de votação, iniciadas em 24 de janeiro.
Mattarella, que encerra seu primeiro mandato em 3 de fevereiro, assegurou várias vezes que não queria ser reeleito para outro septênio, mas neste sábado, a pedido dos partidos, disse que aceitava diante do bloqueio no Parlamento para nomear seu sucessor.
"As circunstâncias o obrigaram a aceitar diante da impotência dos partidos", explicou Massimo Franco, editorialista do jornal Il Corriere della Sera.
Mattarella será o segundo chefe de Estado reeleito na Itália, depois de Giorgio Napolitano em 2013, algo pouco comum na história republicana italiana.
Para Guido Cozzi, economista da Universidade St. Gallen, "uma extensão do mandato de Mattarella é ideal para os mercados financeiros".
E com Draghi à frente do governo, a injeção de fundos europeus e os investimentos previstos estão "garantidos pelo segundo ano consecutivo", explicou à AFP.
Segundo a imprensa, Draghi reuniu-se longamente com o chefe de Estado neste sábado para convencê-lo a aceitar um novo mandato "pelo bem e pela estabilidade do país".
Embora tenha sido eleito para um novo mandato de sete anos, Mattarella pode renunciar quando considerar conveniente.