O Procon-SP parece não estar satisfeito com os motivos, dados por grandes fabricantes como Apple e Samsung, em parar de disponibilizar carregadores com seus novos smartphones. Mesmo após fechar um acordo histórico com a empresa sul-coreana, o órgão quer que as empresas se comprometam em criar uma logística reversa para coleta de lixo, caso o motivo para a retirada do acessório seja realmente ambiental.
"se existe a preocupação ambiental o Procon-SP irá exigir a adoção de políticas de logística reversa a todos os fabricantes de eletrodomésticos e também montadoras de automóveis e celulares, essa será a próxima etapa”, afirma o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
##RECOMENDA##Para Capez a decisão de ambas as companhias têm caráter apenas financeiro e a prática, adotada com a venda do iPhone 12 e do Galaxy S21, se trataria de uma estratégia contra o consumidor. "O Procon está analisando e entende que se trata de venda casada, obrigar o consumidor a adquirir o aparelho e depois o carregador, não tem justificativa e a questão ambiental é uma simples desculpa", disse.
Acordo com a Samsung
Na última terça-feira (9), a Samsung assinou um Termo de Compromisso Voluntário para que seja disponibilizado, sem custo, um carregador ao consumidor que adquirir o celular e solicitar o acessório durante a pré-venda da linha Galaxy S21. O acerto entre a empresa sul-coreana e o Procon-SP vale apenas para o Brasil. Em outros países a empresa manterá a forma de comercialização sem o fornecimento do acessório.
De acordo com o Termo, os consumidores que comprarem o modelo durante o período da pré-venda (de 09/02 a 07/03), poderão solicitar o carregador pelo site da marca. Assim, o acessório será entregue pela empresa em até 30 dias corridos, a contar do registro da solicitação.
Apple
Além da Samsung, o Procon-SP também notificou a Apple, no final de 2020, para que a empresa explicasse sobre a venda de novos modelos de IPhone sem o carregador. Em resposta, a empresa informou que já existem muitos acessórios do tipo espalhados pelo mundo e que, por conta disso, os novos não seriam utilizados pelos clientes.
A Maçã também afirmou que a decisão teve como objetivo ajudar a reduzir a emissão de carbono e lixo eletrônico, mesmo motivo adotado pela concorrente. Apesar disso, a empresa não demonstrou esse ganho ambiental e sua conduta da empresa está sendo analisada pela diretoria de fiscalização do Procon-SP.