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O Ministério do Trabalho promete lançar, nesta quarta-feira (19), em Brasília, um serviço digital. Benefício destinado a brasileiros que perdem seus postos de trabalho, o seguro-desemprego poderá ser solicitado, a partir deste mês, por meio da internet.

O lançamento do produto será realizado às 14h, no auditório do Ministério do Trabalho. Na ocasião, o ministro da pasta, Caio Vieira Mello, deverá apresentar os detalhes do procedimento.

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“O objetivo é garantir mais eficiência na prestação de serviços públicos, reduzir custos e oferecer mais comodidade e segurança ao trabalhador brasileiro. A ação é uma iniciativa do Ministério do Trabalho, desenvolvida pela Dataprev, e estará disponível no Portal Emprega Brasil”, informou a assessoria de imprensa do Ministério.

Regras mais rígidas e a estabilização do mercado de trabalho reduziram a concessão do seguro-desemprego para o menor patamar desde o início da crise financeira global, em 2008. Dados do Ministério do Trabalho mostram que 5,53 milhões de desempregados receberam o benefício de janeiro a outubro, número 8,2% menor que o registrado um ano antes. A expectativa do governo federal é que o número caia ainda mais.

Uma das grandes contas pagas pelo Tesouro Nacional - a do seguro-desemprego - tem surpreendido positivamente nos últimos meses com firme tendência de queda do número de solicitações. O número de benefícios pagos de janeiro a outubro deste ano foi 492,7 mil menor que o visto em igual período do ano passado.

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O coordenador-geral do seguro-desemprego do Ministério do Trabalho, Jonas Santana Filho, explica que a redução do número de benefícios é o resultado esperado após o endurecimento das regras do programa a partir de 2015. Para conter a disparada do gasto com o benefício, o governo da ex-presidente Dilma Rousseff anunciou condições mais rígidas para adesão ao programa. "As medidas evitam pagamento indevido do benefício", diz.

Antes de 2015, uma pessoa demitida poderia pedir o seguro-desemprego pela primeira vez se tivesse, pelo menos, seis meses de trabalho formal antes da demissão. Com a mudança, o tempo mínimo de trabalho subiu para 12 meses trabalhados no último ano e meio. Para o segundo pedido do seguro, são necessários nove meses de trabalho nos 12 meses anteriores à dispensa. Nas demais solicitações, a carência é de seis meses de trabalho.

Essa mudança de regras teve grande impacto nos números relacionados ao programa. De janeiro a outubro de 2017, o volume de benefícios pagos foi 1,61 milhão menor que o visto em 2014 - antes da mudança das regras. Ao todo, o número de pagamentos teve queda de 22,6% nesse período.

O número de benefícios pagos diminuiu na esteira da menor taxa de aprovação dos pedidos. Na média, 95,2% das solicitações foram aprovada neste ano. Antes das novas regras, a taxa superava 96% e o índice era superior a 98% no início da década. Ou seja, menos desempregados têm conseguido aprovação.

Retomada. O coordenador do seguro-desemprego no ministério diz que, além das novas regras, a reação da atividade econômica e a incipiente criação de empregos também já provocam reflexos na demanda pelo seguro-desemprego e ele espera que os números do ano que vem sejam ainda mais baixos.

Apesar da comemoração com a queda dos números, a conta do seguro-desemprego continua alta. De janeiro a outubro, foram pagos R$ 29 bilhões com o benefício, cifra 1,2% menor que a registrada em igual período de 2016.

A redução da despesa financeira é, portanto, menos intensa que o visto no número de benefícios pagos. Isso acontece porque o valor financeiro considera a média dos últimos três salários antes da demissão e, segundo o Ministério do Trabalho, a maioria dos beneficiários tem rendimento atrelado ao mínimo - cifra que continua em alta.

Cenário. O pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Bruno Ottoni, concorda que a redução do número de benefícios concedidos é gerada pelas novas regras e o momento econômico, mas discorda que a tendência seja de queda contínua. Especialista em mercado de trabalho, ele nota que, ao contrário da maioria dos países, a demanda pelo seguro-desemprego tende a subir em bons momentos do mercado de trabalho.

"Quando a economia cresce, o brasileiro não tem comprometimento com a empresa e facilmente troca de empregador", diz o pesquisador da FGV, ao comentar que esse fenômeno atinge especialmente trabalhadores com baixa qualificação e que têm rendimento próximo do salário mínimo.

Ottoni espera que, se o crescimento da economia ganhar força, haverá aumento da rotatividade no mercado de trabalho, o que tende a aumentar a procura pelo seguro-desemprego ainda que em patamares inferiores aos vistos antes da reformulação das regras.

O pesquisador nota que o comportamento distinto do seguro-desemprego no Brasil também prejudica a qualidade do trabalho no País. Segundo Ottoni, o empregado com menor comprometimento com a carreira ou a empresa tende a ter menor produtividade. "Porque é desestimulado a se qualificar", afirma, ao comentar uma das razões para a baixa produtividade média do brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador José Aníbal (PSDB-SP) disse que o PSDB vai votar pela aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que deve ocorrer na semana que vem, e também no plenário. "Vamos votar totalmente a favor", disse ele a jornalistas, após participar de evento na Câmara Municipal de Barueri.

Nesta semana, um parlamentar do partido votou contra o relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). Para Aníbal, houve nesta votação uma atitude "meio frouxa" do governo. "Era uma votação crucial, não podia ter deixado de confirmar e reconfirmar os votos."

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Na avaliação de Aníbal, era preciso que o governo identificasse potenciais surpresas nos votos da CAS e substituísse os parlamentares. Na votação, até um senador do partido de Michel Temer, o PMDB, votou contra o relatório da reforma. A perspectiva agora é que o texto seja aprovado na CCJ e, em seguida, no plenário, disse o senador.

Aníbal ressaltou que não há, no momento, reunião marcada para discutir os rumos do apoio do PSDB ao governo de Michel Temer. "Certamente esta vai ser uma semana de muita conversa em Brasília", disse ele, citando entre os eventos previstos para os próximos dias a apresentação da denúncia pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer.

FGTS

Questionado sobre a intenção do governo de permitir que o FGTS seja usado para substituir o seguro-desemprego, medida em estudo conforme admitiu ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Aníbal disse que é "totalmente contra" a ideia. "Acho que essa é uma posição que vai se tornar a do PSDB."

Para o senador, quem tem de arcar com os recursos do seguro-desemprego é o Tesouro, e não utilizar dinheiro dos próprios trabalhadores.

O Ministério do Trabalho deflagrou, na quinta-feira (18), ação conjunta com a Polícia Federal para desarticular uma quadrilha especializada em fraudes no Programa do Seguro-Desemprego, FGTS e Consórcios Públicos. A denominada Operação Stellio foi realizada simultaneamente nos estados do Tocantins, Goiás, Pará, Maranhão, Roraima, Paraná e Santa Catarina. A iniciativa resultou na prisão de 70 pessoas.

A fraude se dava a partir do uso inadequado de senhas de agentes terceirizados, que trabalhavam em agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine). A investigação apontou um prejuízo de mais de R$ 320 milhões, conforme dados de requerimentos fraudados entre janeiro de 2014 e junho de 2015.

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O chefe da Assessoria de Pesquisa Estratégica do Ministério do Trabalho, João Naylor, ressaltou os benefícios da ação. “A desarticulação desta organização criminosa importará numa significativa redução em tentativas de fraudar o Programa de Seguro-Desemprego”, afirma Naylor.

De acordo com o Ministério do Trabalho, desde dezembro de 2016, o órgão conta com um sistema que identifica e bloqueia requerimentos com indícios de fraude. Desde então, foram identificados mais de 24 mil pedidos de seguro-desemprego com indícios de irregularidades, o que representa economia de mais de R$ 135 milhões aos cofres públicos.

Penalidade

A Justiça Federal em Palmas (TO) determinou a prisão de 14 agentes e ex-agentes de agências do sistema nacional de emprego dos estados de Tocantins, Goiás e Maranhão, que atuaram na inserção de milhares de requerimentos fraudulentos no sistema do Ministério do Trabalho. Também foi determinada a prisão de três ex-funcionários da Caixa Econômica Federal, que facilitavam os saques dos benefícios fraudulentos por outros integrantes da organização criminosa.

Além disso, a Justiça determinou a indisponibilidade financeira de 96 pessoas integrantes da organização criminosa, visando ressarcir o erário público pelos prejuízos, bloqueando o patrimônio dos envolvidos após a deflagração da operação. Os fatos em apuração configuram, em tese, os crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, cujas penas somadas ultrapassam 50 anos.

Participam da operação cerca de 250 policiais federais. Ao todo, foram cumpridos 136 mandados judiciais, sendo 70 mandatos de prisão, 56 de busca e apreensão e 10 de condução coercitiva.

Sistema antifraude 

O novo sistema de combate a fraudes no seguro-desemprego, implantado pelo Ministério do Trabalho no final de dezembro, identificou até o dia 17 de maio 24.237 pedidos fraudados, num total de R$ 135.600.089,00 bloqueados. Considerados os gastos com os pagamentos, que ainda seriam realizados com as demais parcelas, a economia chega a R$ 384.616.910,00.

Maior estado do País em população e número de trabalhadores, São Paulo teve 5.620 pedidos fraudados já apurados pelo Ministério do Trabalho, seguido de Maranhão, com 4.762 casos, e Alagoas, com 2.423.

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As parcelas do seguro-desemprego com valores reajustados estão disponíveis para saque a partir desta terça-feira (17). O Ministério dol Trabalho liberou hoje o lote de pagamento do reajuste com base no salário mínimo e na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A maior parcela que o trabalhador pode receber passou de R$ 1.542,24 para R$ 1.643,72. A menor parcela não pode ser inferior ao mínimo de R$ 937,00.

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Devido ao grande volume de pagamentos entre os dias 11 e 22 de janeiro, o Ministério definiu que os benefícios serão liberados pelas agências da Caixa Econômica Federal de acordo com o número final do PIS do beneficiário. Quem tiver o número do PIS terminando em 1 e 2 pode fazer o saque a partir desta terça-feira (17).

Aqueles trabalhadores que tiverem o documento com final 3 e 4, a partir do dia 18 de janeiro. Trabalhadores com PIS com final 5 e 6, no dia 19 de janeiro. Sete e 8, no dia 20 de janeiro. E aqueles com PIS terminando em 9 ou 0, no dia 21 de janeiro.

A correção dos valores vale para todos os trabalhadores demitidos sem justa causa, pescadores artesanais em período do defeso, trabalhadores resgatados em condições análogas ao trabalho escravo e profissionais com contratos de trabalho suspenso.

Cálculo da parcela

O valor da parcela do seguro-desemprego considera a variação do INPC, divulgado no dia 10 de janeiro. A variação do INPC tem como base os 12 meses de 2016. Para calcular o valor da parcela, basta fazer a média do salário dos últimos três meses anteriores à dispensa e aplicar as fórmulas a depender do valor. Todos aqueles com salários superiores a R$ 2.417,29 recebem parcelas de R$ 1.643,72.

A Polícia Federal e o Ministério da Previdência Social no Rio Grande do Sul deflagraram nesta terça-feira (27) a Operação Terra dos Poetas para desarticular um grupo supostamente responsável por fraudes em benefícios da Previdência Social e seguro-desemprego. Policiais federais e servidores do INSS saíram às ruas para cumprir oito mandados de busca e apreensão em escritórios e residências em Porto Alegre e Viamão.

Segundo a PF, durante as investigações foram identificadas várias empresas já desativadas há vários anos e que nos últimos tempos passaram a ser usadas para registros falsos de emprego que geraram direito a benefícios. Uma única aposentadoria irregular detectada causou à Previdência Social prejuízo em torno de R$ 500 mil. Trata-se do mesmo tipo de fraude já investigado em outras operações, como a Rafaello, em Rosário do Sul, e Mendax, em Santa Maria.

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As informações sobre Terra dos Poetas foram divulgadas pela Comunicação Social da PF no Rio Grande do Sul.

Uma das empresas foi criada na década de 1970 para atender às necessidades de segurança privada de um grupo empresarial do Estado. No final dos anos 1990 a empresa fechou as portas, mas perante a Receita Federal continuou ativa. Depois de muitos anos a empresa foi transferida para o nome de 'laranjas' e os antigos proprietários, com o auxílio de um contador, passaram a confeccionar GFIPs (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) para a empresa informando sobre empregados que nunca existiram.

A PF a o INSS descobriram que vários desses vínculos empregatícios totalizam 30 anos. São pessoas que nunca contribuíram para a Previdência Social e que, com a fraude, obtiveram aposentadorias próximas ao teto da Previdência Social. Os beneficiários do esquema são engenheiros e advogados, segundo a PF. Alguns beneficiários são funcionários públicos do Estado do Rio Grande do Sul já aposentados. Eles recebem aposentadoria pelo Estado.

Em outros casos a Operação Terra dos Poetas constatou que, quando a empresa passava a apresentar problemas financeiros, a titularidade era transferida para o nome de 'laranjas' - alguns deles emprestavam seus nomes em troca de pequenas quantias de dinheiros - e a empresa continuava atuando no mercado sob a direção dos antigos proprietários.

Além da sonegação fiscal e previdenciária, os fraudadores lesavam instituições bancárias com a obtenção de empréstimos. Quando os credores buscavam cobrar seus créditos somente encontravam dívidas e um sócio que não possui bem algum.

A pedido da Polícia Federal, a Justiça decretou o sequestro de bens dos investigados e a suspensão cautelar do pagamento dos benefícios fraudados. Os investigados serão indiciados por estelionato contra a Previdência Social e falsidade de documento público.

A Câmara dos Deputados deve votar nas próximas sessões um projeto para permitir que, no mínimo, 42 mil pessoas tenham direito a receber o seguro-desemprego. Esse é o número de trabalhadores que solicitaram o benefício, mas tiveram o pedido negado durante os cinco primeiros meses do ano, quando vigorou a Medida Provisória (MP) 665, que restringiu o acesso aos benefícios trabalhistas.

Até o ano passado, uma pessoa demitida podia pedir o seguro-desemprego pela primeira vez se tivesse, pelo menos, seis meses de trabalho formal antes da demissão. Com a MP, que vigorou de janeiro a meados de junho, o governo ampliou o tempo mínimo de trabalho para 18 meses em um intervalo de dois anos. O Congresso, porém, tornou a regra mais branda ao diminuir o prazo para 12 meses trabalhados no último ano e meio. Essa regra entrou em vigor no dia 16 de junho, quando a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei.

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Prejuízo

O Ministério do Trabalho informou que pelo menos 42 mil pessoas solicitaram o seguro-desemprego no período em que a MP exigia 18 meses. Elas tiveram o benefício negado. A quantidade de trabalhadores que foram prejudicados por causa das regras mais duras deve ser maior, porque o número apresentado pelo ministério diz respeito apenas às pessoas que, mesmo recebendo a negativa na solicitação, fizeram questão de registrar o pedido. Não incorpora os solicitantes que, ao serem informados de que não teriam direito ao benefício, não preencheram a ficha da solicitação.

Ao sancionar uma lei mais branda do que a MP, a presidente deixou no limbo jurídico milhares de pessoas. O ministério foi pressionado pela bancada trabalhista do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) - colegiado responsável pela gestão do FAT, de onde saem os recursos para o pagamento do seguro e do abono - e consultou a Advocacia-Geral da União (AGU) para saber se podia dar um prazo para que trabalhadores prejudicados durante a vigência das regras tivessem direito a fazer novamente o pedido do benefício.

A AGU, porém, disse que o ministério não poderia conceder o benefício, sob pena de ser responsabilizado por órgãos de controle dos gastos públicos. A não ser que tivesse respaldado por uma mudança na lei.

Vácuo legislativo

Para resolver a questão, o ministério pediu que o deputado André Figueiredo (PDT-CE) apresentasse um projeto de decreto legislativo que retrocede as regras da Lei 13.134, de mudanças no pagamento do seguro e do abono, ao período em que a MP esteve em vigor.

"Essas pessoas não podem ser prejudicadas por esse vácuo legislativo. É preciso dar tratamento isonômico a todos os trabalhadores", afirmou Figueiredo. De acordo com o deputado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantiu que o projeto, que deve ganhar caráter de urgência, será votado nas próximas sessões.

O governo espera redução de R$ 6,4 bilhões nos gastos com o pagamento do seguro neste ano, para R$ 26,8 bilhões. Em 2014, 8,5 milhões de trabalhadores pediram o benefício. Com as novas regras, a expectativa é que o número caia quase 20%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-líder da Minoria na Câmara, deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), protocolou nesta quinta-feira (18), em nome do PPS, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal. O documento pede para derrubar as restrições na concessão do seguro-desemprego e suspender os efeitos da lei com caráter retroativo ao dia da edição da medida provisória que tratou do assunto.

Para Jungmann, as mudanças são inconstitucionais. “As alterações promovidas no acesso ao benefício são inconstitucionais porque fizeram uma abrupta e radical modificação no regime jurídico e do direito social ao seguro-desemprego, que está diretamente relacionado com as garantias estabelecidas pela Constituição para proteger o trabalhador de eventos que possam suprimir as condições materiais de uma vida digna”, explicou.

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Segundo o parlamentar, o benefício está inserido nos direitos fundamentais sociais previstos na Carta Magna que não podem sofrer retrocesso, conforme ocorreu com a lei, que é oriunda da medida provisória 665. “Pretendemos impedir que os direitos fundamentais sejam condicionados à mera vontade política dos detentores temporários do poder”, observou.“As garantias constitucionais não têm sua eficácia condicionada a circunstâncias políticas e econômicas”, acrescentou Jungmann. 

O PPS acredita que a situação é mais abusiva porque o país atravessa uma crise econômica profunda, que vem gerando desemprego. “O prejuízo dos trabalhadores é proporcional ao ganho propagado pelo governo com as mudanças, de nada menos que R$ 5 bilhões”, enfatizou.

Jungmann também cobrou a falta de diálogo entre o governo e a população. “Deve ser assegurada participação dos setores da sociedade diretamente atingidos por mudanças”, explicou o deputado.

O trabalhador rural José Aparecido Silva, de 46 anos, recebeu seguro-desemprego pela primeira vez no início de 2014, após conseguir ficar pouco mais de seis meses com a carteira assinada, colhendo café em fazendas da região de Ribeirão Preto. "Ajudou muito", disse.

A ajuda pode não se repetir. Silva é um dos 1,6 milhão de trabalhadores que teriam o benefício recusado caso já estivessem em vigor as mudanças aprovadas no início deste mês pela base governista na Câmara. As novas regras do seguro-desemprego devem prejudicar principalmente trabalhadores de baixa renda e que ingressaram há pouco tempo no mercado formal de trabalho - um segmento social significativo na base de eleitores da presidente Dilma Rousseff e do PT.

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Com as novas regras, que ainda precisam do aval do Senado, serão alteradas as exigências de tempo mínimo de trabalho para se ter direito ao seguro-desemprego.

Até o início deste ano, qualquer pessoa demitida sem justa causa após seis meses com carteira assinada poderia receber o benefício. Pela proposta em tramitação no Congresso, esse prazo subirá para 12 ou 9 meses para quem solicitar o seguro pela primeira ou pela segunda vez em sua vida profissional, respectivamente. A partir do terceiro pedido, a exigência do prazo mínimo de seis meses de trabalho fica mantida.

Restrições

Na prática, isso reduzirá o contingente de beneficiados. Dos 8,5 milhões de seguros pagos em 2014, quase 20% não se enquadrariam nas novas exigências e teriam sido recusados se elas estivessem valendo na época, segundo estimativa feita pela área técnica do Ministério do Trabalho.

Nesses 20% haveria alta concentração de pessoas com baixa remuneração. Cálculos do Estadão Dados com base em relatórios do ministério mostram que, quanto menor a renda, maior a chance de o trabalhador ser demitido antes de um ano de trabalho.

Dentre todos os demitidos em 2014 que recebiam até dois salários mínimos, 23% tinham entre seis e doze meses de trabalho. Essa parcela cai para 12% no grupo com renda superior a dez salários mínimos.

Silva, que voltou a obter emprego no setor cafeeiro, teme não conseguir sacar o seguro desemprego quando for demitido. Atualmente, ele tem dois meses de carteira assinada. O emprego só existirá, porém, enquanto houver café a ser colhido. Para ter direito a uma segunda solicitação do benefício, o número mínimo de meses trabalhados será de nove, segundo as regras aprovadas pela Câmara. Silva acha difícil atender à nova exigência. "Não depende da gente", afirmou. "Quando acaba a colheita, também não costuma ter mais serviço."

As mudanças no seguro desemprego, que fazem parte das medidas de ajuste fiscal do governo, devem ser votadas pelo Senado nesta semana.

(Colaboraram Rene Moreira, especial para AE, e Murilo Rodrigues Alves)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A discussão sobre a Medida Provisória (MP) 665/14 que faz parte do ajuste fiscal do governo e dificulta o acesso a direitos trabalhistas como o seguro-desemprego, na noite dessa terça-feira (5) na Câmara dos Deputados, mostrou uma divisão de posições entre partidos da base aliada.

O líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), disse que o partido não votará a medida sem compreender melhor a posição do PT sobre o texto. “Não votaremos a MP 665 amanhã [quarta-feira], não mais, até que o PT nos explique o que quer. Se for o caso, feche questão para votação das matérias do ajuste fiscal. Se não for assim, não contem conosco. Se há dúvidas e se o País não precisa desse remédio amargo, não vamos empurrar essa conta no trabalhador.”

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A fala de Picciani foi feita depois que parlamentares do PMDB o procuraram por terem ficado “desconfortáveis” em apoiar a medida após a propaganda partidária do PT na noite desta terça. Em vídeo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a proposta para regulamentar a terceirização (PL 4330/04), aprovada pela Câmara em 22 de março, seria um retrocesso para o trabalhador brasileiro. “Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada do direito dos trabalhadores”, disse Picciani.

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) disse que, "se o PT não votar o ajuste, só tem um caminho para Dilma, renunciar. "O PMDB só vai votar se o PT vier também”, afirmou. Para o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), o PMDB ajudou a “desmascarar” o PT, que bancaria o “santo do pau oco” ao trair os trabalhadores.

Diálogo

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), procurou esfriar os ânimos e pediu mais diálogo com o principal aliado da base governista. “O governo tem absoluta convicção de que o ajuste é necessário e vamos votar para aprová-lo. Os partidos da base têm responsabilidade sobre isso, mas, principalmente, o PT e o PMDB precisam compreender a necessidade desse ajuste, não para o governo, para o País.”

Guimarães reconheceu que é necessário discutir os problemas apontados pelo PMDB na medida provisória. “Daqui para amanhã é evidente que vamos conversar muito. Aprendi uma coisa na política: que é preciso calma, tranquilidade e diálogo.” Ele também disse que o PT pode fazer as considerações que quiser sobre o projeto de terceirização.

Para o líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), quando a economia do País precisa de um ajuste, não se pode olhar a coloração partidária. “Ninguém está fazendo ajuste porque quer, mas porque há necessidade”, afirmou. Segundo ele, a discussão não é mais sobre o ajuste, mas política e simbólica. “A posição da bancada do PT é de apoiar as duas medidas provisórias (664/14, da pensão por morte, e 665/14) e vamos acompanhar essas votações.”

Divisão

O líder do PDT (partido que integra a base), deputado André Figueiredo (CE), afirmou que todos os 19 parlamentares da legenda votarão contra a medida. “Tirar de quem tem pouco, preservando quem tem muito, é injusto. A presidente Dilma talvez não queira o que está acontecendo hoje no Brasil. Cabe aos partidos dar resposta”, disse Figueiredo.

Já a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), afirmou que as MPs do ajuste fiscal não foram a melhor solução para alavancar a economia, mas ressaltou que o partido votará a favor do governo. “O PCdoB vota com o governo, entende que é importante enfrentar politicamente uma oposição demagógica que nunca defendeu o trabalhador.”

Segundo ela, o PCdoB quer a aprovação de proposta para taxar os mais ricos, com a tributação sobre as grandes fortunas, e não obteve apoio dos partidos da oposição.

*Com informações da Agência Câmara.

Para tornar mais rápido o atendimento ao pedido e dar maior segurança às informações sobre os trabalhadores, o Ministério do Trabalho e Emprego determinou que as empresas passem a preencher o requerimento do seguro-desemprego de seus empregados pela internet. A medida começa a valer na próxima quarta-feira (1º), de acordo com resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Os empregadores só poderão preencher o requerimento do seguro-desemprego e a comunicação de dispensa de trabalhadores por meio do aplicativo Empregado Web, disponível no Portal Mais Emprego, do ministério. A entrega dos  formulários impressos, utilizados hoje, será aceita até a próxima terça-feira (31).

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Segundo o ministério, o sistema dará maior rapidez à entrega do pedido, além de garantir a autenticidade dos dados, e possibilitará o cruzamento de informações sobre os trabalhadores em diversos órgãos, facilitando consultas necessárias para a liberação do seguro-desemprego.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça, 17, uma emenda que muda as regras do seguro-desemprego para os trabalhadores domésticos e dá a eles o mesmo benefício garantido a outras categorias.

Os deputados analisam nesta noite um projeto que regulamenta a Emenda à Constituição que consolidou direitos trabalhistas das domésticas. O governo defende um texto elaborado pela deputada Benedita da Silva (PT-SR), que havia limitado a um salário mínimo o seguro-desemprego para as domésticas demitidas sem justa causa - tornado obrigatório pela regulamentação -, por um período máximo de três meses.

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A bancada do PSOL, no entanto, apresentou uma emenda propondo a supressão dessas limitações. Por 254 votos a 160, os deputados apoiaram essa exclusão e as domésticas receberão da mesma forma que os demais trabalhadores: um cálculo feito de acordo com a remuneração do empregado, o que beneficia quem ganha mais de um salário mínimo.

O prazo do recebimento, por sua vez, varia em geral de três a cinco meses, mas pode ser prorrogado pelo Conselho Deliberativo de Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).

INSS

Hoje, os parlamentares rejeitaram uma emenda que visava reduzir para 8% o recolhimento dos empregadores ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Com isso, fica mantida a redação de Benedita, com a alíquota de 12%.

Depois de a votação ser concluída, a regulamentação das domésticas ainda precisa ser analisada novamente pelo Senado Federal.

As novas regras de concessão do seguro-desemprego começam a valer para quem for demitido a partir deste sábado (28). As normas de acesso a cinco benefícios trabalhistas e previdenciários foram alteradas pelo governo federal em dezembro do ano passado.

Com as novas regras do seguro-desemprego, o trabalhador terá que comprovar vínculo com o empregador por pelo menos 18 meses nos 24 meses anteriores, na primeira vez em que requerer o benefício. Na segunda solicitação, ele terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores. A partir do terceiro pedido, o período voltará a ser de seis meses.

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Segundo o Ministério do Trabalho, quem foi demitido antes de 28 de fevereiro de 2015, terá o seguro-desemprego regido pela legislação anterior, segundo a qual o trabalhador pode solicitar o seguro após trabalhar seis meses.

Pelas novas regras, na primeira solicitação, o trabalhador poderá receber quatro parcelas do seguro-desemprego se tiver trabalhado entre 18 e 23 meses e cinco parcelas se tiver trabalhado a partir de 24 meses. Na segunda solicitação, ele poderá receber quatro parcelas se tiver trabalhado entre 12 e 23 meses e cinco parcelas se tiver trabalhado por 24 meses, no mínimo.

A partir da terceira solicitação do seguro-desemprego, quem trabalhou entre seis e 11 meses recebe três parcelas. Para ter direito a quatro parcelas do seguro-desemprego, o trabalhador deverá ter trabalhado entre 12 e 23 meses e, para receber cinco parcelas, terá de ter trabalhado por, pelo menos, 24 meses.

De acordo com o ministério, a comprovação do recebimento dos salários de forma ininterrupta não será necessária para a primeira e a segunda solicitação. Essa exigência somente é necessária para a terceira solicitação e para as posteriores, nas quais é necessário comprovar os seis salários recebidos em cada um dos últimos seis meses anteriores à data da dispensa.

Por isso, o trabalhador poderá utilizar outros vínculos empregatícios que estejam dentro do período dos últimos 36 meses, contados da data da dispensa atual, como referência para aumentar a quantidade de parcelas.

Nessa sexta (27), o governo federal lançou uma cartilha para esclarecer dúvidas as novas regras do seguro-desemprego e do abono salarial. A cartilha está disponível no site do Ministério do Trabalho.

 

Em meio a um ajuste fiscal já estimado em R$ 45,8 bilhões, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o modelo do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado". A afirmação foi dada em entrevista ao jornal britânico Financial Times durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Levy utilizou o benefício como exemplo para defender a necessidade de cortes e reformas em diversas áreas. Entretanto, ele fez questão de reforçar que o Bolsa Família não será atingido.

"O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar", afirmou o ministro, acrescentando que as políticas anticíclicas têm limite, "especialmente quando você vê que as duas maiores economias do mundo (EUA e China) estão também mudando sua postura".

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Para Levy, o País precisa de reformas estruturais mais do que de estímulos: "Assim que pusermos a casa em ordem, a reação será positiva", defendeu. Em março, novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O jornal ainda destaca que há dúvidas se o ministro da Fazenda receberá apoio inequívoco da presidente Dilma Rousseff, conhecida por seu perfil intervencionista. Levy rebateu a afirmação: "a presidente Dilma é uma pessoa muito decidida e entende as escolhas". Ele acrescentou dizendo que "não está sozinho no governo."

Zona do euro

Em outra entrevista, à agência Dow Jones, o ministro afirmou que o movimento do Banco Central Europeu (BCE) para iniciar um programa de relaxamento quantitativo pode estimular o investimento no Brasil e aumentar a demanda por exportações brasileiras.

Policiais federais prenderam pelo menos cinco pessoas na manhã desta quinta (15) em Brasília. As detenções, temporárias, são fruto da Operação MAC 70, deflagrada na capital federal para desarticular uma organização suspeita de desviar mais de R$ 15 milhões do seguro-desemprego.

Segundo a Polícia Federal (PF), os investigados contavam com a ajuda de funcionários do Sistema Nacional de Emprego (Sine) para inserir dados falsos no sistema do seguro-desemprego. Durante as investigações, que começaram em outubro de 2014, os policiais identificaram que as pessoas cujos dados pessoais eram utilizados são reais e estão espalhadas por mais de dez unidades da Federação. A PF ainda apura se essas pessoas tinham conhecimento de que seus dados pessoais estavam sendo utilizados indevidamente e se elas eram ou não beneficiárias do esquema.

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Com base nos indícios já recolhidos pela PF, a Justiça expediu 15 mandados de busca e apreensão, 11 de condução coercitiva (quando o investigado é conduzido para prestar depoimento e liberado em seguida) e quatro de prisões temporárias – o quinto preso, segundo a assessoria da PF, é o pai de um dos investigados, em cuja casa, alvo de um mandado de busca e apreensão, foi encontrada uma arma.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa. Além disso, serão feitas investigações a fim de garantir o ressarcimento do prejuízo suportado pela União.

Os suspeitos responderão pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, rebateu nesta quinta-feira (1°) a acusação de adversários do governo que prometem lutar no Congresso, após o recesso parlamentar, para alterar pontos da Medida Provisória que endurece as regras para a concessão do seguro-desemprego.

"Nós não retiramos nenhum direito, como disse a presidente em seu discurso no Congresso", afirmou Levy, ao ser questionado sobre se considerava injustas as críticas da oposição. Logo que a MP foi editada, o senador Aécio Neves (MG), candidato à presidência da República derrotado do PSDB, disse que Dilma estava "traindo" compromissos assumidos na campanha. As bancadas do PSDB e do DEM afirmam que brigarão para mudar a medida que restringe o acesso ao seguro-desemprego.

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A justificativa de que as novas regras para o seguro-desemprego e pensão por morte não diminuem direitos do trabalhador, dada ontem pelo governo durante o anúncio, não foi bem digerida pela cúpula da Força Sindical. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente Miguel Torres acusou o governo de dar uma "facada nas costas do trabalhador", chamou a presidente Dilma Rousseff de "Robin Hood às avessas" e prometeu unir o movimento sindical para barrar as medidas no Congresso. "Há 15 dias houve um lampejo de conversa com o governo, tentativa da Dilma de reabrir diálogo. Mas não foram nem citadas essas medidas. Parece que a intenção de conversar durou só 15 dias", diz Torres.

As mudanças serão feitas via Medida Provisória e o governo já admitiu que não houve negociação com deputados e senadores. A intenção da Força Sindical é reunir as centrais sindicais e barrar a medida presidencial no Congresso. "Vamos procurar as centrais, ver se elas compartilham de uma ação conjunta, e vamos para o Congresso Nacional, falar com os congressistas. O governo tem coragem de enfrentar os trabalhadores, mas não enfrenta as grandes fortunas", critica.

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O presidente da Força Sindical não esteve ontem em Brasília na reunião em que sindicalistas foram informados das medidas que seriam anunciadas em seguida. Segundo Torres, a reunião foi marcada com dois dias de antecedência e a pauta não foi divulgada.

Ontem, durante o anúncio, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que havia negociado com o movimento sindical. "Quem foi à reunião foi apenas comunicado da decisão", conta. "Se há problemas de adequações, de fraudes, deveria punir, investigar. Agora, generalizar, com quatro medidas que prejudicam o trabalhador, nós não concordamos".

Torres e parte da direção da Força Sindical, incluindo o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade, apoiaram Aécio Neves (PSDB) na última eleição presidencial. O tom crítico da época das eleições permanece no discurso do dirigente. "Todas as indicações são de que vai aumentar desemprego, inflação, atividade vai diminuir e aí vêm essas medidas que vão afetar o trabalhador quando ele mais precisa", afirma.

A despeito do baixo nível de desemprego, a previsão do governo de gasto com abono e seguro desemprego aumentou em R$ 8,752 bilhões. Segundo o quarto relatório bimestral de reprogramação do Orçamento, divulgado nesta sexta-feira (21) pelo Ministério do Planejamento, a projeção subiu para R$ 51,744 bilhões. A previsão anterior era de R$ 42,992 bilhões.

No documento, o governo explica apenas que as estimativas com essas despesas foram revistas com base na execução financeira até outubro. Em contraponto, os gastos com pessoal e encargos sociais caíram R$ 1,798 bilhão, passando de R$ 219,8 bilhões para R$ 218 bilhões.

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Com relação às receitas extraordinárias, o Ministério do Planejamento espera R$ 3,381 bilhões até dezembro. Desse montante, R$ 3 bilhões são referentes aos parcelamentos especiais (Refis). A previsão de receitas extraordinárias de agosto a dezembro com o Refis é de R$ 18 bilhões, segundo já divulgado pela Receita Federal.

O governo reabriu o prazo de adesão ao Refis até o dia 1º de dezembro e no final desse mês acaba o tempo para que as empresas que já têm parcelamento possam quitar seus débitos usando base de cálculo negativa da CSLL, desde que 30% do total da dívida fosse paga em dinheiro. É com esse pagamento que o governo conta para arrecadar os R$ 3 bilhões.

CDE

O governo elevou em R$ 1,540 bilhão a previsão de repasse do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - fundo setorial que banca a redução da conta de luz. A previsão de despesas do Orçamento com esses repasses subiu de R$ 9 bilhões para R$ 10,540 bilhões. A recomposição de gastos ainda não foi completada. O governo previu em março um gasto de R$ 13 bilhões, mas em setembro diminuiu em R$ 4 bilhões a estimativa e, agora, o valor sobe novamente.

Apesar das dificuldades apontadas para vender as ações do Banco do Brasil (BC) que estão no Fundo Soberano do Brasil (FSB), a previsão de arrecadação com essa venda é de R$ 3,5 bilhões, a mesma prevista no relatório de despesas e receitas enviado em setembro.

A partir de julho de 2015, as empresas só poderão preencher o requerimento do seguro-desemprego (RSD) e da comunicação de dispensa (CD) de funcionários pelo aplicativo "Empregador Web" no portal "Mais Emprego", do Ministério do Trabalho.

A decisão de tornar obrigatório o preenchimento online foi tomada nesta quarta-feira (8) pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), órgão que reúne representantes do governo, dos trabalhadores e dos patrões.

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Os empregadores terão até o dia 1º de julho do ano que vem para se adequar. Até lá, o ministério aceitará os formulários impressos em gráficas (guias verde e marrom). Depois desse prazo, essas solicitações só poderão ser feitas por meio do site maisemprego.mte.gov.br .

O governo usou R$ 5,54 bilhões do patrimônio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em 2013 para cobrir os gastos do seguro-desemprego e abono salarial. Por conta dos aportes que tiveram que ser feitos para cobrir as despesas obrigatórias, o patrimônio do FAT terminou o ano passado em R$ 209,7 bilhões, aumento de apenas 2,44% sobre a posição de 2012 (R$ 204,7 bilhões). Trata-se da menor evolução registrada em dez anos. Na passagem de 2011 para 2012, por exemplo, o patrimônio do FAT cresceu 10,52%.

Os números foram apresentados na prestação de contas do exercício 2013 em reunião nesta quinta-feira do Conselho Deliberativo do FAT (Codefat). Foi necessário retirar dinheiro do patrimônio do fundo para cobrir a diferença entre o rombo de R$ 10,37 bilhões registrado no ano passado e a injeção insuficiente de R$ 4,83 bilhões do Tesouro Nacional.

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A maior parte das despesas do FAT é obrigatória e tem tido expansão acelerada nos últimos anos. Os pagamentos de abono salarial e seguro-desemprego aumentaram de R$ 39,95 bilhões s em 2012 para R$ 46,56 bilhões no ano passado. Em 2002, os gastos desses dois benefícios eram de R$ 7 bilhões. Houve uma explosão nas despesas no mesmo período em que o desemprego caiu para patamares mínimos.

O governo sempre argumenta que as despesas cresceram por causa do aumento do salário mínimo e do número de trabalhadores com carteira assinada. No entanto, suspeitas de irregularidades no uso das verbas remontam ao governo de Fernando Henrique Cardoso. No primeiro ano da gestão Dilma Rousseff, as acusações contribuíram para a queda do ministro do Trabalho Carlos Lupi.

Ao todo, as despesas do FAT subiram 16,27% no ano passado, sendo que os gastos com o pagamento de seguro-desemprego aumentaram 15,53% e os com abono salarial, 18,82%. O fundo ainda é obrigado a repassar recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2013, os empréstimos ao banco de fomento somaram R$ 16,9 bilhões, ante R$ 15 bilhões no ano anterior.

As receitas totais, porém, caíram 8,4% em 2013. De tudo o que o FAT recebe, 75% vem da arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). Em 2013, foram R$ 39,7 bilhões dos dois tributos, aumento de menos de 5% em relação a 2012, tendo em vista as medidas de desoneração da folha de pagamento.

O retorno dos financiamentos concedidos caiu 42,66%, de R$ 14,5 bilhões para R$ 8,3 bilhões. Os recursos vindos do Tesouro Nacional também recuaram, uma vez que em 2012 tinham sido transferidos R$ 5,3 bilhões - 8,75% a menos do que no ano passado.

O presidente do Conselho Deliberativo do FAT (Codefat), Quintino Severo, afirma que a desoneração da folha de pagamento fez com que o fundo deixasse de receber R$ 11 bilhões no ano passado, segundo cálculos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual é representante.

Outra reclamação antiga do fundo diz respeito à Desvinculação de Receitas da União (DRU). Esse mecanismo, válido até dezembro de 2015, retira 20% de todas as receitas "carimbadas" e autoriza que elas sejam utilizadas em qualquer outro setor no qual o governo considere mais adequado. Segundo os cálculos da CUT, outros R$ 10 bilhões deixaram de entrar como receitas do FAT por causa da DRU.

Para Severo, o Tesouro Nacional precisa aumentar os repasses para compensar o FAT pela frustração de receitas, da mesma forma com que faz com a Previdência Social.

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