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A safra de 2018 não deve alcançar o volume recorde atingido em 2017 mas, se confirmada a estimativa de uma produção agrícola de 224,3 milhões de grãos este ano, o resultado será o segundo melhor da história, ressaltou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 11.

"Acho difícil chegar nos patamares de 2017, mas a gente já mostra melhoria das condições climáticas. Neste ano, a gente já teve atraso no plantio da soja e que pode ter um atraso no plantio de milho de segunda safra, ai já pega um período mais seco", lembrou Guedes.

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O terceiro Prognóstico da Produção Agrícola prevê um volume 6,8% menor que o total obtido na safra colhida em 2017. O declínio é puxado por reduções na produção de milho (-15,0 milhões de toneladas) e de soja (-2,7 milhões de toneladas). Mas a safra de 112,3 milhões de toneladas esperada para a soja também seria a segunda maior já colhida no País.

"A safra de soja seria a segunda melhor da história, a safra total também. A safra de soja já está bem próxima do patamar de 2017", ressaltou o pesquisador do IBGE.

Entre os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, três devem apresentar variações negativas na produção em relação a 2017: arroz em casca (-5,9%), milho 1ª safra (-14,4%) e soja em grão (-2,4%). As variações positivas até o momento são algodão herbáceo em caroço (4,7%) e feijão 1ª safra (5,0%).

A produção de soja deve somar 112,3 milhões de toneladas, um acréscimo de 3,8% em relação ao prognóstico anterior, mas redução de 2,4% em relação à safra de 2017. A área a ser plantada é de 34,5 milhões de hectares, aumento de 1,2% em relação ao previsto no mês anterior e crescimento de 1,7% em relação a 2017. O rendimento médio está 2,6% maior que o revisto no segundo prognóstico, mas ainda é 4,2% mais baixo que o de 2017.

A produção nacional de milho deve totalizar 84,5 milhões de toneladas em 2018, uma queda de 15,1% em relação à safra de 2017. O País deve colher menos 4,4 milhões de toneladas de milho 1ª safra e 10,6 milhões de toneladas de milho 2ª safra.

"Tem bastante milho estocado, não tem risco de desabastecimento", garantiu Guedes.

A 2ª safra do grão deve apresentar o maior volume colhido, com aproximadamente 69,2% da produção total, o equivalente a 57,9 milhões de toneladas, um decréscimo de 15,4% em relação ao ano anterior.

O milho 1ª safra deve somar 26,6 milhões de toneladas, um recuo de 14,4% em relação a 2017, mas 3,1% a mais que o esperado na estimativa anterior. O Rio Grande do Sul aumentou sua expectativa de produção ante o mês anterior em 11,6%, passando de 4,4 milhões de toneladas para 4,9 milhões de toneladas.

O Brasil deverá apresentar uma safra de cereais, leguminosas e oleaginosas 9,2% menor em 2018. Os dados compõem a segunda estimativa de produção e foram divulgados hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A safra será de 219,5 milhões de toneladas em 2018, ou seja, 22,4 milhões a menos do que a produção de 2017.

A queda prevista nesta segunda estimativa do IBGE é ainda maior do que a feita pela primeira estimativa, divulgada em novembro, que previa um recuo da safra de 8,9%.

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Entre os cinco principais produtos para a próxima safra, três devem apresentar quedas na produção: arroz em casca (-8%), milho em grão (-15,9%) e soja em grão (-5,9%). São esperadas altas na produção de algodão herbáceo (4,5%) e de feijão em grão (4,1%).

Os preços das frutas teve queda nos principais mercados atacadistas do país. Já entre as hortaliças, houve um aumento de preço principalmente da batata e da cebola. As informações são do boletim mensal, referente a maio, com os preços médios das principais frutas e hortaliças comercializadas nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), divulgado nesta terça-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os preços de banana, laranja, maçã, mamão e melancia seguem apresentando queda no mês de maio. Segundo a Conab, a boa safra nos estados produtores já vinha possibilitando um aumento gradual da oferta nos últimos meses e a tendência deve ter continuidade no próximo trimestre.

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A queda do preço do mamão, por sua vez, foi pressionada pela alta produção no Espírito Santo e no sul da Bahia. O recuo foi observado em todas as Ceasas analisadas, principalmente em Minas Gerais, que teve a maior baixa percentual, de 41,7%. "A grande oferta serviu para abastecer todo o mercado interno com preços menores e ainda direcionar parte da safra à exportação", diz o boletim da companhia.

No caso da laranja e da maçã, que já apresentavam um histórico de preços mais baixos, a intensificação da colheita proporcionou uma queda ainda maior, de 22% e 23%, nas Ceasas de Goiânia e Belo Horizonte, respectivamente. A melancia, que estava com preços altos nos boletins anteriores devido ao fim da safra em São Paulo, começou a baixar graças ao início da colheita no interior de Goiás.

A tendência de recuo seguiu também em frutas regionais, como atemoia, que teve queda de 19%, a tangerina, de 16%, goiaba e limão, ambas de 14%.

O boletim mostra que não houve aumento significativo de preços nas hortaliças em geral, exceto batata e cebola, que ficaram mais caras em alguns estados devido à entressafra. O tomate e o alface tiveram queda na maioria das Ceasas, enquanto o preço da cenoura diminuiu em todas as unidades analisadas no país.

Outras hortaliças também apresentaram recuo geral nos preços, como agrião, que teve uma redução de 20%, beterraba, de 19% e abobrinha, de 18%.

O levantamento é feito mensalmente pela Conab, por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro, com base nas informações enviadas pelos principais mercados atacadistas do país. Em maio, a análise considerou entrepostos localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, do Espírito Santo, Paraná,  de Goiás,  do Distrito Federal,  de Pernambuco e  do Ceará.

Bastou chover um pouco mais que o esperado e parte da supersafra brasileira de soja corre o risco de "micar" no País sem conseguir chegar aos portos. Ela está encalhada nos 100 km não asfaltados da BR-163, a rodovia que é hoje a principal ligação entre uma grande zona produtora do grão, no Mato Grosso, e os portos do Norte do País.

"Dinheiro que estava na mesa, de uma grande colheita, está indo para o ralo, nos buracos das estradas" lamentou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. "Dá pena de ver."

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Ele informou que 11 navios que estavam no porto de Belém esperando carga de soja já foram desviados para portos do Sul do País. Os produtores tiveram prejuízo de US$ 6 milhões só com a "demourage", a taxa paga pela permanência das embarcações. A carga desviada, por sua vez, poderá sobrecarregar portos como Santos (SP) e Paranaguá (PR).

No total, o setor estima que o prejuízo nessa safra será de R$ 350 milhões, segundo informou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli. "Estamos queimando notas de cem dólares, uma atrás da outra", afirmou o executivo.

Segundo Maggi, o produtor que vende a soja precisa entregá-la no prazo, no local definido pelo comprador. Diante do atraso no escoamento da produção local, a alternativa é, muitas vezes, adquirir soja de outros países produtores, como Estados Unidos e Argentina, para honrar o contrato.

"E aquela soja brasileira que iria para esse comprador fica ‘micada’ aqui", explicou o ministro, um dos maiores produtores de soja do País.

Maggi e o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, se reuniram nesta quinta-feira, 22, com representantes dos produtores para discutir a situação na BR-163. Eles acertaram um esquema pelo qual será reduzido o envio de caminhões para a rodovia, de forma que será possível manter as condições de tráfego.

A estrada será aberta para a passagem de caminhões por períodos. Depois, o trânsito será interrompido para que as máquinas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) possam aplainar novamente a pista. E assim sucessivamente, num esquema "stop and go".

Fila

Nesta quinta, 1,2 mil caminhões, numa fila de 40 km, aguardavam autorização para seguir viagem pela rodovia no sentido norte. A pista já havia sido aberta para automóveis de passeio e caminhões com carga perecível. A expectativa era permitir o trânsito de caminhões pesados nesta quinta mesmo. Com isso, a fila poderá acabar em cerca de dois dias, se o clima colaborar.

A pista no sentido sul já está aberta e não há mais filas. Mas, para chegar a essa situação, foi necessário buscar ajuda do Exército para desfazer a aglomeração de veículos na via e permitir a passagem das máquinas do Dnit. Até o carnaval, a via estava bloqueada e a fila chegava a 700 km.

Para socorrer os caminhoneiros e famílias que estão há dias parados nas estradas, e também as comunidades isoladas, o Exército vai distribuir 3.000 cestas básicas e água. O primeiro carregamento chegou nesta quinta ao local.

"A prioridade do governo é garantir o escoamento pelo Arco Norte", disse Quintella, referindo-se aos portos no Norte do País. Ele lamentou o "gargalo" na BR-163 e informou que o asfaltamento dos 100 km que estão faltando já está totalmente contratado. A expectativa é que sejam asfaltados 60 km este ano e outros 40 km no ano que vem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, encerrou nesta terça-feira, 13, ação criminal contra Joseph Yacoub Safra, acionista majoritário do grupo que controla o Banco Safra, por suposta participação em esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tribunal administrativo que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal. A informação foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy.

A denúncia contra Safra e mais cinco pessoas foi aceita em abril pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal, em Brasília. A defesa do banqueiro impetrou habeas corpus contra a decisão.

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Neta terça, a 3.ª Turma da Corte, por dois votos a um, considerou que não há justa causa para o prosseguimento da ação penal contra Safra. O relator foi o juiz federal Henrique Gouveia. Os demais réus continuam respondendo pelas acusações.

O advogado de Safra, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que foi corrigida uma injustiça contra seu cliente: "Não havia indícios contra ele de envolvimento em crime", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A quebra da safra de café conilon no Espírito Santo, principal produtor no País dessa variedade de café, reforçou antiga divergência entre cafeicultores e indústria sobre a necessidade de importação do produto. A variedade é usada para compor, junto com o tipo arábica, o blend (mistura) em cafés torrados e moídos e, principalmente, na bebida solúvel, no qual a participação do conilon chega a 80%.

A oferta mais enxuta neste ano, contudo, elevou os preços do robusta em cerca de 30% no mercado interno e, por esse motivo, as torrefadoras passaram a defender a compra externa para calibrar a disponibilidade e evitar prejuízos à indústria ou repasses expressivos de preços aos consumidores.

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O Brasil é o maior produtor de café do mundo e cafeicultores rejeitam a ideia de importação do produto verde, ou café não processado, alegando risco fitossanitário.

Paradigmas. "Precisamos quebrar paradigmas em relação à importação de café", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Ricardo Silveira, durante encontro das indústrias do setor, que termina hoje, no município baiano de Una. Ele salientou que eventuais compras externas se dariam em pequena escala, "nada que desorganize o mercado interno", mas ressaltou que o momento é de discussão em relação ao tema.

Na mesma linha, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Pedro Guimarães, disse ser a favor da importação, mas ponderou que o ideal é "buscar uma solução de comum acordo" com os produtores. "Estamos tentando achar um consenso."

Segundo ele, a Abics defende a importação sob regime drawback (voltado ao beneficiamento e posterior exportação) de volumes preestabelecidos, fora do período de colheita no Espírito Santo e apenas por tempo determinado. "Queremos que isso seja uma solução para momentos como este, de menor oferta", destacou o dirigente.

Situação 'terrível'. Silveira, da Abic, afirmou que a situação é "terrível" para os fabricantes de café solúvel, justamente por causa do produto final, composto quase que totalmente por conilon.

De fato, desde 2014, quando a produção no Espírito Santo atingiu 9,9 milhões de sacas de 60 quilos, o clima seco vem castigando as plantações de café e, nesse período, o Estado deixou de colher 4,6 milhões de sacas do produto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Safra está com inscrições disponíveis para o processo seletivo de ingresso no Programa Trainee 2017. Além de buscar recém formados, a empresa procura jovens que estejam no mercado de trabalho, formados a partir de 2013. Ao todo, 50 vagas são oferecidas.

De acordo com a instituição financeira, as remunerações para os aprovados são de R$ 6.600, além de uma bonificação de R$ 20 mil. Os interessados em participar da seleção devem se inscrever até 3 de outubro, por meio do endereço virtual do Programa. No ano passado, o Safra disponibilizou 35 vagas e mais de 33 mil inscrições foram registradas.

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Podem participar da seleção candidatos formados desde dezembro de 2013 até o ano corrente e preferencialmente ele precisam ter alguma experiência no mercado de trabalho. Outros detalhes informativos sobre o Programa podem ser obtidos pelo endereço virtual do Banco Safra

Até 3 de outubro, o Banco Safra receberá inscrições para seu programa de trainee 2017. Entre as vantagens oferecidas pela empresa estão remuneração mensal de R$ 6,6 mil para os contratados, bônus de aprovação no programa de R$ 20 mil, participação nos lucros e adicionais no salário e Pós-graduação ou MBA para os trainees após a conclusão do curso. 

O programa admite a participação de pessoas com curso nas áreas de Administração, Ciências Contábeis, Ciências Atuariais, Economia, Engenharia (todas), Escolas Militares, Direito, Comércio Exterior, Relações Internacionais, Matemática, Estatística, Física, Comunicação e Marketing, Ciências da Computação, Psicologia, Sociologia, Arquitetura, Ciências Exatas, Ciências Sociais, Geofísica, Gestão de Políticas Públicas, Química, Sistemas de Informação e Informática. Para se inscrever, é preciso tem formação completa entre 2013 e dezembro de 2016. Para os já formados, a empresa pede que tenham experiência no mercado de trabalho.

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Outras exigências para inscrição são conhecimento de inglês a partir do nível intermediário e disponibilidade para trabalhar em São Paulo durante no mínimo um ano. Essa necessidade é explicada pela realização do primeiro ano do programa se dar completamente no Estado. Essa fase inclui integração e capacitação técnica em universidade destacada pela empresa, no curso de Mercado Financeiro, palestras com executivos do Banco Safra e aprendizado na prática de plataformas comerciais. 

Para participar da seleção, o candidato deve se inscrever através do site disponibilizado pela empresa. O processo seletivo inclui análise de inscritos, dinâmica de grupo e entrevista com gestores das áreas e contratação. A partir daí, o trainee será capacitado e passará por job rotation de março a novembro, primeiro dentro da área específica de atuação e posteriormente em várias áreas do Safra. Ao final de um ano, o profissional será encaminhado para sua área final. 

A seleção dura até dezembro de 2016, com início das atividades em dezembro de 2017. Mais informações podem ser encontradas na página da empresa Cia de Talentos

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A Embrapa Amazônia Oriental realiza nesta quarta-feira, 18 de maio, Dia de Campo sobre produção de grãos em diferentes arranjos produtivos, na cidade de Paragominas. O evento contará com seis estações e vai apresentar aos produtores da região e demais agentes da cadeia produtiva os resultados de pesquisas e tecnologias para as culturas de soja, milho, arroz, feijão-caupi e girassol, além de sistemas de produção que visam à otimização da terra, recursos e insumos, como o Sistema Plantio Direto (SPD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O dia de campo ocorre no Núcleo de Apoio a Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Embrapa (NAPT) Belém-Brasília, com início previsto para as 7h30.

De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Pará (Aprosoja Pa), a expectativa de produção para este ano é recorde com cerca de 1.150 milhão de toneladas de soja, em todo o Estado, mais outras 118 mil toneladas da safra verão (safrinha). Desse total, 350 mil toneladas somente em Paragominas, mas se somada a produção do chamado do polo Paragominas, que conta ainda com os municípios de Ulianópolis, Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abel Figueiredo e Tailândia, esse volume salta 800 mil toneladas, quase 70% de toda a safra do Pará.

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Paragominas e os municípios que integram o polo de grãos da região estão em plena colheita da safra 2016. De acordo com o pesquisador da Embrapa Jamil Chaar El-Husny, o dia de campo foi pensado exatamente para esse período porque, passada a colheita, os produtores iniciam a semeadura da safrinha e concentram esforços para pensar, também, o plantio da safra do próximo ano. “Hoje a safrinha já representa lucratividade de uma segunda safra num mesmo ano agrícola. A Embrapa vai apresentar, em campo, sementes de variedades e cultivares que possuem alta produtividade e preços competitivos em relação às sementes disponíveis no mercado”, enfatizou o pesquisador. Ele explicou ainda que, para obter maior lucro e produtividade, é importante utilizar sistemas produtivos mais eficientes, que possibilitem a redução de custos com insumos, melhor aproveitamento da área cultivada e ainda, proteção do solo.

O dia de campo “Produção de grãos em diferentes arranjos” é promovido pela Embrapa Amazônia Oriental, NAPT Belém-Brasília, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Prefeitura de Paragominas, Emater Pará, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Cirad.

Vanderlei Ataídes, diretor presidente da Aprosoja Pa explicou que, dos 422.700 hectares (ha) de grãos plantados no Estado, 397 mil são de soja e, destes, 227 mil hectares estão no polo Paragominas.  O produtor fala ainda que o Pará tem grande potencial para grãos e que a expectativa do setor é de ampliar a produção paraense, somente em áreas já abertas, para até dois milhões de hectaresa em poucos anos.

Por Kélem Cabral, da assessoria de Comunicação da Embrapa Amazônia Oriental.

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A Justiça Federal aceitou denúncia contra o dono do Grupo Safra, Joseph Yacoub Safra, e mais cinco pessoas por suposto envolvimento em esquema de "compra" de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - espécie de tribunal que avalia débitos de contribuintes com a Receita Federal. Eles passam agora à condição de réus e responderão a ação penal que discute sua participação em crimes de corrupção e falsidade ideológica.

Em decisão assinada no dia 14, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara em Brasília, justificou que a denúncia atende aos requisitos legais, descrevendo de modo claro e objetivo os fatos imputados a cada acusado, "não se tratando de hipótese de indeferimento da peça".

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"Está demonstrada a plausibilidade das alegações contidas na denúncia em face da circunstanciada exposição dos fatos tidos por criminosos e as descrições das condutas em correspondência aos documentos constantes inquérito policial, havendo prova da materialidade e indícios da autoria delitiva", escreveu.

Segundo na lista dos homens mais ricos do Brasil, publicada pela revista Forbes, o dono do Safra pediu para ser excluído da ação por "ausência de justa causa". Contudo, o magistrado entendeu que este não é o momento adequado para análise de resposta à acusação e, sim, após o recebimento da denúncia, quando a defesa do empresário poderá apresentar os argumentos que entender pertinentes.

O juiz determinou a notificação dos réus para apresentarem alegações e documentos, além de indicar testemunhas.

Conforme a denúncia da Procuradoria da República no Distrito Federal, Lutero Fernandes do Nascimento e Eduardo Cerqueira Leite, servidores da Receita, e dois ex-funcionários do Fisco, Jorge Victor Rodrigues e Jeferson Ribeiro Salazar, teriam pedido propina de R$ 15,3 milhões para conseguir decisões favoráveis com os conselheiros do Carf.

A JS Administração de Recursos - sociedade empresarial do Grupo Safra - tinha três processos em curso no órgão, pelos quais questionava a cobrança de R$ 1,8 bilhão em tributos. O suposto pagamento de suborno teria sido negociado por João Inácio Puga, diretor da JS.

Os procuradores sustentam que, embora não tenha tratado diretamente com os "intermediários" do esquema, Safra tinha conhecimento das irregularidades. Eles argumentam que em pelo menos três conversas, interceptadas com autorização da Justiça, fica claro que Puga se reportava ao superior.

Além disso, alegam os procuradores, os processos em andamento envolvem valores que representam mais de 40% do capital do grupo, estimado em R$ 4,3 bilhões. "Um mero diretor não poderia, como realmente não o fez, tomar as decisões que envolviam dívidas correspondentes a 41,26% do capital social."

Outro lado. Em nota enviada ao Estado, a JS informou serem infundadas as suspeitas levantadas pelo Ministério Público Federal. A empresa sustentou que "nenhum" de seus representantes "ofereceu vantagem para qualquer funcionário público". "A JS não recebeu nenhum tipo de benefício no Carf. Portanto, não há justa causa para o processo", acrescentou. O advogado de Lutero, Délio Lins e Silva, disse que seu cliente não participou de irregularidade e que, oportunamente, sua defesa será apresentada nos autos.

Renato Vieira, que representa Eduardo Cerqueira, afirmou que as alegações não são verdadeiras e que o provará ao longo do processo. A defesa de Salazar não retornou o contato do Estado. Em outra ocasião, os advogados dele "refutaram" a acusação de que teria participado de qualquer oferta ou pagamento de propina. Jorge Victor não foi localizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O clima está mais favorável à produção de grãos em 2016, afirmou nesta quinta-feira, 4, o gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos Barradas. Entre as culturas beneficiadas pelo regime de chuvas estão o café e o feijão, destacou.

Em 2016, a produção de café arábica, o principal cultivado no País, deve totalizar 2,303 milhões de toneladas, 15,7% a mais do que no ano passado. "Em 2014 e 2015 tivemos quebra muito grande. Primeiro, houve estiagem muito forte em São Paulo e no sul de Minas Gerais. Já no ano passado, houve problema sério no cerrado mineiro", explicou Barradas.

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"Quer dizer, foram dois anos de produção baixa do café, apesar das exportações elevadas. Com isso, houve redução dos estoques, e os preços vêm se mantendo", acrescentou o gerente. Segundo ele, o preço da saca, que está entre R$ 490 e R$ 500, tem estimulado o plantio nas principais regiões. Em Minas Gerais, por exemplo, a produção deve ser 21,4% maior do que em 2015, com a ajuda do clima.

Já a produção de café robusta deve chegar a 676,4 mil toneladas em 2016, alta de 3,3% sobre o volume colhido no ano passado. No mês passado, houve o retorno das chuvas em algumas regiões com destaque na produção, como o Espírito Santo. Apesar disso, as médias ainda ficaram abaixo do necessário para recuperar as lavouras, prejudicadas pela estiagem de 2015.

No caso do feijão, a primeira safra, que não é irrigada e depende do clima, tem apresentado boas perspectivas. Em relação ao terceiro prognóstico, apresentado no mês passado, a estimativa de produção de feijão de 1ª safra subiu 1,7%. Na comparação com o ano de 2015, o aumento na colheita será de 18,6%, segundo o levantamento do IBGE. No total, a produção alcançará 1,591 milhão de toneladas.

"O regime está mais chuvoso este ano do que em 2015", justificou Barradas, citando principalmente os Estados do Nordeste. O Ceará, por exemplo, deve saltar da 7ª posição para a 2ª, com incremento de 268,2% na produção. No ano passado, a região havia sido atingida pela seca. No Piauí, o avanço será de 111,8%.

O feijão 2ª safra, cuja produção totalizará 1,328 milhão de tonelada, também é beneficiado pelo clima úmido. O aumento na colheita será de 1,8% em relação a 2015.

"Tivemos quatro anos de seca no Nordeste, mas este ano está muito melhor. É uma espécie de redenção", disse Barradas.

Soja e milho

Apesar de o clima chuvoso ter favorecido culturas nas regiões Norte e Nordeste, os produtores do Centro-Oeste mantêm certa apreensão em relação ao regime de precipitações durante a safra de soja e milho, explicou Barradas. "Neste ano, a chuva atrasou no Centro-Oeste, o que atrasou o plantio de soja e deve atrapalhar o milho de 2ª safra", disse.

"Hoje, não se sabe se vai ter janela para chuvas beneficiarem plantação de milho", acrescentou o gerente. Somado à tendência de substituição do milho 1ª safra por soja, isso deve reduzir a oferta de milho no mercado doméstico no primeiro semestre, com repercussão sobre os preços do grão e de produtos que o utilizam como matéria-prima, como rações e carnes.

Além disso, o sul de Mato Grosso do Sul teve problemas de estiagem durante o mês de janeiro, explicou Barradas. "É uma área importante de produção no Estado. Isso acaba afetando as produções de soja e milho", afirmou o gerente.

O IBGE estima quedas de 3% e 7% para a produção de milho em 1ª e 2ª safras, respectivamente, ante o ano passado.

Na soja, o impacto do clima ainda é mínimo. Entre dezembro e janeiro, a estimativa caiu 0,1%, para 102,689 milhões de toneladas, mas os técnicos do IBGE alertam que é preciso observar o comportamento nas próximas leituras.

Cana

O novo ordenamento nas lavouras de cana-de-açúcar, com proibição de queimas e aumento da mecanização, deve levar a uma redução na produção este ano a despeito dos preços mais competitivos de açúcar e etanol, afirmou Barradas. Segundo o órgão, serão colhidas 721,389 milhões de toneladas, queda de 4,4% ante 2015.

"Em São Paulo, as lavouras estão assumindo um novo ordenamento em função da proibição da queima e do aumento da mecanização da colheita. Como a mobilização de pesadas máquinas demanda logística adicional e custosa, lavouras mais distantes e localizadas em áreas de difícil acesso tendem a não ser replantadas", explicou Barradas.

Só em São Paulo, há expectativa de queda de 6,2% na produção de cana este ano. Com isso, a colheita do Estado sai da casa das 400 milhões de toneladas, de acordo com o IBGE. Também devem ter quedas Goiás (-8,4%) e Paraná (-0,4%).

A área de plantio com arroz deve encolher 6,6% na safra 2015/16, para 2,14 milhões de hectares. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apresentou nesta terça-feira (12) o quarto levantamento de intenção de plantio, houve redução do plantio nos Estados em que os trabalhos de semeadura já foram concluídos, com exceção do Piauí e do Pará. "Há atraso na instalação das lavouras, nos principais Estados produtores, diante da situação climática adversa", informam os técnicos da estatal.

No Rio Grande do Sul, principal produtor, a semeadura da lavoura de arroz da safra 2015/16 ainda não foi concluída. As chuvas intensas e frequentes não permitem a semeadura, além das cheias dos rios que alagam as lavouras ribeirinhas. "Só o Rio Uruguai já apresentou seis enchentes durante os períodos de preparo e semeadura, represando também seus afluentes como Icamaquã, Butuí e Ibicuí, onde se localiza boa parte das lavouras da Fronteira Oeste além do rio Jacuí e seus afluentes, localizados no centro do Estado", informa a Conab.

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A produção de arroz na safra 2015/16 deve diminuir 6,5%, para 11,63 milhões de toneladas, em comparação com 12,44 milhões de t no período anterior, segundo a Conab.

Feijão

O cultivo da primeira safra de feijão da temporada 2015/16 foi praticamente concluído, com significativo atraso em virtude das adversidades climáticas. "Apesar do curto ciclo de produção, as áreas plantadas apresentam lavouras distribuídas desde a fase de germinação até a colheita", informam os técnicos da Conab.

Conforme a Conab, o feijão se encontra em plena entressafra e o País tem apenas com produção da primeira safra, do interior paulista, para suprir o abastecimento interno. "Espera-se que a partir da segunda quinzena de janeiro a safra paranaense comece a entrar no mercado de forma mais significativa", estima a estatal. A tendência é que os preços continuem elevados, ocorrendo um bom estímulo para o plantio da segunda safra de feijão.

A Conab explica que o consumo nacional tem variado entre 3,3 milhões e 3,6 milhões de toneladas, acompanhando a disponibilidade interna e os preços no mercado, "que induzem o consumidor a adquirir mais ou menos produto".

A primeira safra de feijão deve apresentar uma redução de 0,9% na área plantada, segundo a Conab. Em contrapartida, deve ocorrer um aumento médio de 7,1% na produção, em comparação com os números registrados na safra anterior.

Para a temporada 2015/16, tomando os dados de produção total estimados em 3,33 milhões de t, a Conab vislumbra que, partindo do estoque inicial de 86 mil t, o mesmo consumo registrado na safra anterior (3,35 milhões de t), importações de 110 mil t e exportações de 90 mil t, resultará em um estoque de passagem na ordem de 90,6 mil toneladas, correspondente a menos de um mês de consumo.

Algodão

O quarto levantamento de avaliação da safra 2015/16 de algodão, da Conab, não apresentou significativas mudanças em relação ao relatório anterior. A produção da fibra deve alcançar 1,50 milhão de toneladas, representando uma queda de 4,0% em relação à safra 2014/15 (1,56 milhão de t).

Os técnicos da Conab destacam a grande valorização do dólar em relação ao real em 2015, que permite que o excedente da produção de pluma não consumida pela indústria nacional seja exportado a preços mais remuneradores. A Conab observa, no entanto, que o dólar fortalecido eleva muito o custo dos insumos importados que, representam, aproximadamente, 55% do custo total. "O saldo dessa operação traz pouco ou quase nenhum incremento na remuneração do cotonicultor", comenta a Conab.

Para 2016 a Conab projeta a seguinte configuração: oferta total do produto (estoque inicial + produção + importação) de 1,855 milhão de t, enquanto a demanda total (consumo interno + exportação) deve atingir 1,540 milhão de t. A previsão de estoque de passagem para o encerramento de 2016 passa a ser de 315,1 mil toneladas de pluma. Esse volume é "suficiente para suprir e para abastecer a indústria nacional bem como honrar compromissos de exportação pelo curto período de aproximadamente dois meses e meio", conclui a estatal.

As perdas nas culturas de arroz e trigo levaram à redução na previsão da safra nacional de grãos para 2015, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de novembro, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O excesso de chuvas fez reduzir a estimativa da área colhida e do rendimento das culturas de inverno, disse Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

"De outubro para novembro, os principais itens que caíram foram arroz e trigo, as culturas de inverno, que estão concentradas na região Sul. O excesso de chuvas resultou em perdas de área e de rendimento", confirmou Andreazzi.

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A produção de arroz em 2015 será 1,7% menor do que estava previsto em outubro. A estimativa para a safra de trigo também diminuiu 1,7%.

"O excesso de chuvas também dificulta a prevenção de doenças. Você não consegue entrar com o maquinário no campo, o produtor não consegue fazer os tratos culturais. As colheitas ficam desprotegidas, as doenças se espalham. Com a chuva na colheita, cai a qualidade também", lembrou o gerente do IBGE.

Também houve revisão para baixo nas culturas de batata 3ª safra (-2,1%), cacau (-2,1%), mandioca (-2,6%), triticale (-5,0%), mamona (-8,6%) e cevada (-25,6%). "Esses produtos estão sendo colhidos agora", justificou Andreazzi. "No cacau, (a queda) é problema de estiagem na Bahia, houve menor área, problema de doença na cultura", acrescentou.

Na direção oposta, houve melhora nas estimativas de novembro ante outubro para as safras de feijão 1ª safra (7,5%), cebola (+1,3%) e aveia (0,9%). O salto na previsão do feijão de 1ª safra foi justificado pela entrada de informações de plantações em áreas irrigadas na Bahia, explicou Andreazzi.

Área colhida

O País deve colher 57,7 milhões de hectares em 2015, um crescimento de 1,8% em relação à área colhida em 2014, que foi de 56,7 milhões de hectares, segundo o levantamento divulgado pelo IBGE. No entanto, houve redução de 76.306 hectares em relação à expectativa do mês anterior, ligeira queda de 0,1%.

O arroz, o milho e a soja - os três principais produtos, que representam 92,8% da estimativa da produção - responderam por 86,3% da área a ser colhida. A área de soja cresce 5,9% em 2015 ante 2014, enquanto a do milho aumenta 0,9%. A área de arroz teve redução de 8,3%.

Quanto à produção, a safra será 1,2% maior para o arroz, 11,7% para a soja e de 7,3% para o milho.

Nos últimos 40 anos, a produção brasileira de grãos e fibras cresceu 325%, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Na safra 1976/77, a produção era de 46,9 milhões de toneladas e a previsão para o ciclo 2014/15 é de 202,2 milhões de toneladas.

"A área dedicada a esse cultivo cresceu apenas 53% no mesmo período. Isso ilustra o aumento de 181% na produtividade brasileira, resultado do desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e de ponta", afirma o material de apresentação distribuído a jornalistas que chegam para evento de fim de ano da instituição.

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A CNA apresenta nesta quinta-feira (10) o balanço de 2015 e as perspectivas para 2016 do setor agropecuário brasileiro, em entrevista coletiva com o presidente da instituição, João Martins.

No encontro, serão apresentados os resultados e as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), o Valor Bruto da Produção (VBP) e as exportações da atividade agropecuária, além de um cenário sobre a atual conjuntura econômica e o panorama das principais atividades do setor.

O material informativo traz, ainda, que a produtividade do setor passou de 1.258 kg por hectare para 3.486 kg por hectare em 39 anos. O Brasil tem 851 milhões de hectares, dos quais 329,9 milhões são ocupados por propriedades rurais (38,7% do País).

Os primeiros números para a cultura do arroz da safra 2015/16 indicam uma leve redução na área plantada, entre 1% e 3,2% em relação ao período anterior. Os produtores de arroz, que já iniciaram a semeadura em todas as regiões produtoras, deverão cultivar entre 2,30 milhões e 2,22 milhões de hectares, segundo o primeiro levantamento sobre a safra 2015/16, divulgado nesta sexta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produção nacional do cereal em 2015/16 deve diminuir entre 3,9% e 1,9% ante a safra 2014/15, para entre 11,96 milhões de toneladas e 12,22 milhões de toneladas. "Essa redução de produção ocorre, principalmente por causa do alto nível de preços dos custos de produção, acarretando uma redução da tecnologia empregada", informam os técnicos da Conab, no relatório.

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No Rio Grande do Sul, maior Estado produtor do cereal, que na safra 2014/15 representou quase 70% da produção brasileira, há indicativo de redução da área plantada e na produtividade, que por consequência, deve prejudicar a produção total. A área plantada deverá ficar entre 1,08 milhão e 1,09 milhão de hectares, ante os 1,12 milhão de hectares da safra passada. Com uma produtividade média esperada de 7.466 kg/ha, a produção total deverá ficar entre 8,07 milhões e 8,21 milhões de toneladas, 6,4% ou 4,8% menor que a safra 2014/15.

A produção de cana-de-açúcar levantada para safra 2015/2016 indica que o Brasil pode colher 655,2 milhões de toneladas. Este é o segundo levantamento do ano, divulgado nesta quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com um índice 3,2% superior aos 634,8 milhões de toneladas da safra anterior.

A falta de chuvas, principalmente na região Sudeste, afetou a produtividade da safra anterior, enquanto que para a atual a perspectiva é de aumento de 3,8%. O estudo mostra também que a área de colheita teve um decréscimo de apenas 0,6%.

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O maior volume da cana colhida vai ser destinado à fabricação de etanol, que representa 55,9% da produção. O etanol total deve ter uma redução de 0,5%, passando de 28,66 para 28,52 bilhões de litros. Já o hidratado, utilizado nos veículos "flex-fuel", reduziu em 2,2%, alterando a marca de 16,9 bilhões para 16,6 bilhões de litros. Já o anidro, destinado à mistura com gasolina, apresenta aumento de 2%, passando de 11,7 bilhões para 12 bilhões de litros.

Para a produção de açúcar, está previsto um aumento de 4,8%, e deve passar das 35,56 milhões de toneladas para 37,28 milhões, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais.

Fonte: CONAB

O aumento na estimativa de safra apresentado no Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de julho se deve principalmente às culturas de milho de segunda safra e de laranja. Ambas tiveram um acréscimo próximo a 2,5 milhões de toneladas na comparação com junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a pesquisa mostrou uma previsão de colheita de 209,0 milhões de toneladas no total das culturas produzidas no Brasil, um recorde no levantamento e 8,1% acima do verificado no ano passado.

A estimativa para a produção de laranja cresceu 17,4% entre junho e julho, apontou o IBGE. Com isso, a safra da commodity será de 16,206 milhões de toneladas em 2015, uma alta de 9,3% em relação a 2015. Em São Paulo, o maior produtor, o avanço anual será 14,0%, para cerca de 11,6 milhões de toneladas.

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Já o milho segunda safra recebeu um incremento de 5,0% em sua estimativa de volume na passagem do mês. Em julho, a safra esperada para 2015 chegou a 53,309 milhões de toneladas, o que será um aumento de 9,7% em relação ao ano passado. No Mato Grosso, o maior produtor, o crescimento da safra será ainda maior, de 18,5%, aponta o IBGE.

Trigo

A safra de trigo ainda deve ser recorde no País, mas a estimativa para este ano teve um ajuste para baixo no mês de julho, diante de perdas no Rio Grande do Sul. Com isso, os dados do levantamento do IBGE apontam para uma produção 1,1% menor do que a projetada em junho. Ainda assim, a produção do grão totalizará 7,210 milhões de toneladas, um avanço de 17,0% em relação a 2014, segundo o órgão.

 

 

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A safra brasileira deve somar 209,0 milhões de toneladas em 2015, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira, 11. O resultado representa aumento de 8,1% em relação à produção de 2014, quando totalizou 193,3 milhões de toneladas.

O montante ainda é 1,3% maior do que o previsto em junho, com 2,6 milhões de toneladas a mais. Esta é a maior previsão já feita na história da pesquisa, cuja série inicia em 1975.

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O Brasil deve colher 57,7 milhões de hectares na safra de grãos em 2015, segundo o levantamento. A área será 2,1% maior do que a colhida em 2014, quando totalizou 56,5 milhões de hectares. Em relação a junho, a projeção teve aumento de 79,564 mil hectares. Arroz, milho e soja, os três principais produtos da safra, somam 92,2% da estimativa da produção e respondem por 86,3% da área a ser colhida.

O El Niño já chegou. O fenômeno climático, que deve ganhar força nos próximos meses, traz consigo chuvas que prometem garantir umidade para a safra de inverno no Centro-Sul do País. A confirmação do El Niño neste ano - ainda que moderado, como apontam meteorologistas -, é agridoce para produtores. Se por um lado pode ajudar no desenvolvimento de culturas como trigo e cana-de-açúcar e mitigar o risco de geadas, a ocorrência de chuvas no período da colheita pode causar perdas no campo.

Em sua forma tradicional, o El Niño, fenômeno gerado pelo aquecimento das águas no Oceano Pacífico, causa chuvas mais intensas no Sul, seca no Norte e Nordeste e temperaturas mais elevadas no Sudeste e Centro-Oeste. Este ano, porém, seus efeitos no País tendem a ser mais amenos.

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"Na costa da América do Sul, esse aquecimento não tem sido tão forte como na região central do Pacífico, que atinge Austrália e Ásia", explica Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. "Com isso, sua influência não será tão forte e nem tão duradoura, com os efeitos mais concentrados no inverno."

Simulação feita pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe) aponta que, de junho a agosto, deve chover acima da média em boa parte do Sul, oeste de São Paulo e em grande parte de Mato Grosso do Sul - impactando as culturas de inverno, como trigo, cevada, cana-de-açúcar e café, além da segunda safra de milho. "Já estamos tendo um outono mais úmido do que o normal, e isso tem sido ótimo para o milho safrinha, por exemplo", diz Oliveira.

Para os especialistas, o que definirá se o El Niño será bom ou ruim para a safra não é a intensidade das chuvas, mas o seu calendário. "A maioria das culturas pode se beneficiar com a chuva, mesmo porque ela ameniza o risco de geadas", afirma Oliveira. "No entanto, chuva demais no período da colheita, lá para o fim do inverno, pode ser muito prejudicial", observa.

Paulo César Sentelhas, professor de Agrometeorologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), aponta que um dos benefícios da chuva é a economia de água, uma vez que boa parte das culturas de inverno é irrigada. Mas a colheita ainda preocupa.

"Aqui em Piracicaba (interior de São Paulo), nos canaviais, a preocupação é de que chuva acima do normal diminua os dias de colheita, além de afetar a qualidade da cana colhida - diminuindo a quantidade de açúcar da planta", diz o pesquisador. Ele explica que a chuva, no período da colheita, dificulta que as máquinas entrem no campo e, caso as usinas não consigam processar esses volumes, pela redução dos dias de moagem, parte da cana pode ficar nos campos para a próxima safra.

A região Centro-Sul, que deverá ser mais afetada pelo El Niño, concentra cerca de 90% da produção de cana-de-açúcar do Brasil. Em maio, segundo a Somar Meteorologia, as chuvas ficaram de 30% a 40% acima da média em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Produtores de outras culturas também estão receosos em relação às chuvas. "Entre as regiões cafeeiras de São Paulo e de Minas Gerais, a preocupação também é grande, já que o grão precisa secar", explica Sentelhas. Ele também observa que um inverno mais úmido exige do produtor maior controle fitossanitário, pela proliferação de doenças.

Os índices mais altos de precipitações, no entanto, não devem atingir os níveis da temporada de 2009/2010, quando houve um El Niño clássico e mais intenso. "Muita cana não foi colhida naquele ano", diz. As chuvas torrenciais, que foram devastadoras para milhares de famílias no Sul e Sudeste do País, também prejudicaram as lavouras de arroz no Rio Grande do Sul, onde houve perdas de quase 10% da produção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para os produtores, a queda no preço internacional de produtos agrícolas trouxe um risco financeiro. A conta para produzir simplesmente não fecha. Os custos subiram e a valorização do dólar não está sendo suficiente para equilibrar as receitas. No Norte Araguaia, em Mato Grosso, uma das novas fronteiras agrícolas do País, os armazéns estão abarrotados de milho. Amanhã, os produtores começam o plantio da soja sem saber se vão conseguir pagar o custo da safra que estão plantando. A maioria está à espera de alguma notícia de quebra de safra que possa alterar a trajetória dos preços.

O Norte Araguaia, região distante e de difícil acesso, recebeu dezenas de agricultores nos últimos três anos, que investiram pesado para abrir 430 mil hectares de plantação. Se em anos anteriores, até setembro, quase metade da produção de soja já estava vendida, neste ano sequer 10% foram comercializados.

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Por ser uma região nova no plantio, os custos de produção são maiores. Incluem o investimento inicial com máquinas e terras. A queda nos preços agrícolas é especialmente nociva para quem recorreu a financiamentos e tem parcelas do crédito vencendo nos próximos meses. Os grandes produtores, que normalmente usam recursos próprios, conseguem minimizar as perdas. Os pequenos, no entanto, não têm alternativas para contornar o baque de uma safra frustrada.

Segundo Paulo Borges, que tem uma fazenda na região, um produtor de soja pode ter até 20% de retorno no negócio em um período de dez anos, mesmo que tenha perdas em alguns anos. "Este é o negócio com a menor barreira de entrada que existe. Qualquer um pode comprar terras e começar a plantar", diz Borges. Qualquer um, porém, é modo de dizer. Para plantar em 500 hectares, considerado uma pequena propriedade no Mato Grosso, é preciso ter pelo menos R$ 2 milhões.

Com tanto dinheiro aplicado nos últimos anos, a expectativa para a nova safra não é das melhores e o clima entre os agricultores da região é de apreensão. Os produtores dos Estados Unidos começaram a colher seus grãos e devem registrar uma supersafra. Isso tem feito os preços na Bolsa de Chicago, que balizam toda a venda de soja no mundo, despencarem. A cotação do bushel (unidade de medida dos grãos no mercado americano) chegou nesta semana a US$ 10, o menor patamar dos últimos quatro anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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