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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que a decisão sobre a distribuição dos royalties do petróleo deve ficar para 2012. Segundo Lobão, em encontro realizado ontem entre a presidente Dilma Rousseff e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a presidente disse que os números que constam no projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) são diferentes dos do governo. "Dilma disse a ele (Casagrande) que os números que nós temos são diferentes dos apresentados pelo senador", afirmou Lobão.

O projeto do senador Vital do Rêgo aumenta a participação de quem não produz petróleo no rateio das receitas. Questionado se recomendaria o veto ao projeto do senador, Lobão disse que "não tem uma opinião formada sobre o projeto".

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A assessoria do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, esclareceu hoje que ele não tem nenhum encontro agendado com a presidente Dilma Rousseff para discutir o projeto de lei de redistribuição dos royalties do petróleo que tramita no Congresso. Dilma inicia nesta quarta-feira uma rodada de conversas com governadores para discutir a divisão dos royalties do petróleo, cuja votação na Câmara dos Deputados ela quer deixar para o ano que vem.

Havia a expectativa de que a presidente começasse as conversas com os dois Estados produtores que mais perdem com a aprovação do projeto, mas a agenda de Dilma hoje só prevê um encontro dela com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, no Palácio do Planalto. A assessoria de Cabral informou que ele não vai hoje a Brasília e que não há previsão de qualquer encontro dele com Dilma, indicando que ele ainda não foi convidado pela presidente.

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Cabral, um dos principais aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da eleição de Dilma, não tem escondido a insatisfação com a atuação da presidente nas articulações para evitar a aprovação do projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) já votado no Senado. Na semana passada, ele promoveu uma grande passeata no Rio contra o projeto que reuniu mais de 100 mil pessoas e consumiu R$ 780 mil.

No entanto, Cabral tem evitado declarações criticando abertamente a presidente, deixando para aliados a cobrança de mais empenho de Dilma para proteger os interesses do Rio, onde o governador a ajudou a conquistar mais de 70% dos votos na última eleição.

A presidente Dilma Rousseff recebe hoje, às 15 horas, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, para discutir a divisão dos royalties do petróleo. Dilma decidiu assumir o comando das articulações em torno do projeto em tramitação na Câmara. Pela proposta, os principais Estados produtores, Espírito Santo e Rio de Janeiro, perderão receita.

A presidente pediu dados para analisar o impacto do projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), ganhando tempo na estratégia de protelar a votação para o próximo ano.

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Dilma trabalha também para diminuir a pressão na base aliada e afastar a polêmica entre os produtores e não produtores para evitar que a discussão contamine a votação de projetos de interesse do governo que precisam ser aprovados ainda este ano. A prioridade, além do Orçamento de 2012, é votar em tempo recorde a proposta de Desvinculação das Receitas da União (DRU), sem a qual a presidente perderá margem de manobra na aplicação dos recursos orçamentários.

A passeata que o governo do Rio promoveu em defesa da manutenção das receitas dos royalties do petróleo, ontem, atrapalhou os trâmites para a transferência de Nem para um presídio federal fora do Rio.

Embora tenha sido requisitada pelo governador Sérgio Cabral e garantida pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a transferência do traficante não pôde ser determinada pela Vara de Execuções Penais (VEP) - segundo o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame. Como a maior parte dos órgãos públicos fluminenses, o Tribunal de Justiça do Rio decretou ponto facultativo durante a manifestação e a requisição feita pela administração estadual não chegou à VEP.

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Cerca de 100 mil pessoas são esperadas para o ato público "Contra a Injustiça - Em Defesa do Rio", na tarde de hoje, segundo estimativa do governo do Rio de Janeiro. A concentração para a passeata contra a nova distribuição dos royalties do petróleo, marcada para as 15 horas, será na Candelária. .

Segundo dados do governo estadual, o Rio vai perder, já em 2012, aproximadamente R$ 3,3 bilhões com a nova divisão. Para o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o prejuízo para as cidades será enorme. "Vão quebrar os 92 municípios e mais os do Espírito Santo e mais os de São Paulo. Isso é de uma gravidade, de uma violência. Temos que mostrar isso ao Congresso Nacional e à população", afirmou Pezão. Com a nova lei, aprovada no Senado, a parcela que cabe aos estados produtores seria redistribuída entre todos os estados da Federação.

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O protesto é organizado pelo governo do Estado e por prefeituras da capital e do interior. Os servidores públicos estão dispensados do trabalho, com a decretação de ponto facultativo e, a partir das 13h, o transporte público terá tarifa livre. A Avenida Rio Branco, no centro do Rio, uma das principais vias da cidade, já foi fechada ao trânsito. Caminhões estão distribuindo banheiros químicos na via. A marcha tem concentração na Candelária e segue até a Cinelândia, onde haverá um show.

 

 

 

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou hoje o excesso de foco na mudança da lei que trata da partilha dos royalties do petróleo entre todos os Estados da Federação, em detrimento da discussão sobre como será conduzida a exploração do pré-sal. "Eu sei que houve uma mudança importante na lei do petróleo. Mas não sei de que forma será explorado o pré-sal. Só se falou dos royalties de algo que não existe. Ninguém discutiu se era necessário ou não fazer a lei dos royalties", disse o ex-presidente.

Fernando Henrique Cardoso reclamou da falta de discussões aprofundadas acerca de projetos do governo. "O que de relevante o congresso discute hoje? Royalty? Palavra inglesa, o povo não entende. E o royalty é para dar um tombo no Rio de Janeiro, no Espírito Santo", declarou.

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Segundo ele, faltou discutir publicamente o projeto do trem-bala, se a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte deveria ter recursos públicos e de que forma os aeroportos deveriam passar para a administração privada. "Voltamos ao período dos projetos de impacto da ditadura militar", afirmou.

Durante o encerramento do seminário "A Nova Agenda - Desafios e oportunidades para o Brasil", promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, no Rio, FHC também rejeitou a teoria de que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu continuidade às políticas de sua administração. "O governo do presidente Lula deformou o que foi feito antes", disparou.

Mais de 200 autoridades e representantes de entidades sindicais e patronais lotaram auditório do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro, na manhã de hoje, para participar de reunião preparatória para a manifestação "Contra a Injustiça - Em Defesa do Rio", programada para quinta-feira.

O tom dos discursos foi crítico às mudanças propostas no Congresso para alterar a divisão de pagamentos dos royalties do petróleo - que prejudica os Estados produtores - e de revolta contra a postura do governo federal. Os políticos fluminenses voltaram a cobrar que a presidente Dilma Rousseff vete a proposta que já foi aprovada pelo Senado e que está para ser votada na Câmara.

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"O que nós queremos é mostrar ao governo federal e ao Congresso Nacional que nós não queremos invadir o direito de ninguém, mas também não queremos que invadam o nosso direito", argumentou o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). "O Rio não quer nada mais do que os seus direitos. Não quer a violação dos seus direitos. Não quer que receitas tão importantes para a vida das pessoas sejam comprometidas", explicou o peemedebista.

Foi confirmado, durante a reunião, que todas as repartições públicas estaduais e municipais terão ponto facultativo durante a manifestação. As concessionárias de transporte público não vão cobrar passagem das pessoas interessadas em participar. A expectativa dos organizadores do ato é de que mais de 100 mil pessoas se juntem à manifestação.

Se o impasse em relação aos royalties, no caso de a divergência entre Estados produtores e não produtores continuar após a apreciação da Justiça, tende a resultar em mais um atraso na fixação das datas das próximas rodadas de licitação de blocos exploratórios de petróleo.

A situação preocupa muito as petroleiras, que há três anos traçam estratégias e articulam parcerias para disputar as áreas que serão ofertadas pelo governo. Na provável hipótese de o caso parar no Supremo Tribunal Federal (STF), deverão continuar sem previsão a 11.ª rodada de licitações (de blocos do pós-sal) e a primeira rodada do pré-sal. Ambas deveriam ter ocorrido neste ano, mas jamais tiveram as datas marcadas pela Presidência da República.

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O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Florival Rodrigues de Carvalho, afirmou ontem considerar a possibilidade de os leilões não aconteceram antes de um acordo, seja político ou judicial, embora o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado no Senado anteontem, não tenha alterado a alíquota de 10% cobrada às empresas de óleo e gás. "Seria mais sensato resolver o imbróglio e fazer a rodada depois", observou o dirigente.

O substitutivo será agora votado pela Câmara dos Deputados, em um prazo que o meio político estima em cerca de um mês. Caso venha a ser aprovado pelo Congresso, seguirá para apreciação da presidente Dilma Rousseff, a quem caberá ou sancioná-lo ou vetá-lo.

Se Dilma sancionar o projeto, os royalties terão de ser divididos de forma mais igualitária entre Estados produtores (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo) e não produtores.

Na hipótese de derrota em todos os trâmites políticos, os Estados do Rio e do Espírito Santo já anunciaram a intenção de recorrer ao STF. Não há data para a presidente manifestar sua decisão, caso o projeto passe pela Câmara. Se ela sancionar de imediato, o recurso ao STF pode seguir ainda neste ano. Se ela demorar, só em 2012, o que praticamente inviabilizaria as rodadas no primeiro semestre, pelo menos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), cobrou hoje votação até a próxima semana na Câmara do projeto que muda a divisão dos royalties da exploração de petróleo ampliando a fatia dos Estados e municípios não produtores, aprovado ontem no Senado. Sarney afirmou que, se isso não acontecer, poderá por em votação o veto do presidente Lula à chamada Emenda Ibsen, que é mais prejudicial ao Rio de Janeiro e ao Espírito Santo. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), porém, disse que a Casa precisará de aproximadamente 30 dias para analisar o projeto.

Sarney destacou hoje que o acordo fechado entre os líderes previa a conclusão da votação no Congresso no dia 26. "De acordo com as lideranças, e eu dividi o calendário com as lideranças, se não acordarmos uma solução até a quarta-feira dia 26, submeteremos o veto à decisão do plenário, coisa que evitei por oito meses".

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O líder do governo na Câmara disse ter um entendimento diferente do exposto pelo presidente do Senado. Para Vaccarezza, o prazo fixado era apenas para a votação no Senado. "Não é possível votar até o dia 26. Eu estava na conversa com os líderes e esse prazo era para o Senado. Mesmo que quiséssemos, do ponto de vista do regimento não é possível fazer. Vamos votar em mais ou menos 30 dias". Vaccarezza disse que pedirá para que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), procure Sarney a fim de acertar o prazo.

Deputados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo ameaçaram obstruir a votação da proposta que prorroga a Desvinculação das Receitas da União(DRU) se o projeto fosse votado rapidamente. Vaccarezza afirmou que esse problema já foi resolvido. "Eles ameaçaram mesmo a DRU, mas eu avisei que se tivesse obstrução com a DRU nós votaríamos rapidamente os royalties, então eles concordaram, retiraram a ameaça e aí passamos a discutir como será a tramitação aqui na Câmara nesse processo de um mês".

Para evitar a contaminação do projeto da DRU pelo debate dos royalties, o governo vai tentar concluir hoje a votação da DRU na comissão especial e resolver em duas semanas esse assunto no plenário. Com isso, quando o projeto dos royalties chegar ao plenário da Câmara, a DRU já será assunto do Senado.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, aconselhou a presidente Dilma Rousseff a vetar o projeto aprovado ontem pelo Senado, que diminui as parcelas dos royalties aos estados produtores de petróleo. "Basta ela se inspirar no presidente Lula", disse ele, em referência ao veto do antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva à emenda que, no ano passado, tentou retirar parte dos royalties dos produtores.

Cabral reafirmou que, caso a presidente não vete o projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o governo do estado do Rio de Janeiro irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o que definiu de uma "aberração". "Tenho certeza de que a presidente não vai sancionar isso. Ela é uma democrata", afirmou Cabral durante visita a uma estação de tratamento de água em São Gonçalo.

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Em votação simbólica, o Senado aprovou hoje o substitutivo do senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) que altera as regras de distribuição dos royalties de petróleo. Emendas de plenário excluíram dispositivos do relatório que modificavam o marco regulatório da partilha (Lei 12.351/10), sancionado no final do ano passado.

Declararam votos contrários aos projetos toda a bancada do Rio de Janeiro, os senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Ana Rita (PT-ES) e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Irritado, o senador Magno Malta (PR-ES) havia deixado o plenário. O projeto cria um Fundo Especial promovendo a divisão dos royalties de petróleo entre todos os Estados não-produtores de petróleo, que receberão R$ 8 bilhões no ano que vem. Ainda em 2012, os produtores de petróleo, Rio e Espírito Santo, deverão receber R$ 12,1 bilhões, restando cerca de R$ 8,9 bilhões à União, conforme cálculos do relator.

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"A racionalidade preponderou", avaliou o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). Segundo Renan, a aprovação de um texto que se transformara em um "novo marco regulatório" da partilha acabaria dificultando a votação da matéria na Câmara, recrudescendo o movimento pelo veto à Emenda Ibsen.

Com a aprovação do projeto no Senado, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não submeterá mais o veto à apreciação do Congresso no próximo dia 26. Não há previsão, entretanto, para a data de votação do projeto na Câmara. Representante do Rio de Janeiro, o senador Francisco Dornelles (PP) afirmou que os Estados produtores de petróleo "tiveram os direitos desrespeitados, mas num clima democrático". Se o relatório for confirmado pela Câmara, fluminenses e capixabas vão pressionar pelo veto da presidente Dilma Rousseff. Se isso não ocorrer, vão apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Sob pressão do Ministério da Fazenda, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou emenda para recompor em 22% a fatia dos royalties que caberá à União no regime de partilha, conforme proposta do Executivo encaminhada ao Congresso no ano passado. Outra emenda retirou a vinculação de 3% dos royalties da União ao Ministério da Defesa.

As demais emendas, que excluíram os itens polêmicos do projeto, foram apresentadas pelo próprio relator, mediante acordo com os representantes dos Estados não-produtores de petróleo e sob pressão do Ministério da Fazenda. Vital excluiu o dispositivo que impunha limite de 40% ao valor que poderá ser deduzido das petroleiras sobre o custo que tiverem para extrair o óleo do mar. Também foi excluído o artigo estabelecendo que a União ficasse com, no mínimo, 40% do lucro obtido, depois de descontados os custos das empresas.

Vital também retirou o capítulo que criava a "joint venture", ou seja, a possibilidade de a União ser sócia de empresas privadas na disputa por áreas do pré-sal. Por fim, o relator excluiu o artigo que mudava o mapa das bacias de exploração de petróleo. O novo traçado deixaria o Rio de Janeiro de fora de metade da área do pré-sal entre a Bacia de Santos e o Parque das Baleias e traria prejuízos ao Rio Grande do Norte e Sergipe.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, classificou de "indecente, indecorosa e irresponsável" a proposta da divisão de riquezas do petróleo apresentada ontem pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e que pode ir a votação hoje no Senado. Cabral reclamou que a proposta altera as regras para a definição dos limites das bacias a serem exploradas, com mudança inclusive de linhas geográficas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A mudança de regra de última hora desagradou os estados produtores do Rio e do Espírito Santo. Rêgo apresentou uma emenda que altera os pontos de referências das bacias, prejudicando os estados produtores na divisão de royalties da área do pré-sal. "É uma caricatura de um projeto já caricato. Ele mudou as perpendiculares do IBGE, o senador Vital do Rêgo virou técnico, geólogo, geógrafo do IBGE", ironizou, se dizendo indignado.

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Segundo Cabral, haveria um crime, um desrespeito institucional a regras estabelecidas em blocos já licitados. Cabral acredita que a presidente Dilma Rousseff não será omissa e defendeu que ela repita a mesma postura de veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A presidenta Dilma era ministra-chefe da Casa Civil, participou comigo das negociações, então ela avalizou essas negociações, ela mais do que ninguém sabe que não pode ter nenhuma invasão", disse Cabral. "O governo federal não será omisso, (acredito que) a presidenta Dilma terá a mesma postura que teve o presidente Lula, afinal foi ele que avalizou o governo dela, ela tem de ter a mesma postura".

A presidente Dilma Rousseff chegou a Brasília por volta das 4 horas da madrugada de hoje (9), depois de uma viagem de uma semana pela Europa, por Ancara, capital da Turquia, e Istambul, onde visitou, ontem (8), lugares como o Estreito do Bósforo, o Palácio Topkapi e o Museu de Arqueologia.

Dilma reservou o domingo para o descanso, depois da viagem de cerca de 15 horas da Turquia até Brasília no avião presidencial.

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A presidente retoma os trabalhos amanhã, no Palácio do Planalto. Às 11 horas, recebe o ministro Guido Mantega (Fazenda). No meio da tarde, tem audiência com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e às 17 horas, a rotineira reunião de coordenação, realizada todas as segundas-feiras.

Neste encontro, Dilma deverá ser comunicada pelos ministros mais próximos, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), de que não houve acordo entre os Estados produtores e não produtores de petróleo quanto à distribuição dos royalties.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), entregou hoje duas cartas ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), defendendo a distribuição equânime entre todos os Estados dos royalties da exploração do petróleo. Os documentos, um deles assinado pelos governadores do Codesul - RS, SC, PR, além de MS -, também serão entregues ainda hoje ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Sem citar números, a proposta dos governadores defende que os Estados produtores recebam uma parcela maior do dinheiro dos royalties que "compense os impactos ambientais gerados". O documento propõe ainda a "definição de uma compensação transitória para evitar que os Estados e os municípios confrontantes tenham perdas de sua atual receita proveniente dos royalties, inclusive reconsiderando critérios de isenções e incidência de outros tributos".

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Marco Maia se reúne hoje à tarde com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), líderes partidários da Câmara e do Senado e governadores de Estado para tentar chegar a um consenso em torno da proposta que trata dos royalties do petróleo e do pré-sal. Maia sinalizou o adiamento da votação do veto presidencial de redistribuição dos royalties do petróleo de forma igualitária a todos os Estados e municípios brasileiros.

O veto está previsto para ser votado amanhã, em sessão do Congresso. "Se para se chegar a um entendimento for necessário mais uma semana para votar o veto, não vejo prejuízo em adiar a votação. Se for necessário não votar, não votaremos", concluiu o presidente da Câmara.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fez um apelo hoje à presidente Dilma Rousseff para que o governo federal negocie com o Congresso Nacional o adiamento da votação da divisão dos royalties do petróleo, marcada para o dia 5 de outubro. Segundo ele, a presidente já começou a negociar, mas o governador disse também que fará um pedido semelhante ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

"A presidenta está atenta e acha que não é o momento para o debate, que é impróprio. Por isso, ela está conversando com líderes", afirmou. "Acho que farei um apelo a Sarney, que tem mais tempo de política do que eu de idade. Talvez ele seja o único a ter coragem para dar um basta a irregularidades sobre princípios legais", acrescentou, mostrando-se insatisfeito com a possibilidade de perda de receitas do Rio de Janeiro com uma possível divisão igualitária dos royalties pelos Estados.

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Cabral alegou que o Rio não pode abrir mão das receitas correntes do que já foi licitado. "Não posso calcular o tamanho da crise que pode gerar à economia do meu Estado. É preciso mostrar aos mais exaltados que há outros caminhos", argumentou. Na avaliação do governador, esse dinheiro não resolve os problemas dos outros Estados e destrói a economia do Rio de Janeiro, que tem que se preparar nos próximos anos para grandes eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

No fundo, o que está em discussão, na opinião de Cabral, é o acréscimo das receitas para os Estados. Esses recursos, segundo ele, não estão necessariamente atrelados ao petróleo. Poderiam vir de outras fontes, como níquel ou zinco, citou como exemplos.

De acordo com Cabral, políticos de diversos Estados estariam distorcendo o discurso em torno dos royalties do petróleo. "Virou bandeira política afirmar que esses recursos serão a salvação, mas não serão. Essa discussão é descabida e fora de propósito", completou.

O governador rebateu as acusações de que o seu governo estaria sendo intolerante. "Se outros Estados pedissem os mesmo benefícios da Sudene ou da Zona Franca de Manaus, esses recursos seriam retirados dessas regiões?", questionou. Cabral disse ainda que os recursos oriundos da exploração do petróleo são muito inferiores, por exemplo, que os repassados pela União às unidades de Federação por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Para Cabral, a tentativa de incluir na divisão as receitas correntes de poços já licitados é "uma violência contra o povo do Rio de Janeiro". Na avaliação do governador, a decisão do governo de alterar a legislação existente foi "equivocada". "A legislação era muito boa", afirmou.

O Senado aprovou hoje(27) a tramitação em regime de urgência para o Projeto de Lei 448/2001, do senador Wellington Dias (PT-PI), que pleiteia R$ 8 bilhões de royalties de petróleo para Estados e municípios não produtores a partir de 2012. O senador disse à Agência Estado que o relatório deve ser apresentado amanhã pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A votação deve ser realizada na quinta-feira ou na terça-feira da próxima semana.

"Ele quer apresentar o relatório amanhã. A votação será na quinta-feira ou terça. Existem algumas Medidas Provisórias trancando a pauta, mas estamos trabalhando para fazer a liberação", afirmou Dias. Conforme antecipou ontem a Agência Estado, a proposta do senador prevê a distribuição da receita do petróleo em 2012 da seguinte forma: R$ 8 bilhões para a União, R$ 12 bilhões para os estados produtores e R$ 8 bilhões para o fundo especial, com o objetivo de compensar Estados e municípios não produtores.

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Diante, porém, da posição do governo anunciada hoje de que o valor que a União abrirá mão em 2012 para compensar os não produtores será de R$ 1,8 bilhão, Dias reconheceu que será preciso um "esforço maior" para fechar a conta entre municípios e estados produtores e não produtores. A proposta original, além de retirar cerca de R$ 3 bilhões dos royalties da União em 2012, também retira do bolo as receitas oriundas de novos poços que entrarão em operação no período, o que, segundo Dias, representam 250 mil barris diários e uma renda de R$ 3 bilhões anuais. A conta também considera que os Estados produtores abram mão de royalties de poços que não são explorados atualmente, o que geraria uma receita de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

O governo cedeu à pressão dos Estados e municípios não produtores de petróleo e deve abrir mão de 4% a 5% da participação especial sobre a exploração de petróleo. A informação foi divulgada hoje pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). Ele ponderou, no entanto, que é impossível fechar um acordo para a questão sem que os Estados e municípios produtores abram mão de parte da arrecadação dos recursos provenientes de royalties a partir de 2012.

"A reunião hoje vai pegar fogo. O Rio de Janeiro não quer abrir mão (de receitas de royalties)", disse, referindo-se a uma nova reunião que irá discutir o assunto, a ser realizada hoje, às 14h30, no ministério de Minas e Energia. O encontro vai reunir o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, e líderes da base do governo no Congresso.

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A Petrobras irá à Justiça para buscar seus direitos, caso o governo e o Congresso aprovem a proposta do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de elevar o valor da participação especial sobre campos já produtivos. "O contrato de concessão, com base na lei 9.478, que é a Lei do Petróleo de 1998, remete às condições de pagamento de royalties e participações especiais. Portanto, se alterarem as condições, está se alterando este contrato", disse o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.

Segundo ele, os contratos em vigor hoje pagaram R$ 19 bilhões no final de 2010 em royalties e participações especiais. Estes mesmos contratos chegarão a 2020 pagando cerca de R$ 45 bilhões referentes aos tributos já previstos. "Não faz sentido mexer nisso", comentou, dizendo que "a Petrobras teria que disputar judicialmente esta decisão caso ela ocorra". "Se não fizer isso, pode ser acusada de uma administração temerária. Se altera os contratos, ela (a Petrobras) obrigatoriamente terá que brigar", disse.

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LEILÕES

Gabrielli também disse hoje que não vê vantagens no adiamento da realização dos leilões de áreas exploratórias tanto para o pós-sal (11ª Rodada) quanto para o pré-sal (primeira rodada de contrato de partilha). O elevado plano de negócios da estatal - que prevê investimentos entre 2011 e 2015 na casa dos US$ 224 bilhões - mais a necessidade de desenvolvimento das áreas da cessão onerosa obtidas do governo no processo de capitalização no ano passado, são apontados pelo mercado como possíveis razões para que os leilões estivessem sendo adiados ao máximo pelo governo. Ou seja, o governo estaria poupando a Petrobras da necessidade de dispor de mais recursos e aumentar, por consequência, sua dependência do mercado de capitais.

"Uma empresa de petróleo vive de áreas exploratórias. Numa empresa, os investimentos em áreas exploratórias são muito pequenos. O grosso do investimento é no desenvolvimento destas áreas. Nós vamos aumentar a produção com novas áreas que entrem, por isso não vejo vantagens", disse.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que a questão da distribuição dos royalties da exploração de petróleo entre Estados deverá ser decidida nas próximas semanas, "haja o que houver". "Com a reunião de ontem no Ministério da Fazenda, a União definiu sua estratégia e apresentou uma proposta em que abre mão de recursos dentro de suas possibilidades. Isso é suficiente para bater o martelo em breve", disse o ministro, após participar de evento no Rio.

Lobão descartou que haja a inclusão de bônus extras a serem pagos sobre as novas áreas do pré-sal que serão leiloadas no futuro, e também disse que o governo "não é favorável" ao aumento do valor da participação especial para as empresas que já estão operando, como sugeriram os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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Segundo ele, "todo mundo tem que ceder um pouco" e a União e os Estados produtores terão que abrir mão de 4% da arrecadação. "Os Estados produtores, em especial o Rio de Janeiro não concordaram muito, porque acham que vão perder, mas na prática, em números absolutos mostram que não perdem nada, apenas deixam de ganhar".

Indagado sobre a perspectiva de os municípios fluminenses irem à Justiça caso percam recursos na arrecadação, como vêm ameaçando, Lobão minimizou: "São muito poucos municípios ganhando muito. O risco judicial sempre existe e se o veto for aprovado no Congresso a própria União vai apelar na Justiça."

Licitações

De acordo com o ministro, se a questão dos royalties for resolvida este ano, o primeiro leilão do pré-sal sob o novo marco regulatório, que utiliza o modelo de partilha, deverá ocorrer até o final de 2012. Mas se houver a "judicialização do processo", isso pode levar mais tempo. "Recorrer à Justiça é o pior dos mundos", destacou.

Lobão rechaçou a sugestão de jornalistas de que este "atraso" em novas licitações seria favorável para a Petrobras, já que a companhia está com investimentos elevados, de US$ 224 bilhões até 2015, além da necessidade de desenvolver as áreas da cessão onerosa. "A Petrobras não precisa de recursos. A Petrobras tem condições de cumprir esses investimentos e não está atolada de compromissos, como se diz. Mas se precisar, a Petrobras sempre será socorrida. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já faz este papel e estará sempre ali dando este apoio e prestando o socorro quando a Petrobras precisar", disse Lobão.

Na entrevista, ele ainda comentou que o Brasil deverá levar adiante seu programa nuclear a despeito dos acidentes internacionais. "A cada acidente aprendemos que temos de tomar mais cuidados com a segurança", disse. Ele ainda comentou que o novo marco regulatório da mineração deverá ser enviado ao Congresso nas próximas semanas. "Tenho expectativa de que a presidente Dilma possa mandar em poucas semanas. Ela aguarda apenas parecer da Fazenda sobre royalties e regulamentação", disse.

Segundo ele, o principal objetivo do novo marco regulatório é dobrar a cobrança de royalties. "Hoje no mundo todo a taxa é de 9%, 10% e 11%, enquanto no Brasil está entre 0,8% e 3%", disse. Para ele, "nenhum projeto se inviabiliza" no País com a taxa proposta de 4%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera que a União chegou ao seu limite na tentativa de fechar um acordo em torno da partilha dos royalties arrecadados com as áreas de concessão para exploração de petróleo. Para acomodar as pressões de estados produtores e não produtores, o governo concordou em reduzir de 30% para 20%, a partir de 2012, a fatia da União na repartição dos royalties.

O Ministério da Fazenda acredita que, agora, os estados produtores devem fazer a sua parte para tentar unir as lideranças no Congresso Nacional e evitar o retorno da chamada Emenda Ibsen, que prevê a distribuição igualitária entre produtores e não produtores de petróleo. "Quem está na iminência de perder (recursos) não está perdendo nada com a proposta do governo. E ainda achamos que há margem nas negociações para reduzir a participação dos Estados produtores", ponderou uma fonte do governo.

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Pela proposta apresentada por Mantega aos líderes governistas em reunião hoje, a União e os municípios produtores pagariam a conta para que estados não produtores passem a receber recursos provenientes dos royalties a partir de 2012. Os estados produtores teriam uma redução na participação na distribuição de 26,25% para 25% em 2012, mas o aumento da produção de petróleo compensará eventuais perdas.

O governo considera que a proposta é boa para todos os governadores. A choradeira pode vir de alguns prefeitos de municípios do Rio de Janeiro, como Campos, Macaé e Rio das Ostras, que perderão dinheiro com a redução da fatia dos municípios produtores, de forma gradual, até 2018. O Ministério da Fazenda optou por colocar a conta nos municípios por considerar que a pressão política ficará menor. "É melhor a resistência de dez prefeitos do Rio do que dos governadores e dos outros cinco mil prefeitos", disse a fonte.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), propôs que os estados produtores reduzam para 20% a participação nos royalties para acomodar os pleitos dos Estados não produtores. O Ministério da Fazenda calcula que os não produtores ficariam com 23% dos royalties pela proposta apresentada pelo governo. "É natural que queiram negociar mais, mas precisa sair dos estados produtores. O Cabral (Sérgio Cabral, governador do Rio) precisa ser chamado para se posicionar", afirmou a fonte.

Apesar da pressão dos líderes para que o governo também altere as regras na distribuição das participações especiais do petróleo (pagas sobre o lucro dos campos mais rentáveis), o Ministério da Fazenda avisou que não está disposto a negociar. O argumento é que as propostas apresentadas ao governo não têm segurança jurídica e podem provocar um passivo para a União. Caso haja questionamento na Justiça por parte das empresas, por quebra de contrato, a União poderia ser condenada a devolver os recursos mesmo tendo repassado parte deles para Estados e municípios.

Além disso, o Ministério da Fazenda calcula que para cada R$ 1 bilhão a mais de arrecadação, a Receita Federal deixaria de arrecadar em torno de R$ 340 milhões em Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Isso porque as empresas podem abater do lucro o pagamento de royalties e participações especiais.

A perda da União também viria por meio da redução dos dividendos da Petrobras. Como a estatal é responsável por mais de 90% do pagamento de participações especiais, a empresa reduziria o lucro e, por consequência, os dividendos repassados ao governo. Além disso, poderia haver uma queda nos investimentos para exploração de campos do pré-sal. Pela proposta dos senadores Francisco Dornelles, Delcídio Amaral, Ricardo Ferraço e Lindbergh Farias, a arrecadação das participações especiais passaria de R$ 10 bilhões para R$ 17 bilhões.

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