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Um dos responsáveis pela operação clandestina que provocou o escândalo Watergate e levou à renúncia do presidente Richard Nixon morreu na terça-feira (30) aos 90 anos.

Gordon Liddy faleceu na casa de sua filha no estado da Virginia, de acordo com a imprensa. A família afirmou que a morte não está relacionada com a Covid-19.

Liddy, ex-agente do FBI, orquestrou ao lado de um ex-agente da CIA, Howard Hunt, a operação de 1972 em que dois homens se fizeram passar por encanadores para entrar na sede nacional do Partido Democrata, localizada no edifício Watergate, principalmente para instalar microfones.

Após a revelação pelo jornal Washington Post, Nixon enfrentou um processo de destituição e renunciou antes do fim do processo.

Liddy e Hunt foram condenados à prisão.

A sentença original era de entre 6 e 20 anos de prisão, mas Liddy passou apenas 52 meses atrás das grades. Ele teve a pena comutada pelo presidente democrata Jimmy Carter.

Depois se tornou um apresentador de rádio de sucesso.

As últimas gravações secretas das conversas do presidente Richard Nixon na Casa Branca foram divulgadas nesta quarta-feira, um tesouro histórico, que engloba um período marcado pela aproximação com a URSS e o fim da Guerra do Vietnã.

As 340 horas de gravações, disponíveis em formato mp3 no site da Richard Nixon Library (www.nixonlibrary.gov) e que a partir de agora deverão ser interpretadas pelos historiadores, datam de abril a julho de 1973, três meses movimentados durante os quais a comissão investigadora do Senado americano sobre o caso Watergate acumulou elementos decisivos contra a presidência. A maioria das conversas relativas a Watergate já havia sido divulgada no passado.

Mas, pela primeira vez, os investigadores poderão ouvir, com um áudio de qualidade medíocre, a conversa de Richard Nixon com o líder soviético Leonid Brejnev durante a histórica cúpula de 18 de junho de 1973 no Salão Oval da Casa Branca.

Eleito em 1968 e reeleito em 1972, Richard Nixon havia colocado em vigor um sistema secreto de gravação de suas conversas e ligações telefônicas em vários cômodos da Casa Branca, e o Salão Oval estava equipado com sete microfones, assim como a residência de Camp David.

Dessa forma, Nixon queria criar, com fins históricos, arquivos pessoais e exaustivos de todas as suas conversas.

Centenas de horas de gravações não foram desclassificadas por motivos de segurança nacional.

De acordo com o jornal Huffington Post, será publicado nos Estados Unidos ao final do mês de janeiro o livro “Nixon's Darkest Secrets: The Inside Story  of America's Most Troubled President”, onde um dos assuntos mais polêmicos é a suposição de que o ex-presidente norte-americano, declaradamente homofóbico, teria mantido relações íntimas com o banqueiro Charles “Bebe” Rebozo.

O fato é que ambos mantiveram um relacionamento fraterno público, inclusive com visitas corriqueiras e de veraneios sozinho ou acompanhado de sua esposa Pat Nixon. Don Fulson relata em seu livro que dentre outros fatos intrigantes, um ex-repórter da revista Time confessou-lhe que viu, durante um jantar em Washington, Nixon e Bebe segurando as mãos por baixo da mesa.

Charles, era descendente de cubanos e tinha, durante a década de 1960, os conhecidos mafiosos Santo Trafficante e Alfred "Big Al" Polizzi como amigos próximos.

A opinião pública de Nixon quanto aos homossexuais era de que além de ser uma 'doença', quem “portasse da mesma” não poderia ocupar cargos de confiança. Em uma gravação feita em 1999, de autoria desconhecida e divulgada pelo site português “Sábado”, o ex-presidente afirmou que “as pessoas de São Francisco são a coisa mais amaricada que possa imaginar. Não consigo sequer apertar-lhes a mão. Sabe o que aconteceu aos romanos? Os últimos seis imperadores eram maricas (...) Olhe-se para as sociedades mais fortes, os russos, acabaram com eles. Homossexualidade, droga e imoralidade são os grandes inimigos das sociedades sólidas”.

Outra acusação é a de que o polêmico ex-presidente seria alcoólatra e conhecido entre os seus assistentes como “nosso bêbado”, além do fato de que frenquentemente espancava a sua esposa, Pat.

Nixon foi o único presidente a renunciar o cargo nos Estados Unidos. Republicano, o fato se deu em decorrência de uma série de escândalos envolvendo a instalação de escutas dentro do escritório do Partido Democrata. A ação ilegal era de conhecimento do presidentee o caso ficou conhecido como “Watergate”. Ele governou o país entre 1969 e 1974.

Don Fulsom – Foi correspondente da Casa Branca durante os governos de Lyndon Baines Johnson (1963–1969), Richard Nixon (1969-1974), Gerald R. Ford (1974-1977), Ronald Reagan (1981-1989) e Bill Clinton (1993-2001). Para escrever a obra, o autor recorreu a relatórios oficiais, além de entrevistar antigos funcionários da Casa Branca, pessoas próximas à Nixon, agentes do FBI e ex-congressistas.

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