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Os líderes dos partidos de oposição no Congresso Nacional decidiram, nesta terça-feira (30), planejar as próximas ações do grupo em fiscalização ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho, eles definiram que vão atuar a partir de três pontos. 

O primeiro diz respeito às chamadas “pedaladas fiscais” identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Pediremos ao Tribunal que investigue a continuidade ‘pedaladas fiscais’ em 2015. O TCU já investiga as ‘manobras’ referentes ao ano passado, mas a prática que desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) continua sendo realizada”, detalhou. 

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Como segunda iniciativa, os oposicionistas vão encaminhar a Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra o ministro da Comunicação, Edinho Silva (PT), e a presidente por extorsão. A prática, segundo o democrata, foi denunciada pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa.

Já a terceira ação será pedir que o teor da deleção premiação do empresário ao Ministério Público Federal seja compartilhado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  “A presidente precisa se explicar. Não podemos aceitar que tantas denúncias fiquem sem resposta. Chega de mentiras”, argumentou o líder da bancada de Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB).

A CPI da Petrobras quer ter acesso ao conteúdo da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. O presidente do colegiado, deputado Hugo Mota (PMDB-PB), enviou ofício com solicitação ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

Em depoimento, Pessoa teria dado à Justiça o nome de 18 políticos beneficiados por recursos desviados de contratos com a Petrobras. O dinheiro foi usado em campanhas eleitorais de partidos do governo e da oposição. O colegiado quer ter acesso à delação antes de marcar o depoimento de Pessoa na CPI. O requerimento de convocação já foi aprovado.

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Durante a sessão desta terça-feira (30), o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), negou que tenha recebido doações ilegais do empresário e que não se sente constrangido por ter sido mencionado pelo delator da Operação Lava Jato. "O que recebi das empresas, recebi legalmente", frisou.

Acareações

O presidente Hugo Mota confirmou o calendário de acareações entre delatores e acusados da Lava Jato, em conformidade com as datas disponibilizadas pela Justiça. Duas serão realizadas na próxima semana e a outra ficará para agosto, após o recesso parlamentar.

No dia 8 de julho, serão ouvidos o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. No dia seguinte, serão confrontadas as versões de Barusco e do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Já no dia 6 de agosto, os deputados ouvirão o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa.

Na CPI, Barusco, confirmou o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos. Já Duque preferiu ficar em silêncio, valendo-se do direito constitucional de não falar.

João Vaccari Neto negou que tenha recebido propinas para o PT de dinheiro desviado de grandes contratos da Petrobras. O depoimento dele contradisse o de Barusco, que afirmou ter repassado entre US$ 150 e 200 milhões relativos a cerca de 90 contratos.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu nesta segunda-feira, 29, com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para cobrar os "vazamentos" da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, na Operação Lava Jato. O ministro foi enquadrado pelo PT pelos vazamentos na Lava Jato e na Operação Acrônimo, envolvendo políticos do partido.

Cobrado, Cardozo transmitiu a reclamação do PT a Janot, responsável pelas investigações da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. Após o encontro com Janot, a agenda de Cardozo foi atualizada, e foi incluído um encontro com o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski.

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Pela manhã, na agenda do presidente da Corte constava apenas compromissos em São Paulo, mas ela foi retirada do ar no fim da tarde. Questionada, a assessoria do STF disse que a agenda estava incorreta e que o presidente permaneceu em Brasília.

A assessoria confirmou o encontro e disse que ele ocorreu de "última hora", após pedido do ministro.

O STF nega que Cardozo tenha cobrado o vazamento da delação de Pessoa, homologado pelo ministro Teori Zavascki. Segundo a assessoria, o ministro foi à Corte tratar do reajuste de servidores do Judiciário.

Em março, outro encontro entre Cardozo e Janot causou polêmica por ter ocorrido às vésperas do envio ao STF da lista de políticos alvo da Lava Jato. Na ocasião, a justificativa oficial do encontro foi um debate sobre medidas de combate à corrupção. Posteriormente, foi divulgado que o tema tratado foi a segurança do procurador-geral. Os dois negaram que a conversa tenha girado em torno da Operação Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após terem sido citados por Ricardo Pessoa, dono da UTC, os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso aos trechos da delação do empreiteiro.

Os pedidos foram protocolados na sexta-feira, 26, pela defesa dos ministros e do senador e foram distribuídos para o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. A solicitação foi feita à Suprema Corte logo após ter sido publicado nos veículos de imprensa que políticos teriam recebido de Pessoa dinheiro proveniente de "caixa dois".

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O nome de Edinho Silva apareceu por ele ter sido tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, quando ela concorreu à reeleição ao cargo de presidente. Já Mercadante teria sido beneficiário do esquema em 2010, quando disputou o governo do Estado de São Paulo pelo PT. Os dois ministros negam as acusações e se dizem vítima de "vazamento seletivo".

Já Nunes, cuja citação ocorreu segundo a revista Veja desta semana, teria recebido no total R$ 500 mil, sendo R$ 300 mil em doações oficiais e os R$ 200 mil restantes de "caixa dois".

Como publicou o jornal O Estado de S. Paulo, Pessoa afirmou ter dado R$ 3,6 milhões como caixa 2 para tesoureiros do PT. Entre os beneficiados estão as campanhas de Lula, em 2006, e de Dilma, em 2010 e em 2014.

Pessoa, considerado o chefe do "clube" VIP das empreiteiras, firmou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República no qual relatou casos de pagamento de propina do qual fez parte. O acordo foi homologado por Zavascki na última quinta-feira, 25, e a partir de agora poderá dar origem a novos inquéritos ou ainda reforçar indícios de envolvimento de pessoas que já estão sendo investigadas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) informou que fará reunião na terça-feira, 30, em busca de providências para "resguardar sua imagem", diante de suspeitas lançadas pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, em depoimentos prestados em regime de delação premiada. Nas oitivas à Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito da Operação Lava Jato, Pessoa mencionou pagamentos de R$ 50 mil mensais ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU Aroldo Cedraz, para obter informações de seu interesse na corte. Em um caso que discutia obras de valor bilionário na usina de Angra 3, o escritório dele teria negociado R$ 1 milhão com a UTC.

Processos em tramitação na corte, sob relatoria do ministro Raimundo Carreiro, discutiram irregularidades na licitação e no orçamento do empreendimento. Nesses casos, após recomendar correções, o plenário da corte autorizou a continuidade das obras, seguindo o entendimento de Carreiro. O consórcio Una 3, integrado pela UTC e outras empreiteiras investigadas na Lava Jato, assinou contrato com a Eletronuclear para fazer a montagem eletromecânica de Angra 3 no ano passado.

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O TCU classificou de "irresponsável a utilização" da versão de Pessoa. Em nota, justificou "que durante meses, conforme noticiado pela própria imprensa", ele "tenta 'construir' uma delação recheada de autoridades para atenuar os ilícitos dos quais é réu confesso, sem nenhum respaldo de prova ou documento".

O Tribunal de Contas informou ainda que, segundo os relatos na imprensa, o empresário não confirma nenhum tipo de pagamento ao ministro Raimundo Carreiro, que relatou alguns processos de Angra 3. Ainda assim, a notícia da delação premiada do empresário, conforme já decidido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), não serve como meio de prova. Portanto, a higidez da conduta do ministro Carreiro, julgador respeitado com mais de 40 anos de serviço público, sem uma mácula sequer em seu currículo, permanece incólume", defendeu a corte.

Na nota, o TCU reiterou que o ministro Aroldo Cedraz se declara impedido nos casos em que o escritório do filho atua. Esses impedimentos, segundo a corte, "decorrem da lista apresentada ao tribunal pelo advogado Tiago ou pela solicitação feita pelo mesmo diretamente à Secretaria de Sessões do tribunal".

O TCU justificou que, ao apresentar ao tribunal a listagem dos advogados de seu escritório para que o impedimento seja verificado de imediato, Tiago busca facilitar a identificação dos casos. "Além do procedimento acima, o advogado possui o costume de informar acerca dos casos que, embora ainda não patrocine, encontre-se em via de ingressar como patrono", acrescentou. Segundo o tribunal, os procedimentos são uma "exigência" de Cedraz para o filho, o que denotaria "o zelo e a correção do ministro no apontamento dos seus impedimentos e suspeições".

Confidencialidade. Na noite de sexta-feira, 26, em nota, o escritório de Tiago Cedraz alegou que "nunca patrocinou nenhum caso do Grupo UTC perante o Tribunal de Contas da União" e que "processará Ricardo Pessoa, civil e criminalmente, pelas mentiras lançadas no bojo de uma delação premiada forjada para atenuar ilícitos confessados".

Na nota, o escritório informou que atuou para o consórcio Una 3, mas, no caso em questão, o "consórcio não figurou como parte perante o TCU". A banca não deu mais detalhes sobre o processo, alegando"confidencialidade cliente/advogado".

O escritório sustentou que "sempre pauta sua atuação pelo rigoroso cumprimento da legislação vigente, resultando inclusive na observância dos devidos impedimentos" e que coloca-se à disposição das autoridades para fornecer as informações necessárias à correta compreensão dos fatos". Carreiro informou que agiu "com todo o rigor técnico" na avaliação das obras de Angra 3.

O Tribunal de Contas da União (TCU) informou que fará reunião nesta terça-feira, 30, em busca de providências para "resguardar sua imagem", diante de suspeitas lançadas pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, em depoimentos prestados em regime de delação premiada. Nas oitivas à Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito da Operação Lava Jato, Pessoa mencionou pagamentos de R$ 50 mil mensais ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU Aroldo Cedraz, para obter informações de seu interesse na corte. Em um caso que discutia obras de valor bilionário na usina de Angra 3, o escritório dele teria negociado R$ 1 milhão com a UTC.

Processos em tramitação na corte, sob relatoria do ministro Raimundo Carreiro, discutiram irregularidades na licitação e no orçamento do empreendimento. Nesses casos, após recomendar correções, o plenário da corte autorizou a continuidade das obras, seguindo o entendimento de Carreiro. O consórcio Una 3, integrado pela UTC e outras empreiteiras investigadas na Lava Jato, assinou contrato com a Eletronuclear para fazer a montagem eletromecânica de Angra 3 no ano passado.

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O TCU classificou de "irresponsável a utilização" da versão de Pessoa. Em nota ao jornal O Estado de S.Paulo, justificou "que durante meses, conforme noticiado pela própria imprensa", ele "tenta 'construir' uma delação recheada de autoridades para atenuar os ilícitos dos quais é réu confesso, sem nenhum respaldo de prova ou documento".

O Tribunal de Contas informou ainda que, segundo os relatos na imprensa, o empresário não confirma nenhum tipo de pagamento ao ministro Raimundo Carreiro, que relatou alguns processos de Angra 3. Ainda assim, a notícia da delação premiada do empresário, conforme já decidido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), não serve como meio de prova. Portanto, a higidez da conduta do ministro Carreiro, julgador respeitado com mais de 40 anos de serviço publico, sem uma mácula sequer em seu currículo, permanece incólume", defendeu a corte.

Na nota, o TCU reiterou que o ministro Aroldo Cedraz se declara impedido nos casos em que o escritório do filho atua. Esses impedimentos, segundo a corte, "decorrem da lista apresentada ao tribunal pelo advogado Tiago ou pela solicitação feita pelo mesmo diretamente à Secretaria de Sessões do tribunal".

O TCU justificou que, ao apresentar ao tribunal a listagem dos advogados de seu escritório para que o impedimento seja verificado de imediato, Tiago busca facilitar a identificação dos casos. "Além do procedimento acima, o advogado possui o costume de informar acerca dos casos que, embora ainda não patrocine, encontre-se em via de ingressar como patrono", acrescentou. Segundo o tribunal, os procedimentos são uma "exigência" de Cedraz para o filho, o que denotaria "o zelo e a correção do ministro no apontamento dos seus impedimentos e suspeições".

Confidencialidade

Na noite de sexta-feira, 26, em nota, o escritório de Tiago Cedraz alegou que "nunca patrocinou nenhum caso do Grupo UTC perante o Tribunal de Contas da União" e que "processará Ricardo Pessoa, civil e criminalmente, pelas mentiras lançadas no bojo de uma delação premiada forjada para atenuar ilícitos confessados".

Na nota, o escritório informou que atuou para o consórcio Una 3, mas, no caso em questão, o "consórcio não figurou como parte perante o TCU". A banca não deu mais detalhes sobre o processo, alegando "confidencialidade cliente/advogado".

O escritório sustentou que "sempre pauta sua atuação pelo rigoroso cumprimento da legislação vigente, resultando inclusive na observância dos devidos impedimentos" e que coloca-se à disposição das autoridades para fornecer as informações necessárias à correta compreensão dos fatos". Carreiro informou que agiu "com todo o rigor técnico" na avaliação das obras de Angra 3.

Investigações sobre políticos citados em delação premiada pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, só devem ser autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal a partir de agosto. O recesso do Judiciário começa na quarta-feira (1º) e a perspectiva é de que o relator da Operação Lava Jato na corte, ministro Teori Zavascki, despache sobre novos inquéritos e diligências eventualmente solicitados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao retornar do período de descanso.

Nos depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República, Pessoa envolveu mais políticos com foro privilegiado no esquema de cartel e corrupção da Petrobras. Como revelou o estadão.com.br na sexta-feira, 26, ele apresentou planilha intitulada "Pagamentos de caixa dois ao PT", no qual cita repasse de R$ 250 mil ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), na campanha ao governo de São Paulo em 2010.

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Segundo a revista Veja, também disse ter sido "achacado" pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, então tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, a doar R$ 7,5 milhões à campanha da petista. Ao todo, Pessoa teria mencionado ao menos 18 pessoas.

Conforme fonte do Ministério Público Federal, ouvida pelo Grupo Estado, não haverá tempo hábil para que Zavascki avalie eventuais pedidos de investigação até o recesso começar. Apesar da pausa no Supremo, os trabalhos de investigação continuarão no período e Janot pode tanto solicitar novos inquéritos como fazer denúncias ou mesmo arquivar casos. A avaliação, pelo STF, é que ficará pendente.

Nesta segunda-feira, 29, vence o período de 60 dias, já prorrogado uma vez, para que o procurador-geral conclua inquéritos já em curso que têm como alvos políticos com foro privilegiado. Na maioria dos casos, no entanto, pedidos de prorrogação de prazo já foram feitos pela Polícia Federal e os procuradores. É o caso das investigações de autoridades como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, será ouvido pela Justiça Eleitoral para esclarecer se a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado foi beneficiada pelo esquema de corrupção e cartel na Petrobras.

Pessoa é um dos delatores da Operação Lava Jato e disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República que repassou R$ 750 mil ao tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e outros R$ 2,9 milhões ao ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, que está preso preventivamente.

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Ele entregou uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" em que relaciona os dois petistas ao repasse de 3,6 milhões entre 2010 e 2014.

A oitiva de Pessoa foi autorizada no dia 23 pelo corregedor-geral eleitoral João Otávio de Noronha, que é relator no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de uma ação de investigação judicial eleitoral da campanha à reeleição de Dilma em 2014. A ação foi protocolada no TSE em dezembro de 2014 a pedido da coligação pela qual o senador Aécio Neves disputou as eleições presidenciais, liderada pelo PSDB, e pede apuração de "abuso do poder econômico e político" e "obtenção de recursos de forma ilícita" da campanha petista.

O empreiteiro será ouvido após citar repasses para o PT e por ter sido mencionado por outras testemunhas da investigação eleitoral. Na planilha que Pessoa entregou aos investigadores são citados também os ministros da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Pessoa será chamado a esclarecer um suposto beneficiamento da campanha de Dilma pelo esquema que desvio recursos da Petrobras.

O acordo de delação firmado por Pessoa com a Procuradoria-Geral da República foi homologado na quinta-feira passada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. A contribuição premiada poderá ser usada para reforçar indícios de participação dos suspeitos no esquema ou ainda para a abertura de novos inquéritos.

O depoimento de Pessoa está marcado para o dia 14 de julho no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O empreiteiro reside na capital paulista, onde cumpre prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do Democratas (DEM) na Câmara Federal, deputado Mendonça Filho, classificou como “estarrecedor” o teor da delação premiada apresentada pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre os nomes citados, estão os da presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, ambos do PT. Pessoa é apontado como o chefe do "clube das empresas" envolvidas com o esquema de propina.

“A revelação coloca a Presidência da República numa crise sem precedente, confirmando um esquema de corrupção que teve início com o mensalão e continuou em vigor com o petróleo, ambos no PT”, afirmou Mendonça Filho.

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Segundo informações divulgadas pela imprensa nacional, as declarações indicam repasse de dinheiro de propina para as campanhas de Dilma e Lula. Também foram citados por Ricardo Pessoa outros nomes importantes do chamado “núcleo duro do governo petista”, como o do ministro da Casa Civil, Aluisio Marcadante.

Sob a ótica de Mendonça, a delação de Pessoa reforça o teor de outros depoimentos feitos no mesmo âmbito, inclusive o do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Yousseff. “Agora, sim, o PT pode se orgulhar e dizer que nunca antes na história do país se viu um escândalo como esse”, afirmou.

A presidente Dilma Rousseff convocou nesta sexta-feira, 26, noite uma reunião de emergência com ministros, no Palácio da Alvorada, e preparou a estratégia de defesa política para o agravamento da crise após a delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O governo avalia que perdeu totalmente o controle da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e teme que a delação de Pessoa acirre o clima de confronto, mas guarda como munição os nomes de adversários citados pelo empresário.

Dilma cobrou respostas rápidas dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) - que estava em agenda no Rio quando o escândalo veio à tona -, Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social). À noite, os três e o assessor especial Giles Azevedo foram chamados por ela para a reunião no Alvorada, que durou duas horas.

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No diagnóstico do governo, o depoimento de Pessoa é mais uma pedra no caminho de Dilma, joga luz sobre o financiamento das campanhas do PT e pode ressuscitar a bandeira do impeachment.

Se isso ocorrer, porém, o Palácio do Planalto já tem o roteiro traçado para o contra-ataque. Ministros vão lembrar que o empresário apresentou uma lista "suprapartidária" de doações. De acordo com reportagem da revista Veja, Pessoa disse que também repassou recursos para campanhas dos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Fernando Collor (PTB), Gim Argello (PTB), Edison Lobão (PMDB), Ciro Nogueira (PP) e Benedito de Lira (PP), além de dinheiro para deputados de outros partidos.

Aloizio Mercadante é, hoje, o ministro mais forte de Dilma e Edinho foi o tesoureiro do comitê da reeleição da presidente, no ano passado. Os dois garantem que as doações recebidas foram legais e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o governo admite não saber o que vem pela frente nas investigações.

A nova turbulência ocorre num momento delicado, no auge do distanciamento entre Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. Além disso, o executivo Marcelo Odebrecht, dono da construtora Odebrecht e também preso, tem ligações com Lula, o que provoca ainda mais apreensão no Planalto.

"Não há saída individual. O problema não é o PT, não é a Dilma. O problema é que querem criminalizar o Lula e nos destruir", disse o ex-presidente, falando na terceira pessoa. Lula estará na segunda-feira em Brasília, para se reunir com deputados e senadores do PT.

O depoimento de Pessoa causou tanta tensão no Planalto que, ao longo do dia, Dilma acionou várias vezes ministros e advogados. Pediu também para emissários conversarem com a equipe do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, que homologou a delação premiada de Pessoa.

Nos bastidores, interlocutores da presidente compararam a nova crise a uma batalha sem fim. "É como se estivéssemos numa guerra e não conseguíssemos nem contabilizar os mortos para enterrar", disse um ministro ao Estado, sob a condição de anonimato. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A maioria dos políticos a quem Ricardo Pessoa, dono da UTC, diz ter entregado dinheiro nega que tenha havido caixa 2 e afirma que as quantias foram destinadas à campanha eleitoral via doação legal e constam nas prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral. Advogados dos citados na lista divulgada pela revista Veja disseram ainda que não iriam se pronunciar porque não tiveram acesso ao conteúdo da delação premiada.

Em nota, o PT negou ter recebido dinheiro ilegal tanto na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006) quanto na da presidente Dilma Rousseff (2010). "A Secretaria de Finanças do PT informa que todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legislação e foram declaradas à Justiça."

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O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que a quantia mencionada por Pessoa consta na prestação de contas de 2010 e disse não estar preocupado. "Quem tem que estar preocupado foi quem intermediou negócios do Pessoa com a Petrobras. Eu jamais teria condições de intermediar qualquer tipo de negócio dele com a estatal dada minha posição política."

O senador Benedito de Lira (PP-AL) disse que o diretório do PP repassou à sua campanha a doação da Constran. "Nunca mantive contato com esse povo, o partido que fez a gestão junto às empresas." Deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou, por meio do seu advogado, Pierpaolo Bottini, que não recebeu doação de Pessoa. Segundo ele, a acusação "não tem fundamento".

O advogado dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Ciro Nogueira (PP-PI), Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que vai pedir ao ministro do Supremo Teori Zavascki acesso à delação. "O País virou um país dos boatos. O Ministério Público diz que precisa refundar a República, mas essa boataria afunda a República."

Deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse ser "mentira pura" declaração de que ele possa ter recebido propina ou caixa 2. "Nunca peguei dinheiro de caixa 2, a doação da UTC que entrou no caixa do partido foi toda por vias oficiais", afirmou.

Em nota, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) afirmou que "todas as doações de campanha foram oficias e de acordo com a legislação eleitoral". O senador Fernando Collor (PTB-AL) atendeu a ligação do Estado, mas antes de ouvir a pergunta desejou "um bom final de semana" e desligou. O prefeito Fernando Haddad disse que as doações e despesas de sua campanha foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral. O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, traz menção a pelo menos 16 pessoas e duas campanhas presidenciais: da presidente Dilma Rousseff de 2014 e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006. O empreiteiro relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) como o dinheiro desviado da Petrobras financiou as campanhas eleitorais dos políticos citados.

Pessoa aponta, segundo divulgou a revista "Veja", o nome de dois ministros de Estado - Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) -, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de cinco senadores, um ex-senador e três deputados. Aparecem ainda os nomes do ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão; do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado e do secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi.

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Dentre os nomes citados, sete já são investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras com base nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

A revista aponta que os depoimentos do empreiteiro destacam a doação de R$ 7,5 milhões à campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014, que teve o ministro Edinho Silva como tesoureiro, e R$ 2,4 milhões destinados à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006.

De acordo com a publicação, a delação conta com 40 anexos com planilhas e documentos. Pessoa apontou ainda o repasse de R$ 250 mil a Mercadante; de R$ 15 milhões a Vaccari Neto e de R$ 3,2 milhões a Dirceu. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebeu R$ 2,6 milhões e o secretário de saúde do petista, R$ 750 mil.

Entre os parlamentares, Pessoa citou os repasses de R$ 20 milhões ao senador Fernando Collor (PTB-AL); de R$ 1 milhão ao senador Edison Lobão (PMDB-MA); de R$ 5 milhões ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF); de R$ 2 milhões ao senador Ciro Nogueira (PP-PI); de R$ 200 mil ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP); de R$ 400 mil ao senador Benedito de Lira (PP-AL); de R$ 1 milhão ao deputado Arthur Lira (PP-AL); de R$ 150 mil ao deputado Júlio Delgado (PSB-MG); de R$ 300 mil ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, recebeu R$ 1 milhão, segundo a lista publicada pela revista.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), informou, através de sua assessoria, que as doações e despesas de sua campanha foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral e estão dentro da legalidade. "O saldo devedor, após o fim da campanha, foi absorvido e posteriormente quitado pelo Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores", diz o comunicado da assessoria do prefeito da capital.

A assessoria do prefeito diz ainda que ele desconhece as denúncias publicadas na edição deste final de semana da revista Veja, antecipadas nesta sexta-feira, 26, no site Veja.com. A revista traz em sua matéria de capa trechos da delação premiada do ex- presidente da UTC Ricardo Pessoa em que ele diz que utilizou dinheiro do "petrolão" para abastecer algumas campanhas, citando entre elas a de Fernando Haddad.

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O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), disse que vai agendar para a próxima semana o depoimento de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC. Assim que soube da homologação e do conteúdo da delação premiada do empreiteiro, o peemedebista ordenou que ele seja ouvido o mais rápido possível.

O ex-presidente da UTC detalhou ter repassado R$ 3,6 milhões de caixa dois, entre 2010 e 2014, para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a supostos valores repassados. Pessoa cita na delação o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.

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"É uma denúncia grave, não há como negar. Precisamos aprofundar a investigação e ver até onde vai o envolvimento destas pessoas", declarou Motta.

A convocação de Ricardo Pessoa já havia sido aprovada pela CPI em abril, mas os parlamentares decidiram esperar a homologação da delação. A comissão temia que Pessoa ficasse calado durante o depoimento e, com o processo de delação premiada concluído, o empreiteiro será agora obrigado a falar aos deputados.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, foi citado na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, à Procuradoria-Geral da República. No depoimento, o executivo detalhou repasses de R$ 7,5 milhões pela UTC para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. A informação foi antecipada pela GloboNews. O atual ministro foi o tesoureiro da campanha de reeleição da petista.

Em nota ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Edinho informou que esteve com o empresário Ricardo Pessoa por três vezes para tratar de doações de campanha. "A primeira, quando o conheceu, foi quando o empresário esteve no comitê da campanha em Brasília. O empresário, após o primeiro contato, organizou o fluxo de doações em três parcelas que totalizaram R$ 7,5 milhões".

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O ministro disse ainda que "jamais tratou de assuntos relacionados a qualquer empresa ou órgão público com o referido empresário". Ele ressaltou que "as contas da campanha presidencial de Dilma Rousseff foram auditadas e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)".

O deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou, por meio do seu advogado, que não recebeu doação do ex- presidente da UTC Ricardo Pessoa. Segundo ele, essa acusação "não tem o menor fundamento". "O pai dele (senador Benedito de Lira - PP-AL) recebeu uma doação oficial da Constran (braço da empreiteira) na campanha de 2010, no valor de R$ 400 mil. Mas ela foi oficial e registrada. Não há nenhum valor fora disso", afirmou a defesa do deputado.

A denúncia consta da edição deste final de semana da revista Veja, antecipada nesta sexta-feira, 26, no site Veja.com. A revista traz em sua matéria de capa trechos da delação premiada do ex- presidente da UTC em que ele diz que utilizou dinheiro do "petrolão" para abastecer algumas campanhas, citando entre elas a de Arthur Lira.

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O ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2010, José de Filippi Jr., disse, em nota, que durante o pleito de 2010 manteve contato "de forma transparente com diversas empresas em busca de doações eleitorais, portanto legalmente registradas, incluindo o senhor Ricardo Pessoa".

Filippi Jr. afirma que todas as doações feitas pela UTC foram realizadas via Transferência Eletrônica Direta (TED) e devidamente registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. "Não solicitei e nem recebi doação que não seja legal", reiterou, ressaltando que os dados das prestações de contas são públicos e estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral para consulta.

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José de Filippi Jr. é atualmente secretário municipal de Saúde da gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo e foi um dos citados pelo ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa, em depoimento de delação premiada. Pessoa disse à Procuradoria-Geral da República que repassou R$ 3,6 milhões de caixa 2 para a campanha de Dilma em 2010, e para o ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014.

O tesoureiro da campanha do atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao governo paulista em 2010, Eduardo Tadeu Pereira (PT), disse nesta sexta-feira, 26, não conhecer pessoalmente o presidente da UTC, Ricardo Pessoa. "Não o conheço, nunca conversei com ele, não tenho como saber por que ele teria citado a campanha de Mercadante como alvo de caixa 2", disse.

Pereira disse que a empreiteira foi uma das doadoras da campanha, mas negou que tenha havido qualquer repasse irregular para a tesouraria que comandava. "Houve doação da UTC, o valor não me lembro, mas isso está na prestação de contas", afirmou ao reiterar que as contas da campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral.

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O ex-tesoureiro disse ainda que não procurou ninguém da UTC para pedir doação para a campanha de Mercadante, apenas registrou o dinheiro recebido.

O petista, hoje presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM), disse ter sido cuidadoso com todas as doações recebidas, verificado se as empresas estavam doando valores dentro dos limites permitidos em lei e fazendo os registros exigidos. "Meu papel era garantir a legalidade da doação por um lado e por outro fazer os pagamentos de prestadores de serviços, fornecedores. O PT em 2010 já não era um partido novo. Eu sabia que o cargo de tesoureiro era um cargo em que tinha que me preocupar muito com a legalidade das transações, com a transparência, com a emissão de recibos."

Pereira não soube responder se o atual ministro da Casa Civil do governo Dilma conhece ou conversou pessoalmente em 2010 com Pessoa.

Em delação premiada a investigadores da operação Lava Jato, Pessoa teria entregado uma planilha à Procuradoria-Geral da República (PGR) com repasses de propina e caixa 2 que a UTC teria feito a campanhas e políticos. A campanha de Mercadante, segundo tal documento, teria recebido R$ 250 mil.

O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) documento no qual lista suposto repasse no valor de R$ 250 mil ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A informação consta de planilha entregue pelo empreiteiro durante os depoimentos prestados em regime de delação premiada, na qual estão listados repasses a integrantes do PT entre 2010 e 2014.

Conforme a relação, o pagamento a Mercadante foi referente às eleições de 2010. Naquele ano, o petista concorreu, sem sucesso, ao cargo de governador de São Paulo - o eleito foi Geraldo Alckmin (PSDB).

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Na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mercadante informou ter recebido duas doações oficiais das empresas de Pessoa, por meio de transferências eletrônicas. Ambas foram de R$ 250 mil, mesmo valor descrito no documento entregue à PGR.

A primeira contribuição oficial, do dia 29 de julho, foi feita pela Constran Construções. A segunda, da UTC Engenharia, partiu da UTC Engenharia, em 27 de agosto.

O documento relaciona ainda três pagamentos à JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão e investigado na Lava Jato. Eles foram pactuados em "contrato de prestação de serviços com José Dirceu".

Procurado pela reportagem, o ministro informou que desconhece o teor da delação. "A empresa UTC, por ocasião da campanha ao Governo do Estado de São Paulo, em 2010, fez uma única contribuição, devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil, conforme demonstrado em minha prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral", afirmou. "Essa doação foi feita em 27 de agosto de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092079", acrescentou o ministro.

O ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores.

Na quinta-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações.

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Atual secretário municipal de saúde de São Paulo, José de Filippi, é uma das pessoas mais próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma Rousseff ele foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

Os supostos pagamentos a José de Filippi relacionados pelo ex-presidente da UTC em delação premiada somam R$ 750 mil e foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014. Há apenas um pagamento fora da calendário eleitoral, no ano de 2011, de R$ 100 mil.

Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha do "caixa dois" indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil).

Pessoa chegou a arrolar Fillipi como sua testemunha de defesa no processo em que o empreiteiro é acusado de chefiar o esquema de empreiteiras que pagava propina para executivos e partidos políticos em troca de conseguir os melhores contratos na petroleira. A lista de testemunhas na época causou estranheza até mesmo do juiz Sérgio Mouro que pediu explicações sobre a escolha dos nomes.

Vaccari

A planilha apresentada por Pessoa no processo de delação premiada também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que ocupou o cargo até abril deste ano. O petista esta preso acusado de ser o operador do PT no esquema de corrupção e de ter lavado dinheiro para o partido. Na relação apresentada por Pessoa, ele aparece relacionado a suposto pagamento de caixa dois no valor de R$ 2,9 milhões que teriam sido efetuados entre 2011 e 2013, período em que ele respondia pelo caixa do PT. Em fevereiro de 2011, ele teria recebido R$ 500 mil para o partido; em março de 2011, R$ 500 mil; em março de 2012, R$ 220 mil. Em 2013 foram quatro pagamentos: em abril (R$ 350 mil), em julho foram dois pagamentos de R$ 350 mil e R$ 500 mil e em agosto, de R$ 500 mil.

Procurado pela assessoria, Filippi ainda não respondeu à reportagem. A defesa de Pessoa informou que anão vai comentar as informações porque a delação é sigilosa. Também informou que não confirma a autenticidade da planilha. O Grupo Estado não conseguiu contato com a defesa de Vaccari.

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