A delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, traz menção a pelo menos 16 pessoas e duas campanhas presidenciais: da presidente Dilma Rousseff de 2014 e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006. O empreiteiro relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) como o dinheiro desviado da Petrobras financiou as campanhas eleitorais dos políticos citados.
Pessoa aponta, segundo divulgou a revista "Veja", o nome de dois ministros de Estado - Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) -, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de cinco senadores, um ex-senador e três deputados. Aparecem ainda os nomes do ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão; do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado e do secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi.
##RECOMENDA##Dentre os nomes citados, sete já são investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras com base nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.
A revista aponta que os depoimentos do empreiteiro destacam a doação de R$ 7,5 milhões à campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014, que teve o ministro Edinho Silva como tesoureiro, e R$ 2,4 milhões destinados à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006.
De acordo com a publicação, a delação conta com 40 anexos com planilhas e documentos. Pessoa apontou ainda o repasse de R$ 250 mil a Mercadante; de R$ 15 milhões a Vaccari Neto e de R$ 3,2 milhões a Dirceu. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebeu R$ 2,6 milhões e o secretário de saúde do petista, R$ 750 mil.
Entre os parlamentares, Pessoa citou os repasses de R$ 20 milhões ao senador Fernando Collor (PTB-AL); de R$ 1 milhão ao senador Edison Lobão (PMDB-MA); de R$ 5 milhões ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF); de R$ 2 milhões ao senador Ciro Nogueira (PP-PI); de R$ 200 mil ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP); de R$ 400 mil ao senador Benedito de Lira (PP-AL); de R$ 1 milhão ao deputado Arthur Lira (PP-AL); de R$ 150 mil ao deputado Júlio Delgado (PSB-MG); de R$ 300 mil ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, recebeu R$ 1 milhão, segundo a lista publicada pela revista.