O mês de março será inteiramente dedicado ao Pará em um dos principais municípios do sudeste brasileiro, Ribeirão Preto (SP). Com 700 mil habitantes e localizada numa das zonas mais prósperas do país, o interior paulista, a cidade abre as portas para a gastronomia, a dança, a música e a literatura made in Pará no Festival da Cultura Paraense que o Serviço Social do Comércio (Sesc) promoverá entre 5 e 30 do mês que vem.
Com atividades gratuitas e pagas, o festival contará com a presença de convidados especiais, dentre os quais a cantora e compositora Dona Onete, a erveira do Ver-O-Peso Beth Cheirosinha, a produtora de chocolate da ilha do Combu Dona Nena, o fotógrafo Lucas Ohana, o historiador Michel Bastos, o jornalista Iran de Souza, o artista plástico Sergio Bastos, o consultor gastronômico Toni de Souza e o guia de turismo Cadu Castro. O público estimado é de cerca de duas mil pessoas.
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O curador do festival, Vítor Hugo Vieira, explica que o evento se enquadra no programa de Turismo Social do Sesc São Paulo, especificamente no eixo programático Outras Viagens, cuja proposta é apresentar formas de fazer turismo sem deslocamento, mas com a intenção de instigar nas pessoas o desejo de viajar logo que possível. Vieira conta que teve e amadureceu a ideia do festival após conhecer Belém e mergulhar na cultura do Norte do País. “Este evento é uma forma apresentar, através do Sesc, as riquezas do Pará e da Amazônia, ainda desconhecidas da maioria das pessoas aqui da nossa região”, observa.
Em sua primeira ida a Ribeirão Preto, o fotógrafo Lucas Ohana está ansioso por conhecer a cidade e viver a experiência do Festival da Cultura Paraense, onde coordenará um café fotográfico. Criador da galeria digital Belém Photos, que divulga a capital paraense na internet e atualmente tem mais de 11 mil seguidores no Instagram, ele vai conversar com o público sobre a fotografia e os fotógrafos que registraram e continuam a registrar a história e o cotidiano da primeira metrópole amazônica. “Com certeza, o festival é uma ótima iniciação para as pessoas que têm interesse em descobrir e conhecer a cultura paraense”, diz Ohana.
Viajante e mochileiro profissional, o guia de turismo Cadu Castro é hóspede habitual em Ribeirão Preto. Em sua participação no festival, vai orientar os participantes a explorarem o Estado do Pará através da internet, numa viagem virtual de Alter do Chão ao Marajó, e também intermediará o bate-papo entre a erveira Beth Cheirosinha e o público. “O conhecimento da região Norte costuma ser parco ou distorcido no resto do País. Acho que o festival vai colaborar para a desconstrução de estereótipos e o aumento do repertório do público sobre a região”, observa Cadu.
De volta a Ribeirão Preto pela segunda vez, o historiador e fotógrafo Michel Pinho fará uma intervenção muito especial no evento, falando sobre os 400 anos da capital paraense, completados em janeiro último. “Minha ideia é fazer a ambientação de Belém para o público. A cidade é sonora por natureza. Quero mostrar suas falas, seus personagens, revelar o possível do imaginário amazônico”, adianta. O historiador elogia a iniciativa do Sesc Ribeirão Preto. Para ele, “aproximar as regiões brasileiras e discutir as particularidades de cada uma é uma atitude que torna esse evento um exemplo para o restante do país”.
Em sua primeira viagem a Ribeirão Preto, o jornalista Iran de Souza fará, por sua vez, um bate-papo literário com o público. Autor do livro “Crônica Histórica e Sentimental de Belém do Pará”, com lançamento previsto para maio, ele vai mostrar em primeira mão um roteiro da obra, composta por 60 textos ilustrados que repassam a história e o cotidiano da capital paraense em quatro séculos. “Farei um resumo do livro, detalhando o percurso que ele traça no tempo e no espaço, a pesquisa que demandou, as fontes que consultei. Lerei ainda trechos selecionados aqui e acolá, curtinhos, para não cansar ninguém”, promete Souza.
O ilustrador da “Crônica Histórica e Sentimental Belém do Pará”, Sergio Bastos, também tem encontro agendado com os participantes do festival. Ele vai falar sobre a série de aquarelas Belém tem disso, que fez ao longo de dez anos e que rendeu inclusive uma série de animação na TV Cultura do Pará. Explicará como, utilizando o desenho e a cor, traduz suas mais profundas percepções sobre a cultura paraense e o homem amazônico, particularmente sobe o ribeirinho e o morador das zonas periféricas de Belém.
Na gastronomia, além das “comedorias” de castanha-do-pará e de chocolate do Combu, um dos destaques do festival será a participação do professor e consultor gastronômico Toni de Souza. Morador de Ribeirão Preto desde a década de 1990, ele vai ser o responsável pela “Degustação da Culinária Pai D’égua”, na qual apresentará pratos e elementos típicos da cozinha paraense, que está em alta no Brasil e no mundo por sua originalidade, procedência e sabores característicos.
E é assim que, mesmo a três mil quilômetros de distância, Ribeirão Preto vai respirar o ar quente e úmido do Pará e de sua capital, Belém, durante um mês inteiro. “Aqui no Sesc Ribeirão Preto é a primeira vez que realizamos um evento nesse formato, abordando uma região específica. Estamos confiantes de que será uma experiência enriquecedora para todos nós, especialmente para aqueles que desejam alargar as próprias fronteiras e percepções sobre o país”, sintetiza Vítor Hugo Vieira.
Programação
Culinária Pai d´égua, com Toni de Souza
Dias 5 e 6/03, sábado e domingo, das 10h30 às 12h
Comedoria de Castanha do Brasil
De 8 a 13 de março nos restaurantes e lanchonetes do Sesc Ribeirão Preto
Show Feitiço Caboclo, com Dona Onete
Dia 11/03, sexta-feira, às 20h30
Café fotográfico – Belém e suas belezas
Com Lucas Ohana
Dia 15/03, terça-feira, das 20h às 22h
Bate-papo – Belém do Pará e seus 400 anos
Com Michel Pinho
Dia 18/03, sexta, das 20h às 21h30
Bate-papo literário: Crônica Histórica e Sentimental de Belém do Pará
Com Iran de Souza
Dia 10/03, quinta-feira, das 20h às 21h30
Bate-papo – Belém Tem Disso, um olhar sobre a Amazônia
Com Sergio Bastos
Dia 12/03, sábado das 10h30 as 12h
Intervenção – Sabores do Pará: chocolate da Ilha do Combu
Com Dona Nena
Dia 19/03, sábado, das 10h30 as 12h30
Intervenção e bate-papo – Ervas da Amazônia
Com Beth Cheirosinha, a erveira do Ver-o-Peso
Dia 24/03, quinta, das 20h às 22h
Contação de histórias – Lendas da Amazônia
A lenda do Boto, dia 6, domingo, às 15h
A lenda do Saci Pererê, dia 13, domingo, às 15h
A lenda do Uirapuru, dia 20, domingo, às 15h
A lenda do Curupira, dia 27, domingo, às 15h
Bate-papo – Viajante Conectado: de Alter do Chão ao Marajó
Com Cadu de Castro
Dia 30/03, quarta, das 20h às 22h
Informações da Assessoria de Comunicação do evento.