Tópicos | ressonância

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção Cotia anunciou nesta segunda-feira (6) a morte de Leandro Mathias Novaes. No último dia 16, o advogado de 40 anos havia sido atingido no abdômen pela própria arma, que disparou de forma acidental, no momento em que ele acompanhava sua mãe na realização de um exame de ressonância magnética, em São Paulo.

O caso aconteceu no laboratório Cura, localizado na Avenida Brigadeiro Luis Antônio, Jardim Paulista. O advogado, que produzia conteúdos na internet defendendo o uso de armas, foi levado para o Hospital São Luiz.

##RECOMENDA##

De acordo com a polícia, a arma estava registrada e Novaes tinha autorização de porte. Porém, antes de entrar na sala do exame, ele assinou um termo de contraindicação de campo magnético para acompanhantes, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

Em nota, o laboratório Cura afirmou na data do acidente que Leandro e sua mãe foram orientados em relação aos procedimentos para acessar à sala do exame e alertados "sobre a retirada de todo e qualquer objeto metálico".

"Ambos assinaram termo de ciência com relação a essa orientação", informou o comunicado, que disse também ter seguido todos os protocolos exigidos - e que o advogado não mencionou a arma antes de entrar no local onde foi feita a ressonância.

Utilizada para ajudar no diagnóstico de várias doenças em especialidades como oncologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, a ressonância magnética exige alguns cuidados para que o exame seja feito de forma segura. O exame de ressonância magnética não possui radiação ionizante como a tomografia computadorizada e raio-x, mas envolve a utilização de campos magnéticos e ondas de rádio, desta forma é importante conferir todas as orientações para a realização do procedimento.

Perfil armamentista

Na rede social Tik Tok, onde Leandro tem 7,5 mil seguidores, o advogado exibia a sua inclinação armamentista por meio de vídeos em que aparecia com armas e tirando dúvidas de usuários sobre o assunto.

Quantos tiros podem ser efetuados em uma situação que se configure legítima defesa ou se CACs (sigla que define o grupo de caçadores, atiradores e colecionadores) podem parar para almoçar enquanto se deslocam para o treinamento de tiro são algumas das questões que ele respondia aos seus seguidores. Seus conteúdos já somavam mais de 49 mil visualizações na rede social.

Uma psicóloga de 27 anos morreu durante a realização de um exame para apurar as causas de um AVC sofrido por ela. Bruna Nunes de Faria fazia uma ressonância magnética do coração em um hospital em Goiânia. A família acredita em choque anafilático. As informações são do G1. 

A família de Bruna suspeita que ela tenha sofrido um choque anafilático por conta de uma medicação aplicada antes do exame. A medicação teria causado uma reação alérgica que culminou na morte da psicóloga

##RECOMENDA##

O hospital, em nota, prestou condolências à família e informou que a causa da morte só será confirmada depois que for emitido um laudo dos investigadores. 

Bruna era servidora pública da cidade de Silvânia, onde atuava como psicóloga. A prefeitura emitiu nota lamentando o falecimento.

Rodrigo Mussi, um dos participantes do BBB22, sofreu um acidente de carro na madrugada do dia 31 de março, em São Paulo, e foi levado de ambulância até o Hospital das Clínicas, onde permanece internado após cirurgias.

Na última quarta-feira (6), o Jornal Nacional realizou uma reportagem com o irmão de Rodrigo e trouxe algumas atualizações de seu estado de saúde. Diogo revelou que, no dia anterior, o ex-BBB chegou a ficar consciente por cerca de cinco minutos.

##RECOMENDA##

Os médicos explicaram que o despertar precisa ser lento e será controlado até ele entender o que está acontecendo. Por se tratarem de muitas lesões, também são necessários remédios para a dor.

Ao telejornal, ele também revelou que o irmão passará por uma ressonância na coluna, para determinar a gravidade da situação, verificar se precisará de cirurgia e identificar se houve lesões na medula que possam prejudicar os movimentos do corpo. Contudo, acredita não ser o caso.

"Ele está com movimentos não involuntários, porque ele se coça, aperta a sua mão, ele tem força, ele mexe a perna. Às vezes ele quer arrancar alguma coisa, porque está incomodando", revelou Diogo.

Uma mulher de 48 anos foi esquecida dentro de uma máquina de ressonância magnética, em Salvador, na Bahia, no último domingo (13). Foram 15 minutos dentro do equipamento, segundo o G1. 

A advogada contou que sente fortes dores na coluna, e por isso está acostumada a fazer esse tipo de exame. Mas, ao encaminhar-se para o exame ela notou que não tinha nenhum profissional para tira-lá da máquina. Então ela contou que balançou as pernas, gritou, mas não foi escutada pelos funcionários e permaneceu no equipamento durante 15 minutos.

##RECOMENDA##

  Após esse tempo a equipe chegou e retirou a mulher da máquina. A clínica onde foi feito o exame se pronunciou, e pediu desculpas para mulher pelo incidente. Porém, isso não mudou a decisão dela de em entrar com uma ação contra a clínica pelo fato ocorrido. 

Os bebês cujos cérebros crescem mais rápido que a média durante seu primeiro ano de vida têm mais chances de ser diagnosticados com autismo aos dois anos, e tal crescimento pode ser identificado em uma ressonância magnética, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Nature.

Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá realizou exames de ressonância magnética para estudar os cérebros de 106 bebês que tinham um irmão com distúrbios relacionados ao autismo - e, portanto, tinham alto risco de desenvolver a doença - e os de 42 bebês sem casos de autismo na família. Os exames foram realizados entre os seis meses e os dois anos de idade.

O estudo encontrou um crescimento mais rápido da superfície do córtex cerebral aos seis e aos 12 meses de idade nos bebês do grupo de alto risco que foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) mais tarde, aos dois anos, em comparação com as crianças não afetadas.

Este aumento da superfície do córtex cerebral se traduziu depois em um crescimento maior do volume total do cérebro. Os cientistas já sabiam que as crianças com TEA costumam ter o cérebro mais volumoso que a média, mas ainda não havia sido estabelecido em que idade esta diferença aparece. 

O autismo pode ser diagnosticado a partir dos dois anos de idade, que é quando os problemas comportamentais e de comunicação começam a se tornar evidentes.

Intervenção "pré-sintomática"

Com base em suas descobertas, a equipe desenvolveu um algoritmo de computador para prever, com uma precisão de cerca de 80%, quais crianças irão desenvolver TEA.

"Nosso estudo mostra que biomarcadores do desenvolvimento precoce do cérebro poderiam ser muito úteis na identificação de bebês com maior risco de autismo antes dos sintomas comportamentais aparecerem", disse o autor sênior do estudo Joseph Piven, da Universidade da Carolina do Norte.

Tal teste pode ser útil para intervir "pré-sintomaticamente", em uma idade em que o cérebro humano é mais maleável, disse uma declaração da universidade. "Essas intervenções podem ter uma maior chance de melhorar os resultados do que os tratamentos iniciados após o diagnóstico", acrescentou.

É necessário realizar pesquisas adicionais e em maior escala antes de que as ressonâncias magnéticas possam ser usadas como uma ferramenta clínica para a detecção precoce do autismo, advertiram os pesquisadores. O TEA é um grupo de transtornos do desenvolvimento cerebral que inclui condições como o autismo e a síndrome de Asperger, todos caracterizados por dificuldades de interação social e comunicação.

Os afetados geralmente apresentam comportamentos repetitivos, enquanto alguns se destacam em habilidades não verbais, como a matemática. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de uma em cada 160 crianças tem TEA. Não há cura para o TEA, mas os problemas podem ser atenuados através da realização de um tratamento precoce adequado, e por isso é importante estabelecer um diagnóstico o quanto antes.

A juíza da 1ª Vara Criminal de Campinas, Patrícia Suárez Pae Kim, condenou dois médicos sócios da Ressonância Magnética Campinas (RMC), dois auxiliares de enfermagem e uma enfermeira pela morte de três pacientes, em 2013. Os casos ocorreram após as vítimas receberem perfluorocarbono - utilizado para exames na região pélvica sem contato direto com o corpo e não solúvel no sangue - em vez de soro durante um procedimento de ressonância magnética, no Hospital Vera Cruz, em Campinas.

Cabe recurso à decisão. A sentença do dia 30 de maio inocentou outros dois réus e descartou a possibilidade de fraude processual apontada pelo Ministério Público. De acordo com laudo da Polícia Civil, a auxiliar em enfermagem que aplicou a substância foi induzida ao erro em razão do perfluorocarbono estar armazenado sem identificação junto às bolsas de soro.

##RECOMENDA##

A juíza condenou os réus por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. Os médicos pegaram quatro anos de prisão, os auxiliares e a enfermeira a três anos.

A magistrada impôs aos réus penas restritivas de direitos. Eles estão proibidos de 'freqüentar determinados lugares, como bares, casas de prostituição e locais de má reputação pelo mesmo período da condenação'. E terão de prestar serviços à comunidade à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação.

Defesa

Em nota publicada no seu portal da internet, o Hospital Vera Cruz informou que respeita e acata a decisão da Justiça.

"O Hospital Vera Cruz e a Ressonância Magnética Campinas vêm a público declarar que respeita e acata a decisão da juíza Patrícia Suárez Pae Kim, da 1ª Vara Criminal de Campinas, sobre os fatos ocorridos na Ressonância Magnética Campinas dentro das dependências do Hospital Vera Cruz em janeiro de 2013."

O Hospital Vera Cruz, de Campinas (SP), foi condenado em primeira instância a pagar uma indenização de R$ 1 milhão, por danos morais, à família de uma das três vítimas que morreram, em janeiro de 2013, após exames de ressonância magnética no crânio. As vítimas, dois homens com 36 e 39 anos e uma mulher de 29 anos, receberem por engano uma injeção na veia de 10 ml cada de uma substância química usada como isolante elétrico nas indústrias, chamada perfluorocarbono, durante exames.

As vítimas tiveram parada cardiorrespiratória logo após as ressonâncias. A condenação foi dada em uma ação movida pela família de Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos. A sentença do juiz Gustavo Pisarewski Moisés, da 6ª Vara Cível de Campinas, é do dia 28. A viúva da vítima também entrou com processo, mas ainda aguarda decisão. O magistrado fala em "falta de cautela" por parte dos réus. "Trata-se de falha imperdoável, injustificável, inescusável, vergonhosa e que de tão grotesca dispensa maiores qualificativos", afirma.

##RECOMENDA##

Segundo apuração da Polícia Civil, o produto que causou a morte, o perfluorocarbono, era usado na clínica sem o conhecimento das autoridades, em ressonâncias de próstata, sem contato com o organismo, para melhorar a qualidades das imagens. Ele era inserido no reto por balão ou coloca em bolsas plásticas sobre a barriga.

A substância, porém, não pode entrar em contato com o sangue. No dia 28 de janeiro de 2013, a substância foi confundida com soro fisiológico por uma auxiliar de enfermagem que estava em experiência há 10 dias na clínica e acabou injetada na veia das vítimas. Segundo a denúncia, o produto, sem identificação, ficava em uma gaveta, acondicionada em bolsas plásticas de soro reutilizadas, também sem identificação, o que induziu a auxiliar ao erro. As famílias da administradora de empresas Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, e do zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, também podem ser indenizadas.

Criminal - Sete pessoas, entre elas diretores do hospital, respondem também por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, pela morte de três pacientes na 1ª Vara Criminal de Campinas. São réus no processo criminal os dois donos da clínica Ressonância Magnética Campinas (RMC), os médicos José Luiz Cury Marins e Adilson Prando, e seus filhos, Marcos Marins e Patrícia Prando, que administravam a clínica, que funciona no hospital, e uma enfermeira e dois auxiliares de enfermagem.

Os sócios e administradores da clínica respondem ainda por fraude processual, por terem atrapalhado as investigações, ao omitir o uso do produto que provocou as mortes e esconder provas. A pena para homicídio culposo varia de 1 a 3 anos de prisão. A fraude processual pode resultar em até 4 anos de detenção. O advogado do hospital, Fernando Dahma Filho, informou que recebeu com surpresa a decisão do juiz. "Esperávamos por uma audiência de conciliação antes da decisão. No nosso entendimento houve precipitação do juiz", afirmou o advogado. Ele vai recorrer inicialmente na Justiça, em Campinas, e depois no Tribunal de Justiça (TJ).

Uma ressonância magnética do cérebro pode ajudar a identificar as crianças com dificuldades de aprendizagem, ao medir a capacidade de sua memória em curto prazo, de acordo com um estudo sueco publicado nesta quarta-feira (29).

O estudo feito por uma equipe de cientistas do Instituto Karolinska - e publicado no Jornal de Neurociência - mostrou que é possível realizar um mapa do desenvolvimento da capacidade de memória em curto prazo com uma Imagem de Ressonância Magnética (IRM).

"A princípio, seria possível usar o IRM para prognosticar algo sobre o futuro desenvolvimento que não pode ser diagnostica apenas com testes psicológicos", declarou o professor Torkel Klinberg.

"O benefício poderia ser uma identificação precoce de crianças que correm o risco de um desenvolvimento medíocre para que seja possível dar uma ajuda a ela a tempo", acrescentou.

Entre 10% e 15% das crianças têm problemas de atenção e aprendizagem, o que pode estar relacionado com uma memória de curto prazo inferior, ou seja, a capacidade de manter a informação ao alcance para resolver um problema.

A ressonância só não permitirá diagnosticar as futuras dificuldades de aprendizagem, e Klingberg afirmou que também será combinada com testes psicológicos. "Até agora as neuro-imagens só nos davam fotos de um comportamento que já conhecíamos", afirmou.

"Agora isso também nos diz que podemos utilizar o IRM para algo novo", explicou. Para realizar este estudo, foram utilizadas amostras aleatórias de 62 crianças saudáveis de 6 a 20 anos, e foi feita uma comparação em testes cognitivos enquanto passavam pela ressonância.

Os mesmos elementos foram submetidos a testes dois anos depois, e o estudo chegou à conclusão de que as ressonâncias anteriores podiam ajudar prognosticar a forma em que se desenvolveria sua capacidade de aprendizado.

A juíza da 1ª Vara Criminal de Campinas, Patrícia Pae Kim, aceitou a denúncia do Ministério Público contra sete pessoas acusadas pelo homicídio culposo (quando não há intenção de matar) de três pacientes no Hospital Vera Cruz, em Campinas, após exames de ressonância magnética, em janeiro deste ano.

As vítimas, dois homens de 36 e 39 anos e uma mulher de 29 anos, morreram logo após realizarem exames de ressonância no crânio, no dia 28 de janeiro. Segundo apurações da Polícia Civil, os três pacientes receberam por engano uma injeção na veia de 10 ml de uma substância química usada como isolante elétrico nas indústrias, que provocou uma parada cardiorrespiratória logo após os exames.

##RECOMENDA##

Com a aceitação da denúncia, nessa terça-feira, 28, viraram réus no processo os dois donos da clínica Ressonância Magnética Campinas (RMC), os médicos José Luiz Cury Marins e Adilson Prando, e seus filhos, Marcos Marins e Patrícia Prando, administradores da clínica, que funciona dentro do hospital.

Além dos quatro donos, o promotor Carlos Ayres de Farias denunciou uma enfermeira e dois auxiliares de enfermagem. Os sócios e administradores da clínica vão ainda responder por fraude processual, por terem atrapalhado as investigações, ao omitir o uso do produto que provocou as mortes.

A Polícia Civil havia indiciado no inquérito apenas os donos e seus filhos pelas mortes por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). O produto que causou a morte, o perfluorocarbono, era usado na clínica sem o conhecimento das autoridades, em ressonâncias de próstata, sem contato com o organismo, para melhorar a qualidades das imagens. Ele era inserido no reto por balão ou colocado em bolsas plásticas sobre a barriga. A substância, porém, não pode entrar em contato com o sangue.

A Polícia Civil deve encerrar dentro de 15 dias o inquérito que vai apontar os responsáveis pelas mortes dos três pacientes no hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), após exame de ressonância magnética no crânio, no dia 28 de janeiro. As vítimas - dois homens de 36 e 39 anos e uma mulher de 29 anos - receberam por engano uma injeção na veia de uma substância química usada como isolante elétrico nas indústrias que provocou uma parada cardiorrespiratória logo após os exames.

Tanto a técnica de enfermagem que trabalhava no local, que preparou a injeção, como a funcionária que aplicou o produto - ambas acreditando se tratar de soro fisiológico -, como a direção da clínica Ressonância Magnética Campinas, que usava o produto químico sem identificação e sem conhecimento do Departamento de Vigilância em Saúde do município, podem ser responsabilizados criminalmente pelos homicídios, afirmou o delegado José Carlos Fernandes, responsável pelas investigações. "Queremos concluir esse relatório dentro de 15 dias no máximo."

##RECOMENDA##

O produto, o perfluorocarbono, usado pelas indústrias como isolante elétrico e em alguns casos em experimentos na medicina, era usado na clínica para ressonâncias de próstata sem contato com o organismo - inserido no reto por balão ou por meio de bolsas plásticas sobre a barriga. Mas nunca em contato com o sangue. Na corrente sanguínea, ele se transforma em gás, provocando uma embolia gasosa fatal. "Seis testemunhas serão chamadas para depor", diz o delegado.

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Brigina Kemp, informou que na área administrativa, a clínica já recebeu quatro multas, no valor aproximado de R$ 10 mil, em relação aos procedimentos adotados que eram inadequados e que dificultaram a rastreabilidade dos produtos e dos pacientes e que ainda apura o uso do produto perfluorocarbono. A clínica informou por meio de assessoria de imprensa que vai aguardar o fim do inquérito para se pronunciar.

Um composto químico usado em processos industriais como isolante elétrico e que era empregado sem conhecimento da Vigilância em Saúde para exames de ressonância de próstata foi a causa das mortes de três pacientes no Hospital Vera Cruz, em Campinas, interior de São Paulo, que morreram em 28 de janeiro, após serem submetidos a exames de ressonância magnética no crânio.

O produto, o perfluorcarbono, foi injetado nas veias dos pacientes por engano por uma técnica de enfermagem que estava em experiência há dez dias no serviço e trabalhava sem a supervisão da enfermeira-chefe. Os pacientes, dois homens de 36 e 39 anos e uma mulher de 29 anos, morreram de parada cardiorrespiratória logo após os exames feitos com uso de contraste (produto usado para melhorar a imagem das ressonâncias), na clínica Ressonância Magnética Campinas (RMC), que funciona dentro do hospital, que é particular e um dos mais conceituados da cidade.

##RECOMENDA##

"Esse produto é usado em exames de próstata, no reto, mas sem contato com o organismo. Em hipótese alguma ele pode ser injetado. Por questões térmicas e de pressão, a substância sofre uma alteração físico-química quando em contato com o sangue, e a substância, de líquida, se transforma em gás, sendo fatal", explica o coordenador do Centro de Controle de Intoxicações de Campinas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Eduardo Melo de Capitane.

O delegado do 1.º Distrito Policial de Campinas, José Carlos Fernandes, afirmou que cada paciente recebeu 10 mililitros de perfluorcarbono. "A técnica imaginou que tivesse injetando soro fisiológico. Ela colocou o produto quando preparava os pacientes para os exames", explicou. Segundo Capitane, pelo peso das vítimas, 7ml seriam suficientes para matá-las.

O perfluorcarbono aplicado nas vítimas (FC770) é um líquido incolor e muito pouco tóxico, mas em contato com o sangue provoca embolia gasosa. As bolhas de gás interromperam a circulação sanguínea e a oxigenação do organismo, provocando a morte dos pacientes. Desde 2001, sabe-se do risco de morte quando em contado com o sangue, desde que foram registrados casos na Croácia e na Espanha quando usado para limpeza de equipamentos de hemodiálise. "Ele é um produto usado para limpeza de equipamentos e para detectar vazamentos. Em 2001, em uma dessas limpezas, o produto foi deixado dentro dos equipamentos de hemodiálises e foram registradas as mortes de 23 pacientes. O mesmo ocorreu pouco tempo depois na Espanha, onde morreram 12 pessoas", conta o toxicologista da Unicamp.

Uso médico

Apesar de o uso não ser regulamentado para exames de ressonância, e se ter conhecimento de aplicação medicinal do perfluorcarbono em situações especiais, como sangue artificial, ventilação mecânica e cirúrgicas oftalmológicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não reconhece o emprego do produto.

"A substância é desconhecida da Vigilância e estamos aguardando resultado de uma consulta para saber quais medidas vamos tomar quanto ao uso desse tipo de substância, que é industrial", afirmou a coordenadora da Vigilância em Saúde, Brigina Kemp. Ela criticou ainda o fato do produto estar sendo acondicionado dentro de uma embalagem não identificada de soro, induzindo a funcionária ao erro. "Outro problema é que eles trabalham com quatro profissionais e no dia estavam com dois profissionais e mais uma técnica de enfermagem. Isso só corrobora e questão do erro humano."

Responsabilidade

O delegado responsável pelo caso afirmou agora que vai ouvir mais alguns depoimentos para apurar as responsabilidades individuais dos funcionários do hospital e do próprio hospital e da clínica. O produto foi encontrado apenas dois meses depois das mortes, após testemunhas terem denunciado o uso do produto.

Uma busca e apreensão feita com autorização da Justiça localizou na clínica um galão do perfluorcarbono, sem que o hospital declara-se o uso do produto. "As investigação só foram prejudicas. Sob a justificativa de que os profissionais queriam investigar os frascos, eles tiraram tudo do local. Mas havia falta de anotações e muito mais, o que impediu a rastreabilidade e atrasou as apurações" explica o delegado Fernandes.

Fernandes afirmou que as responsabilidades do hospital e da clínica serão avaliadas também no relatório que vai apontar as responsabilidades criminais dos envolvidos no caso. Para a diretora da Vigilância em Saúde, ficou evidente a "fragilidade dos procedimentos de trabalho, nos procedimentos, os problemas nos atendimentos e as falhas nos cuidados em relação ao resguardo com os pacientes". A clínica RMC e o hospital informaram que colaboram com a polícia e que aguardam uma definição da polícia para apontar as responsabilidades dos envolvidos.

As mortes de três pacientes, em Campinas, no interior de São Paulo, após terem se submetido a um exame de ressonância magnética, na segunda-feira (28) fez muitos pacientes que tinham exames de ressonância magnética agendados para a quarta-feira (30) não compareceram. A informação é do médico radiologista Conrado Cavalcanti, conselheiro técnico da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). "O número de faltas aumentou muito em todos os serviços: desde hospitais como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein, até clínicas pequenas no interior. Deixando de fazer o exame, os pacientes terão o diagnóstico atrasado", diz.

Entre os que compareceram, muitos não permitiram a injeção do contraste, segundo Cavalcanti. "Criou-se um ambiente de pânico e o grande prejudicado é o paciente. Nos casos em que o contraste é indicado, ele traz um grande benefício para o diagnóstico." Segundo as assessorias de imprensa do Einstein e do Sírio-Libanês, não foi registrado um número anormal de faltas.

##RECOMENDA##

Especialistas ressaltam que ainda não é possível ter ideia do que pode ter dado errado no caso dos três pacientes de Campinas. Para o médico radiologista Cláudio Campi de Castro, professor responsável pela disciplina de Diagnóstico por Imagem da Faculdade de Medicina do ABC, é importante saber a causa exata da morte dos pacientes e aguardar a análise dos produtos utilizados nos procedimentos.

Reação

"A hipótese de que o problema seja o contraste é muito pouco provável. Poderia até ter sido, mas se foram injetados contrastes de fabricantes diferentes, isso torna a situação pouco possível", diz Castro. Ele acrescenta que qualquer medicamento aplicado na veia pode provocar reação alérgica e levar à morte. Mas a incidência do problema é muito pequena, "menos de um em um milhão". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Três pessoas morreram nesta segunda-feira (28), após realizarem exames de ressonância magnética no hospital Vera Cruz, em Campinas, interior de São Paulo. Nesta terça-feira, a secretaria municipal de Saúde enviou um comunicado para que todos os hospitais e clínicas da cidade suspendam os exames de ressonância magnética e tomografias com uso de contraste. A medida valerá até que seja descoberta a causa das mortes.

Ontem, a Vigilância em Saúde já havia interditado o setor responsável pelo procedimento no Vera Cruz, que é particular e uma referência nesses tipos de exame. A vigilância vai investigar, entre outras causas, se o contraste (composto químico utilizado no exame) tem relação com as mortes.

##RECOMENDA##

As vítimas foram dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher, de 25 anos. Eles tiveram parada cardiorrespiratória, após fazerem o exame.

Dois começaram a passar mal minutos depois do exame e um paciente chegou a deixar a unidade médica, mas retornou a unidade após sentir dores. No dia, mais de 80 pacientes realizaram ressonâncias no Vera Cruz, sem apresentarem problemas. A direção do hospital foi que acionou a polícia e as salas e os materiais utilizados foram lacrados.

Uma das vítimas é a administradora de empresa Mayra Cristina Monteiro, de 25 anos, de Campinas. O enterro será às 16h30 de hoje, no Cemitério da Conceição. Morreram também o zelador Manuel Pereira de Souza, 39 anos, que será enterrado na Bahia, em Santa Rita de Cássia, e Pedro Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando