Rafael Souza é o caçula do quarteto brasileiro de bobsled, que tentará nesta sexta-feira uma posição honrosa nos Jogos Olímpicos de Inverno, que estão sendo disputados em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Ele vai competir ao lado de Edson Bindilatti, Odirlei Pessoni e Edson Martins (Erick Vianna é reserva) e sonha conseguir muitas posições à frente de outras grandes potências do gelo.
"A gente está bem preparado e queremos ser Top 15 no bobsled. Não é passeio", avisou o rapaz de 21 anos, carioca de Vaz Lobo, na zona norte do Rio de Janeiro. Ele sabe que a medalha é quase impossível, mas se apega à grande evolução que a equipe teve nos últimos anos, quando saiu da 36.ª para a 21.ª colocação no ranking internacional.
##RECOMENDA##"Eu sempre tive o sonho, mas não imaginava que chegaria tão novo numa Olimpíada. Minha mãe fica um pouco nervosa, pois sabe que o bobsled tem alguns tombos, mas ela está super emocionada com tudo isso. É uma honra para a família", disse Rafael Souza, que tem origem em família humilde.
Ele começou a sua trajetória no esporte no atletismo, mas sentia sempre dores no músculo posterior da coxa direita. As idas e vindas para o departamento médico estavam cansando o rapaz, que praticava no projeto da Mangueira. Foi quando ele ficou sabendo de seletivas do bobsled e resolveu tentar a sorte no esporte de inverno.
"Eu conhecia um pouco a modalidade por causa do filme Jamaica Abaixo de Zero, mas não tinha muita noção do que realmente era. Meus amigos nem sabiam que existia o bobsled. Comecei há dois anos e tinha de explicar para todo mundo o que era", contou Rafael Souza, que é considerado um atleta de grande futuro na modalidade.
Suas características físicas chamaram atenção da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG). "Como sou rápido e forte, posso me encaixar em qualquer lugar do carro. O pessoal me ajudou muito nessa parte de prática e técnica", comentou. Ele também é menor que os seus companheiros, o que facilita na hora de entrar no trenó.
A competição será realizada nesta sexta-feira a partir das 21h30 (de Brasília) e 30 quartetos estarão na disputa da medalha. Após três descidas de cada conjunto, os 20 mais bem colocados na soma dos tempos avançam para a prova final, neste sábado, também a partir das 21h30.
Para Rafael Souza, o sonho está sendo construído a cada descida e ele sabe que terá uma torcida particular no verão quente de Vaz Lobo. "O brasileiro, por onde passa, recebe um carinho especial. O pessoal torce muito pela gente, é uma euforia quando competimos", concluiu.