A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lançou, na tarde desta segunda-feira (11), a Política LGBT, uma das ações da Semana do Amor Igual, organizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em parceria com outras instituições. A ideia da Política é garantir o acolhimento, inserção e permanência de gays, lésbicas e transexuais na instituição de ensino. De início, vários projetos estão sendo construídos e devem ser iniciados ainda neste ano.
Durante o lançamento da Política LGBT, no Campus Recife da instituição de ensino, bairro da Cidade Universitária, ações foram apresentadas, porém, ainda estão em fase de construção. No contexto das ações afirmativas, está previsto o projeto “Vai ter trans na UFPE, sim!”, cuja intenção é minimizar as desigualdades sociais e regionais, além de reduzir as taxas de retenção e evasão escolar das pessoas trans. A iniciativa também promete promover a inclusão social pela educação e disponibilizar bolsa de manutenção para a população LGBT. Ainda dentro das ações afirmativas, a Federal prevê a realização de um programa de televisão, “Na UFPE ninguém precisa ficar no armário”, a ser exibido na grade da TVU, bem como deverão ser criadas parcerias com instituições públicas e privadas para a entrada de alunos LGBT no mercado de trabalho.
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De acordo com o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, a implantação da Política LGBT é um importante momento de mudança cultural entre a comunidade acadêmica. “A Política vem para favorecer o acolhimento, inserção e permanência da comunidade LGBT na UFPE. Por isso vários projetos estão em fase de construção, de forma transversal com a conscientização dos docentes, discentes e a comunidade técnica”, disse Brasileiro. O reitor também prometeu a criação de uma diretoria de assuntos LGBT e garantiu que serão feitas melhoras no atendimento de pessoas trans no Hospital das Clínicas (HC). “Também está prevista a criação da Ouvidoria da Diversidade, que tem como objetivo de servir como um espaço para tratar de assuntos ligados ao público LGBT”, completou o reitor.
A Política LGBT da Federal também prevê ações direcionadas à saudade. A instituição de ensino pretende aumentar o quadro de funcionários e construir um novo local para o “Espaço de Acolhimento e Cuidado para Pessoas Trans do HC-UFPE. Outra iniciativa, pensando na proteção de gays, lésbicas e trans, promete criar um aplicativo para mapear e denunciar violência e discriminação contra esse público, cujas informações serão direcionadas para a diretoria de assuntos LGBT. Como atualmente a UFPE não tem um regimento para punir agressores, será criado um documento ético com a definição das punições a serem aplicadas.
A professora do Departamento de Psicologia da UFPE e uma das criadoras da Política LGBT, Luciana Vieira, fez questão de destacar o quanto a iniciativa é importante para a Universidade e o ensino superior como um todo. Segundo a docente, para que a Política fosse criada, os alunos foram ouvidos e participaram de diversas atividades. “Essa política foi criada por várias pessoas que ajudaram muito neste trabalho. Ela coloca a UFPE no protagonismo das políticas públicas das instituições de ensino superior do Brasil”, declarou a professo
Segundo o promotor do MPPE, Maxwell Vignole, integrante da Comissão de Direitos Homoafetivos do Ministério, o órgão vem atuando no Estado para atender os assuntos do público LGBT. Mais de 2 mil pessoas já foram ouvidas sobre o assunto para que sejam realizadas ações práticas de combate ao preconceito e para garantir o respeito a igualdade. O promotor frisou a importância da criação de políticas públicas para atender ao público LGBT, uma vez que é preciso evitar que este tema seja debatido apenas na esfera privada, “entre quatro paredes”. “Temos que trabalhar políticas públicas por meio de um tripé que garante o direito à sexualidade: dignidade, liberdade e igualdade”, completou.
O promotor, que se declarou gay durante sua fala, destacou que as ações em prol do público LGBT fazem ele se orgulhar. “Posso dizer que sou gay e é algo que me orgulho. O movimento LGBT me libertou”, relatou Vgnole. Ele fechou sua apresentação deixando contatos da Comissão de Direitos Homoafetivos: cdh@mppe.mp.br ou (81) 3182-7411.