Tópicos | Processo de cassação

Deputados se revezam, nesta terça-feira (7), em discursos a favor e contra a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme recomenda o parecer do relator do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, deputado Marcos Rogério (DEM-RO). 

Favorável a destituição do mandato do peemedebista, o deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) afirmou que o parecer pela cassação é inabalável. “Chegamos à conclusão clara que Eduardo Cunha possui recurso no exterior, faz uso de recursos no exterior e não conseguiu comprovar a origem desses recursos. O deputado Marcos Rogério se esmerou e fez um relatório que destruiu os argumentos apresentados pela defesa”, disse.

##RECOMENDA##

Corroborando o par, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) pontuou que o grande mal de Eduardo Cunha não foi ter mentido à CPI da Petrobras sobre possíveis contas no exterior, mas a condução do processo de impeachment. “O grande mal não é nem o dinheiro na Suíça, foi ter feito um grande mal à democracia com esse governo interino. Por vingança instalou o processo de impeachment na Câmara”, afirmou. Ele lembrou que outros parlamentares, como o ex-vice presidente da Câmara André Vargas foram cassados por “menor dano”. 

Já o deputado Laerte Bessa (PR-DF), saiu em defesa de Cunha e argumentou que não há provas de que o presidente afastado teria mentido à CPI da Petrobras. “É esse meu posicionamento e não abro mão do que disse aqui. Talvez uma suspensão coubesse bem. Poderíamos dar uma suspensão, uma sentença mais amena. A cassação é muito dura, ela é muito perseverante”, observou. Bessa também elogiou a atuação de Eduardo Cunha na condução da Câmara durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, “a maior estelionatária do País” segundo ele.

Voto decisivo

A deputada Tia Eron (PRB-BA), que substituiu o primeiro relator do processo no conselho, deputado Fausto Pinato (PP-SP), ainda não marcou presença na reunião. O voto dela poderá definir se o parecer será rejeitado ou não. O primeiro suplente do bloco parlamentar dela a chegar e assinar presença para votação foi o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). Marun já se pronunciou contra o afastamento de Eduardo Cunha. No caso de ausência de Tia Eron, caberá a Marun dar o voto pela parlamentar.

*Com a Agência Câmara

O deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, e o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), pediram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki o compartilhamento de documentos que estão no Supremo. De acordo com os deputados, foi pedida também autorização para que alguns envolvidos na Operação Lava Jato possam ser ouvidos pelo conselho.

“Pedimos a ele o compartilhamento de documentos que estão no STF e dizem respeito às contas eventualmente não declaradas pelo presidente Eduardo Cunha, e autorização para ouvir réus da Operação Lava Jato, especialmente aqueles que estão sob a jurisdição do STF”, disse o relator. Segundo Marcos Rogério, o ministro “se mostrou favorável” a atender os pedidos.

##RECOMENDA##

“Com relação ao depoimento dos colaboradores, ele [Teori] disse que não vê nenhuma dificuldade e que, chegando o pedido, vai deferir. E com relação ao compartilhamento de  de provas que estão em poder do STF, disse que aquelas que não estiverem protegidas por sigilo ele também vai fazer o deferimento e encaminhar para o conselho”, informou o deputado.

O relator diz que pretende ouvir Fernando Baiano, Júlio Camargo e Leonardo Meireilles. Este último tem depoimento marcado para esta quinta-feira (7). Meirelles é proprietário do Laboratório Labogen, e durante investigação da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça do Paraná ter como comprovar transferências para contas de Cunha.

O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo, foi questionado pelos jornalistas sobre se o presidente da Câmara estaria tentando dificultar a tomada dos depoimentos. “Há um propósito claro de dificuldades impostas pelo presidente. Tem oito dias que eu pedi a passagem para a testemunha que vem amanhã e até hoje não respondeu nem que sim, nem que não. Há um silêncio. E o silêncio, para mim, funciona como negativa”, disse o deputado.

“Ele está recorrendo de tudo o que pode para impedir que o processo ande. Se fizermos um paralelo entre o impeachment e o processo dele no Conselho de Ética,  vê-se a velocidade de um e a velocidade de outro”, disse o presidente do Conselho, com relação à possibilidade de Cunha recorrer ao STF para tentar impedir os depoimentos.

Na noite desta terça-feira (5) o advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, pediu ao conselho a impugnação de todas as testemunhas indicadas pelo relator Marcos Rogério. O advogado também pediu a anulação do depoimento de Leonardo Meirelles.

A defesa do presidente da Câmara alega suspeição de todos os citados, por quererem sustentar teses já relatadas nas delações premiadas. Acrescenta que as testemunhas não têm relação direta com o objeto de investigação do conselho, que é a existência das contas secretas no exterior, e afirma que os depoimentos não podem ir além do que está sendo analisado para admitir ou não o processo contra o parlamentar peemedebista.

O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) conclamou os demais parlamentares para que rejeitem o projeto de Resolução que altera a composição das comissões da Câmara dos Deputados, inclusive do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. De acordo com o tucano, o texto “é uma verdadeira manobra” para tentar barrar o processo de cassação que tramita contra o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Sob a ótica do parlamentar, a resolução quer aumentar a representatividade dos partidos que apoiam o peemedebista no colegiado. Assim, segundo ele, Cunha teria “passe livre” para travar o processo que pede a cassação dele mais uma vez.

##RECOMENDA##

"É mais uma atitude absurda e desesperada do representado, que age para enfraquecer o Conselho de Ética. É necessário que o plenário da Câmara rejeite esta resolução, sob o risco de se desmoralizar perante a opinião pública, que acompanha cada passo do Congresso Nacional, principalmente neste que é dos momentos mais importantes da recente história política do país", observou Gomes.

A reorganização partidária, de acordo com o novo tamanho das bancadas na Casa após o troca-troca de legendas, pode retirar do Conselho de Ética pelo menos três deputados que votaram contra Cunha: o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (BA), que trocou o PSD pelo PR, e os dois relatores do caso, Marcos Rogério (RO), que foi do PDT para o DEM, e Fausto Pinato (SP), que foi do PRB para o PP. Com a nova regra, o PMDB ganharia mais uma vaga no Conselho.

O advogado Marcelo Nobre tem até o final do dia desta segunda-feira (21) para apresentar a defesa do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Cunha foi notificado no último dia 7 e teve 10 dias úteis para elaborar seus argumentos. A partir dessa defesa, o relator do processo Marcos Rogério (PDT-RO) terá até 40 dias úteis para ouvir testemunhas e pedir acesso a documentos e informações.

A tendência é que todo o prazo seja usado. Tanto Cunha quanto Rogério podem, cada um, indicar oito testemunhas. Além disso, o relator deve pedir acesso aos dados dos processos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga o parlamentar por suposto recebimento de propina para viabilizar obras e negócios relativos à Petrobras, além da manutenção de contas secretas no exterior.

##RECOMENDA##

No Conselho de Ética, a representação contra o parlamentar foi apresentada pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade, que acusam Cunha de ter mentido à CPI da Petrobras, quando, em março do ano passado, ele afirmou que não tinha contas no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça apontaram a existência de contas ligadas a ele naquele país.

O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), marcou para esta terça-feira (22), às 9h, uma reunião para dar ciência da defesa e iniciar, oficialmente, o prazo da nova fase de trabalhos. No dia 21 de abril, o andamento do processo completará 90 dias. Isso faz com que o caso tranque toda pauta do conselho e siga, até a conclusão da votação, como único item da pauta.

Depois de concluído, o representado ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas apenas para questionar questões regimentais. A tendência, por todos os discursos feitos pelo advogado de Cunha, e pelo próprio parlamentar, ao comentar as sessões do conselho é que o pedido de revisão seja efetivado. Só depois de uma decisão da CCJ, caso negue o recurso, é que o processo segue para ser votado pelo plenário da Casa. Se houver realmente estourado o prazo de 90 dias, a matéria assume o topo da pauta da Câmara.

O advogado de defesa do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Marcelo Nobre, afirmou, na tarde desta terça-feira (1º), durante a reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que o processo contra o peemedebista não tem provas sustentáveis e é “natimorto”. A sessão do Conselho pretende decidir se dará prosseguimento ou não ao pedido de cassação de Cunha. 

“Não há provas nesta representação contra ele [Eduardo Cunha]. Meu cliente não omitiu em seu imposto de renda os valores que ele tem [na Suíça] e não mentiu na CPI [da Petrobras]. Seria um absurdo abrir este processo. Se abrir ele será arquivado. Já sabemos o fim. Não existe outra possibilidade”, projetou Nobre. “Este processo é natimorto. Abrir um processo para sangrar o deputado, a defesa não tem como concordar”, acrescentou. 

##RECOMENDA##

O advogado também questionou as denúncias feitas pelo Ministério Público contra o peemedebista. “Denúncia não prova nada. Quantas denúncias são propostas diariamente no Brasil e não são aceitas pelo judiciário. Nunca, jamais, podemos admitir que uma denúncia possa servir como prova, sem a clareza do devido processo legal. O Ministério Público não prova nada. Quem condena se houver culpado ou não é o judiciário”, disparou.

A sessão do Conselho de Ética foi aberta por volta das 14h40. O clima entre os deputados é tenso. Discussões sobre a designação do relator, a montagem dos blocos da Casa e outras questões de ordem acaloram o debate. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou, nesta quinta-feira (5), que tenha adiantado a outros parlamentares detalhes da defesa que pretende apresentar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. Informação, veiculada pela imprensa hoje, sustenta que vários deputados teriam ouvido de Cunha que ele confirmará que não mentiu à CPI da Petrobras em março, quando disse não possuir contas no exterior.

“Não existe isso. É como o parecer do impeachment da semana passada. Cadê o parecer do impeachment? Passaram 10 dias, todo mundo divulgou, colocou até que tinha contra e a favor, e não apareceu o parecer até hoje”, rebateu Cunha, em referência a outra matéria veiculada na imprensa informando que ele já teria um parecer técnico da assessoria da Câmara favorável a um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

##RECOMENDA##

O presidente da Câmara é alvo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar de um pedido de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar proposto pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade.

“No momento correto [eu vou apresentar a defesa], quando me derem prazo, a minha defesa irá conter todos os pontos. Meus advogados vão tratar disso, já nomeei um advogado para o Conselho de Ética e vai ser tratado com calma e tranquilidade e com a riqueza de detalhes necessária”, acrescentou.

Eduardo Cunha afirma ser inocente e ressalta não ter cometido nenhuma irregularidade. Cunha diz que foi “escolhido” para ser investigado como parte de uma tentativa do governo de calar e retaliar a sua atuação política.

Em relação a futuros despachos sobre pedidos de impeachment de Dilma Rousseff, Cunha disse que está aguardando o Supremo Tribunal Federal extinguir os recursos apresentados por ele contra as liminares dos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber que suspenderam o rito definido para o impeachment na Câmara.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando