Tópicos | pré-eclampsia

Grávidas infectadas com a Covid-19 correm mais risco de desenvolver pré-eclâmpsia, que é o aumento da pressão arterial persistente durante a gestação. A condição pode trazer graves complicações para a mãe e para o bebê.

A conclusão é de um estudo coordenado no Brasil pela professora Dulce Elena Casarini, da Escola de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), publicado na revista Clinical Science.

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De acordo com a pesquisadora, a presença do novo coronavírus no organismo das gestantes pode provocar alterações nos níveis de uma enzima que tem funções importantes para a circulação sanguínea na placenta, e também é receptora do vírus.

“Por ser também receptora do SARS-CoV-2, [a placenta] acaba promovendo um risco maior em quadros de Covid-19 pois o órgão se torna alvo do vírus assim como o pulmão, os rins e o coração. Vimos nesse trabalho que a resposta varia muito de uma paciente para outra, mas leva, sem dúvida, a formas graves da doença”, disse.

Dulce Elena Casarini destaca que, de acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 da Fiocruz, as mortes maternos em 2021 já superaram o número de 2020 e o cenário é preocupante. “Em 2020, foram 544 óbitos, com média semanal de 12,1 óbitos, considerando que a pandemia se estendeu por 45 semanas epidemiológicas. Até 26 de maio deste ano, transcorridas 20 semanas epidemiológicas, foram registrados 911 óbitos, com uma média semanal de 47,9 mil óbitos”, destacou.

O estudo mostrou também que a infecção por SARS-CoV-2 durante a gravidez aumenta a probabilidade de hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia, mesmo entre as mulheres assintomáticas. Quadros graves de covid-19 também contribuem para nascimento de bebês prematuros.

Novos estudos, que contam com a parceria do Centro Integrado Universitário de Saúde e Serviços Sociais de Montreal, no Canadá, buscam entender a maior disposição de gestantes a contrair o novo coronavírus e o papel da doença na pré-eclâmpsia.

Filhos de mães que sofreram uma condição gestacional associada à hipertensão denominada pré-eclâmpsia são duas vezes mais propensos a ter autismo ou outros problemas de desenvolvimento, afirmaram cientistas em um estudo publicado nesta segunda-feira.

A pesquisa, publicada no periódico JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana, também revelou que quanto mais severa é a pré-eclampsia na mãe, maior a probabilidade de autismo no filho.

O estudo foi feito com mais de mil crianças entre dois e três anos no norte da Califórnia. Todas as mães tiveram diagnósticos confirmados de pré-eclampsia e os cientistas compararam dados daqueles que se desenvolveram normalmente com os de crianças que apresentaram transtornos do espectro autista (TEA) ou outros problemas de desenvolvimento.

"Nós descobrimos associações significativas entre a pré-eclampsia e os TEA, que aumentaram com severidade", afirmou a principal autora do estudo, Cheryl Walker, professora assistente do departamento de obstetrícia e ginecologia da Universidade da Califórnia em Davis.

"Nós também observamos uma associação significativa entre pré-eclampsia severa e atraso de desenvolvimento", prosseguiu.

Transtornos do espectro autista afetam uma a cada 88 crianças nos Estados Unidos.

As causas exatas do distúrbio de desenvolvimento são desconhecidas e há pesquisas que apontam para causas genéticas, ambientais ou uma combinação das duas.

O autismo provoca dificuldades nas habilidades sociais, emocionais e de comunicação e não tem cura conhecida.

Alguns estudos anteriores já tinham sugerido que a pré-eclampsia - que causa pressão alta no fim da gestação, altos níveis de proteína na urina e perdas de consciência nos casos mais graves - poderia provocar autismo, talvez ao privar o feto de nutrientes e oxigênio.

"Embora estudos isolados não possam estabelecer causalidade, evidências cumulativas apoiam os esforços para reduzir a pré-eclampsia e diminuir sua severidade, de forma a melhorar os resultados neonatais", disse Walker.

Uma comissão médica federal americana recomendou a ingestão diária de pequenas doses de aspirina para reduzir o risco de pré-eclâmpsia, uma séria condição que pode pôr em risco a vida de gestantes e bebês. A pré-eclâmpsia se caracteriza pela presença de proteínas na urina e por hipertensão arterial na segunda metade da gestação.A doença placentária é o problema médico mais grave que pode afetar grávidas no mundo, segundo a comissão U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF).

Esta patologia causa complicações em entre 2% e 8% das gestações, e representa um risco importante de mortalidade tanto para as mulheres quanto para os bebês. A recomendação da USPSTF se baseia em vários testes clínicos que demonstram que doses baixas de aspirinas, entre 50 e 160 miligramas diárias, diminuem em 24% o risco de pré-eclâmpsia e em 14% o risco de nascimentos prematuros.

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A USPSTF recomenda que as mulheres com grande probabilidade de ter pré-eclâmpsia tomem 81 miligramas de aspirina todos os dias depois de 12 semanas de gravidez. As mulheres com risco importante de pré-eclâmpsia são as que já tiveram esta complicação médica em uma gravidez anterior, particularmente as que deram à luz antes do fim da gestação, as que sofrem de diabetes ou que tiveram hipertensão arterial no momento da concepção.

A comissão também considera que as grávidas com vários fatores de risco moderados, como obesidade, antecedentes familiares de pré-eclâmpsia, mais de 35 anos e pele negra poderiam tomar doses leves de aspirina. O comitê indica, por fim, que a aspirina parece não provocar efeitos colaterais no curto prazo durante a gravidez, ao mencionar uma análise de 19 estudos clínicos.

No período da gestação, a mulher passa por mudanças emocionais, físicas e psicológicas, no caso dos olhos, podem ocorrer distúrbios temporários ou até mesmo permanentes. Em algumas grávidas, o problema pode persistir inclusive durante o aleitamento materno.

Pesquisas mostram que a sensibilidade da córnea diminui em muitos casos, principalmente nos últimos três meses, voltando ao normal pouco tempo depois de o bebê nascer. Também pode ocorrer o espessamento da córnea, bem como um aumento de curvatura e inclinação – prejudicando a visão e podendo resultar na falta de acomodação das lentes de contato. 

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De acordo com o diretor-presidente do Hospital de Olhos Eye Care, o oftalmologista Renato Neves, os principais problemas oculares que podem ocorrer durante a gravidez são o olho seco; visão embaçada; desdobramentos da pré-eclampsia; e desdobramentos do diabetes gestacional.

O médico faz um alerta as gestantes que usam lentes de contato. “Durante a gravidez, a gestante pode perceber que os olhos estão mais secos que o normal. A síndrome do olho seco, neste caso, pode provocar muito desconforto durante o uso de lentes de contato e até irritações nos olhos, é necessário o uso de lágrimas artificiais”, explica.

O especialista também aponta como um problema comum, a retenção de líquidos durante a gravidez e que pode alterar a espessura e o formato da córnea. “Mínimas mudanças desse tipo são suficientes para resultar em visão distorcida ou embaçada, sem foco. Apesar do desconforto, não é preciso se alarmar, já que o problema costuma ser transitório”, comenta.

Os desdobramentos da pré-eclâmpsia também merecem atenção especial e podem ser identificados através dos olhos em 5% a 8% das gestantes.  Dois fatores muito importantes da pré-eclâmpsia: o aumento da pressão sanguínea e a presença de proteína na urina. Diante desse quadro, os principais sintomas são a perda temporária de visão, maior sensibilidade à luz, visão embaçada ou com formação de halos ou flashes.

Com informações de assessoria

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