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Os mosquitos nas regiões próximas ao Rio Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, continuam incomodando os paulistanos e, desde o sábado (10), a Prefeitura afirma ter intensificado as ações de controle contra os insetos em pelo menos seis bairros. Por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza uma força-tarefa focada no combate aos pernilongos (Culex quinquefasciatus) e à dengue (Aedes aegypt).

Em nota oficial, a secretaria informa que as ações estão sendo realizadas na Lapa, Pinheiros, Itaim Bibi, Cidade Ademar, Campo Limpo (subdistritos Vila São Francisco, Jardim Santo Antônio, Várzea de Baixa e Vila Almeida) e Santo Amaro, que concentram 60% das reclamações enviadas ao SP 156. Nessas regiões, foram aplicados inseticidas e vermicidas com a técnica de Ultra Baixo Volume (UBV), que usa de 5 a 10 litros por hectare.

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Também no sábado, agentes da Saúde fizeram ações casa a casa em 46 quarteirões que margeiam o Rio Pinheiros afluentes, para orientar a população e eliminar os focos de criadouros de mosquitos. De acordo com a SMS, as ações de combate aos mosquitos são permanente e devem continuar ao longo das próximas semanas.

Desde agosto, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que também está monitorando as reclamações e aplicando inseticida, por meio de termonebulização.

Para espantar pernilongos, um idoso, de 70 anos, decidiu fazer uma fogueira em sua residência, localizada no bairro de Santa Cruz, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Entretanto, as chamas se alastraram, incendiaram o imóvel e ele ficou ferido, nessa quarta-feira (11).

Além do idoso, no local estavam cinco pessoas: sua companheira, de 60 anos, a filha, o genro e duas crianças de colo, conforme a Polícia Militar, que realizava rondas no momento da explosão. O responsável foi encaminhado para o Hospital Regional de Betim. Os bombeiros contiveram o fogo.

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Confira

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Moradores da zona oeste de São Paulo têm travado uma guerra contra pernilongos e, pela primeira vez, reclamam da proliferação do inseto durante o inverno. Após detectar aumento de queixas, a Prefeitura começa nesta quinta-feira, 2, força-tarefa com ações para combater focos do mosquito nas margens do Rio Pinheiros.

"A gente tem acordado duas, três vezes por noite para matar pernilongo", reclama a agente de viagem Gisela Hoeppner, de 51 anos, que há mais de 30 mora na mesma quadra em Pinheiros, região de rios e córregos canalizados. Segundo conta, o problema havia dado uma trégua no verão de 2017. "Agora, voltou com tudo. Está péssimo."

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Em várias janelas do apartamento, Gisela instalou redes contra o mosquito. "Onde não tem, deixo fechado. E, mesmo assim, preciso catar dentro de casa." Também diz ter testado todas as marcas de inseticida. "Em todos os cômodos têm raquete. Precisa ser assim", diz. "Na semana passada, matei oito pernilongos em dez minutos. O problema não está no meu jardim: é o Rio Pinheiros."

"Estamos com aumento de temperatura que ajuda a aumentar a proliferação (de pernilongo, o Cúlex)", diz Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). O pernilongo, afirma, acha no sistema de esgoto um "criadouro abundante", o que explicaria sua presença em outras áreas da cidade.

"Estou dormindo com a tomadinha na parede (repelente), porque a quantidade está enorme", relata a secretária Patrícia Macedo, de 40 anos, moradora de Alto dos Pinheiros. Ela também recorre a velas de citronela e raquete. "Mas está difícil."

Membro da Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros (Saap), diz que o grupo tem recebido muitas queixas. "As pessoas da região estão se armando contra o mosquito." No Córrego das Corujas, que separa Pinheiros de Alto dos Pinheiros, a vigilância ambiental identificou foco de Cúlex, segundo ela. "Há córregos que o acesso fica atrás das casa, então as equipes não conseguem entrar", diz ela.

"Pernilongo, mesmo no frio, é a primeira vez que eu vejo", diz o físico Fernando Bonicelli Melenas, de 59 anos, do Alto da Lapa. "Boa parte das casas na rua é muito velha e o pessoal não liga para prevenção."

Nesta quinta-feira, o prefeito Bruno Covas (PSDB) participa de ações de controle das formas imaturas do pernilongo nas margens do Pinheiros. Segundo a Prefeitura, a iniciativa foi motivada principalmente por causa de reclamações por canais de atendimento sobre o aumento de mosquitos. A gestão avalia que as ações de controle precisam ser feitas mesmo em épocas de tempo mais frio, como a atual.

Outras áreas

Moradora da Vila Carrão, zona leste, a auxiliar administrativa Elisabete Fonseca, de 45 anos, também reclama. "Está desesperador. Depois de passar inseticida, tenho de recolher (os mosquitos) com pá."

Sobre o planejamento do combate a mosquitos em outras áreas, a Secretaria Municipal da Saúde informou que as ações são programadas, principalmente, por meio do recebimento de queixas ao Serviço de Atendimento ao Cidadão.

Para evitar a proliferação do Cúlex, a pasta recomenda não deixar água parada nem jogar lixo em córregos e bueiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto moradores de diversos bairros da zona oeste de São Paulo estão em pânico catando dezenas de pernilongos toda noite desde o início do verão, uma pequena vizinhança na Pompeia olha o movimento com curiosidade. Em vez de desesperados por fumacês, os moradores se mobilizaram para garantir um controle próprio dos mosquitos, com a ajuda da natureza.

O cenário é a Praça Romero Silva - rebatizada há alguns anos como Praça da Nascente, depois que os vizinhos encamparam a revitalização do espaço que reúne oito nascentes do riacho Água Preta. Ali, dois lagos criados para receber tanta água contam desde o fim do ano passado com todo um ecossistema de animais e plantas aquáticas que estão controlando as larvas de pernilongos e Aedes.

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"Sapinhos, peixinhos, insetos, camarões e caranguejos foram inseridos para recriar um micro-hábitat em equilíbrio que trouxesse à natureza predadores para os mosquitos", diz o biólogo Sandro Von Matter, que voluntariamente fez o trabalho de introdução das espécies. Ele chegou à praça a convite da amiga Andrea Pesek, jardineira e ex-moradora da região e uma das ativistas do coletivo Ocupe e Abrace, que em 2013 iniciou o trabalho de recuperação do local.

"Isso aqui antes era um charco cheio de lixo, mosquitos, moscas, ratos. As nascentes tentavam correr, mas não conseguiam. Então fizemos os lagos. E logo colocamos peixes, para lidar com os mosquitos", conta Andrea.

No princípio, foram colocados peixes "barrigudinhos" (também conhecidos como guppy ou lebiste), mas logo outras pessoas foram trazendo outros peixes, alguns sapos cururu aportaram por lá, e as larvas dos mosquitos começaram a desaparecer. No final de 2016, porém, os girinos atingiram uma quantidade preocupante e ela notou que o ambiente poderia estar em desequilíbrio. Andrea então pediu a ajuda de Von Matter, pesquisador do Instituto Passarinhar e especialista em restauração de ecossistemas, que já trabalhava com projetos de recuperação da natureza nativa em praças urbanas.

O problema é que não basta devolver só uma espécie à área, porque ela que pode proliferar demais. "É importante reconstruir os links entre as espécies que são nativas dos ambientes. O que busquei foi recriar o ambiente como se fosse natural."

Assim, caranguejos e camarões, que comem o girino, foram colocados para impedir que a população de sapos explodisse. Os anfíbios são importantes porque pegam o mosquito no ar, mas os girinos têm um papel interessante também dentro da água ao comer fungos e algas, deixando o ambiente mais estável, por exemplo, para insetos da família Notonectidae - aqueles que andam sobre a água - e também se alimentam das larvas dos mosquitos.

O trabalho de introdução dessas novas espécies começou a ser feito há dois meses. Von Matter visita o local a cada 15 dias para medir quanto tem de cada animal nos lagos, para ver se não há nenhum novo desequilíbrio, e conta as larvas de mosquito. "Hoje posso dizer que o lago não tem mais nenhuma."

Moradores aprovaram a intervenção. "No verão sempre tem algum mosquito, mas nada como isso aí que o pessoal dos outros bairros está reclamando", diz a farmacêutica Arlene Saboia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quem já desistiu de inseticidas e repelentes está recorrendo a uma solução que remete aos velhos tempos: telas mosquiteiras - em versão moderna, é claro. Há modelos de todos os tipos e preços. A mais simples custa em torno de R$ 130 por janela; a mais cara, R$ 750.

O administrador Daniel Miranda, de 51 anos, é um dos moradores do Alto de Pinheiros que acabaram de aplicar tela na casa toda, em um investimento de R$ 6 mil. A instalação estava sendo finalizada nesta terça-feira (10) depois de muita picada. "Você não tem ideia, está uma coisa horrorosa. É muito pernilongo, como nunca vi na vida, acho que nem na praia vi tantos. No clube é o assunto mais comentado", conta.

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Apesar de morar no bairro há pouco tempo, ele diz andar pela região há muitos anos como sócio do clube Alto de Pinheiros. "Pernilongo sempre fez parte, mas agora é algo totalmente nonsense."

Antes de instalar as telas, a tentativa era fechar a casa, ligar o ar condicionado e colocar tomadas de inseticidas. "Mas não resolveu, é muito pernilongo. E o bicho é malandro, gosta de ficar em lugar sombreado, onde a gente não vê. Eles adoram um armário escuro onde deixamos as malas de viagem. A gente abre e vem aquela nuvem de mosquito. É uma coisa inacreditável. Tem de sair correndo."

A empresa contratada por Miranda reconhece um aumento de 18% na demanda neste verão, em relação ao ano anterior, sobretudo na zona oeste. Nos últimos 30 dias, fez 502 instalações, ante 426 no mesmo período do ano passado.

Emprego

Em tempos de crise, só mesmo para quem vive desse negócio o pernilongo não pode ser chamado de vilão. "De um ano para cá, precisamos aumentar nossos funcionários de 30 para 40 e compramos mais um caminhão para entregas. Agora são dois veículos", diz o diretor Leandro Dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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