Em uma entrevista exclusiva ao LeiaJá, concedida após evento no Palácio do Campo das Princesas, nessa quinta (21), em alusão ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, disse que é “um exemplo” para o Brasil a iniciativa do governo em instituir o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI). O secretário ressaltou que a nova política de igualdade é importante para todo mundo.
“Porque é inadmissível que, em pleno século XXI, ainda tenhamos que tratar com tanta contundência essa diferenciação que a própria sociedade faz. Da mesma forma com as mulheres, é inadmissível que a gente tem isso [discriminação] nos dias de hoje”, declarou.
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Pádua chegou a garantir que, de forma geral, a violência em Pernambuco tem reduzido. “Tem diminuído, os números provam isso. Desde o último trimestre de 2017, os números de homicídios estão reduzindo e os crimes contras as mulheres têm reduzido”, afirmou.
O secretário, que foi conduzido ao cargo pelo governador Paulo Câmara (PSB) após a saída do então secretário Angelo Gioia, em junho do ano passado, também garantiu que o número de crimes contra o patrimônio e os latrocínios diminuíram. “Os crimes de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, reduziu mais de 80% nos últimos três meses”.
Apesar da declaração, ele falou que ainda há muito que se fazer. “Tem muita coisa ainda para ser feita. Vamos contratar 1.300 novos policiais militares no mês que vem, que já começam a trabalhar em abril, que será um reforço significativo na segurança de Pernambuco. Além disso, contratamos mais de 1.200 policiais civis no mês passado, que já estão contemplando as delegacias dos municípios aqui de Pernambuco”.
Antônio de Pádua não poupou elogios ao governador, que por sua vez vem reiterando que fez o maior investimento da história em Pernambuco na área da segurança pública. “É um reforço muito importante, um investimento muito sério e muito técnico que o governador Paulo Câmara está fazendo na segurança de Pernambuco”.
Paz em Pernambuco
Quando assumiu, Pádua ressaltou que iria “intensificar” as investigações de homicídios ocorridos no estado salientando que a tendência era que os meses posteriores seriam melhores do que os anteriores em relação a violência. Ele ainda frisou que iria continuar “trilhando o caminho” com responsabilidade para restabelecer a paz no estado. Na época, ele deixou o cargo de corregedor-geral da SDS para assumir o cargo.
Apesar da afirmação de Pádua, opositores ao governo afirmam que 2017 foi o ano mais violento da história do estado. No início deste mês, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) e o presidente do Sindicato dos Policiais Civil de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cysneiros fizeram uma denúncia. Segundo eles, 85% das delegacias da Polícia Civil em Pernambuco estão sucateadas e não funcionam após as 18h, nem nos fins de semana e feriados.
O próprio ministro da Defesa, Raul Jungmann, em setembro passado, disse durante uma entrevista que Pernambuco tinha índices muito altos de violência e falou que o Pacto pela Vida não progrediu. “Aqui em Pernambuco eu acho que houve um problema de ordem fiscal e o Pacto pela Vida, que não teve uma progressão em termos do que era para acontecer”, pontuou.