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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) informa que os valores do orçamento liberados pelo Ministério da Educação (MEC) para 2021 não são suficientes para o total funcionamento da instituição durante todo o ano. O corte orçamentário foi de cerca de 20%. Além disso, um bloqueio de 13,8% faz do orçamento de 2021 o menor da última década na UFPE.

O reitor da Universidade, Alfredo Gomes, alerta para os riscos que serão enfrentados. “Estamos regredindo para o orçamento de 2011, apesar de termos atualmente uma universidade com muito mais estudantes, laboratórios de pesquisa e projetos de extensão, por exemplo. Cresceram os custos com serviços, segurança, água e energia, a manutenção da infraestrutura como um todo. Então, essa conta não fecha. É preciso que seja realizada a recomposição desse orçamento para podermos fazer a gestão da Universidade durante o ano de 2021”, disse o reitor. conforme a assessoria de comunicação da instituição de ensino.

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Para Daniel Lago, pró-reitor de Planejamento Orçamentário e Finanças (Proplan), é preciso agir imediatamente, e muitos contratos e serviços da instituição serão diretamente afetados. “Teremos que parar ou reajustar ações e programas de ensino, pesquisa e extensão”, alertou.

Uma das ações prejudicadas será a pesquisa para a produção de vacinas contra Covid-19, testes de contágio, entre outras atividades ligadas ao combate à pandemia do novo coronavírus. Os efeitos das restrições orçamentárias vão além de contratação de serviços e pessoal, atingindo a regulamentação dos pagamentos de energia elétrica e de água, compra e reposição de materiais e insumos utilizados em pesquisas, bolsas e assistências estudantis, editais de obras, entre outros. Mais detalhes do orçamento estão disponíveis no site da Proplan.

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Embora os cortes orçamentários possam favorecer o cumprimento do teto de gastos, sua composição apresenta um risco elevado de paralisação da máquina pública e de políticas públicas essenciais em 2021. 

A advertência consta de nota técnica da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal, em que analisa os vetos presidenciais à Lei Orçamentária Anual (LOA) e o bloqueio de dotações para cumprimento do teto de gastos em 2021. 

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As alterações levaram à readequação dos cenários do governo às regras fiscais vigentes. Os ajustes, porém, apresentam novos riscos, dado os cortes promovidos nas despesas discricionárias do Executivo. 

Em sua execução, o Orçamento apresenta despesas obrigatórias, que o governo não pode deixar de fazer, e as despesas discricionárias, sobre as quais ele tem liberdade de decidir. 

Considerando-se apenas os bloqueios orçamentários, houve uma queda de 7% nas despesas. Dessa forma, a soma de vetos e de bloqueios totalizou R$ 29,1 bilhões, o equivalente a 22% do orçamento aprovado para as despesas discricionárias, de acordo com a nota técnica “A LOA 2021 e o novo cenário fiscal do governo”. 

“Os cortes representam valor bastante similar ao estimado pela IFI para o cumprimento do teto de gastos em 2021, mas sua composição poderá levar a um risco elevado de “shutdown”, isto é, de prejuízo a políticas públicas essenciais”, destaca a nota técnica da IFI. 

Cortes e bloqueios

Ao todo, foram vetados R$ 19,8 bilhões em despesas primárias, principalmente no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Regional (R$ 8,7 bilhões; 50,9% do orçamento aprovado para a pasta), do Ministério da Infraestrutura (R$ 2,8 bilhões; 27,6% do orçamento aprovado para a pasta) e do Ministério da Saúde (R$ 2,2 bilhões; 8,7% do orçamento aprovado para a pasta). 

As despesas primárias discricionárias não decorrentes de programações incluídas ou acrescidas por emendas foram vetadas em R$ 7,8 bilhões. Os maiores cortes ocorreram nos Ministérios do Desenvolvimento Regional (R$ 2,7 bilhões), da Defesa (R$ 1,6 bilhão) e da Infraestrutura (R$ 1,3 bilhão). 

No âmbito das emendas de relator-geral do Orçamento foram vetados R$ 10,5 bilhões. O maior corte foi de R$ 5,5 bilhões no Ministério do Desenvolvimento Regional (32,4% do orçamento aprovado para a pasta). 

Dessa forma, considerando apenas os vetos (sem os bloqueios do decreto de contingenciamento), houve uma diminuição de 14,5% no orçamento das despesas discricionárias, emendas de comissão e de relator-geral. 

No que diz respeito aos bloqueios de dotações determinados pelo Decreto 10.686, de 2021, o corte total foi de R$ 9,3 bilhões nas despesas discricionárias não decorrentes de programações incluídas ou acrescidas por emendas. 

O maior bloqueio de dotações ocorreu no Ministério da Educação, com R$ 2,7 bilhões (19,7% das despesas aprovadas). O segundo maior bloqueio ocorreu no Ministério da Economia, com R$ 1,4 bilhão (23,2% das despesas aprovadas), seguido pelo Ministério da Defesa, com R$ 1,4 bilhão (11,7% das despesas aprovadas). 

Desse modo, os vetos e bloqueios totalizaram R$ 29,1 bilhões, o equivalente a 22% do orçamento aprovado para as despesas classificadas como discricionárias.

Atraso

O Orçamento da União para 2021 (LOA 2021) não foi aprovado dentro da sessão legislativa de 2020, conforme destaca a nota técnica da IFI. 

“A publicação do Orçamento já no decorrer do exercício é regra e não exceção. Nos últimos vinte anos, em apenas dois a LOA foi publicada até dezembro. Na maior parte dos casos, a publicação ocorreu já em janeiro. Em dois exercícios, a publicação se deu em abril: no dia 4, em 2013, e no dia 20, em 2015. O atraso de 2021 só perde para o de 2006, quando o Orçamento foi publicado no dia 16 de maio”, destaca a nota técnica. 

De acordo com a IFI, a aprovação do Orçamento já no decorrer do exercício mina o planejamento das unidades orçamentárias para o ano, que ficam sujeitas às incertezas do processo legislativo e às regras mais restritivas de execução provisória do projeto de lei (definidas anualmente na Lei de Diretrizes Orçamentárias–LDO). 

A IFI avalia que o o atraso compromete também a própria tramitação do projeto de lei orçamentária, pois tende a comprimir o prazo que o Congresso tem para apreciar a proposta enviada pelo Executivo. 

“Cabe lembrar que ainda há o agravante de 30% das despesas primárias estarem condicionados à autorização do Congresso, por maioria absoluta, em função do desequilíbrio da regra de ouro. O condicionamento de gastos colocou em risco a execução de serviços públicos no início do ano e culminou na aprovação da Lei nº 14.127, de 2021”, destaca a nota. 

*Da Agência Senado

 

O Congresso Nacional instala, nesta quarta-feira (10), a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Inicialmente prevista para terça, a instalação foi adiada por causa do falecimento do senador José Maranhão (MDB-PB).

A reunião está marcada para as 10 horas, no plenário 2, e deverá contar com a presença exclusiva de parlamentares.

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Assessores e público externo poderão acompanhar a reunião pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.

Formada por 30 deputados e 10 senadores titulares, a CMO é a responsável pela análise prévia das propostas de Lei Orçamentária Anual (LOA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Plano Plurianual (PPA), fundamentais para a previsão de receitas e despesas do governo federal.

Sem funcionar na pandemia

Em 2020, a CMO ficou sem atividade formal devido à pandemia e à falta de entendimento político quanto ao comando do colegiado. O Congresso acabou adotando um rito sumário para aprovar, pelo menos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias a fim de estabelecer as metas e prioridades fiscais e evitar o colapso das contas públicas neste início de ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já disse que a instalação da comissão é fundamental para a continuidade do enfrentamento à pandemia e para a previsibilidade das contas públicas. A prioridade é aprovar o Orçamento da União para 2021.

*Da Agência Câmara de Notícias

Após passar 2020 sem atividade formal em razão da pandemia de covid-19, impasses políticos sobre o comando do colegiado e uma série de adiamentos, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) enfim será instalada nesta quarta-feira (10) às 10h. O início dos trabalhos do colegiado foi confirmado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, após reunião de líderes nesta terça-feira (9). 

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Inicialmente o ato estava marcado para esta terça, mas por conta da morte do senador José Maranhão (MDB-PB) por complicações da covid-19 na noite de segunda-feira (8), o Senado declarou lutou oficial e suspendeu atividades legislativas por 24 horas. 

A instalação da comissão formada por 30 deputados e 10 senadores titulares é o primeiro passo para a análise do Orçamento de 2021 (PLN 28/20). Sem a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), o governo federal só pode gastar uma parte das previsões de despesas deste ano — os chamados duodécimos. O restante fica contingenciado. 

— Um ponto que informei aos líderes foi a instalação na data de amanha da Comissão Mista de Orçamento que vai discutir e aprovar o Orçamento de 2021. E, logo na sequência após essa aprovação, inaugurar a segunda comissão mista para analisar o Orçamento de 2022 — disse Pacheco. 

Um dos desafios de deputados e senadores na Comissão Mista de Orçamento é encontrar fontes de recursos para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 — pago até dezembro — e para outros gastos necessários enquanto perdurar a pandemia, segundo apontou o  diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto.

Em 2020, os gastos públicos com a pandemia foram separados do Orçamento da União por meio do chamado “Orçamento de Guerra”, aprovado em forma de emenda constitucional (EC 106) e que perdeu vigência em 31 de dezembro.

— Há essa questão do auxílio emergencial e de gastos que nao estão previstos na peça orçamentária original enviada pelo governo. E também todas as questões das incertezas da recuperação da atividade econômica, das receitas e também do teto de gastos. O PLOA [Projeto de Lei Orçamentária Anual], na forma como ele foi enviado, o teto de gastos já estava no limite. Isso mostra que o espaço é muito exíguo para fazer gastos novos. Toda essa questão dos gastos exigidios pela crise vai precisar ser contemplada nesse debate do Orçamento. É uma questão fundamental em jogo — apontou Salto em entrevista à Rádio Senado. 

Auxílio

A prorrogação do auxílio emergencial é uma das preocupações centrais manifestadas por deputados e senadores nesse retorno às atividades legislativas. A inclusão do programa de forma definitiva no Orçamento da União de 2021 é uma das alternativas negociadas com o Poder Executivo. Senado e Câmara também analisam 14 proposições que pretendem prolongar o benefício. 

Além da LOA, a CMO é a responsável pela análise prévia das propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Plano Plurianual (PPA), fundamentais para a previsão de receitas e despesas do governo federal.

A  reunião será no plenário 2 da Câmara dos Deputados e deverá contar com a presença exclusiva de parlamentares. Assessores e público externo poderão acompanhar a reunião pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.

*Da Agência Senado

 

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nessa segunda-feira (9), que o Orçamento de 2021 pode não ser votado até o fim do ano. Isso, segundo ele, afetaria as avaliações de agências de rating - que classificam o risco de crédito - em relação ao Brasil. O assunto foi abordado pelo vice-presidente, durante live do Itaú, ao comentar a possibilidade de criação de um novo programa de renda mínima.

"O Congresso até agora não conseguiu se reunir e colocar em pé a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Tudo indica que nós não vamos votar o Orçamento esse ano, o que será um problema. Provavelmente vai levar a uma queda da nossa avaliação pelas agências de rating", disse.

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Mourão disse ainda que Orçamento pode ser liberado apenas em abril de 2021. "Vamos ter o Orçamento só lá para abril do ano que vem. Ou seja, vamos ficar três, quatro meses, só podendo ficar gastando 1/18 avos daquilo que está previsto, planejado para o Orçamento."

A disputa na CMO, que tem travado sua instalação, tem como pano de fundo a sucessão do comando da Câmara em 2021. A presidência da comissão é disputada pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pela deputada Flávia Arruda (PL-DF), do grupo do Centrão.

Caso o colegiado não vote Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) neste ano, o governo ficará sem autorização para realizar gastos em 2021, entrando em shutdown. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP) já admitiu, contudo, a possibilidade de levar a LDO para a votação diretamente para plenário, sem passar pela comissão.

Depois, em entrevista à rádio BandNews FM, Mourão disse que uma alternativa para aprovação do Orçamento de 2021 seria a votação em janeiro, antes das eleições para o comando da Câmara e do Senado. O vice-presidente afirmou que apenas um "esforço supremo" do Congresso após as eleições municipais poderia permitir a discussão e aprovação do Orçamento esse ano. "Também tem outra linha de ação, o Congresso se reunir em janeiro e conseguir em janeiro, antes da votação de fevereiro da nova direção das duas Casas, a aprovação desse orçamento", disse.

Renda mínima

Sobre um programa de renda mínima do governo, Mourão reforçou seu posicionamento de tirar recursos de outras áreas para viabilizar a iniciativa. Ele afirmou que não há "solução simples" para o impasse de criação de um novo programa e ressaltou que 96% do orçamento é "empenhado com despesas obrigatórias" e, por isso, há pouco espaço de manobra para conseguir reunir recursos.

"Eu acho que é o seguinte, quer dar uma solução, é o robustecimento de programas existentes e tirando de alguém. É o velho dilema da economia: canhão ou manteiga. Nós temos que decidir isso aí", declarou.

O vice também opinou que o governo tem o "dever funcional" de dar continuidade à agenda de reformas na segunda metade da gestão de Bolsonaro. Ele citou a necessidade de aprovar as reformas administrativa e tributárias, além dos gatilhos do teto de gastos.

Mourão falou ainda sobre a derrubada pelo Congresso na semana passada do veto à desoneração da folha de pagamentos de empresas: "(Desoneração) é algo meio complicado porque isso vai significar renúncia de receita por parte do governo federal que terá que ser compensada de outro lado."

O relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2021, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), disse ser ruim estender o estado de calamidade pública - decretado pela pandemia do novo coronavírus - como forma de se autorizar o pagamento das despesas extras com o programa de distribuição de renda, Renda Brasil, em estudo pelo Executivo.

"A sociedade não está pronta para a gastança desenfreada. O Brasil tem muita coisa para cortar", disse o senador, em entrevista à rádio CBN, que citou entre outros pontos a Reforma Administrativa e a revisão de supersalários.

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Para a avaliação do senador, é fundamental que as propostas de reforma do Estado brasileiro pela austeridade fiscal estejam sendo aprovadas pelo Congresso Nacional.

Orçamento

Bittar avaliou a proposta do Executivo para o Orçamento de 2021 como "bastante conservadora" e disse que a sugestão "vem magra" porque o Brasil vive um momento delicado.

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