Tópicos | Orçamento 2012

A Câmara aprovou, em sessão extraordinária nesta quarta-feira (10), a medida provisória 573/12, que libera R$ 6,8 bilhões do orçamento 2012 para serem aplicados através do programa PAC Equipamentos, relacionado às compras do governo federal. Serão beneficiados noves ministérios: da Educação, da Justiça, da Saúde, dos Transportes, do Planejamento, do Desenvolvimento Agrário, da Defesa, da Integração Nacional e das Cidades.

O Planejamento receberá R$ 1,7 bilhão para ajudar os atingidos pela seca e enchentes. Já a Defesa contará com R$ 1,5 bilhão para reaparelhamento e modernização dos equipamentos, arsenais bélicos e veículos de emprego militar, como tanques e lançadores de mísseis. A Justiça irá adquirir 500 motocicletas para a Polícia Rodoviária Federa, com um orçamento de R$ 22,9 milhões.

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O MEC contará com 1,44 bilhão, que será repassado a estados e municípios para a compra de 8.750 mil ônibus escolares e três milhões de conjuntos mobiliários escolares. A Saúde usará R$ 279 milhões para a compra de 2.125 ambulâncias e mil furgões, que servirão de unidades odontológicas móveis, do Sistema Único de Saúde (SUS).

Já o Ministério dos Transportes, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), poderá utilizar R$ 32,1 milhões para obras rodoviárias e hidroviárias.

O Desenvolvimento Agrário receberá R$ 1,09 bilhão para a aquisição de tratores agrícolas e máquinas para recuperação de estradas vicinais em municípios com até 50 mil habitantes. Já o Ministério das Cidades empregará R$ 712 milhões na implantação de trechos ferroviários e na compra de 160 vagões de trens urbanos para a malha ferroviária federal. A Integração Nacional será beneficiada com R$ 13,5 milhões para o programa Água Para Todos, do Plano Brasil sem Miséria, que estende às populações rurais o acesso ao abastecimento de água.

Plenário
Na sessão dessa terça-feira (9), os deputados aprovaram a MP 572/12 que abre crédito de R$ 381 milhões ao Ministério da Defesa, para o atendimento às comunidades atingidas pela seca, especialmente no Nordeste. O dinheiro, que será usado pelo Exército para executar obras e para serviços de apoio às cidades, será usado para a compra de veículos, reboques, carros-pipa, reservatórios para transporte de água, bombas d’água, geradores, máquinas e outros equipamentos para recuperar o território atingido. Cerca de 8,3 milhões de pessoas estão sofrendo com a seca em mais de mil cidades do Nordeste.

Com informações da Agência Câmara.

Para aprovar o Orçamento de 2012 às 23h50 da antevéspera do Natal, o governo pôs na mesa de negociação mais de R$ 300 milhões, destinados a atender às demandas das bases eleitorais dos 82 deputados e senadores que compõem a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Cada um dos titulares e suplentes da comissão custou individualmente ao governo o compromisso de liberação imediata de R$ 3 milhões em emendas parlamentares.

Mas o "preço por cabeça" na operação política que brecou os reajustes salariais dos servidores públicos e o pretendido aumento real das aposentadorias acima do salário mínimo acabou ficando mais alto, por conta da oposição. Preocupado com as eleições municipais do ano que vem e com o baixo poder de fogo da bancada oposicionista diante da maioria governista, o DEM aproveitou a oportunidade e exigiu que a cota de RS 3 milhões fosse estendida a cada um de seus 27 deputados, e não apenas aos seis que são da comissão.

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"O que o nosso pessoal fez foi negociar a liberação de um limite mínimo de recursos ao partido, e o governo cumpriu o compromisso", conta o presidente nacional do DEM e senador José Agripino (RN). Apesar de a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ter saído de férias depois de comandar os acertos na Comissão de Orçamento, Agripino atesta que o governo está empenhando os R$ 3 milhões em emendas individuais da oposição e diz que isto não é favor nenhum. "A base pediu muito mais".

Na primeira quinzena de dezembro, a presidente Dilma já havia aberto o cofre e empenhado R$ 1,596 bilhão das emendas de deputados e senadores apresentadas ao Orçamento de 2011 para votar a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que garante ao governo a possibilidade de movimentar livremente 20% das verbas públicas. O bônus prometido e liberado aos integrantes da Comissão do Orçamento foram somados a essa liberação.

Impacto

Um integrante do primeiro escalão diz que o Planalto ainda não contabilizou o custo da aprovação do Orçamento do ano que vem, mas destaca que os acordos e promessas envolvem cifras elevadas, especialmente em se tratando dos aliados.

O corte de R$ 50 bilhões do Orçamento de 2011, promovido pela presidente Dilma Rousseff diante das ameaças da crise fiscal na Europa, gerou um passivo político com a base aliada. A escassez de recursos para bancar as emendas dos parlamentares acirrou os ânimos no Congresso e na Comissão do Orçamento.

Na reta final da votação da proposta orçamentária, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), por exemplo, "levou no grito" a inclusão na peça orçamentária de R$ 53 milhões em obras de infraestrutura urbana da área metropolitana da capital cearense. O peemedebista confirma que brigou para levar dinheiro ao Ceará.

E isto, sem falar na cota individual de R$ 3 milhões que, segundo ele, estão sendo empenhados para obras de pavimentação, urbanização e saneamento no interior cearense, onde ele foi o deputado mais votado.

"Minha briga não foi paroquial. Briguei pelos interesses do Estado, que está muito mal em malha viária", diz o deputado. Forte se justifica, lembrando que, à última hora, o relator Arlindo Chinaglia (PT-SP) "pôs mais R$ 170 milhões para o Rodoanel de São Paulo no Orçamento de 2012".

Da mesma forma que o presidente do DEM, o deputado do PMDB também afirma que o governo foi "muito correto" com ele, apressando liberações e empenhando recursos para bancar as obras no Ceará, em troca do voto para aprovar o Orçamento sem os aumentos que oneravam o Tesouro. Mas dezenas de deputados governistas ainda circularam em Brasília nesta semana entre o Natal e o Ano Novo, queixando-se do não cumprimento dos acordos e procurando ajuda federal para prefeitos aliados.

Invisível

Mapear os atendimentos feitos é tarefa quase impossível até para os líderes partidários que têm acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e fazem o acompanhamento dos pleitos das bancadas. O mecanismo mais utilizado para apressar a liberação dos R$ 3 milhões de cada parlamentar, distribuindo-os entre prefeituras que ajudaram a elegê-lo, fica invisível aos olhos do Siafi. No geral, os ministros empenham o dinheiro diretamente nos convênios vigentes com as prefeituras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator do Orçamento da União, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), apresentava as mudanças em seu parecer preliminar no fim da manhã, na Comissão Mista do Orçamento. Para conseguir que a votação seja ainda hoje, Chinaglia aumentou de R$ 13 milhões para R$ 15 milhões o valor que cada deputado e senador poderá destinar por meio de emendas individuais. Segundo o relator, a mudança será compensada com a redução de recursos disponíveis para os relatórios setoriais.

Outra alteração feita por Chinaglia foi carimbar para a área da saúde a nova emenda criada por ele para beneficiar municípios com até 50 mil habitantes. Antes, as cidades poderiam gastar esse dinheiro em até oito setores. Agora somente poderão escolher como aplicá-los dentro da saúde. Serão R$ 2,2 bilhões destinados a quase 5 mil pequenos municípios.

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Chinaglia também confirmou a emenda que prevê ganho real para aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo desde que haja um acordo entre o governo, centrais sindicais e entidades representativas. Essa mudança não garante um reajuste acima da inflação porque sequer foi reservado recurso para atender a essa demanda.

Diante das concessões, a previsão é de que a votação do parecer preliminar aconteça nas próximas horas. Após essa fase, abre-se prazo para a apresentação de emenda e o relatório final deve ser votado em meados de dezembro.

O relator geral do Orçamento de 2012, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), apresentou hoje seu relatório preliminar na Comissão Mista de Orçamento (CMO) propondo a criação de um novo tipo de emenda para tentar beneficiar diretamente municípios com até 50 mil habitantes. Os recursos, de R$ 2,2 bilhões, serão destinados justamente no ano em que os eleitores vão as urnas para escolher os prefeitos e vereadores. A ideia precisa ainda ser aprovada pela comissão, o que pode acontecer na próxima semana. O presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), já manifestou apoio.

A proposta do petista é que a destinação dos recursos seja decidida por meio de assembleias realizadas em cada cidade com coordenação das prefeituras e das câmaras municipais. Se não for realizada uma audiência e comunicado à comissão o resultado até o dia 23 de novembro, o dinheiro daquela cidade será carimbado para a área da saúde. Essa sistemática é semelhante ao modelo de orçamento participativo que é defendido pelo PT e aplicado em algumas administrações do partido.

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Os recursos serão divididos tendo em relação o número de habitantes. As cidades com até 5 mil moradores receberão R$ 300 mil. As com até 10 mil habitantes, R$ 400 mil, as de até 20 mil, R$ 500 mil, e as cidades de até 50 mil habitantes terão R$ 600 mil. Segundo Chinaglia, serão 4.953 municípios beneficiados que, juntos, têm uma população de 65 milhões de habitantes.

O petista nega que o fato de 2012 ser um ano eleitoral possa desvirtuar a ideia. "Não posso transformar a eleição num problema. Se um prefeito está mal avaliado, você acha que R$ 300 mil vai mudar isso?", questiona. Ele destacou ainda que, ao destinar recursos para todos os municípios, não há possibilidade de se privilegiar aliados do governo federal. Questionado se o prefeito ou outros políticos das cidades não poderão se declarar "dono" da obra feita com o recurso, Chinaglia minimizou. "Se eu for trabalhar em cima do vício, não consigo fazer nada. Se acontecer isso, é o mesmo risco de quando você faz outra transferência de recursos federais para Estados e municípios".

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou hoje seu parecer de receitas em relação ao Orçamento de 2012 com uma previsão de receita líquida R$ 25,6 bilhões maior do que a prevista pelo governo. Ele alterou parâmetros econômicos para o próximo ano prevendo uma inflação maior e um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo do previsto.

O relatório aumenta de 4,8% para 6,0% a previsão da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano de 2012. Há uma mudança para cima também em relação à taxa de câmbio média. O governo previa o dólar a R$ 1,64, enquanto o relator usou a taxa de R$ 1,80. Em relação ao crescimento econômico, Gurgacz reduziu a previsão de 5% para 4,5% em 2012. Ele também baixou a previsão da Selic (taxa básica de juros) média para o ano que vem de 12,5% para 10,5%.

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Para o senador do PDT, mesmo com o crescimento menor que o previsto inicialmente, a inflação e o câmbio puxarão as receitas do governo para cima. Ele também reviu os parâmetros de arrecadação para cima analisando o crescimento deste ano. Segundo Gurgacz, a arrecadação está crescendo acima do previsto, o que teria impacto positivo nas receitas também em 2012.

O relatório do senador aumenta de R$ 1,097 trilhão para R$ 1,127 trilhão a previsão de receita bruta. Em relação à receita líquida, o aumento é de R$ 911,7 bilhões para R$ 937,3 bilhões. Esses R$ 25,6 bilhões a mais poderão ser usados pelo relator geral, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e pelos relatores setoriais para atender a demandas como emendas parlamentares e até aumentos salariais, como pleiteia o Judiciário, em especial.

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