Tópicos | operadoras de saúde

Operadoras de saúde serão obrigadas a informar porcentuais de cesáreas e partos normais de hospitais e médicos de sua rede a todos consumidores que fizerem a solicitação. A medida passa a valer num prazo de 180 dias contados a partir desta quarta-feira, 7, quando será publicada resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar para tentar frear o aumento de partos cesarianos. Os porcentuais têm de ser divulgados até 15 dias depois de feita a solicitação.

Além das informações sobre tipos de parto, a resolução determina que médicos sejam obrigados a fazer o partograma, um relatório médico detalhado sobre todo o procedimento. Sem ele, o pagamento do parto da operadora para o prestador de serviço não será realizado.

##RECOMENDA##

"Temos de romper com essa epidemia de cesáreas. Natural é parto normal", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao anunciar as medidas. Em 2013, 84,5% dos nascimentos na rede de saúde suplementar ocorreram por cesárea. Em 2004, o porcentual era de 74%. O ministro observa ter havido também na rede pública um aumento do número desse tipo de procedimento: 40%. "Ele às vezes é necessário, não estamos dizendo o contrário. Mas não nesse porcentual."

O partograma somente será dispensado em casos especiais, como partos de emergência. Mesmo assim, o profissional terá de fazer um relatório detalhado sobre todo procedimento. As informações contidas no partograma poderão ser analisadas por auditorias realizadas pelas operadoras de saúde. "Se a operadora entender que etapas não foram seguidas, ela poderá glosar o pagamento. É tudo que a operadora quer", disse o presidente da ANS, André Longo.

A resolução determina também que a gestante receba um cartão com dados sobre seu pré-natal. Um instrumento que, avaliam, pode auxiliar tanto a paciente quanto o profissional que venha a atendê-la. "Ela trará informações sobre o parto, algo que pode trazer maior tranquilidade para a paciente", disse Longo.

As informações sobre os porcentuais de cesáreas de instituições de saúde e de profissionais podem ajudar a paciente, avalia o ministério, na escolha do profissional que irá acompanhá-la durante a gestação. As operadoras também serão obrigadas a prestar informações sobre a média alcançada por sua empresa. Caso os dados não sejam divulgados, a multa será de R$ 25 mil.

Chioro criticou a autorização concedida pelo Conselho Federal de Medicina, de 2012, para que seus profissionais cobrem uma taxa de acompanhamento caso a mulher decida fazer o parto normal. "Ela é ilegal, e deve ser denunciada", disse. O ministro disse considerar inadmissível que a indicação de um procedimento médico cirúrgico seja feita de acordo com a disponibilidade de tempo do médico ou a regulação econômica. "A medicina não é para isso. Não podemos aceitar isso como normal."

A resolução é fruto da junção de dois textos que haviam sido colocados em consulta pública. "As medidas, sozinhas, não vão resolver o problema. Faz parte de uma estratégia maior", disse o ministro.

Os núcleos regionais da diretoria de fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos Estados de Mato Grosso, Pará e São Paulo aplicaram hoje 30 multas a operadoras de saúde. No total, as penalidades ultrapassam a marca de R$ 3,4 milhões. As decisões foram publicadas no Diário Oficial da União desta segunda-feira (1°).

A multa de valor mais elevado - R$ 900 mil - foi aplicada pelo núcleo da ANS em Mato Grosso à Associação dos Servidores Civis do Brasil (ASCB), por exercer atividade de operadora de plano de saúde sem a autorização de funcionamento da ANS.

##RECOMENDA##

Em São Paulo, a multa mais alta foi aplicada à Unimed Paulistana Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico, por redimensionar a rede hospitalar, por redução, com a exclusão do Hospital Santa Catarina.

No Pará, a maior multa de hoje - R$ 160 mil - foi aplicada à Unimed de Belém Cooperativa de Trabalho Médico, por descumprimento de contrato ao deixar de incluir em cônjuge e filha de beneficiário como dependente do plano e operar produtos de forma diversa do registrado.

O dia Mundial do Direito do Consumidor será comemorado nesta sexta-feira (15) e aproveitando a data, o Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (PROCON) publicará um ranking negativo – pesquisa que informa as empresas que tem mais reclamações por parte dos consumidores. Planos de saúde, operações financeiras, telefonia móvel e companhia de energia lideram a análise.

O setor que mais tem sido questionado constantemente pelos cidadãos é o de Operadoras de planos de saúde. O coordenador geral do PROCON-PE José Rangel, critica a falta de mobilização por parte da Agência Nacional de Saúde (ANS). “Nenhuma medida foi tomada pela ANS até o presente momento, essas empresas não estão lidando com bens materiais e sim, com vidas” afirmou.

##RECOMENDA##

De acordo com a advogada Gabriela Guerra - especialista na área do direito á saúde – a falta de segurança, informação, marcação de consultas, falta de médicos e alguns dos tópicos a que se remetem as reclamações referentes aos convênios médicos. “Negativa de coberturas, demora no atendimento, reajustes abusivos nas mensalidades e exames modernos não cobertos pela falta de atualização das tabelas de procedimentos”, pontuou. 

A especialista conta ainda que é necessária uma mudança na conduta das operadoras de planos de saúde, de forma a garantir a aplicação de todos os direitos já reconhecidos, há mais de 20 anos, pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Lei de Planos de Saúde. “Só com isso o consumidor brasileiro terá motivos para comemorar nesta importante data”, finaliza Gabriela.  

 

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando