O diretório nacional do PT convocou na manhã desta sexta-feira, 4, via redes sociais, uma reunião extraordinária, às 10 horas, na sede do partido, localizada região central de São Paulo, para definir as ações em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula é o principal alvo da operação Aletheia, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), 24ª etapa da Operação Lava Jato, e presta depoimento em uma delegacia da PF no Aeroporto de Congonhas, na zona sul São Paulo.
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Segundo o convite a militantes e simpatizantes, a reunião terá a presença do presidente nacional do PT, Rui Falcão, do presidente estadual Emídio de Souza "e definirá as ações das próximas horas", informa. "O momento é de mobilização total".
Indignação
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou como "absurda" a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinada pela 24ª fase da Operação Lava Jato. O petista disse que deputados e senadores do PT vão seguir para São Paulo para acompanhar o caso.
"Isso é um espetáculo. Por que chamar uma condução coercitiva? Nessa discussão toda querem desgastar e desmoralizar o nosso candidato (a presidente) em 2018", criticou o senador, em rápida entrevista ao Broadcast Político antes de embarcar para a capital paulista. "Achamos isso um fato gravíssimo, a Lava Jato virou uma coisa para destruir o PT", protestou.
'Golpe de estado'
Na opinião do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), a condução coercitiva do ex-presidente é uma "ilegalidade flagrante". Para o parlamentar, um dos mais próximos de Lula, a Polícia Federal está sequestrando o ex-presidente por ordem do juiz federal Sérgio Moro, a quem o parlamentar chamou de "fascista".
"Condução coercitiva se faz quando alguém se recusa a depor, mas não houve qualquer intimação da Justiça ou do Ministério Público Federal", afirmou Damous, que é ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro.
"O que a PF está fazendo é um sequestro por ordem de um juiz fascista de Curitiba", emendou, referindo-se ao juiz Sérgio Moro, que autorizou a condução de Lula.
Para o parlamentar, "é possível" que a Polícia Federal esteja fazendo uma operação casada entre a operação de hoje contra Lula e o vazamento de suposta delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), revelada ontem pela revista IstoÉ. Na suposta colaboração, o senador petista teria citado tanto Lula como a presidente Dilma Rousseff.
"No meu entendimento, está em andamento um golpe de estado, patrocinado pelo sistema de Justiça e grandes meios de comunicação. É uma ilegalidade flagrante de um obscuro juiz de Curitiba, que está pondo o País de joelhos, com essa articulação midiática e de setores do Estado", afirmou Damous.