Tópicos | Olimpíada de 2016

A Olimpíada de 2016, no Rio, terá o maior esquema de segurança da história dos Jogos e a maior mobilização policial já registrada no Brasil em tempos de paz, com 85 mil agentes, sendo 47 mil das polícias Civil e Militar, Polícia Federal e Defesa Civil e 38 mil das Forças Armadas. Ao todo, o esquema vai custar R$ 1,5 bilhão aos cofres do governo federal.

O plano foi divulgado nesta quinta-feira, no Rio, por autoridades federais e estaduais e representantes do Comitê Rio-2016. Ao todo, 9,6 mil militares da Força Nacional de Segurança vão trabalhar nas 33 instalações de competição, centros de mídia e de treinamento e locais de hospedagem de atletas, e no circuito de revezamento da tocha olímpica. Mais 6 mil seguranças particulares, estima o Comitê Rio 2016, também vão atuar em sedes de provas olímpicas.

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"O efetivo empregado não está diretamente relacionado a questão de ameaça. Esse é o maior evento de todos, com a maior quantidade de competições, de atletas, de países. A segurança das instalações também passou a ser uma atividade do serviço público, o que aumentou o número de funcionários empregados", ressaltou o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Augusto Passos Rodrigues.

Até o momento, entretanto, não há indicação de que a Força Nacional de Segurança vai atuar em comunidades cariocas durante o evento. "Não identificamos essa necessidade, e nem o governador (Luiz Fernando Pezão)", disse o general Luiz Felipe Linhares, representante do Ministério da Defesa. Segundo ele, os Jogos Olímpicos serão o "clímax" na área de segurança de todos os grandes eventos que o Rio já sediou. "Estamos prontos para atuar em grandes eventos desse porte", garantiu.

Uma novidade da competição será um centro antiterrorismo com profissionais de países com delegações na competição, todos especialistas no assunto. "Em situações normais, não temos indicações que sejamos alvo de grupos extremistas", disse o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura. Segundo ele, agentes da Polícia Federal e da Abin já realizam monitoramento permanente para combater ações terroristas no Brasil.

O presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, assegurou neste sábado, em Toronto, que a revisão de custos pela qual passa a entidade não irá prejudicar a realização dos Jogos Olímpicos do próximo ano. A entidade, que é a responsável por organizar os Jogos, vem fazendo cortes de gastos para tentar não estourar o orçamento.

Orçado inicialmente em R$ 7 bilhões, os recursos do comitê vêm exclusivamente da iniciativa privada. Mas, devido a fatores como a variação cambial e o momento da economia brasileira, esse valor já está estimado em R$ 7,4 bilhões, o que obriga a entidade a rever suas planilhas.

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"É uma dinâmica que o Comitê Rio-2016 tem para poder ter equilibradas as suas finanças. Há necessidade em algumas áreas de aumento de recursos, e há outras em que um equacionamento tem que ser feito. E é isso que está sendo feito desde que nós ganhamos e será assim até os Jogos", minimizou Nuzman.

Para não aumentar o risco de enfrentar dificuldades financeiras, o comitê está mexendo no planejamento de algumas áreas, como alimentação e transporte. Membros do Comitê Olímpico Internacional, por exemplo, deverão ter alimentação semelhante à dos trabalhadores do Rio-2016. Apenas atletas terão comida diferenciada.

As mudanças, garante Nuzman, não afetarão a realização dos Jogos. "Isso é feito por todas as cidades. Todos os comitês organizadores fazem dessa maneira, assim como aqui em Toronto eles fizeram também. É uma dinâmica natural e não pode ser diferente, porque ninguém consegue em sete anos, quando ganha (o direito de sediar a Olimpíada), ter todos os seus elementos e números financeiros adequados."

As declarações do dirigente foram dadas ao lado de autoridades brasileiras durante uma entrevista coletiva concedida no centro de imprensa dos Jogos Pan-Americanos. O evento contou com as presenças do ministro do Esporte, George Hilton, do secretário estadual de Esporte do Rio, Marco Antônio Cabral, do presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro de Carvalho, e do presidente interino da Autoridade Pública Olímpica, Marcelo Pedroso.

Durou exatos três meses a gestão técnica do PRB à frente do ministério do Esporte. Nesta quarta-feira, o segundo principal cargo abaixo do ministro George Hilton (PRB-MG) será assumido por um dirigente partidário não apenas ligado ao partido, mas que também era ligado à TV Record e, consequentemente, à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Trata-se de Carlos Geraldo (PRB-PE), ex-presidente da Record News e da Record Rio, que assume a secretaria nacional de Esporte de Alto Rendimento. Sem qualquer experiência no esporte, ele será o responsável por todo o legado esportivo dos Jogos do Rio-2016, incluindo a preparação dos atletas para a Olimpíada.

Até o ano passado, o PCdoB controlava o Esporte. Além do ministro Aldo Rebelo, a pasta tinha outros dois homens-fortes lá dentro: o secretário-executivo Luis Fernandes e o secretário de Alto Rendimento, Ricardo Leyser. Na reforma ministerial para o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o PCdoB pediu a pasta de Ciência e Tecnologia. Técnico da área, Luis Fernandes acompanhou Aldo até lá.

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Quando a decisão de alocar o PRB no ministério foi anunciada, a escolha foi alvo de críticas vindas de todas as partes: confederações (em reservado), atletas e até mesmo políticos ligados ao esporte, como o hoje presidente da Frente Parlamentar Mista de Esporte, João Derly (PCdoB), questionaram a escolha.

Sem nenhuma experiência no esporte, George Hilton, deputado federal por Minas Gerais, pareceu ter caído de paraquedas no ministério. Bombardeado de críticas, num primeiro momento tomou a decisão de se cercar de técnicos, escolhendo Leyser para a secretaria-executiva e Ricardo Trade para o Alto Rendimento. Os dois estavam em cargos "trocados" (Leyser vinha trabalhando com esporte de alto rendimento e Trade com organização de grandes eventos), mas prometiam trabalhar em sinergia.

Desde o discurso de posse, Hilton expressou que o legado que queria deixar à frente do ministério seria na área de Educação, Lazer e Inclusão Social. Não à toa, escalou para a pasta um dos principais articuladores do PRB, Carlos Geraldo, presidente do partido em Pernambuco.

A situação começou a mudar quando começaram a surgir as primeiras notícias dando conta de que Ricardo Trade assumiria como CEO da Confederação Brasileira de Vôlei. Anunciado em janeiro, ele só foi nomeado secretário de Alto Rendimento no dia 25 de fevereiro. Até então, não apareceu em Brasília. Depois disso, foi assumindo as funções aos poucos.

Passaram-se duas semanas e Trade continuou assinando como secretário de Alto Rendimento, sem compromissos públicos e sem contato com a imprensa. Desde que George Hilton assumiu o ministério, a secretaria não apresentou nenhuma medida efetiva, sequer assinou convênios.

O ministro George Hilton disse entender a escolha de Trade, anunciada na terça-feira, e desejou-lhe boa sorte. A decisão, afinal, é boa também para Hilton. Livre das críticas do início do ano, pode começar a abrir as portas do Esporte para o PRB. Na secretaria que era de Carlos Geraldo, fica Evandro Garla, ex-deputado distrital pelo PRB. Três das quatro principais cadeiras do ministério já estão com o partido.

A venda de ingressos para os Jogos Olímpicos de 2016 já começou. Previsto para ser liberado às 14 horas desta terça-feira, o link para a solicitação de bilhetes foi liberado pelo Comitê Rio-2016 pouco depois das 11 horas. Nesta fase, os ingressos poderão ser solicitados até o dia 30 de abril. A ordem do pedido não influi na distribuição das entradas, já que as mesmas serão confirmadas apenas após sorteio.

A reportagem acessou o site rio2016.com/ingressos por volta das 13 horas para simular uma compra e o processo transcorreu normalmente. Não houve registro de lentidão do sistema. Ao escolher uma das quatro regiões que terão competições, o próprio site já marca todos os esportes disponíveis. É preciso desmarcar as opções não desejadas.

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Nesta etapa, a solicitação de compra só pode ser feita mediante cartão de crédito ou débito da bandeira Visa. É necessário informar todos os dados para a cobrança, mas o valor só será debitado em junho caso a pessoa seja contemplada no sorteio.

A busca para garantir um dos 7,5 milhões de ingressos para os Jogos Olímpicos de 2016 começa oficialmente no início da tarde desta terça, quando o Comitê Rio abre a primeira fase da venda de ingressos pela internet. Todos que solicitarem bilhetes nesta etapa terão seus pedidos confirmados ou não por sorteios. A previsão do comitê é que o link para solicitação de bilhetes seja liberado às 14 horas.

Os pedidos poderão ser feitos até o dia 30 de abril, e a data em que eles forem realizados não terá nenhuma influência no sorteio. Assim, não há necessidade em correr para acessar o portal rio2016.com/ingressos, o que poderia causar lentidão no site - repetindo o que aconteceu em 2013 quando foi aberta a primeira fase da venda de ingressos para a Copa do Mundo.

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"Estamos preparados para o caso de haver um alto número de acessos", informou o Comitê Rio-2016. "O brasileiro tem o costume de querer o ingresso logo no primeiro dia."

Quem se inscrever até o fim do próximo mês terá duas chances de conseguir um ingresso, já que participará de um primeiro sorteio em junho e, caso não seja contemplado, de um segundo em agosto.

Os demais terão de esperar até outubro, quando será aberta a etapa de venda direta com os ingressos remanescentes - e aí sim por ordem de chegada. Desde janeiro, quando o Rio-2016 abriu um "cadastro de interesse" em seu site, mais de 350 mil pessoas se inscreveram para receber informações sobre os esportes olímpicos.

"A gente está fazendo todo o esforço para que, no mínimo, o número de cadastrados seja o mesmo dos que solicitem ingressos", afirmou Mario Andrada, diretor de comunicação do comitê.

Os esportes mais procurados até o momento são vôlei, futebol, natação, atletismo, basquete e ginástica artística. O cadastro de interesse, contudo, não dá nenhuma garantia de aquisição de ingresso.

Do total de bilhetes que serão colocados à venda, mais da metade (3,8 milhões) serão oferecidos a até R$ 70, mas alguns ingressos chegam a custar R$ 1.200. As entradas mais baratas são uma tentativa de evitar que se repita o que aconteceu nos Jogos de Londres, em 2012, quando mais de um milhão de ingressos para o torneio de futebol acabaram encalhados.

O futebol não é uma preocupação do Rio-2016 - a disputa entre capitais para serem subsedes da modalidade é uma prova disso -, mas esportes menos badalados no País merecem atenção especial da entidade.

"A gente não tem receio (de encalhe), mas é claro que nos esportes menos conhecidos a gente vai ter de caprichar, contando a história, divulgando melhor quem são os grandes medalhistas, de onde vêm, os ídolos, os heróis, os segredos", considerou Andrada.

Apesar de não citar as modalidades, existe uma preocupação do Rio-2016 com a procura de ingressos para as competições de hóquei sobre grama, badminton, golfe, entre outros, de pouco apelo entre os brasileiros. Alguns esportes ainda poderão ser acompanhados gratuitamente, como, por exemplo, remo e ciclismo de estrada.

FRAUDE - Há duas semanas, os organizadores dos Jogos informaram ter detectado uma tentativa de fraude na venda de ingressos. Algumas pessoas procuraram o Rio-2016 para informar que haviam recebido telefonemas e e-mails com ofertas de ingressos a preços bem abaixo de tabela, além de "pacotes de hospitalidade" - que, oficialmente, só serão colocados à venda a partir do segundo semestre.

Nesta segunda-feira, Andrada reiterou que as denúncias continuam sendo investigadas. "Nossa equipe de segurança está agindo sigilosamente", assegurou.

O Comitê Rio 2016 denunciou nesta quarta-feira a existência de um "golpe" na oferta de ingressos para a Olimpíada. Bilhetes casados com hospitalidade estariam sendo oferecidos por e-mails ou telefonemas. O Rio 2016 confirmou a fraude com pelo menos 20 pessoas que foram abordadas para a compra fantasiosa. "Estamos diante de um golpe e é preciso alertar o público de que a venda não começou", disse o diretor de comunicação da Rio 2016, Mario Andrada.

Pelo cronograma estabelecido pela Rio 2016 e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), as vendas passam por etapas. Em 31 de março, os interessados começam a pedir os bilhetes pelo site do Rio 2016. Em junho, haverá o primeiro sorteio. Em agosto, o segundo.

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"Muita gente não caiu nessa história porque soube ponderar. Uma oferta de 70 reais para uma competição de atletismo é totalmente irreal. O atletismo é um esporte nobre nos Jogos", comentou Andrada.

O dirigente informou que as investigações sobre o golpe já começaram, mas não deu detalhes. "Temos uma equipe de segurança, que contempla todas as esferas de governo, e o caso está com eles, silenciosamente", declarou o diretor da Rio 2016.

O comitê vai colocar pacotes à venda provavelmente no segundo semestre deste ano. Mas não definiu ainda quais os critérios adotará.

As autoridades brasileiras antidoping estão confiantes na liberação do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD). Depois de uma reunião com membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), na noite desta quinta-feira, Marco Aurélio Klein, secretário da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), se mostrou confiante de que laboratório brasileiro será recredenciado

Em razão de erros sucessivos nos resultados de exames, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), suspendeu o LBCD, antigo Ladetec, em 2013. A recuperação da credencial o quanto antes é necessária dada a proximidade dos Jogos Olímpicos, que vão exigir uma grande demanda de testes.

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Em uma conferência marcada para maio, a Wada vai decidir se volta a credenciar o LBCD, projetando a atuação nos Jogos Olímpicos. "Passamos nos quatro primeiros verificações (da Wada) e estou confiante que vamos ter sucesso no último", explicou Klein. O teste decisivo ocorre em março.

Especialistas que participaram do controle de dopagem na Olimpíada de Londres cooperaram com os trabalhos para recredenciar o LBCD e também estão otimistas, segundo Klein. "Eles afirmaram que estamos melhores do que eles estavam antes da Olimpíada de 2012", ressaltou.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, voltou a reiterar que todas as obras previstas para os Jogos Olímpicos de 2016 estão dentro do prazo, mesmo que a segunda atualização da Matriz de Responsabilidade, divulgada pela Autoridade Pública Olímpica (APO) nesta quarta-feira, traga os custos de 75% do total de obras previstas - o que significa que o processo de licitação do restante ainda está em andamento ou não foi sequer iniciado.

Até o momento, o custo da Olimpíada está orçado em R$ 6,6 bilhões, dos quais 64% são oriundos do setor privado. O montante considera apenas as obras necessárias para a realização dos Jogos, não incluindo as intervenções para infraestrutura da cidade.

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Paes declarou que ainda não há uma previsão de em quanto irá fechar a conta. "Isso só vamos saber quando acabar (a Olimpíada)", admitiu. Ele assegurou, porém, que "não irá aumentar muito", uma vez que os 25% faltantes seriam referentes a "obras mais simples", sobretudo instalações temporárias.

"O mais importante é que nós sabíamos que haveria um aumento porque novos projetos foram incluídos na Matriz", disse Paes, referindo-se ao acréscimo de R$ 100 milhões em relação ao documento anterior.

Do total de R$ 6,6 bilhões já orçados para obras, R$ 4,24 bi (64%) são oriundos do setor privado. Em comparação à primeira atualização da matriz, publicada em julho do ano passado, cinco novos projetos foram acrescentados - dois relativos ao campo de golfe, dois à região de Copacabana e um ao Riocentro. Os projetos são referentes a instalações de energia elétrica. Em compensação, as obras de entorno do Engenhão saíram do documento e vão compor o orçamento do "legado", como a prefeitura do Rio se refere às obras de infraestrutura que ficarão para a cidade.

"O entorno do Engenhão, a área dos galpões, não é do estádio, é daquela região. A gente acha que aquilo tem muito mais a ver com legado", considerou Paes, ao justificar a retirada da obra da Matriz de Responsabilidade.

Sobre o andamento das obras, o prefeito afirmou que "está tudo em dia", incluindo o velódromo. Iniciada apenas no segundo semestre do ano passado, a instalação chegou a estar três semanas atrasada em relação ao cronograma em dezembro, "mas agora está na mão", assegurou o prefeito.

Até agora, o vôlei é o esporte que mais tem despertado interesse para os Jogos Olímpicos, revelou o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016, em evento nesta

terça-feira. Desde que o pré-cadastro da aquisição de ingressos foi aberto, há quase duas semanas, 174.658 pessoas se inscreveram no site do Comitê. Do total de cadastrados, 27% demonstraram interesse pelo vôlei. O futebol vem na sequência, com 21,9%, seguido de natação, com 21%, e atletismo, 20,6%.

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Na outra ponta, golfe, canoagem slalom e hóquei de grama obtiveram o menor índice de procura por bilhetes até o momento, com por volta de 1% cada. De acordo com o Comitê Rio-2016, até o início dos Jogos serão realizadas iniciativas para popularizar esses esportes, que ainda são pouco conhecidos pelo público brasileiro.

A entidade revelou ainda que veio do Rio o maior número de inscrições: 37%. Em seguida, está São Paulo, com 29%, e Minas Gerais, com 6%. Por enquanto, não é possível adquirir os bilhetes, apenas indicar os esportes favoritos. Dessa forma, as pessoas passam a receber e-mails dos organizadores com detalhes sobre as competições apontadas. O processo de compra começa a partir de março.

O vôlei brasileiro, esporte que representa a maior chance de medalhas do País nos Jogos Olímpicos de 2016, pode ser suspenso por um ano de partidas internacionais, afetando de forma profunda a preparação da equipe para o evento no Rio. A crise ainda promete abrir um caos sem precedente na modalidade no Brasil, afetando o vôlei feminino e o vôlei de praia, além de várias competições.

Na semana passada, uma crise sem precedentes foi aberta no esporte brasileiro. A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) anunciou punições ao treinador Bernardinho e alguns atletas da seleção por conta das polêmicas em que se envolveram durante o Mundial da modalidade, em setembro. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em resposta, criticou o presidente da entidade internacional, o também brasileiro Ary Graça. Segundo a confederação, a punição foi uma retaliação às denúncias de corrupção contra Graça.

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Mas, como forma de protesto, a CBV anunciou que estava abandonando a organização da fase final da Liga Mundial, que estava agendada para ocorrer no Brasil. A FIVB deixou claro que, se o Brasil mantiver sua decisão de não organizar as finais da Liga Mundial de 2015, um procedimento disciplinar será aberto. Por enquanto, a entidade prefere não revelar qual será a punição. Mas suas regras são claras.

Segundo o artigo 15.5 do Código de Disciplina da FIVB, o "fracasso em organizar uma competição" resulta em quatro sanções. A primeira delas é a suspensão do Brasil de "participar de competições internacionais" por "até um ano". O tamanho da sanção depende da importância do torneio que foi abandonado pelo país. No caso do Brasil, trata-se de um dos eventos de maior relevância no calendário.

A retaliação poderia afetar os times brasileiros justamente às vésperas da Olimpíada e em uma modalidade que tem chances de trazer quatro ouros para o anfitrião, duas no vôlei de quadra (masculino e feminino) e outras duas no vôlei de praia (entre homens e mulheres).

Existe ainda uma importante multa. Além de uma cobrança que varia entre US$ 44 mil (R$ 120 mil) a US$ 110 mil (R$ 300 mil), o Brasil terá de "reembolsar as taxas, gastos e perdas de renda" do evento à entidade internacional. Se não bastasse, a confederação nacional terá de pagar sobre esse valor uma taxa de juros de 1% ao mês a partir do dia do cancelamento do evento. A conta, ao final, ficaria na casa dos milhões de dólares.

Outra medida disciplinar prevista é a suspensão do Brasil por quatro anos da organização de qualquer tipo de evento internacional. Isso certamente afetaria etapas do Grand Prix e do vôlei de praia.

Mas a polêmica maior seria a Olimpíada de 2016, no Rio. Teoricamente, a FIVB poderia também suspender o evento. Mas, no Comitê Olímpico Internacional, ninguém acredita que a FIVB dê um "tiro no pé" anulando sua própria competição em seu momento mais importante. "Existem contratos com patrocinadores e dezenas de compromissos", alertou um membro do Comitê Organizador dos Jogos do Rio. "Ninguém no COI acha que serão loucos a esse ponto", disse.

NEGOCIAÇÃO - Mesmo assim, diante da crise aberta, a estratégia adotada pela FIVB agora é a de tentar negociar uma saída para a crise com o Brasil. Fontes da entidade com sede na Suíça indicaram à reportagem, com exclusividade, que estão negociando um entendimento com os cartolas brasileiros e que, em janeiro, reuniões serão convocadas para tentar dar um ponto final à crise e tentar manter o torneio mundial no Brasil em 2015.

"Isso é algo sem precedentes", declarou Richard Baker, porta-voz da FIVB. "Estamos buscando esclarecimentos com o Brasil", insistiu. Segundo ele, os contatos neste momento estão ocorrendo por e-mails e telefonemas. Mas consultas formais serão lançadas no início de 2015. "O processo completo de esclarecimento vai começar no início de janeiro", disse. "Dependendo de como avançar, vamos estabelecer um prazo".

Apesar de deixar uma janela aberta para a negociação, Baker deixou claro que, se um entendimento não for atingido, a FIVB "vai abrir um procedimento disciplinar" contra o Brasil. "Não há como prever qual pode ser a decisão", disse. "Mas insisto que o cancelamento do evento é algo que jamais ocorreu", alertou.

"O evento denominado finais da Liga Mundial 2015 é um dos principais eventos anuais da Federação Internacional de Voleibol e não pode ser tratado dessa forma", completou a FIVB.

Robert Scheidt fechou a Aquece Rio, evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2016, em quarto lugar da classe Laser, neste sábado, na Baía de Guanabara, no Rio. A competição, além de acontecer no local de disputas da próxima Olimpíada, serviu como preparação o Mundial de Vela, principal objetivo desta temporada, marcado para ocorrer entre os dias 8 e 21 de setembro, em Santander, na Espanha.

Dono de cinco medalhas olímpicas (dois ouros, duas pratas e um bronze), além de 14 títulos mundiais, entre Laser e Star, o velejador foi apenas o oitavo colocado na medal race, resultado que o deixou em quarto lugar na classificação geral, com 51 pontos perdidos. A vitória ficou com o australiano Tom Burton, com 33. O pódio foi completado pelo holandês Rutger Van Schaardenburg (43) e pelo britânico Nick Thompson (47.8).

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"Comecei bem a regata, com chances de medalha. Passei a primeira boia em terceiro lugar, mas no primeiro vento de popa escolhi o lado esquerdo para me defender do holandês (Van Schaardenburg) e o vento começou a entrar mais forte pelo lado direito. Foi um momento, uma decisão que custou o pódio. Em instantes, caí da terceira para a oitava colocação", disse Scheidt, ao lamentar os problemas encarados neste sábado.

Para completar, Scheidt admitiu que precisará treinar forte para chegar ao Mundial em boas condições de brigar por medalhas no Mundial. "Devo trabalhar mais na velejada em condições como a da raia de fora da Baía de Guanabara, com ventos fortes e mar muito mexido", afirmou o brasileiro.

O Comitê Rio 2016 anunciou, nesta segunda-feira (4), ter vendido até o momento R$ 2,4 bilhões em patrocínios para a organização dos Jogos Olímpicos. O valor representa cerca de 70% dos R$ 3,5 bilhões que a entidade espera arrecadar junto a empresas para pagar as contas do comitê, orçadas em R$ 7 bilhões.

Pelo planejamento da entidade, metade dos recursos precisam vir de patrocínios, enquanto o restante do valor será arrecadado com a venda de ingressos, serviços e doações do Comitê Olímpico Internacional (COI).

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O volume arrecadado até o momento é considerado positivo pelo Comitê Rio 2016. Segundo Renato Ciuchini, diretor executivo comercial da entidade, a Copa do Mundo acabou sendo benéfica. "Quem não participou da Copa quer participar da Olimpíada", destacou o executivo.

Ainda segundo Ciuchini, após o Mundial realizado no Brasil, entre junho e julho deste ano, quatro novos patrocínios foram assinados, e outros três estão alinhavados.

ESCLARECIMENTO - No mesmo evento em que o Comitê Rio 2016 anunciou os R$ 2,4 bilhões já garantidos com patrocínios para a Olimpíada no Rio, Marcus Vinicius Freire, superintendente executivo de Esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), esclareceu, no fim de sua explanação, que a mudança do nome da entidade para Comitê Olímpico do Brasil ocorre, por enquanto, apenas somente na marca - "no nome fantasia".

A mudança oficial de nome ainda precisa passar por trâmites burocráticos, mas deverá ser oficializada até a realização da Olimpíada. Cerca de meia hora mais cedo, o dirigente disse que o COB resolveu alterar a marca para Comitê Olímpico do Brasil por avaliar que a modificação na nomenclatura irá aproximar o torcedor da entidade.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apresentou nesta quarta-feira (23), no Rio, as metas do "Time Brasil" para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Com investimentos públicos e privados que devem atingir US$ 600 milhões (R$ 1,327 bilhão) no quadriênio - o maior da história -, a expectativa é a de que o País alcance pelo menos a décima colocação no quadro geral de medalhas.

Pelo cálculo do COB, o Brasil terá que praticamente dobrar o número de conquistas em relação à Olimpíada de 2012, quando o País terminou a competição com 17 pódios. "Nossa meta é o Brasil ser Top 10 no número total de medalhas", afirmou Marcus Vinícius Freire, o Marcão, superintendente executivo de Esportes da entidade. Ele prevê que aproximadamente 400 atletas brasileiros disputarão a competição - já há 300 vagas garantidas.

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Para alcançar o objetivo, o COB e as diversas federações esportivas que comandam as modalidades olímpicas no País preveem arrecadar R$ 1,327 bilhão em investimentos através do ministério do Esporte, Lei Agnelo Piva e patrocínios até o fim do quadriênio entre os Jogos de Londres e os do Rio. Segundo Marcão, o valor já está próximo disso.

QUADRO DE MEDALHAS - O COB leva em consideração a soma das medalhas de ouro, prata e bronze, e não apenas o número de ouros - que é utilizado na Olimpíada como primeiro critério para estabelecer a ordem dos países no quadro de medalhas. Pela metodologia do comitê brasileiro, o País ficou em 15º lugar nos Jogos de Londres, mas para o Comitê Olímpico Internacional (COI) a real colocação foi o 22º, com três ouros.

Independentemente do cálculo utilizado, o COB já traçou seu objetivo. "Temos uma meta de ganhar medalhas em pelo menos dez modalidades. A nossa média é de sete", destacou Marcão. "Nosso planejamento tem dois verbos: tornar e manter. Tornar o Brasil uma potência olímpica em 2014, e manter para os Jogos de 2020, 2024, 2028."

Ex-medalhista olímpica no vôlei de praia, Adriana Behar explicou que o COB monitora o desempenho dos atletas e que já tem um estudo que mostra a chance real de o País alcançar entre 28 e 30 medalhas em 2016. Para tanto, é "vital" chegar ao pódio no vôlei, vôlei de praia, judô e vela, que historicamente têm tido bom desempenho. Medalhas no futebol, tanto masculino quanto feminino, também são esperadas. A entidade também considera modalidades como boxe e ginástica como potenciais para pódio.

O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, se manifestou de forma dura nesta terça-feira para criticar a preparação do Rio para a Olimpíada de 2016. O dirigente australiano qualificou a mesma como "a pior" que já viu para uma edição dos Jogos, mas assegurou que não há um "plano B" ao assegurar que a grande competição, de fato, acontecerá na capital fluminense.

No último dia 10, o COI anunciou uma verdadeira intervenção na preparação do Rio para poder assumir parte significativa do comando das obras do evento, com a contratação até mesmo de uma consultoria independente que irá avaliar diariamente o andamento dos trabalhos. A decisão ocorreu depois que o presidente da entidade, Tomas Bach, passou a ser pressionado por federações esportivas que denunciaram atrasos preocupantes.

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E, nesta terça-feira, durante fórum realizado em Sydney, na Austrália, Coates afirmou que o COI foi obrigado a promover medidas "sem precedentes" junto ao Comitê Rio 2016 para que as obras sejam concluídas dentro dos prazos estabelecidos. Ele enfatizou que a entidade precisou criar uma força-tarefa especial porque "a situação era crítica" na preparação para a Olimpíada.

"O COI adotou uma postura de 'mãos na massa', o que é sem precedentes (na história da entidade), mas não há plano B. Nós estamos indo para o Rio", afirmou o dirigente, que depois acrescentou: "Nós temos ficado muito preocupados, eles (organizadores dos Jogos) não estão prontos de muitas formas. Temos de fazer isso (o evento) acontecer e essa é a abordagem do COI, você não pode fugir disso".

As declarações de Coates foram reproduzidas por meio de um comunicado divulgado pelo Comitê Olímpico Australiano (AOC, na sigla em inglês), no qual ele ainda comparou a situação do Rio com a vivida por Atenas em sua preparação para a Olimpíada de 2004.

"Acho que a situação é pior do que em Atenas. Até agora, os preparativos da capital grega haviam sido os piores que eu já vi", afirmou Coates, que já realizou seis viagens ao Rio como responsável pela comissão coordenadora do COI que supervisiona a preparação da capital fluminense.

Embora a preparação de Atenas tenha sofrido com atrasos, os gregos conseguiram entregar os locais de competição e as obras de infraestrutura dentro do prazo estabelecido pelo COI, que neste mês anunciou uma série de medidas para acelerar a organização dos Jogos. Entre elas está a criação de um comitê organizador formado não apenas por dirigentes brasileiros, mas também por membros do governo do País e do COI. Outra medida será a designação de Gilbert Felli, diretor executivo do COI para Jogos Olímpicos, para viajar de forma regular ao Rio para controlar a situação.

Tomas Bach ainda revelou, no último dia 10, que o COI contrataria um administrador de projetos para acompanhar diariamente as obras no Rio, algo inédito em um evento olímpico. Para completar, três grupos de trabalho seriam formados para estudar cada um dos aspectos do evento.

Um novo livro do jornalista britânico, Andrew Jennings, levanta suspeitas de que o Rio de Janeiro teria comprado votos no COI para ser sede dos Jogos de 2016. A sugestão de que houve um propina faz parte do livro "Omerta" que o britânico acaba de publicar nesta semana, contando detalhes dos bastidores da cartolagem internacional.

A base da acusação é a constatação de que um dia antes da votação em 2009 para saber que cidade ficaria com a sede dos Jogos, o polêmico Jean Marie Weber foi visto na festa de gala do COI, em Copenhague.

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Weber havia sido apontado pela Justiça suíça por ser a pessoa que fazia pagamentos de propinas a cartolas de todo o mundo e fechava acordos secretos em sintonia com João Havelange, nos anos em que o brasileiro havia sido presidente da Fifa. Weber também foi o homem que o então chefe da Adidas nos anos 70, Horst Dassler, estabeleceu para intermediar os negócios e até ajudar a eleger Havelange em 1974 como presidente da Fifa.

Em 2009 no evento do COI, tanto Weber quanto Havelange estavam uma vez mais no mesmo local. "João convenceria um número suficiente de membros do COI e Jean Marie Weber distribuiria o dinheiro", indica o autor. Jennings, porém, não traz provas de que o dinheiro teria sido pago e nem quem teria recebido. "Havelange sabia o preço de todos os membros do COI", aponta o livro, citando o fato de que ele esteve envolvido no esporte por 46 anos e que havia "atuado por décadas" ao lado de Weber.

Segundo o livro, Weber, mesmo apontado pela Justiça suíça como tendo feito parte do esquema de corrupção dentro da Fifa, ganhou uma credencial do COI com direito a permanecer dentro do hotel Marriott, onde estavam os membros do Comitê Executivo do COI que votariam para escolher a sede de 2016. Já os jornalistas ficaram de fora do hotel.

"Ele (Weber) conhecia a todos, especialmente os membros mais antigos dos dias que fazer parte da entidade era uma entrada a propinas de cidades candidatas", escreveu. "Isso nunca acabou. A única mudança é que os negócios eram feitos de forma mais discreta".

OURO - O livro não se resume aos problemas no COI e traz diversos detalhes ainda sobre a gestão de Havelange no comando da Fifa. O autor, por exemplo, conta como o brasileiro desembarcava no Brasil durante o período em que foi presidente da Fifa com uma mala repleta de barras de ouro e usava o fato de ter um passaporte diplomático para não ser revistado.

Segundo o jornalista, o brasileiro fazia a viagem com as barras de ouro em média cinco vezes por ano. Numa mala de alumínio eram colocados sempre um valor de cerca de US$ 30 mil em ouro. Jennings cita um ex-funcionário da Fifa como fonte de sua informação e aponta que, na volta, Havelange a utilizava para trazer café em pó e distribuir aos funcionários da entidade em Zurique.

CASTOR DE ANDRADE - No livro, Jennings ainda traz uma carta que Havelange teria dado ao bicheiro Castor de Andrade, como uma espécie de apresentação quem ousasse o atacar. Escrita em 2 de outubro de 1987, a carta insiste nos benefícios que Castor de Andrade traz à sociedade e elogia sua "lealdade". "Castor de Andrade é respeitado e admirado por seus amigos, por sua educação e seus feitos", diz.

"Eu autorizo Castor de Andrade a usar essa declaração em sua conveniência", diz a carta. "Sou o presidente da Fifa e Castor é uma personalidade reconhecida do esporte no Rio". "Aqueles que o atacam talvez ignoram essa lado positivo de sua personalidade", indicou.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) está preocupado com a falta de coordenação entre os organizadores dos Jogos de 2016, no Rio, e o governo federal. Nas próximas semanas, o novo presidente da entidade, Thomas Bach, viajará à capital carioca e a Brasília para se reunir com a presidente Dilma Rousseff para pedir um maior envolvimento do governo na organização do evento.

"O que será crucial e essencial no caso do Rio é garantir uma cooperação entre os diferentes níveis de governo e com o comitê organizador", declarou Bach, nesta terça-feira, em uma entrevista coletiva. "Para garantir isso, eu vou viajar com uma delegação a Brasília e Rio antes dos Jogos de Sochi para falar com a presidente Dilma e outros níveis do governo para garantir e encorajar cooperação entre esses entidades", disse o presidente do COI.

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Bach, porém, reconheceu que o Rio exibiu um "grande progresso" com relação ao plano de organização do evento e no que se refere à infraestrutura, mas destacou que a cobrança precisa existir por parte do COI. "Isso é necessário para ter um evento com sucesso e atender os prazos", defendeu.

O presidente do COI também alertou nesta terça-feira que o Rio não pode perder um só dia nesta sua corrida contra o tempo para conseguir organizar com sucesso a próxima Olimpíada. "Ao mesmo tempo, temos que reconhecer que não há nenhum momento para perder e que todo esforço tem de ser feito todos os dias em obras de construção e infraestrutura para levar os trabalhos adiante", disse.

Usain Bolt confirmou nesta quarta-feira (4) que planeja se aposentar após disputar a Olimpíada de 2016, no Rio. O velocista jamaicano voltou a fazer história no mês passado, em Moscou, onde se tornou o maior vencedor da história do Mundial de Atletismo, ao chegar ao total de oito medalhas de ouro, e agora deixou claro que projeta deixar as pistas de forma vitoriosa, e não em decadência como acontece com muitos atletas de elite.

Embora detenha os recordes mundiais das provas dos 100 e 200 metros e seja bicampeão olímpico destas duas distâncias, Bolt segue colocando metas para a sua assombrosa carreira. A principal delas agora é brilhar nos Jogos de 2016, mas antes disso ele espera poder quebrar novamente o recorde mundial dos 200 metros no próximo ano, quando talvez também busque um ouro no Commonwealth Games, evento conhecido como Jogos da Amizade.

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Ao comentar a sua participação na Olimpíada de 2016, Bolt revelou, em entrevista coletiva: "Creio que será um bom momento para me aposentar, por cima e depois de dominar por tanto tempo". Entretanto, o atleta enfatizou que precisa seguir conquistando feitos para ser lembrado para sempre como um dos maiores esportistas de todos os tempos.

"Se quero estar entre os grandes, como (Muhammad) Ali e Pelé, e todos estes caras, tenho que seguir dominando até que me aposente", completou o jamaicano, que nesta sexta-feira irá fechar a sua temporada participando da prova dos 100 metros da etapa de Bruxelas da Diamond League, a última deste ano.

O homem mais rápido do mundo disse que tinha o objetivo de se tornar uma lenda, meta que diz ter conquistado com seu desempenho na Olimpíada de Londres, no ano passado. E Bolt destacou que buscará, nos Jogos do Rio, "algo que ninguém nunca fez, que é ganhar pela terceira vez seguida o ouro nos 100 metros e nos 200 metros" em uma Olimpíada.

Antes disso, porém, jamaicano tem outras metas a cumprir. Nesta quarta-feira, ele disse ser "possível" bater seu recorde mundial dos 200 metros, de 19s19, mas reconheceu ser "muito complicado" superar a sua marca mundial dos 100 metros, de 9s58. "Se eu conseguir me manter sem lesões, talvez vocês poderão ver eu batendo um novo recorde", avisou.

Para esta etapa final da Diamond League, Bolt ressaltou que espera "correr o mais rápido que puder, competir ao máximo e oferecer o melhor espetáculo possível". Desta forma, ele quer fechar em grande estilo a sua temporada depois de ter vencido a prova dos 100 metros de forma apertada na penúltima etapa da Diamond League, em Zurique, no fim do mês passado.

Naquela ocasião na Suíça, ele cravou o tempo de 9s90, superando por pouco o também jamaicano Nickel Ashmeade (9s94) e o norte-americano Justin Gatlin (9s96), que completaram o pódio. "Agora me sinto bem melhor", destacou o lendário velocista, proporcionado expectativa de que pode atingir mais um feito histórico de sua espetacular carreira nesta sexta-feira, em Bruxelas.

Em sua última entrevista coletiva às vésperas do fim de seus 12 anos no comando do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge fez um alerta ao Rio e pediu, nesta quarta-feira, que as obras para os Jogos de 2016 sejam aceleradas, principalmente o aeroporto. Mas, assim como fez a Fifa em relação à Copa do Mundo, ele opta por se distanciar das críticas no Brasil em relação aos custos do grandes eventos esportivos e aponta que não foi ele quem pediu para que o governo usasse dinheiro público na Olimpíada.

Para Rogge, a utilização de "dinheiro público é uma decisão soberana de cada governo que organiza os Jogos". Ou seja: o uso de dinheiro público não foi um pedido nem uma exigência do COI ao Rio.

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Quatro anos depois que o Rio recebeu o direito de sediar o evento, a cidade ainda não sabe qual será o orçamento do evento. Em 2009, falou-se que poderia custar R$ 27 bilhões em obras e mais US$ 7 milhões na parte operacional. Mas ninguém duvida que o valor agora será superior.

A atitude de Rogge é similar a que foi adotada pela Fifa durante a Copa das Confederações diante dos protestos nas ruas, insistindo que não foi a entidade quem pediu para levar o evento ao Brasil e não foi ela quem exigiu os investimentos que o País está fazendo.

O belga deixa seu cargo em setembro, quando ocorre a eleição para o futuro presidente da entidade. Entre seus principais legados está a decisão de levar o evento pela primeira vez à América do Sul, no Rio, em 2016.

Mas, no COI, nem todos pensam como Rogge. Parte da entidade e os próprios candidatos ao comando estimam que as queixas dos brasileiros "precisam ser escutadas". Os novos dirigentes chegam a declarar que a entidade terá de modificar a forma pela qual as cidades são escolhidas.

Rogge, porém, prefere dar como solução às críticas uma maior comunicação para que os benefícios do evento sejam explicados. "Investimentos públicos não são para o curto prazo ou para as semanas dos Jogos ou o mês da Copa. Os investimentos são para longo prazo e vão ajudar as comunidades", declarou.

Questionado se não temia ser alvo dos mesmo protestos que a Fifa sofreu no mês passado, Rogge insistiu que a solução é "explicar ao público que os investimentos irão gerar um legado sustentável". "Os Jogos são para o bem e ajudam a sociedade. Isso precisa ser explicado", declarou, aproveitando para destacar que também aposta que a Copa do Mundo será um "grande sucesso".

COBRANÇAS - Se Rogge deixa o poder, ele não sai sem antes fazer um alerta ao Rio. "Os trabalhos tem caminhado. Mas há muito o que deve ser obtido antes de 2016", alertou. "Estamos pedindo que acelerem (os trabalhos)", insistiu.

Um dos pontos de preocupação de Rogge é o aeroporto internacional do Rio. "Pedimos que haja uma aceleração do aeroporto", insistiu. O COI teme que, diante de uma infraestrutura pouco adequada para receber turistas, o evento se transforme apenas em uma festa brasileira.

A Infraero garante que as reformas estão ocorrendo, justamente para aumentar a capacidade dos terminais e poder receber mais de 44 milhões de passageiros por ano.

Rogge ainda contou como o COI chegou a estar preocupado com a falta de avanços nas obras para a área das disputas do golfe da Olimpíada, algo que já teria sido resolvido, e ainda apontou que a questão da segurança num evento dessa dimensão será "sempre uma prioridade".

FIM - Mas o belga não se arrepende de ter levado o evento pela primeira vez para a América do Sul. "Continuo otimista e não há questão sobre a qualidade dos Jogos".

Sempre sério e com um ar de monarca, Rogge deixa o COI numa situação bem mais confortável do que aquela que ele assumiu. O belga limitou o número de esportes e atletas nas olimpíadas, justamente para que os custos do evento fossem mantidos a um certo nível.

O projeto de adicionar um novo esporte em 2016 foi abandonado nesta semana, justamente para evitar o que Rogge chama de "inflação" nos custos do evento.

Pelo menos quatro modalidades pediam a introdução de novas disciplinas: a federação de ciclismo queria a disputa do BMX estilo livre. No triatlo, a meta era revezamento misto. O judô queria disputa por equipes. Mas o grande favorito era o basquete 3x3.

Rogge, porém, não sairá sem mais uma decisão a ser tomada: a escolha da sede de 2020. Tóquio e Madri aparecem como as favoritas. Mas Istambul quer entrar para a história como a primeira a levar os Jogos para uma região do mundo que jamais sediou o evento esportivo, algo que atrai Rogge.

Tendo conduzido seis edições dos Jogos Olímpicos, Rogge deu neste mais um sinal de sua diplomacia: garantiu que jamais irá declarar que um evento foi o melhor da história.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) se manifestou em relação à onda de manifestações que está ocorrendo no Brasil, sendo muitas delas criticando os gastos públicos feitos para ajudar organização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. Ao falar sobre o assunto, a entidade disse que é "totalmente favorável a protestos pacíficos" e garantiu estar confiante de que a Olimpíada de 2016, no Rio, irá trazer maiores benefícios para a cidade e para o País.

Os investimentos públicos que já estão sendo feitos para organização dos Jogos Olímpicos também entraram no alvo de manifestantes nos últimos dias, embora hoje o foco esteja na Copa das Confederações e no Mundial, que apenas por meio da construção de novos estádios já provocaram gastos na casa dos bilhões.

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Por meio de um comunicado, porém, o COI destacou que a Olimpíada de 2016 "irá trazer benefícios significantes para toda população do Rio, melhorando a cidade em termos de transporte, infraestrutura e habitação social, assim como trazendo um considerável legado esportivo para o Brasil".

A entidade ainda enfatizou que as pesquisas feitas recentemente indicaram que a maioria dos brasileiros apoia a realização dos Jogos Olímpicos no Rio, apesar dos protestos atuais contra os altos gastos implementados para realização dos grandes eventos que o Brasil abrigará nos próximos anos.

"Somos sempre totalmente favoráveis a protestos pacíficos e continuamos confiantes na capacidade dos Jogos como um poderoso catalisador para melhorar o mundo através do esporte", ressaltou o COI.

Uma das maiores preocupações do Comitê Olímpico Internacional (COI), o complexo esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio, que vai abrigar a disputa de nove modalidades na Olimpíada de 2016, está prestes a sair do papel - pelo menos no projeto, porque as obras só devem começar em 2014. Nesta quarta-feira, após a abertura do último dos envelopes na licitação de Deodoro, o consórcio Vigliecca Marobal ficou em primeiro lugar na soma das notas financeira e técnica.

Ainda há prazo para recurso e todos os consórcios concorrentes informaram que vão recorrer. O prazo para isso termina no próximo dia 29 e ainda não há previsão para o anúncio oficial do governo. O Vigliecca Marobal, no entanto, formado pelo escritório de arquitetura paulista Vigliecca & Associados e a portuguesa Marobal Engenharia de Instalações Elétricas, terminou a última etapa da licitação na liderança, com nota final de 90,99 pontos.

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O segundo colocado, consórcio Deodoro 16, teve 85,05 pontos, seguido por Arquipélago (84,67 pontos) e Piasi (81,34 pontos). O governo do Rio exigia no edital da licitação - para contratação do consórcio que vai fazer o plano geral urbanístico e os projetos básico e executivo do complexo de Deodoro - o pagamento máximo de R$ 37,57 milhões, que serão custeados pelo governo federal. O consórcio que fez

a melhor proposta financeira foi o Piasi, formado por cinco empresas, de R$ 27,39 milhões. Por isso, o consórcio ganhou pontuação máxima no quesito financeiro (100 pontos), que tem peso de 40% na nota final.

O Vigliecca Marobal propôs a segunda melhor oferta financeira, de R$ 31,59 milhões, mas havia oferecido, segundo a comissão de licitação do governo do Rio, a melhor proposta técnica. Com isso, ficou em primeiro na nota final. A partir da data de assinatura do contrato, o prazo para a entrega dos projetos é de 11 meses.

ATRASOS - No começo de maio, durante uma das etapas da licitação, o secretário estadual de Casa Civil, Régis Fichtner, informou um novo prazo para o início da construção: só no ano que vem. Na ocasião, ele previu que o contrato com o consórcio vencedor seria assinado até o fim deste mês. "As licitações das obras devem ficar para o final do ano. Começar a construção, só no ano que vem", disse à época.

Em junho de 2012, após uma cobrança do COI, o então diretor-geral do Comitê Organizador Rio 2016, Leonardo Gryner (agora diretor-geral de operações), havia afirmado que a construção começaria em 2013, o que não aconteceu.

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