Tópicos | Jacques Rogge

Responsável por abrir o envelope e anunciar a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, Jacques Rogge, ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) entre 2001 e 2013, depois presidente de honra da entidade, morreu neste domingo (29), aos 79 anos. A causa da morte não foi divulgada.

O anúncio foi feito em Lausanne, na Suíça, em comunicado oficial da entidade. "É com grande tristeza que o Comitê Olímpico Internacional (COI) anuncia o falecimento do ex-presidente do COI, conde Jacques Rogge. Ele tinha 79 anos", anunciou a entidade. Rogge foi o oitavo presidente do COI, de 2001 a 2013, após o qual se tornou presidente honorário. Foi casado com Anne e deixa um filho, uma filha e dois netos.

##RECOMENDA##

Cirurgião ortopédico formado em medicina esportiva, era fã de esportes desde a infância. Atleta talentoso, Rogge foi campeão belga de rúgbi e representou seu país na seleção nacional. Ele foi 16 vezes campeão nacional belga e campeão mundial de vela. Também competiu na vela em três edições dos Jogos Olímpicos, em 1968, 1972 e 1976, na classe Finn.

"Triste com a morte do ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge. Foi um grande entusiasta das Olimpíadas do Rio e deixa em nossa memória um momento inesquecível da história de nossa cidade!", lamentou Eduardo Paes, prefeito do Rio.

Antes de chegar ao COI, Rogge dirigiu os Comitês Olímpicos da Bélgica e da Europa, até ser eleito presidente do COI em 2001. Ainda serviu como Enviado Especial para Jovens, Refugiados e Esportes nas Nações Unidas.

"Em primeiro lugar, Jacques amava o esporte e estar com os atletas. E ele transmitiu essa paixão a todos que o conheceram. Sua alegria no esporte era contagiante", lembrou Thomas Bach, atual presidente do COI. "Ele foi um presidente talentoso, ajudando a modernizar e transformar o COI. Ele será lembrado principalmente por ser o campeão do esporte juvenil e pela inauguração dos Jogos Olímpicos da Juventude. Ele também foi um defensor ferrenho do esporte limpo e lutou incansavelmente contra os males do doping."

Como sinal de respeito, a bandeira olímpica será hasteada a meio mastro por cinco dias na Casa Olímpica, no Museu Olímpico e em todas as propriedades do COI. A entidade pede para que os Comitês Olímpicos Nacionais e Federações Internacionais se unam neste gesto de lembrança e honra.

A família de Rogge pediu que sua privacidade seja respeitada neste momento. Após uma cerimônia familiar privada, um serviço memorial público acontecerá no final do ano, onde membros e amigos do Movimento Olímpico poderão relembrar sua vida e sua grande contribuição para o esporte.

O ex-esgrimista alemão Thomas Bach é o novo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele foi eleito nesta terça-feira pelos integrantes do comitê da entidade durante uma reunião na capital argentina, derrotando outros cinco candidatos. Advogado de 59 anos, Bach ocupa a vice-presidência do COI há 13 anos e é presidente do Comitê Olímpico Alemão. Neste novo posto, o primeiro desafio de Bach serão os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Medalha de ouro na Olimpíada de Montreal, em 1976, Bach preparou-se para este cargo durante esta última metade de sua vida, escalando postos dentro da organização encarregada por organizar os Jogos Olímpicos.

##RECOMENDA##

O novo presidente sucederá o belga Jacques Rogge, que na semana passada declarou que havia sido "divertido" exercer a presidência do COI, embora tenha lamentado pouco "tempo disponível para dormir" nestes últimos 12 anos de sua gestão.

Bach foi presidente da Câmara de Indústria e Comércio Árabe-Alemã, entidade que lhe deu acesso aos xeques árabes, que constituem desde a virada do século um dos principais investidores em esportes no mundo. Graças a estes vínculos forjou uma sólida amizade com o xeque Ahmed Al-Sabah, do Kuwait, que presidente o influente Conselho Olímpico Asiático. Bach, que é membro do COI desde 1981, contou com dois fortes padrinhos no início da carreira: Horst Drassler, fundador da Adidas, e Juan Antonio Samaranch, presidente do COI na época.

Apesar da influência que possui, Bach sofreu uma derrota política recentemente ao não conseguir emplacar Munique como a sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.

Em sua campanha para chegar à presidência do COI, Bach usou o slogan "unidade na pluralidade" e defendeu a realização de Jogos na África, continente que nunca foi anfitrião deste evento esportivo mundial.

DERROTADOS - O principal rival de Bach nesta disputa foi o porto-riquenho Richard Carrión, especialista em contabilidade e do business olímpico que comanda o Departamento de Auditorias do COI.

Carrión, presidente do Banco Popular de Puerto Rico e diretor da Reserva Federal de Nova York, que também é membro da Federação Internacional de Basquete desde 2010, apresentou-se como a alternativa "administrativa" de sucesso, já que ele ostenta o trunfo de ter negociado, em 2002, - e conseguido - o contrato dos direitos de transmissão com a rede de TV americana NBC pelo valor de US$ 4,3 bilhões até 2020. No total, deste que está no cargo, Carrión negociou um total de US$ 8 bilhões em contratos de TV.

O porto-riquenho era encarado como o homem que poderia garantir estabilidade econômica ao COI nestes tempos de crise mundial. Os ingressos conseguidos por Carrión superam todos os níveis anteriores da história do comitê.

Carrión não tem "pedigree" de atleta, já que nunca praticou esporte algum como competidor olímpico. No entanto, ele expressa preocupação pelo limite de 28 esportes para os Jogos. Mas concorda com o limite de 10.500 atletas que participam em cada Olimpíada.

Outro rival nesta disputa pela presidência do COI foi o ucraniano Sergei Bubka, atleta do salto com vara, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Seul em 1988 e quebrou recordes mundiais por 35 vezes. Figura mais respeitada entre os atletas, é membro honorário da Comissão de Atletas do COI. Presidente do Comitê Olímpico craniano, ele era o candidato mais jovem, com 49 anos.

A lista de aspirantes à presidência do COI também foi integrada pelo suíço Denis Oswald, que contava com a experiência de ter comandado durante longo tempo a Federação Internacional de Remo e a Associação de Federações Olímpicas de Verão.

Na segunda-feira, Oswald causou polêmica ao declarar a uma rádio da Suíça que Bach "utilizava sua posição de vantagem" para realizar seus próprios negócios. O porta-voz do COI, Mark Adams, tentou colocar panos quentes: "Entendo que (Oswald) disse algo mais do que queria dizer. E ele foi relembrado das normas de conduta para uma eleição".

Na lista de candidatos também estava o arquiteto taiwanês Ching Kuo Wu, de 66 anos, presidente da Associação Mundial de Boxe amador. Entre os seis candidatos, ele era o mais antigo membro do COI. Ele também era o candidato que mais insistiu na defesa dos direitos humanos por intermédio do comitê. Já o diplomata Ng Ser Miang, de Cingapura, era o candidato preferido dos países do extremo oriente.

CONSERVADOR - Os especialistas afirmam que o COI é marcado pelo conservadorismo, já que seus presidentes são renovados com pouca frequência. Em 119 anos de História, desde sua fundação pelo barão de Coubertin em 1894, o COI teve, até Jaques Rogge, um total de oito presidentes. A ONU também teve oito secretários-gerais, embora isso tenha ocorrido em menos da metade do tempo (51 anos).

O novo presidente do COI, que terá um mandato de oito anos, renovável por outros quatro, se deparará com uma série de desafios, entre os quais o combate ao doping, a revisão do programa esportivo, além da consolidação dos Jogos da Juventude, criados há poucos anos. Outro dos desafios é tentar realizar os Jogos Olímpicos na África, continente que nunca contou com esse evento esportivo mundial.

O COI teve como presidentes, desde sua fundação, o grego Dimitrios Vikelas (1894-1896), o francês Pierre de Coubertin (1896-1925), o belga Baillet-Latour (1925-1942), o sueco Johannes Sigfrid Edström (1946-1952), o norte-americano Avery Brundage (1952-1972), o irlandês Michael Morris Killanin (1972-1980), o espanhol Juan Antonio Samaranch (1980-2001) e o belga Jacques Rogge (2001-2013).

Do total de presidentes somente um (Brundage) não era do Velho Continente, sendo que o COI também nunca foi comandado por um asiático.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, afirmou nesta quarta-feira que o Rio "deve acelerar" algumas obras para estar pronto para receber a Olimpíada de 2016. Durante entrevista coletiva em Buenos Aires, na Argentina, o dirigente belga sustentou que ele e os membros da entidade possuem boas expectativas sobre as tarefas pendentes na cidade brasileira: "Somos otimistas de que serão feitas".

Na sequência, porém, Rogge fez uma ressalva. "Mas não podemos esquecer que o tempo passa rápido", disse o presidente do COI, levantando uma sobrancelha em sutil sinal de alerta sobre o prazo que resta na preparação para o Rio.

##RECOMENDA##

Um relatório interno do COI, divulgado na semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostrou a preocupação da entidade com o atraso na preparação do Rio, apontando que apenas metade dos projetos estaria em dia. Mas, publicamente, os dirigentes mostram confiança de que os prazos serão cumpridos.

Em sua última coletiva de imprensa como presidente do COI, Rogge, que passará seu cargo a um sucessor que será escolhido na terça-feira em Buenos Aires, evitou qualquer comentário sobre as chances das três candidatas que disputam a sede dos Jogos de 2020 em eleição marcada para sábado (Madri, Istambul e Tóquio). Ele afirmou que a entidade "não decide pela situação atual" de uma cidade ou um país. "Mas, sim, pela projeção de como estará daqui a sete anos", avisou.

Rogge declarou que os maiores desafios do novo presidente do COI serão a organização de bons Jogos Olímpicos, a luta contra o doping e assegurar financiamento necessário para a entidade. No entanto, admitiu que "o doping nunca desaparecerá totalmente". "Infelizmente, é como a criminalidade em relação à sociedade", lamentou.

Fazendo um balanço sobre os 12 anos em que esteve no comando do COI, Rogge disse que "nem sempre" se divertiu na liderança da entidade. Mas admitiu que "sempre" foi excitante. Segundo ele, sua partida o "emociona". Mas vai embora "sem nostalgia". Depois, em tom irônico, afirmou que a única coisa que não conseguiu realizar com sucesso nesse período foi seu desejo de "dormir de forma suficiente e deitar em horas decentes".

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, se pronunciou nesta segunda-feira sobre os recentes escândalos de doping que atingiram o atletismo e garantiu ver um lado positivo nesses casos. De acordo com o dirigente, os resultados positivos dos velocistas Tyson Gay, Asafa Powell e Sherone Simpson são decepcionantes, mas também uma prova de que os esforços para descobrir o uso de substâncias proibidas estão funcionando.

Os casos foram divulgados no último domingo, um mês antes do começo do Mundial de Atletismo de Moscou. "Estou naturalmente desapontado, e gostaria de reiterar a nossa política de tolerância zero contra o doping", disse Rogge. "É claro que a luta contra o doping pode nunca ser totalmente vencida, mas estes casos mostram mais uma vez a eficácia da forte, sofisticada e em constante evolução batalha contra o doping no esporte que está sendo travada pelo Comitê Olímpico Internacional e seus parceiros no Movimento Olímpico", completou.

##RECOMENDA##

Os casos de Gay, Powell e Simpson acontecem um mês após a jamaicana Veronica Campbell-Brown testar positivo para um diurético proibido. "Embora não sejam perfeitos, os métodos são cada vez melhores, com passaportes sanguíneos e a capacidade para testar os atletas em qualquer momento dentro e fora de competição provando ser eficaz na captura de fraudes para agir como impeditivo", disse Rogge. "Nós também mantemos as amostras por oito anos, para que as melhorias nos testes possam pegar fraudes após os Jogos acabarem".

Thomas Bach, que comanda as investigações do COI em casos de doping nos Jogos Olímpicos e é um dos vice-presidentes do comitê, disse que a última notícia é "decepcionante e encorajadora ao mesmo tempo". "Se toda a informação for confirmada no final do dia seria uma grande decepção que alguns atletas, obviamente, ainda não entenderam que há tolerância zero na luta contra o doping", disse o alemão. "Pegar as fraudes é importante, mas apenas um meio para o fim de proteger os atletas limpos".

"Ao mesmo tempo, a notícia de ontem é encorajadora porque prova que o sistema de teste está funcionando e nenhuma fraude está segura. A luta contra o doping leva tempo e nunca será encerrada, mas estamos lutando com todas as consequências necessárias", completou.

Gay foi o primeiro a vir a público no último fim de semana ao divulgar resultado de exame realizado pela Agência Antidoping dos Estados Unidos. Ele não revelou a substância detectada, fora de competições, mas antecipou que não participará dos próximos eventos, frustrando um esperado duelo com o jamaicano Usain Bolt na prova dos 100 metros no Mundial de Atletismo.

Logo após a revelação do norte-americano, Powell admitiu ter testado positivo para a substância oxilofrina, um estimulante que faz parte da lista das proibidas pela Agência Mundial Antidoping. O jamaicano não se classificou para a disputa dos 100 metros em Moscou.

O empresário do velocista também confirmou que Sherone Simpson, integrante da equipe jamaicana feminina que foi medalhista de prata no revezamento 4x100 metros na Olimpíada de Londres/2012, fora flagrado em testes realizados durante as seletivas. De acordo com o jornal The Gleaner, da Jamaica, outros três atletas foram pegos no doping. Os nomes ainda não foram confirmados, mas Allison Randall, do lançamento de disco revelou nesta segunda ter testado positivo.

Em sua última entrevista coletiva às vésperas do fim de seus 12 anos no comando do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge fez um alerta ao Rio e pediu, nesta quarta-feira, que as obras para os Jogos de 2016 sejam aceleradas, principalmente o aeroporto. Mas, assim como fez a Fifa em relação à Copa do Mundo, ele opta por se distanciar das críticas no Brasil em relação aos custos do grandes eventos esportivos e aponta que não foi ele quem pediu para que o governo usasse dinheiro público na Olimpíada.

Para Rogge, a utilização de "dinheiro público é uma decisão soberana de cada governo que organiza os Jogos". Ou seja: o uso de dinheiro público não foi um pedido nem uma exigência do COI ao Rio.

##RECOMENDA##

Quatro anos depois que o Rio recebeu o direito de sediar o evento, a cidade ainda não sabe qual será o orçamento do evento. Em 2009, falou-se que poderia custar R$ 27 bilhões em obras e mais US$ 7 milhões na parte operacional. Mas ninguém duvida que o valor agora será superior.

A atitude de Rogge é similar a que foi adotada pela Fifa durante a Copa das Confederações diante dos protestos nas ruas, insistindo que não foi a entidade quem pediu para levar o evento ao Brasil e não foi ela quem exigiu os investimentos que o País está fazendo.

O belga deixa seu cargo em setembro, quando ocorre a eleição para o futuro presidente da entidade. Entre seus principais legados está a decisão de levar o evento pela primeira vez à América do Sul, no Rio, em 2016.

Mas, no COI, nem todos pensam como Rogge. Parte da entidade e os próprios candidatos ao comando estimam que as queixas dos brasileiros "precisam ser escutadas". Os novos dirigentes chegam a declarar que a entidade terá de modificar a forma pela qual as cidades são escolhidas.

Rogge, porém, prefere dar como solução às críticas uma maior comunicação para que os benefícios do evento sejam explicados. "Investimentos públicos não são para o curto prazo ou para as semanas dos Jogos ou o mês da Copa. Os investimentos são para longo prazo e vão ajudar as comunidades", declarou.

Questionado se não temia ser alvo dos mesmo protestos que a Fifa sofreu no mês passado, Rogge insistiu que a solução é "explicar ao público que os investimentos irão gerar um legado sustentável". "Os Jogos são para o bem e ajudam a sociedade. Isso precisa ser explicado", declarou, aproveitando para destacar que também aposta que a Copa do Mundo será um "grande sucesso".

COBRANÇAS - Se Rogge deixa o poder, ele não sai sem antes fazer um alerta ao Rio. "Os trabalhos tem caminhado. Mas há muito o que deve ser obtido antes de 2016", alertou. "Estamos pedindo que acelerem (os trabalhos)", insistiu.

Um dos pontos de preocupação de Rogge é o aeroporto internacional do Rio. "Pedimos que haja uma aceleração do aeroporto", insistiu. O COI teme que, diante de uma infraestrutura pouco adequada para receber turistas, o evento se transforme apenas em uma festa brasileira.

A Infraero garante que as reformas estão ocorrendo, justamente para aumentar a capacidade dos terminais e poder receber mais de 44 milhões de passageiros por ano.

Rogge ainda contou como o COI chegou a estar preocupado com a falta de avanços nas obras para a área das disputas do golfe da Olimpíada, algo que já teria sido resolvido, e ainda apontou que a questão da segurança num evento dessa dimensão será "sempre uma prioridade".

FIM - Mas o belga não se arrepende de ter levado o evento pela primeira vez para a América do Sul. "Continuo otimista e não há questão sobre a qualidade dos Jogos".

Sempre sério e com um ar de monarca, Rogge deixa o COI numa situação bem mais confortável do que aquela que ele assumiu. O belga limitou o número de esportes e atletas nas olimpíadas, justamente para que os custos do evento fossem mantidos a um certo nível.

O projeto de adicionar um novo esporte em 2016 foi abandonado nesta semana, justamente para evitar o que Rogge chama de "inflação" nos custos do evento.

Pelo menos quatro modalidades pediam a introdução de novas disciplinas: a federação de ciclismo queria a disputa do BMX estilo livre. No triatlo, a meta era revezamento misto. O judô queria disputa por equipes. Mas o grande favorito era o basquete 3x3.

Rogge, porém, não sairá sem mais uma decisão a ser tomada: a escolha da sede de 2020. Tóquio e Madri aparecem como as favoritas. Mas Istambul quer entrar para a história como a primeira a levar os Jogos para uma região do mundo que jamais sediou o evento esportivo, algo que atrai Rogge.

Tendo conduzido seis edições dos Jogos Olímpicos, Rogge deu neste mais um sinal de sua diplomacia: garantiu que jamais irá declarar que um evento foi o melhor da história.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, afirmou nesta sexta-feira que desistiu da proposta de que seu sucessor no cargo seja remunerado. O belga se reuniu em São Petersburgo, na Rússia, com os seis candidatos oficiais à sua sucessão e ouviu deles que não têm interesse em receber salários.

O Comitê Executivo do COI ficou reunido durante três dias na Rússia e ali deliberou sobre diversos assuntos. A questão salarial era um deles. Rogge vai deixar o cargo em 10 de setembro, durante a assembleia geral da entidade, e havia sugerido que seu sucessor passasse a receber salário. Os seis candidatos, entre eles o ex-saltador Serguei Bubka, disseram que abrem mão da regalia.

##RECOMENDA##

Também foi discutida em São Petersburgo a inclusão de uma nova modalidade nos Jogos Olímpicos de 2020. Das sete candidatas, foram indicadas a luta, o beisebol/softbol e o squash, que vão disputar a escolha na assembleia geral, em setembro, em Buenos Aires.

Rogge disse que não vê falhas no sistema de escolha do programa olímpico, apesar de a luta ter sido recentemente excluída dos Jogos de 2020 e agora seja indicada a voltar. "A luta respondeu bem à exclusão", disse o dirigente, em referência às diversas mudanças na FILA (Federação Internacional de Luta, na sigla em inglês), incluindo a troca na presidência.

"Não se inclui um esporte novo simplesmente para incluir algo novo. Novidade não é o que importa. Qualidade é o que importa. O propósito é ter o melhor programa olímpico possível", explicou Rogge.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, manifestou nesta sexta-feira seu tributo ao britânico Andrew Simpson, morto aos 36 anos, na última quinta, durante um treino para a Americas's Cup, uma das principais provas da vela. Rogge, um ex-velejador belga, lamentou o ocorrido e disse que Simpson morreu "perseguindo sua paixão esportiva".

"Simpson era um velejador e um competidor olímpico altamente realizado, que morreu perseguindo sua paixão esportiva. Nossos pensamentos estão, naturalmente, com sua família e amigos, e, é claro, com seus tripulantes companheiros que devem estar devastados com esse trágico acidente", declarou o dirigente.

##RECOMENDA##

Na última quarta-feira, Simpson treinava com a equipe sueca da Artemis Racing para a America's Cup na Baía de São Francisco quando o catamarã que levava 11 tripulantes virou. O britânico ficou preso embaixo do barco por cerca de dez minutos. Os médicos ainda tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu e acabou morrendo.

"Toda a equipe Artemis Racing está devastada com o que aconteceu. Nossas condolências, de coração, estão com a família e a esposa de Andrew", disse o chefe da equipe, Paul Cayard. "É uma experiência chocante de se atravessar e temos muito o que fazer nos próximos dias para garantir o bem estar de todos."

Simpson conquistou duas medalhas olímpicas: ouro em Pequim, em 2008, e prata em Londres, no ano passado, sempre ao lado de Iain Percy. Nas duas Olimpíadas, a dupla britânica terminou à frente dos brasileiros Robert Scheidt e Bruno Prada, que foram prata em 2008 e bronze em 2012.

"Andrew era um velejador fantástico, que conseguia tirar o melhor de todo mundo que velejava com ele. Ele era muito apaixonado e sua falta será extremamente sentida por todos que fazem parte desta equipe. Nossos pensamentos vão para a família de Andrew", comentou o técnico da equipe olímpica britânica de vela, Stephen Park.

Além de Andrew, outros dez velejadores estavam no catamarã no momento do acidente, mas foram resgatados com vida. A Artemis Racing ainda não comentou se sua participação na America's Cup, marcada para ter início no dia 4 de julho, está confirmada. "O barco está sob controle, mas essa não é nossa maior preocupação. Estamos focados nas pessoas", disse Paul Cayard.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, cancelou uma viajem que faria ao Rio e não marcará presença em uma importante reunião que tratará dos preparativos da capital carioca para a Olimpíada de 2016. Mark Adams, porta-voz do COI, informou que médicos do dirigente o aconselharam a não realizar viagens longas depois de ter sido submetido recentemente a uma cirurgia no quadril.

Adams disse também que Rogge deseja permanecer na Suíça para supervisionar a limpeza da sede da entidade, em Lausanne, logo depois de uma inundação atingir o edifício do COI, que teve o fornecimento de energia elétrica cortado após um problema no encanamento do local.

##RECOMENDA##

Rogge tinha planejado passar este final de semana no Rio para acompanhar a visita que a comitiva da Associação Olímpica Britânica (BOA, na sigla em inglês) fará à capital carioca. Essa visita prevê uma série de encontros entre representantes do Comitê Olímpico Brasileiro e da entidade estrangeira, que irá compartilhar com os dirigentes do Brasil experiências vividas na organização da Olimpíada de Londres, realizada neste ano.

O porta-voz do COI disse que os médicos de Rogge lhe disseram que "descartaram viagens de trajetos longos depois da operação de quadril para uma pronta recuperação".

O certo é que a reunião entre representantes britânicos e brasileiro acontecerá menos de dois meses depois de o COB ter confirmado a demissão de nove funcionários, mandados embora por copiarem de forma ilegal arquivos do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres (Locog, na sigla em inglês) durante o período de disputa do evento. Elas faziam parte de um grupo de 24 pessoas, de um total de 200, que trabalhavam em Londres pela organização dos Jogos de 2016.

O Comitê Olímpico Internacional elogiou os organizadores britânicos por agir rapidamente para que milhares de soldados adicionais possam garantir a segurança na Olimpíada. Jacques Rogge disse que a elevada presença de seguranças nos Jogos "não estragará a diversão".

Faltando 11 dias para a cerimônia de abertura, Rogge acrescentou que os organizadores deram uma "boa demonstração de flexibilidade" para resolver o problema com empresa de segurança privada G4S que não conseguiu recrutar pessoal suficiente para proteger as sedes dos Jogos.

##RECOMENDA##

O problema forçou o governo britânico a usar cerca de 3,5 mil soldados adicionais, além dos 7,5 mil que já tinha atribuído para a Olimpíada. "Haverá uma quantidade extra de soldados e isso é algo que nos dá paz", disse Rogge. "Os soldados compensarão as pessoas da segurança que não puderam ser cedidos pela G4S".

A enorme operação de segurança inclui também aviões de combate RAF, colocação de mísseis em telhados e um porta-aviões no rio Tâmisa. Apesar das fortes medidas, Rogge disse que os Jogos não estão saturados de segurança, o que tem sido a prioridade do COI desde os ataques terroristas que mataram 11 atletas israelenses e técnicos nos Jogos de Munique, em 1972.

"Eles não vão andar a pé com metralhadoras," disse Rogge. "Eles estarão prontos para intervir e esta tem sido a política dos Jogos Olímpicos desde Munique/1972. A segurança sempre foi localizada, mas não será agressiva e não estragará a diversão".

Rogge disse que o comitê foi informado dos problemas de segurança e recebeu garantias do governo britânico de que todas as medidas foram implementadas. "Nós estamos agora no processo de solução de alguns problemas que surgiram", disse. "Nós ainda temos cerca de 10 dias em frente e estamos absolutamente seguros sobre o envio de tropas para compensar as pessoas que a G4S não ofereceu".

Rogge acrescentou ser comum que as cidades anfitriãs enfrentem problemas durante a fase final de preparação. "Os problemas encontrados aqui foram bem trabalhados", disse. "O que conta é a flexibilidade do comitê organizador e do governo quando há

alguma coisa e acho que foram muito flexíveis e se adaptaram bem".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando