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Uma barreira que se preze precisa de um spray, está é a característica introduzida pelos árbitros de futebol no momento de marcar as distâncias no campo para a batida de cobranças com um spray, inspirado na espuma de barbear e inventado por um brasileiro chamado Heine Allemagne.

Em 2014, o objeto se tornou uma verdadeira estrela durante a Copa do Mundo de futebol no Brasil. Cada árbrito tinha o seu spray para marcar a localização exata da bola e da barreira adversária para a cobrança de falta, a 9,15 metros de distância.

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Esta espuma branca desaparece após algumas dezenas de segundos, sem deixar vestígios. Ela é composta, essencialmente, de água e outros elementos, tais como o gás butano ou um derivado de óleo vegetal.

O spray vem da América do Sul. Duas pessoas reivindicam a invenção, o brasileiro de Minas Gerais Heine Allemagne e o argentino Pablo Silva durante a década de 2000, e, por fim, acabaram se aliando na empresa 9.15 Fairplay.

A espuma foi utilizada pela primeira vez no futebol de alto nível durante a Copa América de 2011 disputada na Argentina, antes de ser autorizada no ano seguinte pelo International Board, o órgão que regulamenta as regras do jogo.

A Fifa testou o spray durante as suas próprias competições em 2013, no Mundial Sub-20, e depois, no mesmo ano, no Mundial de Clubes em novembro.

E a espuma tem feito sucesso, segundo Massimo Busacca, chefe dos árbitros da FIFA que afirma depois destes dois torneios, em novembro de 2013: "este spray tem um efeito dissuasivo evidente. A distância regulamentar é respeitada a cada cobrança. Assim, nenhum cartão amarelo precisou ser distribuído nos dois torneios onde foi utilizado".

"O projeto com a Fifa só foi possível através da fusão dos dois países, Brasil e Argentina, que pela primeira vez na história jogaram no mesmo time", observa maliciosamente a empresa em um comunicado, brincando com a tradicional rivalidade entre as duas nações no futebol.

Outras empresas passaram a produzir a espuma para fornecer aos campeonatos nacionais.

A marcação traçada pela espuma evita as discussões e reduz a distribuição de cartões amarelos.

Isso não impediu o zagueiro brasileiro do PSG David Luiz de retirar com a mão a espuma que parecia interferir na sua batida, em fevereiro de 2015, numa partida contra o Chelsea válida pela Liga dos Campeões, quando o árbitro deu as costas.

Parapé, protetor de tórax e, agora, o capacete: o taekwondo aposta na tecnologia com sensores eletrônicos em todas estas peças, para garantir o espetáculo e evitar problemas de arbitragem.

Disciplina ainda jovem no programa olímpico, o taekwondo já fez a sua revolução. Tendo entrado nos Jogos Olímpicos de 2000 em Sydney, o esporte de combate que consiste em golpear com os pés ("tae") e os punhos ("kwon") ganhou uma primeira mudança há quatro anos nos Jogos de Londres.

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O protetor de tórax que protege o tronco passou a ser equipado com sensores eletrônicos para validar os golpes. Antes disso, cabia ao juiz validar um golpe. "O sistema eletrônico revolucionou completamente o nosso esporte. Não é mais avaliado pelos árbitros, já não caímos mais nos problemas vividos pelo boxe", por exemplo, comenta a medalhista olímpica francesa de 2012, Marlene Harnois. "Isso dá lugar a uma maior diversidade artística, os combate são mais aéreos. Mais espetacular", disse à AFP a ex-campeã que se tornou consultora.

Em 2012, os golpes no corpo eram exibidos em uma placa eletrônica e aqueles no rosto ainda dependiam da decisão do árbitro, muitas vezes contestados com apelo às imagens de vídeo. Assim, as lutas eram constantemente interrompidas.

Para os Jogos do Rio, o capacete foi equipado com sensores eletrônicos para manter o dinamismo. Estes sensores se apresentam sob a forma de um pen drive, mas mais pesados ​​e volumosos. O sistema foi lançado no Campeonato Mundial em 2015 e de lá até aqui sofreu alguns ajustes. O sistema está no parapé. A meia que deixa os dedos do pé livres contém sensores no calcanhar, sob o pé e na parte superior do pé.

Os golpes não estão mais sujeitos ao julgamento humano, com exceção de um, o pontapé na face. E o árbitro ainda é quem decide se foi um golpe com o pé para trás, golpe que vale mais pontos (4 contra 3 para um pontapé clássico). "Eles querem ficar nos Jogos Olímpicos quando fizeram um enorme trabalho para tornar o esporte mais espetacular e transparente", observa Harnois.

O Taekwondo - disciplina da Coreia do Sul que data da década de 1950 - mudou sua superfície de combate em 2013 para tornar-se octogonal e para ser mais 'fashion'. Os lutadores chegaram a ser equipados por um curto tempo com calças apertadas, mais femininas, mas a ideia foi logo abandonada uma vez que as proteções nas calças produziam o efeito oposto. Nessas olimpíadas, os competidores podem escolher a cor de suas calças.

Sem conseguir limpar a Baía de Guanabara, um dos compromissos assumidos pelo Rio de Janeiro para se tornar cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos-2016, as autoridades brasileiras criaram um sistema paliativo de emergência para as competições de vela: as "eco-barreiras".

Estas gigantescas e sólidas redes foram colocadas nos 17 rios que correm para a baía, ao pé do famoso Pão de Açúcar, com águas tropicais que cintilam sob o sol, mas que na verdade são como uma latrina gigante.

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Na Baía de Guanabara pode se encontrar de tudo: sacos e garrafas de plástico, pneus, eletrodomésticos, excrementos e até mesmo cadáveres. O tráfego portuário e a indústria petroquímica acrescentam sua camada nauseabunda.

As eco-barreiras são, portanto, as primeiras linhas de defesa contra a poluição da baía, porque a grande preocupação dos velejadores é com os grandes objetos flutuantes, capazes de retardar ou danificar seus barcos. Muito mais do que as bactérias super resistentes contidas nessas águas, de acordo com pesquisadores brasileiros.

"A poluição é um verdadeiro problema. Há de tudo na baía e isso pode afetar nossos resultados, nos retardar", disse recentemente à AFP o espanhol Santiago Lopez Vasquez, treinador da Nacra 17.

45 toneladas de lixo por mês

Antes do estabelecimento das eco-barreiras, as últimas pouco antes do início dos Jogos Olímpicos, uma frota de doze embarcações passou meses limpando as águas, removendo uma média de 45 toneladas de lixo por mês, ou uma tonelada e meia por dia, de acordo com as autoridades.

Todos os dias, coletores de lixo navegam em pequenos barcos de alumínio e pescam todos os tipos de objetos. Eles empurram o resto para as margens onde uma retroescavadeira os recolhe e leva um aterro sanitário.

O secretário de Meio Ambiente do estado do Rio, André Corrêa, garante que essas eco-barreiras são suficientes para os Jogos Olímpicos.

Segundo ele, 85% dos resíduos transportados pelos 17 principais rios que correm para a baía são retidos por este sistema.

Com 15 eco-barreiras instaladas, 280 toneladas de resíduos já foram coletados por mês, informa.

Mas o desafio de despoluir a baía em 80%, como um legado dos Jogos Olímpicos, está perdido, enquanto figurava entre as metas do país desde a Cúpula da Terra no Rio em 1992 (Eco92).

"Quem disser, sabendo das difíceis condições financeiras do Brasil, que a baía será limpa em menos de 20, 25 anos, é um mentiroso", disse André Corrêa no final de junho em uma entrevista à AFP.

Sua proibição em 2008 causou alvoroço na modalidade. A cola "aceleradora" era garantia de espetáculo, garantem os jogadores, que devem - há alguns anos - usar raquetes de tênis de mesa minuciosamente controladas.

"Proibir as colas chamadas 'rápidas' é voltar à pré-história e aposentar os jogadores que sempre jogaram com esse tipo de material", reclamou na época o belga Jean-Michel Saive, ex-número um mundial.

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Essa cola, que tinha um efeito sobre a espuma entre a madeira e a borracha, dilatando as cavidades da espuma, acelerava as jogadas, graças ao efeito catapulta.

O material tinha, porém, um grande inconveniente: os solventes voláteis que ela continha eram extremamente tóxicos.

De repente, apesar dos protestos, a Federação Internacional (ITTF) proibiu essa goma em 2008, em benefício das colas sem solvente, ou à base de água.

Os mesa-tenistas acreditavam, então, ter encontrado uma maneira de compensar, usando , como são chamados os amplificadores para aplicar sobre a esponja. Vendo nisso uma forma de "doping tecnológico", a Federação também baniu sua utilização.

Hoje, as raquetes são objeto de controle estritos. E a regra é clara: o revestimento da paleta deve ser usado no estado em que foi autorizado pela ITTF, sem qualquer tratamento físico, químico, ou algum outro que se destine a modificar as propriedades da raquete, sua aderência, sua cor, seu aspecto, sua estrutura, sua superfície, ou qualquer outro elemento.

É totalmente proibido, portanto, usar os , na medida em que o objetivo é modificar pelo menos uma propriedade do revestimento.

De fabricação alemã, os aparelhos de medida "Enez" são usados nos controles para detectar a presença de solventes voláteis.

A ITTF é igualmente rigorosa quanto ao controle da espessura máxima das palestas - de 4 mm. Em nenhum ponto da superfície do revestimento da raquete, essa espessura máxima pode ser ultrapassada.

Madeira, bambu, metal ou fibra de carbono: os materiais usados para fabricar as varas do atletismo evoluíram com os progressos tecnológicos, para garantir, ao mesmo tempo, marcas mais expressivas e mais segurança para os saltadores.

As primeiras varas, no fim do século XIX, são de madeira. Carvalho, cerejeira, freixo... O objeto é totalmente rígido. A modalidade está apenas começando, mas já faz parte do programa olímpico nos primeiros Jogos da era moderna, em 1896, em Atenas.

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À medida que o esporte vai evoluindo, o bambu passa a ser o material predileto. Menos rígido, e, sobretudo, mais leve, ele permite fabricar varas maiores, que portanto levam o atleta a saltar mais alto. Desta forma, a modalidade entra numa dimensão mais atlética e menos ginástica.

O uso do bambu, junto com a criação da caixa de apoio para fincar a vara, ajudam atletas a ultrapassar a barreira dos quatro metros. O primeiro a alcançar a marca é o americano Marc Wright, em 1912, considerado o primeiro recordista mundial da modalidade, com direito a homologação da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

Outro destaque da era do bambu foi o também americano Cornelius Warmerdam, primeira grande estrela da modalidade. Com saltos nas alturas, o californiano elevou o recorde mundial a 4,77 m ao ar livre em 1942 e 4,79 m indoor em 1943.

- Do alumínio ao carbono

O ano de 1943 é marcado por mais uma grande inovação tecnológica, com as primeiras varas em alumínio, com as quais o americano Bob Richards se sagrou bicampeão olímpico, em 1956 e 1960. Mas o grande marco é o uso da fibra de carbono, que leva o recorde mundial a outro patamar, além da segurança proporcionada pelo colchão de recepção, que acaba com o temor de cair de mau jeito.

Diz a lenda que a inovação foi inspirada na tecnologia usada pela Nasa, agência espacial americana, que travava uma luta ferrenha contra os soviéticos durante a guerra fria. O americano Brian Sternberg é o primeiro a passar o sarrafo de 5 metros, em 1963, até o ucraniano Serguei Bubka alcançar 6 m, em 1985.

Vinte anos depois, Yelena Isinbayeva se torna a primeira mulher a saltar 5 metros. A 'Czarina' está fora dos Jogos do Rio por causa do escândalo de doping que tirou o atletismo do seu país de todas as competições internacionais.

As varas modernas são fabricadas com um composto de fibra de vidro de carbono, para ficar ao mesmo tempo mais leves, flexíveis e resistentes.

Sabe o que é aquele curioso calombo nas costas dos jogadores de rúgbi? Um transmissor GPS que foi aperfeiçoado nos últimos anos e se tornou uma ferramenta indispensável para o trabalho dos técnicos.

Calção, camiseta, meião e... uma pequena caixa preta. Após cinco anos, o GPS é parte do equipamento do jogador de rúgbi e a França é uma das equipes que usa sistematicamente este recurso para desenvolver seu jogo.

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"Não me vejo mais trabalhando sem a ajuda do GPS", disse Julien Robineau, preparador físico dos "Bleus", que utiliza em cada treino uma pequena antena e um computador para monitorar a movimentação dos jogadores em tempo real.

Os transmissores - SensorEveryWhere - desenvolvidos pela empresa francesa Digital Simulation, em parceria com a Federação Francesa de Rúgbi, foram introduzidos na equipe francesa no final de 2011.

"Que distância é percorrida em um sprint, qual é a velocidade média, quantos sprints curtos, longos... E como isto incide sobre a preparação física do jogador?" - enumerou Julien Robineau, ao falar dos dados possíveis de serem gerados pelo aparelho.

No dia a dia, o GPS permite monitorar a carga de trabalho individual, com os detalhes do rendimento de cada jogador, que são comparados aos testes físicos realizados no início da temporada.

Do ponto de vista coletivo, os treinos não são mais programados com base na carga horária, mas sim na distância percorrida.

Atenção às interpretações

"Uma semana representa, em média, 20 km para cada jogador", destacou Robineau. "Uma semana pesada, 30 km, e 15% destes 30 km são feitos em alta intensidade, ao menos a 15 km/h. São 300 a 350 esforços muito intensos, podemos dizer sprints, com 200 metros a velocidade máxima..."

Mas é preciso estar atento a interpretações exageradas: "não é porque você corre mais que está bem, isto pode ser o resultado de um mau posicionamento em campo, não é necessariamente bom correr muito".

O GPS não deve ser um elemento para forçar uma maior aplicação dos jogadores durante as partidas e, por este motivo, os transmissores são utilizados de maneira marginal nas competições, em tal ou qual atleta de "acordo com a percepção do técnico", destaca Robineau.

Os sistemas GPS, que custam entre 60 mil e 80 mil euros o pacote completo, incluindo computador, antena e cerca de 20 transmissores, estarão, evidentemente, nos Jogos do Rio.

Lixa, furadeira, martelo: o armeiro da seleção francesa de tiro esportivo viajou ao Rio com sua caixa de ferramentas, 40 kg de material indispensável para o sucesso dos atletas.

"Sou o médico das armas", brinca Patrick Biebuyck, que exerce a função desde 2000 e participará da sua quinta Olimpíada.

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Como médico, ele pode ser considerado um clínico geral, capaz de cuidar tanto da pistola de Céline Goberville, medalhista de prata em Londres, do rifle de Anthony Terras, especialista da fossa olímpica, quanto das carabinas de Valérian Sauveplane.

Cada atirador traz consigo ao menos duas armas: a predileta, que usa na competição, e a "mula", em caso de problema.

O trabalho do armeiro pode levar poucos minutos, se tiver que lixar o cabo de uma pistola ou de uma carabina, por exemplo. "Com a umidade, a madeira pode ser alterada e até o menor inchaço pode modificar a pegada do atirador", explica Biebuyck, que já foi atirador de alto nível no passado.

- Quinze minutos cravados -

Em outros casos, porém, o trabalho pode ser cirúrgico. Quando a bala não é ejetada corretamente, é preciso mexer na parte interna do cano com uma broca, como um dentista. "Isso pode levar oito horas", avisa Biebuyck.

O armeiro também precisa checar as munições, para ter certeza que balas e cartuchos não vieram com defeito de fábrica.

"Fazemos o que chamamos de testes de agrupamento, ao deixar a arma presa em uma morsa, verificando em dezenas de balas do mesmo lote se estão perfeitamente centradas no alvo. Às vezes, temos que jogar fora lotes inteiros", ressalta o armeiro francês.

O mais difícil, porém, é intervir no meio da competição. "O regulamento nos dá quinze minutos para tentar consertar o problema. Se não conseguirmos, o atirador precisa usar a 'mula'. Ao mesmo tempo que trabalhamos em cima da arma, temos que conversar com o atleta, para que não fique tão nervoso", completa Biebuyck. Ou seja, o médico também precisa se transformar em psicólogo.

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