Objeto olímpico: o capacete do taekwondo

Em 2012, os golpes no corpo eram exibidos em uma placa eletrônica e aqueles no rosto ainda dependiam da decisão do árbitro, muitas vezes contestados com apelo às imagens de vídeo

sex, 19/08/2016 - 13:07
Kirill KUDRYAVTSEV

Parapé, protetor de tórax e, agora, o capacete: o taekwondo aposta na tecnologia com sensores eletrônicos em todas estas peças, para garantir o espetáculo e evitar problemas de arbitragem.

Disciplina ainda jovem no programa olímpico, o taekwondo já fez a sua revolução. Tendo entrado nos Jogos Olímpicos de 2000 em Sydney, o esporte de combate que consiste em golpear com os pés ("tae") e os punhos ("kwon") ganhou uma primeira mudança há quatro anos nos Jogos de Londres.

O protetor de tórax que protege o tronco passou a ser equipado com sensores eletrônicos para validar os golpes. Antes disso, cabia ao juiz validar um golpe. "O sistema eletrônico revolucionou completamente o nosso esporte. Não é mais avaliado pelos árbitros, já não caímos mais nos problemas vividos pelo boxe", por exemplo, comenta a medalhista olímpica francesa de 2012, Marlene Harnois. "Isso dá lugar a uma maior diversidade artística, os combate são mais aéreos. Mais espetacular", disse à AFP a ex-campeã que se tornou consultora.

Em 2012, os golpes no corpo eram exibidos em uma placa eletrônica e aqueles no rosto ainda dependiam da decisão do árbitro, muitas vezes contestados com apelo às imagens de vídeo. Assim, as lutas eram constantemente interrompidas.

Para os Jogos do Rio, o capacete foi equipado com sensores eletrônicos para manter o dinamismo. Estes sensores se apresentam sob a forma de um pen drive, mas mais pesados ​​e volumosos. O sistema foi lançado no Campeonato Mundial em 2015 e de lá até aqui sofreu alguns ajustes. O sistema está no parapé. A meia que deixa os dedos do pé livres contém sensores no calcanhar, sob o pé e na parte superior do pé.

Os golpes não estão mais sujeitos ao julgamento humano, com exceção de um, o pontapé na face. E o árbitro ainda é quem decide se foi um golpe com o pé para trás, golpe que vale mais pontos (4 contra 3 para um pontapé clássico). "Eles querem ficar nos Jogos Olímpicos quando fizeram um enorme trabalho para tornar o esporte mais espetacular e transparente", observa Harnois.

O Taekwondo - disciplina da Coreia do Sul que data da década de 1950 - mudou sua superfície de combate em 2013 para tornar-se octogonal e para ser mais 'fashion'. Os lutadores chegaram a ser equipados por um curto tempo com calças apertadas, mais femininas, mas a ideia foi logo abandonada uma vez que as proteções nas calças produziam o efeito oposto. Nessas olimpíadas, os competidores podem escolher a cor de suas calças.

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