A presidenta Dilma Rousseff anunciou os nomes de 13 ministros na véspera do Natal. Aldo Rebelo deixa o Ministério do Esporte e assume Ciência, Tecnologia e Inovação. Jaques Wagner, atual governador da Bahia, será o novo ministro da Defesa. Cid Gomes, atual governador do Ceará, foi escolhido para Educação.
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) assume o Ministério de Minas e Energia. Como ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, no lugar de Moreira Franco, também PMDB, assumirá Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso. O deputado Edinho Araújo (SP) vai comandar a Secretaria Nacional de Portos no lugar de César Borges, que está no cargo desde junho deste ano.
A nova ministra da Agricultura é a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O paraense Helder Barbalho assumirá o Ministério da Pesca. No Turismo, permanece o atual ministro Vinícius Lages. Para o Ministério das Cidades, o indicado foi ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do PSD.
Também foram anunciados os nomes dos futuros titulares da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes. A grande decepção ficou por conta da escolha do novo ministro de Esportes, no lugar de Aldo Rebelo.
“Teólogo, radialista, apresentador de TV e animador", segundo sua própria definição. Pastor da Igreja Universal do Reino de Deus como bônus. Certamente não se tratou de critério técnico a escolha do nome de George Hilton para assumir o Ministério do Esporte.
Com atuação praticamente nula na área esportiva, o feito a dar maior visibilidade ao deputado federal do PRB até hoje ocorreu em 2007, quando então deputado estadual pelo PFL, acabou expulso do partido por ter sido flagrado pela Polícia Federal desembarcando em Belo Horizonte com 11 malas e caixas contendo cheques e maços de dinheiro com doações de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus.
O LATIFÚNDIO DO PMDB– O PMDB perdeu o Ministério da Previdência Social, não conseguiu emplacar o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que perdeu a eleição para governador do Rio Grande do Norte, mas abocanhou seis ministérios: Minas e Energia, Turismo, Agricultura, Secretaria de Aviação Civil, Pesca e Secretaria dos Portos.
PT derrotado– Com a ida do governador cearense Cid Gomes para o Ministério da Educação, o PT perde, pela primeira vez, o controle de uma das mais expressivas e cobiçadas pastas, com orçamento para 2015 em torno de R$ 100 bilhões. Cid é visto como um gestor de sucesso na implantação de políticas educacionais.
PP na Integração– Depois de muita resistência, o PP aceitou trocar o Ministério das Cidades pelo da Integração e o escolhido é o atual titular de Cidades, Gilberto Occhi. A presidente quis contemplar o PP do Nordeste, que apoiou sua candidatura, enquanto o do Sul e do Sudeste fez campanha para o candidato da oposição.
E no BNB– Como compensação, o PP vai indicar ainda a presidência do Banco do Nordeste, que por muito tempo foi controlado pelo PT nordestino. A indicação já foi acertada com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), na condição de que o nome indicado sai dos quadros do partido no Nordeste.
Escalada regional– Dilma escalou ministros contemplando a política regional para tentar enfrentar um ano difícil por causa do escândalo na Petrobras. A Minas, deu duas patas, a Bahia (1), Rio Grande do Sul (3), Pernambuco (1), Ceará (1), Pará (1), Centro-Oeste (1) e Amazonas (1). Buscou ainda interlocução com o mercado financeiro (Joaquim Levy), o agronegócio (Kátia Abreu) e a indústria (Armando Monteiro).
CURTAS
PODEROSO– Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) mostrou prestígio e acabou fazendo quatro ministros: Eduardo Braga, Helder Barbalho, Vinícius Lages e Kátia Abreu. Já o vice-presidente Michel Temer, apenas dois: Eliseu Padilha e Edinho Araújo.
2º ESCALÃO– O governador eleito Paulo Câmara (PSB) deixou muita gente com os nervos à flor da pele ao não definir o segundo escalão antes do Natal. A única exceção foi o competente presidente da Compesa, Roberto Tavares, que chegou a ter seu nome cogitado para secretário da Fazenda.
Perguntar não ofende: Quem o PP irá indicar para presidente do Banco do Nordeste?