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Atualmente deputado pelo PSD, o ídolo da torcida gremista Mário Jardel teve seu mandato cassado pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. A sessão da tarde desta quinta-feira (22) terminou com 51 votos favoráveis à saída de Jardel e nenhum contrário. O político não esteve presente na ocasião e seus advogados não exerceram o direito de resposta.

Jardel havia se afastado por conta de uma licença médica de 90 dias em abril deste ano. Na hora de retornar, em novembro, entregou um novo atestado, alegando estar sofrendo de depressão. Os parlamentares votaram resolução da Comissão de Ética Parlamentar para cassar o mandato do deputado. A Comissão de Constituição e Justiça já havia aprovado um relatório que recomendava o ato. No início de dezembro, foi a vez da Comissão de Ética Parlamentar aceitar a recomendação.

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Em entrevista ao Portal G1, o advogado de Mário Jardel alegou que não houve intimação para o deputado e seus representantes apresentarem uma defesa, o que tornaria o ato nulo. "Fiquei sabendo depois, pela reportagem. Sem intimar a defesa, sem nada. Pensei até que era uma brincadeira. Vou informar o Judiciário desse absurdo, que vai verificar essa intimação. Se não tem intimação, nem para a defesa nem para o deputado, qualquer ato é nulo", disse Rogério Bassotto.

Chuva de acusações

Em outubro, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu não julgar uma ação da AL-RS para que Jardel tivesse o mandato cassado, porém o processo estava parado por conta de uma liminar que o deputado conseguiu no Tribunal de Justiça, garantindo a permanência no cargo.

Em fevereiro, o Ministério Público denunciou o ex-jogador por vários crimes, dentre eles: peculato, falsificação de documentos e organização criminosa. Além da Operação Gol Contra que apura um suposto desvio de recursos em seu gabinete.

Passado artilheiro

Mário Jardel foi um dos grandes artilheiros com passagem no Grêmio e no futebol português. Pelo tricolor gaúcho, conquistou a Taça Libertadores da América em 1995 e, somando as passagens em Porto e Sporting, em Portugal, venceu cinco campeonatos nacionais. Foi eleito o melhor jogador do campeonato lusitano em três oportunidades e marcou época como atacante goleador.

Chegou a vestir a camisa da Seleção Brasileira, no qual disputou dez partidas e marcou um gol.

O procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Marcelo Lemos Dornelles, ofereceu denúncia ao Tribunal de Justiça do Estado nessa segunda-feira (29) contra o ex-jogador de futebol e deputado estadual Mário Jardel (PSD) e outras dez pessoas. O grupo é investigado pela Operação Gol Contra, deflagrada pelo Ministério Público em novembro de 2015.

O parlamentar, que foi ídolo do Grêmio nos anos de 1990, é denunciado por organização criminosa, uso de documento falso, concussão, peculato, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. De acordo com a denúncia, entre os meses de fevereiro e novembro de 2015, Jardel, o assessor parlamentar Christian Vontobel Miller, o chefe de gabinete Roger Antônio Foresta, o coordenador-geral de Bancada do PSD, Ricardo Fialho Tafas, e o chefe de gabinete da liderança do PSD, Francisco Demetrio Tafras, integraram organização criminosa com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens econômicas mediante a prática de crimes contra a administração pública, como peculato e concussão, além do uso de documentos falsos e da lavagem de dinheiro.

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Ainda conforme o MP, as irregularidades começaram no primeiro dia do mandato de Jardel na Assembleia Legislativa. Entre os delitos, destaca-se a exigência de repasse de parte de salários e de verbas indenizatórias de servidores. O valor desviado, entre abril e novembro do ano passado, é estimado em R$ 212.203,75, aponta o MP. Entre os denunciados estão assessores, um traficante de drogas e funcionários fantasmas. A reportagem procurou nesta terça-feira (1º) a assessoria de Jardel, mas não houve resposta.

Pouco mais de dois meses depois de ter assumido uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ex-atacante do Grêmio Mário Jardel (PSD) provocou polêmica ao exonerar 17 dos 21 servidores que atuavam com cargo de confiança em sua equipe. Jardel não foi encontrado para comentar o assunto, que tem sido tratado por Cristian Lima, novo chefe de gabinete do parlamentar, empossado nesta segunda-feira. De acordo com ele, o ex-jogador se afastou temporariamente do cargo por causa de uma depressão e volta ao trabalho no próximo dia 10.

Lima alega que Jardel decidiu demitir os colaboradores porque não tinha ingerência sobre eles, já que a maior parte teria sido indicada pelo partido, e não pelo próprio deputado. O chefe de gabinete classificou os demitidos como "pessoas com vícios na política e órgãos públicos", que estariam tomando atitudes sem consultar o parlamentar. Ainda conforme Lima, o ex-atacante não concordava com o tipo de administração promovida pelos servidores. "Ele era coagido e ameaçado física e moralmente por essas pessoas", disse. "Foi feita a limpeza. É a hora da mudança."

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O chefe de gabinete afirmou que Jardel tirou licença médica por causa de uma depressão causada pela situação envolvendo os antigos membros de seu staff. Segundo Lima, o deputado retomará sua rotina na Assembleia Legislativa na próxima sexta-feira, já na companhia da nova equipe.

Consultada, a assessoria de imprensa da Assembleia informou que a Casa ainda não foi notificada sobre o pedido de licença do deputado. "Amanhã há reunião da mesa diretora e é possível que o gabinete dele (de Jardel) apresente alguma coisa. Hoje, oficialmente, a Assembleia desconhece esta situação de afastamento", afirmou um assessor.

Rompimento

O episódio respingou na relação entre dois ídolos do Grêmio. Após vir à tona a notícia da exoneração dos servidores, o ex-goleiro Danrlei, que é deputado federal e vice-presidente estadual do PSD - e foi um dos incentivadores da carreira política de Jardel no partido - divulgou uma nota à imprensa criticando a atitude do antigo companheiro de clube. No texto, Danrlei declara o rompimento político e pessoal com Jardel, eleito para a Assembleia gaúcha com 41.227 votos em 2014.

"Lamento que eu me obrigue, por dever de lealdade e compromisso político com os milhares de gaúchos que elegeram não apenas Jardel mas também a mim, a romper publicamente com este a quem confiei minhas mais profundas e sinceras expectativas", escreveu. "Alguém que logo no início de uma longa jornada, a de um mandato parlamentar, falha em princípios éticos como lealdade, confiança e consideração. Não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir."

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