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No mês da comemoração dos 10 anos do reconhecimento do Frevo como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, o Paço do Frevo celebra a data atualizando parte da sua exposição de longa duração, construída de forma coletiva por diversos colaboradores e colaboradoras locais. Desde a inauguração do Centro de Referência em Salvaguarda do Frevo, há oito anos, a exposição não era atualizada. Aberto ao público, a partir das 18h, o evento de lançamento contará também com palco de apresentações. O ponto alto será a volta do Maestro Duda aos palcos depois de um tempo afastado por problemas de saúde.

Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a exposição intitulada “Frevo Vivo” dará as boas-vindas aos visitantes mostrando que o Frevo não é apenas um museu de memórias do passado. Pelo contrário, ele segue vivo, inquieto, pulsante e em constante transformação, nos corpos, na cidade e no mundo, 365 dias por ano. Quem entrar no Paço do Frevo a partir de 20 de dezembro vai encontrar o piso térreo diferente – e com inéditas surpresas.

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Dando visibilidade a personagens e pontos de vista até então menos presentes, a exposição “Frevo Vivo” conta a história do Frevo destacando as mulheres, a negritude, as crianças e personagens essenciais dentro da comunidade frevística, como os artesãos e as artesãs, além de produções e registros da atualidade. Também apresenta duas instalações inéditas: uma cartografia sonora do Frevo e uma vídeo-instalação. As novas intervenções irão substituir a linha do tempo atual e também irão ocupar os espaços do hall de escada e do Centro de Documentação.

“Frevo Vivo” une tradição e inovação ao reverenciar o Frevo como patrimônio vivo, reunindo composições, manifestações e registros da atualidade sem esquecer as raízes. Os visitantes vão encontrar reformulada a já conhecida linha do tempo, que agora destaca a história através de um recorte de fatos e temas pouco visibilizados, mas fundamentais para que o Frevo se tornasse a potência que é. 

Tudo isso será apresentado numa cronologia mais fragmentada, construída de forma não linear, com um jogo de perguntas e respostas – característico do Frevo-de-Rua –, como, por exemplo, “Como vai soar o Frevo daqui a 100 anos?“, “Festa e fé, como se misturam?” e “Quem pinta e desenha o Frevo?”. As datas são apresentadas através de temáticas sociais e históricas, num ambiente imersivo, com trilha sonora e uma nova materialidade. 

A inspiração para trazer novas perspectivas foi a fragmentação da sombrinha de Frevo em triângulos abstratos. Com base nessa ideia, o hall da escada ganhou uma escultura construída de sombrinhas brancas fragmentadas feitas por Mestre Wilson, referência na dança e no artesanato. Ele é uma das tantas pessoas que compõem a pluralidade da comunidade do Frevo presentes nessa atualização da exposição de longa duração, com os diversos corpos e os setores que constroem o Frevo. Além do Mestre Wilson, há nomes como a performer Inaê Silva, a costureira Goretti Caminha, a passista Adriana Frevo e o Clube Lenhadores de Paudalho.

“O Paço do Frevo reafirma o seu lugar de encontros, da reverência à história e à tradição, dialogando com a efervescência e a criatividade que traçam futuros. O Frevo não apenas está muito vivo, ele é assim, de sempre e para sempre, de ontem e de hoje, sendo o mesmo e tantos a um só tempo. Uma perene e vibrante expressão da cultura, dos corpos, das identidades, dos pertencimentos e, podemos dizer, dos sonhos que nos fazem quem somos”, diz o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello. 

Para a diretora do museu, Luciana Félix, “A exposição Frevo Vivo cumpre a missão institucional do Paço do Frevo de olhar, como centro de referência em salvaguarda, o que acontece no dia a dia, as pautas urgentes e os debates profundos que cercam a cultura popular, olhando e valorizando as tradições ao mesmo tempo em que está atento ao que emerge do cotidiano. Essa é, portanto, uma expografia que não veio pronta, mas que passou por várias etapas de reflexão sobre os anseios da comunidade frevística nos oitos anos de existência do Paço”. 

“Como forma de celebrar os 10 anos do Frevo como patrimônio imaterial pela Unesco, valorizando essa pluralidade e os processos colaborativos, o Paço também entrega à sociedade, neste mês de dezembro, um Novo Plano Museológico. Ao longo de todo o ano, ouvimos as diversas comunidades que compõem o Frevo e também o público para entender as funções do equipamento cultural e as ações que devem ser priorizadas para os próximos cinco anos”, complementa Luciana.

ABERTURA -  A noite do dia 20, que abre às 18h com a visitação da nova mostra para o público, ocupará também a frente do Paço com um palco de atrações gratuitas. Às 19h, a passista, pesquisadora e professora de dança Rebeca Gondim ilustra debates sobre a representatividade e diversidade no Frevo com a performance “Virada no mói de coentro”, que se debruça sobre a história oficial que foi contada em muitos livros sobre o Frevo, o passo e o Carnaval e questiona a invisibilidade das mulheres negras e a resistência feminina.

Às 19h30, será apresentada a performance “É de fazer tremer: corpos negros no encontro dos tempo”, experiência que entrelaça a dança e a música, o passo e o som em diálogo, composta pelas artistas Bárbara Regina, Neris Rodrigues, Vilma Carijós e Orun Santana. 

E, em grande retorno aos palcos, às 20h, o compositor e regente Maestro Duda reencontra o público depois de um longo período de recuperação de problemas de saúde. Maestro Duda ou Mestre Duda, o José Ursicino da Silva, nasceu em Goiana, interior de Pernambuco, em 23 de dezembro de 1935. Gênio da composição e do arranjo, é autor de choros gravados por Severino Araújo e Oscar Miliani, sambas gravados por Jamelão, músicas para o Quinteto de Sopros e o Quinteto de Metais, banda e orquestra, recebeu o prêmio de melhor arranjo de música popular brasileira em 1980, em concurso promovido pela Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos. Foi homenageado do Carnaval Multicultural do Recife em 2011 e traz como marca a experimentação de novos arranjos de músicas que marcaram época no Carnaval pernambucano.

INEDITISMO - A exposição “Frevo Vivo” inclui instalações inéditas. Uma delas é a “Cartografia Sonora do Frevo: o Frevo Pulsa na Cidade”, produzida pela 9 Oitavos, que convida pernambucanos e turistas a descobrirem o Frevo que vive na capital e também no interior do Estado. Inclui seis agremiações e iniciativas fora da Região Metropolitana do Recife, a exemplo do projeto Sertão Frevo, expoente no ensino e na difusão do Frevo em Serra Talhada, e a Orquestra Curica, de Goiana, na Zona da Mata Norte, que é patrimônio vivo de Pernambuco.

O mapa sonoro tem 20 pontos de escuta e reúne fragmentos de sons, vozes, ritmos e performances captados em lugares emblemáticos. No meio da instalação, representando a pulsação do Frevo, há uma escultura feita a partir de instrumentos típicos do ritmo, com uma iluminação especial.

Outra novidade é a vídeo-instalação inédita “Todo Mundo Freva”, que convida o visitante a desenvolver passos com o auxílio de uma projeção que demonstra alguns desses movimentos. Produzida pelo coletivo de VJs Retinantz, a experiência mostra que todo mundo pode frevar, afinal é do espaço que se dá ao corpo que emana o Frevo. A dança do Frevo – ou o passo – ficou mais conhecida pela força e agilidade dos passos acrobáticos e complexos executados por passistas experientes. Porém, nos últimos anos, passistas e foliões vêm desafiando essa imagem tradicional e propondo formas contemporâneas de dançar, sentir e brincar o Frevo.

Na sequência, na sala contígua intitulada "No Frevo Não é Tudo Igual", de 20 m², os visitantes poderão mergulhar num ambiente sonoro para curtir uma experiência potente e única de ouvir Frevo numa alta qualidade de reprodução que permite sentir a frequência e os graves, com uma seleção feita pelo curador musical Rafael Marques. O espaço também será dedicado a explicar, de forma didática, a diferenciação entre Frevo-de-Rua, Frevo-Canção e Frevo-de-Bloco.

"Frevo Vivo" foi construída com recursos de acessibilidade comunicacional de forma a inserir pessoas com deficiência sensorial no museu. Traz audiodescrição através de uma visita guiada gravada para as pessoas com deficiência visual - e para elas, o piso podotátil colabora com a mobilidade. Para o público surdo ou ensurdecido, vídeos em Libras poderão ser acessados via QRcodes e os sons da instalação “Cartografia Sonora do Frevo” estarão disponíveis por meio de legendas descritivas. O conteúdo foi realizado pela Com Acessibilidade Comunicacional, que conta com consultoria de pessoas com deficiência e teve apoio da equipe do Educativo do Paço.

O projeto arquitetônico é da Casa Criatura, espaço no Sítio Histórico de Olinda que reúne design, arquitetura e cultura com propostas sustentáveis. A identidade visual da exposição “Frevo Vivo” é de Luciana Calheiros, do Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco Eu Acho é Pouco e consultora do Paço.

SERVIÇO

Inauguração “Frevo Vivo”

Terça, 20 de dezembro

18h: visitação da “Frevo Vivo”

Palco com atrações gratuitas:

19h: performance “Virada no mói de coentro”

19h30: performance “É de fazer tremer: corpos negros no encontro dos tempo”

20h: Maestro Duda

Acesso gratuito

 

*Via assessoria de imprensa. 

Para celebrar o frevo, um dos ritmos mais tradicionais de Pernambuco, e ainda estimular a produção de novidades do estilo musical, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj)  lança o Concurso Nordestino de Frevo. A disputa vai premiar compositores do Nordeste e ainda prestará homenagem ao Maestro Duda, um dos maiores nomes do segmento. 

O concurso,  realizado pela  Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), tem como objetivo mostrar a relevância do frevo e ainda estimular novas produções. Podem participar compositores dos nove estados do Nordeste que tenham músicas inéditas. As inscrições podem ser feitas pelo site da Fundaj, até o dia 12 de junho. 

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A premiação vai contemplar 12 vencedores com até R$ 10 mil em diferentes categorias. Serão escolhidos os melhores Frevo de Rua, de Bloco, Canção e ainda, melhor intérprete, melhor arranjo e Hino da Turma da Jaqueira Segurando o Talo.  A entrega da premiação será feita no Dia Nacional do Frevo, em 14 de setembro. A apresentação dos vencedores será acompanhada pela Orquestra de Frevo Maestro Duda, o grande  homenageado do concurso. 

Nascido em 1935 na cidade de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, começou sua carreira musical cedo: iniciou os estudos de música aos oito anos e aos dez se tornou integrante da Banda Saboeira. Nesse mesmo período, escreveu sua primeira composição, o frevo “Furacão”. A importância do regente é constantemente lembrada: em 1980, recebeu um prêmio de melhor arranjo de Música Popular Brasileira; em 2011, foi o homenageado do Carnaval do Recife; e em 2010 foi eleito Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco.

Categorias e premiações:

Melhor Frevo de Rua - 1º lugar: R$ 10 mil; 2º lugar: R$ 8 mil; 3º lugar: R$ 6 mil

Melhor Frevo de Bloco - 1º lugar: R$ 10 mil; 2º lugar: R$ 8 mil; 3º lugar: R$ 6 mil

Melhor Frevo Canção - 1º lugar: R$ 10 mil; 2º lugar: R$ 8 mil; 3º lugar: R$ 6 mil

Melhor Intérprete - 1º lugar: R$ 6 mil

Melhor Arranjo - 1º lugar: R$ 4 mil

Hino da Turma da Jaqueira Segurando o Talo - 1º lugar: R$ 10 mil

 

O frevo, ritmo pernambucano centenário, é conhecido por fazer fever multidões inteiras durante os dias de Carnaval em sua terra de origem. No entanto, esse gênero musical é muito mais que timbres rasgados e passos frenéticos. Sua história foi - e é - construída por inúmeras mãos, de compositores, músicos, passistas e maestros que, nem sempre, são conhecidos, tampouco, reconhecidos pelo grande público.

Para fazer justiça a alguns desses, e levar às pessoas um maior conhecimento sobre o frevo e seus atores, o jornalista, crítico musical e pesquisador Carlos Eduardo Amaral, criou a série Frevo Memória Viva, editada e publicada pela editora Cepe. O projeto começou após Carlos lançar a biografia do maestro Clóvis Pereira e contemplou outros quatro músicos: Maestro Ademir Araújo, o Formiga; Maestro Duda; Getúlio Cavalcanti e Jota Michiles.

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Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Carlos Eduardo explica que os livros não se tratam exatamente de biografias, mas sim de "grandes reportagens" nas quais também são abordados o desenvolvimento do fremo em termos estéticos, estilísticos e antropológicos, inclusive com a colaboração dos próprios biografados. Uma oportunidade de conhecer melhor sobre a música que mais representa Pernambuco e sobre aqueles que ajudaram a fazer dela um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Confira a entrevista na íntegra.

LJ  - Como foi o processo de escolha dos biografados?

Carlos Eduardo - O primeiro de todos os biografados foi Clóvis Pereira, devido à sua atuação como maestro e principalmente compositor de música clássica – que é meu campo de pesquisa e atuação, na qualidade de crítico musical. Depois de lançada a biografia de Clóvis, sugeri à Cepe a criação do selo Frevo, Memória Viva. A editora delegou a missão de volta pra mim e então fiz contato com três compositores, para saber se eles topariam: Formiga, que tem uma ligação não apenas com o frevo de rua, mas também com os caboclinhos e maracatus; Duda, pela referência no frevo de rua em si; e Getúlio Cavalcanti, pela unanimidade no universo do frevo de bloco. Quando voltei à Cepe, levando o o.k. dos três, a editora lembrou que faltava um nome do frevo-canção e sugeriu Jota Michiles. Eu não o conhecia, a não ser de nome, mas topei e o deixei por último, para quando eu tivesse adquirido ritmo de escrita e uma melhor compreensão geral da história do frevo. Durante o processo de produção dos livros houve uma recomendação aqui e acolá para biografar Edson Rodrigues, que não depende de minha vontade, mas eu encararia a missão com todo o prazer. E se for com outro pesquisador que venha a se concretizar, perfeito – o que importa é não deixar a memória dos criadores do frevo adormecer.

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LJ  - Alguma passagem, durante o processo de escrita, te chamou atenção ou te tocou de maneira mais significativa?

Carlos Eduardo - Destaco um relato, do livro mais recente, sobre Jota Michiles: o da filha Michelle. Dediquei um capítulo inteiro à fala que ela me concedeu, com poucas observações e intercalações minhas, tamanho foi o impacto dela. Por algumas vezes, tive de exercer um autocontrole enorme, ao longo da conversa, para não chorar, devido à a carga afetiva do relato. E fiquei repensando muitas coisas da minha vida, ao voltar pra casa. Jota também caiu num profundo processo de reflexão, ao ler o livro já pronto. e foi muito humilde em abrir o coração, reconhecer os pontos que porventura tivesse de melhorar e agradecer o apoio da família.

LJ - Essa série mudou em algum aspecto sua visão sobre o frevo?

Carlos Eduardo - Como manifestação musical, rigorosamente falando, não. Quanto mais eu pesquisava, mais confirmava que o frevo – pela sua trajetória e pelo trabalho atualmente desenvolvido por grandes músicos (do passado e do presente) que estão na cena musical pernambucana – sempre trilhou bons caminhos, mesmo tendo passado algumas épocas engessado, quando poderia ter se sintonizado mais com as novas gerações ou buscado novos mercados. O que falta mesmo é união, convergência de esforços e menos lamentações de produtores de visão atrasada e amadora. O frevo tem tudo para ganhar o mundo e Pernambuco deve agradecer àqueles que estão viajando mundo afora, ganhando prêmios e colecionando boas críticas, enquanto outros choram a ausência de algum dinheiro público e de espaço na imprensa, sem aceitar fazer uma autocrítica, sem atualizar-se em termos de produção, divulgação e mercado, e sem oferecer novas ideias musicais e novos formatos de performance e repertório.

LJ - Você acha que o pernambucano conhece pouco de sua própria música, apesar de orgulhar-se tanto dela?

Carlos Eduardo - Sim, mas temos caminhos para reverter isso: inserção das manifestações culturais pernambucanas no currículos das diversas disciplinas escolares e universitárias onde aplicáveis; visitas a instituições de referência (Paço do Frevo e museus diversos, clubes e blocos carnavalescos, centros de artesanato, ateliês etc.); rodas de debates; documentários e reportagens na imprensa; por aí vai.

LJ - Por que você acha que o frevo, apesar de toda sua riqueza e efeito que causa nas pessoas, ainda é relegado apenas ao Carnaval?

Carlos Eduardo - Por não ter investido com suficiente afinco em formatos e discursos extracarnavalescos. O forró está aí, seja o pé-de-serra, seja o eletrônico, com seus nichos garantidos ao longo do ano. A título de exposição sobre como enveredar por essas searas, deixo o convite para uma carta aberta que publiquei ano passado em meu blog.

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LJ - Você tem publicações futuras planejadas?

Carlos Eduardo - Tenho. Chegou a um ponto que não posso parar mais. Durante o processo de produção e lançamento dos cincos livros pela Cepe, que durou de 2013 a 2019, investi também em composições musicais e arranjos, que, aos poucos, estou tendo a oportunidade de ver executados e gravados, mas a partir de agora possuo um novo foco e estou direcionando meu tempo livre a ele: a literatura. Se aparecerem convites para novas biografias, serão bem-vindos e devidamente analisados, porém estou concluindo meu primeiro romance e já tenho mais quatro esquematizados para serem desenvolvidos ao longo do próximo quinquênio. Descobri que na literatura está a minha voz mais verdadeira e é por ela que tentarei me interligar profissionalmente, inclusive, com os que estão à minha volta: família, amigos, colegas de profissão, conhecidos, admiradores etc. A composição musical também é uma realização pessoal que fui capaz de atingir, mas na literatura tenho muito mais possibilidades de expressão, amplitude de fala e criação de diálogo duradouro.

O Paço do Frevo abre o mês de agosto com novidades. A Hora do Frevo - que agora passa a ter edições semanais - inaugura nova fase na próxima sexta-feira (5), com a presença de três grandes mestres do ritmo, Clóvis Pereira, Duda e Edson Rodrigues. Eles se juntam para uma apresentação inusitada, contemplando o público com seu talento de instrumentistas. A entrada é gratuita. 

No hall do Paço, Clóvis, Duda e Edson, três dos maiores nomes do Frevo, em atividade, se juntam para uma execução incomum ao público. Eles assumem o papel de instrumentistas sendo o primeiro ao piano e os demais assumindo os saxofones. No repertório, nove músicas em harmonias inéditas. Além de clássicos como Vassourinhas e Fogão, também serão executadas músicas de cada um dos maestros. 

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A Hora do Frevo é um projeto contínuo que tem o propósito de levar o frevo de rua ao palco. A atração acaba de receber um aporte de R$ 100 mil do Prêmio Nacional Funarte de Programação Continuada para Música Popular. Com esse recurso, será reformada a estrutura de palco da atração e, ainda, serão adquiridos equipamentos e tecnologia de ponta para transmissão ao vivo dos shows pela internet. 

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Hora do Frevo - Maestros Duda, Clóvis Pereira e Edson Rodrigues

Sexta (5) | 12h

Paço do Frevo (Rua da Guia, s/n - Bairro do Recife)

Gratuito 

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Um verdadeiro Carnaval fora de época na Praça do Arsenal. Neste sábado (12), o local reuniu centenas de moradores e visitantes, durante a comemoração dos 479 anos da cidade. Pontualmente, às 19h o bolo foi cortado com a participação do Prefeito Geraldo Julio e vários representantes do Governo Municipal. Após a solenidade festejos, o público pode assistir aos shows de vários artistas, que foram regidos pela orquestra do Maestro Duda.

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Sem parar de dançar por um minuto, o aposentado Severino da Paz, de 61 anos, que mora em Casa Amarela, falou que não perde as comemorações do aniversário por nada. “Venho todos os anos porque sou recifense e amo minha cidade. Pra mim, Recife é o melhor município do mundo, não só do Brasil”, disse.

Residente no bairro de Santo Amaro, o servente de serviços gerais, José Flaviano da Silva, 51 anos, preparou um cartaz comemorativo em homenagem a cidade e declarou a sua paixão pela cidade. “Sou Recife de coração. Eu amo minha terra, sou do povo, gosto de estar em todas as festas e não poderia perder essa festa”, concluiu.

Com 80 anos, o maestro Duda comandou a festa que contou com a participação de Almir Rouche, Josildo Sá, Edilza Aires e Adriana B. 

Nesta sexta (21) o Cinema São Luiz, no centro do Recife, ficou lotado para a estreia de Sete Corações, idealizado pelo maestro Spok. Toda a equipe do filme, músicos pernambucanos, a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, e os próprios maestros, estrelas do documentário - com exceção dos maestros Nunes, que por motivos de saúde não pôde estar presente e Menezes, falecido no ano passado - juntaram-se ao público para assistir ao filme que registra a obra e a vida de sete grandes grandes mestres da música pernambucana e brasileira (Maestros Duda , Edson Rodrigues, Nunes, Ademir Araújo, Clóvis Pereira, Zé Menezes e Guedes Peixoto).

Antes da exibição, a equipe do documentário falou rapidamente com a plateia. A diretora Dea Ferraz agradeceu pela oportunidade de estar neste projeto e disse que foi um verdadeiro aprendizado estar entre mestres que têm "tanta história pra contar". O produtor Marcelo Barreto contou que a ideia do documentário surgiu numa "conversa de bar" com Spok na qual decidiram "fazer o registro da obra e da vida destes maestros". Ele também aproveitou para agradecer aos colaboradores e patrocinadores do filme e revelou que, brevemente, ele será exibido pela Rede Globo Nordeste.

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Spok, que nesta sexta (21) recebeu do prefeito da cidade do Recife a notícia de ser ele o homenageado do Carnaval 2015, estava visivelmente emocionado e falou um pouco da importância deste projeto para as gerações futuras. "É um sonho que está sendo possível de se realizar", disse. Sobre a escolha como homenageado do Carnaval ele se disse surpreso. A secretária Leda Alves endossou, "Ele está representando esta nova geração de compositores do Recife."

Os cinco dos sete maestros que protagonizam o filme, ao serem chamados para a frente da tela, foram aplaudidos de pé. Muito animado, o maestro Ademir Araújo - conhecido como 'Formiga' - pediu mais aplausos para Spok. "Você está imortalizado hoje, não só por nós mas por esta plateia", disse Ademir, demonstrando admiração pelo colega de profissão. "Ele tem esta visão do amanhã", reforçou.

Ademir Araújo também homenageou os demais maestros. Sobre Edson Rodrigues, disse que "Foi quem me ensinou e hoje estou aqui do lado dele". O maestro também elogiou os ensinamentos de Clóvis Pereira: "Isso não se aprende nas universidades".

Sem camarotes

O maestro Formiga aproveitou a presença da secretária de Cultura, Leda Alves, para fazer um apelo pela desocupação da Praça do Diário (a Praça da Independência, no centro da cidade) durante o carnaval - época em que o local serve de espaço para camarotes particulares. Ele reclamou que as troças carnavalescas não podem passar pelo lugar. Finalizando as falas o maestro Edson Rodrigues lembrou o colega Zé Menezes, falecido em novembro de 2013. Ele mencionou ter sido Menezes quem escolheu o nome do projeto e pediu palmas para o amigo.

Aplausos e lágrimas

Durante a exibição do documentário, o público se emocionava a todo momento. As falas dos mestres eram interrompidas pelos aplausos e risos. Algumas senhoras na plateia recordavam-se dos antigos bailes de carnaval com comentários 'baixinhos', e várias pessoas acompanhavam os frevos que ecoavam dos alto-falantes cantarolando as melodias e batendo palmas.

Ao final de Sete Corações, as pessoas deixaram a sala do cinema enxugando as lágrimas. Depois de uma noite de tanta história (viva) e música de primeira qualidade, uma certeza, como bem colocou o mestre Ademir Araújo: o frevo é mesmo "gigante".

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A sistematização do ensino musical do Frevo, Patrimônio Imaterial e Cultural da Humanidade, finalmente dá seus primeiros passos. O Paço do Frevo, no Bairro do Recife, está com inscrições abertas para cinco cursos voltados para o ensino do frevo e que serão ministrados por professores como Maestro Spok, Maestro Duda, Maestro Édson Rodrigues, Maestro Nenéu Liberalquino e o músico Kássio Almeida. As inscrições devem ser feitas até a próxima sexta-feira (14) através do telefone (81) 3355 9524 ou pelo e-mail cursos@frevo.org.br.

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“A gente acredita que o Paço do Frevo será um espaço de convivência e convergência e daqui a dois anos vamos colher os frutos que foram plantados agora. Nesse primeiro bloco, estamos voltados ao frevo de rua. No segundo semestre, a mesma cartela de cursos, mas com outros mestres, será voltada para o frevo de bloco. E estamos com um projeto de residência artística, o qual daremos mais detalhes em breve”, comenta André Freiras, coordenador do Núcleo de Música do Paço do Frevo.

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Ao todo, serão oferecidos pelo Paço do Frevo quatro cursos voltados para iniciados na música: Prática de Orquestra, com o Maestro Spok; Técnica e Interpretação de Música, com o Maestro Édson Rodrigues; Harmonia Popular, com Maestro Nenéu Liberalquino; e Orquestração e Arranjo, ministrada pelo Maestro Duda. As aulas custam R$ 60 por mês e há 20 vagas disponíveis por turma. Haverá também 25 vagas para aulas gratuitas e abertas ao público geral de Técnica Vocal, com o professor Kássio Almeida.

Estudantes da rede pública e membros de agremiações terão prioridade. “Queremos qualificar as orquestras, porque orquestra de frevo não falta. O que falta é sonoridade, a renovação de repertório, e o Paço do Frevo vai funcionar como uma incubadora nesse sentido”, explica André.

Para o Maestro Nenéu Liberalquino, esse é o primeiro passo para a sistematização do frevo. “Têm dois gêneros da Música Popular Brasileira, o choro e a bossa-nova, que contam com uma sistematização bastante intensa. Hoje você encontra métodos nas escolas no Rio de Janeiro para estudar o choro, por exemplo, e de lá saem meninos de 17 e 18 anos tocando muito. Se a gente perceber isso, vamos ver o quanto os outros gêneros, como o frevo, precisam disso”, explica Nenéu. “Para que o frevo possa ser tocado pelo mundo todo é necessário que ele seja sistematizado”, conclui.

Neste sentido, segundo o Maestro Édson Rodrigues, é necessário que seja elaborado um real book do frevo. “Se nós não conseguirmos fazer isso, o trabalho que estamos desenvolvendo aqui não terá sentido”. Quem tem a mesma opinião sobre o assunto é o Maestro Spok. “Nos EUA isso já existe há anos. O real book para o frevo seria interessante porque você pegaria todos os instrumentos que fazem parte da melodia e junta tudo numa coisa só. E isso para o mundo é maravilhoso, porque qualquer pessoa vai poder tocar o ritmo nascido aqui”, comenta Spok.

Cursos oferecidos pelo Paço do Frevo

O curso de Prática de Orquestra, voltado para o estudo de identificação e diferenciação dos conceitos da afinação, timbre, articulação e emissão sonora, será realizado de 17 de março a 18 de junho, nas segundas e quartas-feiras, das 9h às 11h. Os participantes devem ter domínio da escrita e leitura musical e possuir instrumentos. Já o Técnica e Interpretação Musical do Frevo começa no próximo dia 18 de março e segue até 19 de junho, durante as terças e quintas e das 9h às 11h. É necessário que os interessados saibam ler e escrever partituras e levem seus instrumentos para aprender o estudo e execução dos padrões de regência, articulações, entradas e ataques, dinâmicas e andamentos na perspectiva do instrumentista e do regente, entre outros.

Voltado para músicos com habilidade básica em pelo menos um instrumento harmônico (violão, piano ou cavaquinho), o curso Harmonia Popular levará o participante a estudar a execução dos campos harmônicos maior e menor, as escalas aplicadas aos acordes, a aplicação das dissonâncias, entre outros assuntos. As aulas terão início no dia 3 de abril e encerram no dia 19 de julho, e acontecem sempre nas quintas e sábados, das 15h às 17h. Dentre os cursos pagos, por fim, o curso de Orquestração e Arranjo seguirá de três de abril a 18 de julho, nas quartas e sextas, das 15h às 17h, As aulas são de nível avançado e pretendem levar aos alunos o estudo da execução de técnicas de composição, orquestração, arranjo e transcrição. Além disso, praticará a percepção melódica e harmônica, a estruturação estética musical e a análise de gêneros musicais como o Frevo de Rua e Frevo Canção.

O único aberto ao público geral e gratuito, o curso Técnica de Vocal será realizado de 19 de março a 16 de maio, nas quartas e sextas-feiras, das 16h às 18h. As aulas irão abordar assuntos relacionados à voz como aparelho fonador, afinação, respiração, emissão vocal, ressonância e impostação, entre outros temas. 

Serviço

Cursos de música oferecidos pelo Paço do Frevo

Inscrições até sexta (14)

Paço do Frevo (Praça do Arsenal da Marinha, s/n - Bairro do Recife)

(81) 3355 9524 

cursos@frevo.org.br

O recém-inaugurado Paço do Frevo abre uma Escola de Música para contemplar o ritmo considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade. O equipamento cultural oferece cursos de nível avançado e básico e os interessados em participar devem efetuar as matrículas até o dia 14 de março. A equipe de professores é formada pelo Maestro Spok, Maestro Duda, Maestro Édson Rodrigues, Maestro Nenéu Liberalquino e Kássio Almeida.

A escola oferece quatro cursos para alunos já iniciados em música, no valor de R$ 60 mensais. São eles: Prática de Orquestra; Técnica e Interpretação; Musical do Frevo; Harmonia Popular; e Orquestração e Arranjo. O curso de Técnica Vocal é gratuito e oferece vagas para o público geral, com noções musicais ou não. As inscrições podem ser feitas através do telefone (81) 3355 9924 ou pelo e-mail cursos@frevo.org.br.

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Bolsistas terão direito a 20% das vagas, mediante apresentação de carta de intenção e currículo. Estudantes da rede pública e membros de agremiações de frevo terão prioridade. Confira a data de realização e a ementa de cada curso.

Curso de Prática de Orquestra

Ministrado pelo Maestro Spok, o curso acontece entre os dias 17 de março e 18 de junho, nas segundas e quartas-feiras, das 9h às 11h. São 20 vagas e o valor mensal é de R$ 60.

Profissionais, alunos de música, regentes e instrumentistas podem se inscrever, desde que tenham domínio da escrita e da leitura musical e possuam instrumentos próprios. 

Ementa: estudo, identificação e diferenciação dos conceitos de afinação, timbre, articulação e emissão sonora, possibilitando a formação de repertório e o aperfeiçoamento da expressão/interpretação musical em naipes de orquestra. 

Curso de Técnica e Interpretação Musical do Frevo

Ministrado pelo Maestro Édson Rodrigues, o curso será realizado entre os dias 18 de março e 19 de junho, nas terças e quintas-feirdas das 9h às 11h. 

Os interessados precisam ter domínio da escrita e da leitura musical, além de utilizarem instrumentos próprios. O curso é de nível avançado e somente alunos ou profissionais de música podem se inscrever.  

Ementa: estudo e execução dos padrões de regência, articulações, entradas e ataques, dinâmicas e andamentos na perspectiva do instrumentista e do regente, análise estética das obras e criação de repertório.

Curso de Técnica Vocal

Ministradas pelo professor Kássio Almeida e coristas de orquestras, as aulas acontecem de 19 de março até 16 de maio, nas quartas e sextas-feiras das 16h às 19h. São disponibilizadas 25 vagas e as inscrições são gratuitas.

Podem participar pessoas com noções musicais ou não.

Ementa: identificação, teoria e prática, aparelho fonador, afinação, respiração, apoio, emissão vocal, ressonância, impostação, vibrato, falsete e classificação vocal.

Curso de Harmonia Popular

Ministrado pelo Maestro Nenéu Liberalquino, o curso acontece do dia 3 de abril até 19 de julho, nas quintas-feiras e sábados, das 15h às 17h. O custo é de R$ 60 mensais.

Podem participar profissionais e alunos já iniciados em música, com proficiência em escalas maiores e menores, intervalos, formação de tríades e tétrades, habilidade básica em pelo menos um instrumento harmônico (violão, piano ou cavaquinho).

Ementa: estudo e execução dos campos harmônicos maior e menor; estudo das escalas aplicadas aos acordes; aplicação das dissonâncias e rearmonização; e análise harmônica do Cancioneiro Popular Brasileiro e Pernambucano (Frevo de Rua, Frevo de Bloco e Frevo Canção).

Curso de Orquestração e Arranjo

Ministrado pelo Maestro Duda, o curso acontece do dia 3 de abril a 18 de julho, nas quartas e sextas-feiras,d as 15h às 17h. São disponibilizadas 20 vagas e o valor mensal é de R$ 60.

O Curso de Orquestração e Arranjo é de nível avançado, direcionado para profissionais e alunos de música. É preciso ter domínio da escrita e da leitura musical, prática em nível avançado do instrumento principal, em caso de instrumentos de sopro, além de usar algum instrumento harmônico como ferramenta para a harmonia. Também é necessário ter proficiência em escalas maiores e menores, intervalos, formação de tríades e tétrades. 

Ementa: estudo e execução de técnicas de composição, orquestração, arranjo e transcrição; prática de percepção melódica e harmônica; estudo e prática da estruturação e estética musical observando  ritmo, melodia, harmonia, textura sonora dos instrumentos e forma; análise de gêneros e estilos musicais para instrumentação e orquestração do Frevo de Rua e Frevo Canção.

Serviço

Inscrições para cursos da Escola de Música do Paço do Frevo

Até 14 de março

Inscrições devem ser feitas através do telefone (81) 3355 9924 ou pelo e-mail cursos@frevo.org.br

R$ 60; o curso de Técnica Vocal é gratuito

*Com informações da Assessoria

A música Brasil é Gol, frevo composto e cantado por Dino Braia foi disponibilizada para download gratuito do soundcloud

A música tem arranjo do Maestro Duda e execução de Spok. Brasil é gol é uma referência a carreira solo de Dino Braia, que já realizou parcerias com Waly Salomão e Alceu Valença.

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