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Ao propor um brinde no almoço oferecido pelo governo brasileiro à comitiva argentina, o presidente Jair Bolsonaro disse estar confiante no que chamou de “modernização” do Mercosul (bloco composto também por Uruguai e Paraguai, já que a Venezuela está temporariamente suspensa).

Segundo Bolsonaro, o Brasil será um firme aliado na construção de uma região mais integrada, de mais desenvolvimento e de mais oportunidades. “Estamos confiantes na modernização do Mercosul, tanto em seu aperfeiçoamento interno como na expansão de suas relações com o mundo”.

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“Estou seguro de que começamos a escrever hoje um novo capítulo na história das relações entre Brasil e Argentina. Um capítulo de amizade e cooperação renovadas entre nossos países para benefício de nossos povos.”

Reformas

Em seu discurso no Palácio do Itamaraty, Bolsonaro reforçou que o governo brasileiro está decidido a levar adiante reformas econômicas “de envergadura”, que soltem as amarras do crescimento e gerem emprego e renda. “Buscamos aqui um Estado eficiente e um setor privado pujante. Buscamos ambiente que favoreça o empreendedor e abertura cada vez maior”.

Crime organizado

O presidente citou ainda que percebe, na união entre Brasil e Argentina, “firme determinação” no combate ao crime organizado, citado por ele como um mal que angustia famílias que há muito não toleram os níveis de violência a que o país chegou.

“Essa visita permitiu aos nossos governos tratar do aprofundamento da cooperação entre nossos países contra o crime. O Brasil será sempre um firme aliado nesta luta", disse.

Depois de fazer um discurso formal, que foi lido em um teleprompter no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro chegou mais descontraído ao Itamaraty, onde recebeu o colega argentino Maurício Macri para um almoço. Na chegada, Bolsonaro brincou com a imprensa e recebeu Macri com sorrisos e abraço. Em um momento, ele chegou a repetir o gesto da campanha eleitoral de simular uma arma com as mãos, mas não foi acompanhado por Macri.

Enquanto esperava Macri entrar no Itamaraty, Bolsonaro foi questionado pelos jornalistas sobre o que achou de sua estreia recebendo um chefe de Estado - Macri é o primeiro a visitar o Brasil desde a posse. "Tudo tem uma primeira vez. Vocês lembram da sua?", respondeu. Os jornalistas pediram a Bolsonaro que desse entrevista e ele continuou: "Eu sei que vocês me amam".

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Do lado de fora, um manifestante isolado tocava em um trombone a melodia "Olê-olá, Lu-lá, Lu-lá", que ficou conhecida nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso em Curitiba (PR). A música podia ser ouvida enquanto o presidente argentino entrava no prédio.

Pouco antes de Macri ser recebido no Itamaraty, os ministros dos dois governos chegaram ao local. Pelo lado brasileiro, participam do almoço ministros como o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Economia, Paulo Guedes, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Também participam do almoço os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor e o filho do presidente Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro (PSL).

Após se reunir nesta quarta-feira (16), em Brasília, com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que os dois concordaram em "construir" um Mercosul "enxuto", para que continue a ter relevância no cenário internacional.

"É preciso valorizar a tradição original do Mercosul, com abertura comercial, redução de barreiras e eliminação de burocracias", disse o presidente brasileiro, em discurso no Palácio do Planalto. "Concordamos também que, com Uruguai e Paraguai, precisamos aperfeiçoar o Mercosul", continuou.

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Bolsonaro também afirmou que, na frente externa, é preciso concluir negociações mais promissoras e iniciar novas negociações, "com criatividade e flexibilidade para recuperar o tempo perdido". Ele não citou nenhuma negociação em especial, embora o Mercosul esteja conversando com a União Europeia para um acordo de livre comércio.

Macri, que discursou em seguida, reforçou a intenção de "modernizar" o Mercosul e citou o acordo com a União Europeia. "É fundamental agilizar e terminar negociações externas que temos em andamento. Com a União Europeia, avançou como nunca antes, exigiu muito esforço. Com a chegada de Bolsonaro, temos chance de renovar o compromisso político e dar vantagens aos dois blocos", disse.

Os presidentes Jair Bolsonaro e Mauricio Macri vão formalizar, nesta quarta-feira (16), a revisão do tratado de extradição entre Brasil e Argentina. O líder argentino chegou por vota das 10h30 [horário de Brasília] ao Palácio do Planalto, onde foi recebido pelo brasileiro.

De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a ideia da revisão é que o documento de extradição, em caso da prisão de uma pessoa no país vizinho, seja adiantado sem passar pelos canais diplomáticos para depois ser formalizado. Atualmente, o tratado vigente é da década de 1960.

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"Às vezes você seguiu o canal diplomático, acontece o que aconteceu com o Cesare Battisti, prende o cara e...", declarou Moro, fazendo um sinal de fuga com as mãos ao fazer referência à prisão do italiano Cesare Battisti, que fugiu do Brasil para a Bolívia, onde foi preso.

"Existe um tratado de extradição um pouco antigo feito em outra época. As formas de comunicação hoje são outras e há a percepção de que há necessidade de sempre agilizar esse mecanismo de cooperação", disse o ministro. "Esse tratado vai permitir uma comunicação mais rápida entre os dois países", completou.

O presidente da Argentina, Maurício Macri, virá duas vezes ao Brasil nas próximas semanas. Nesta sexta-feira, 14, ele comunicou ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, que participará da cerimônia de posse e retornará no dia 16 de janeiro para uma nova conversa.

"Há pouco falamos com Jair Bolsonaro por telefone. Combinamos de nos encontrar no dia 16 de janeiro, em Brasília, para começarmos a trabalhar juntos nesta nova etapa", escreveu Macri no Twitter.

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A assessoria de Bolsonaro confirmou a conversa. Os dois queriam marcar a reunião, e a decisão de Macri vir ao Brasil ocorreu por causa do estado de saúde de Bolsonaro, que passará por cirurgia no final de janeiro para retirar uma bolsa de colostomia.

O juiz federal argentino Claudio Bonadio convocou o pai e um irmão do presidente da Argentina, Mauricio Macri, para prestar depoimento sobre um suposto pagamento de propina a funcionários do governo anterior, de Cristina Kirchner, para obter direito a exploração de rodovias.

Bonadio suspeita que Franco e Gianfranco Macri tenham feito parte da rede de corrupção integrada por empresários e funcionários criada durante os governos de Cristina e de Néstor Kirchner.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de argentinos realizaram uma manifestação para protestar contra as recentes medidas de austeridade do governo de Maurício Macri e para exigir soluções para a crise econômica que o país enfrenta.

Manifestantes liderados por grupos sindicais travaram o trânsito em algumas das principais avenidas da capital argentina nesta quarta-feira. Alguns manifestantes cozinharam guisados em panelas e ofereciam à população para dramatizar os crescentes níveis de pobreza em solo argentino. Os preços ao consumidor do país estão em alta, o desemprego está aumentando e o peso tem se desvalorizado acentuadamente em relação ao dólar.

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A crise forçou o governo Macri a buscar uma linha de crédito de US$ 50 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O presidente argentino anunciou recentemente novos impostos sobre as exportações e a eliminação de diversos ministérios do governo para acalmar as preocupações dos mercados financeiros sobre a capacidade da Argentina de pagar suas dívidas. Fonte: Associated Press.

A Argentina está de novo aberta para negócios, depois de uma fase de isolamento, disse o presidente Maurício Macri numa sessão do Fórum Econômico Mundial, retomando em pontos essenciais a mensagem transmitida no dia anterior, no mesmo auditório, por seu colega brasileiro Michel Temer.

Em dois dias, governantes das duas maiores economias da América do Sul apresentaram a executivos, investidores e políticos, em Davos, uma profissão de fé democrático-liberal, num esforço para dissipar a imagem do populismo recente em seus países. Ao cumprir essa tarefa, apresentaram também um Mercosul diferente, restituído, nas palavras de Temer, à vocação original de integração nos mercados mundiais.

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No caso de Macri, a nova apresentação em sessão plenária do fórum é a continuação de um trabalho. Empossado em dezembro de 2015, ele começou logo depois a proclamar a mudança de rumo do governo argentino, depois de 11 anos de kirchnerismo. Passados pouco mais de dois anos, ele tem resultados para exibir. O crescimento voltou. No terceiro trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) foi 4,2% maior que o de igual período de 2016. A comparação de três trimestres com três do ano anterior indicou um avanço de 2,5%.

Macri também mencionou o combate à inflação, mas sem detalhar o assunto. A inflação de fato caiu - de 40% em 2016 para 24,8% em 2017. Mas ficou de novo acima das expectativas anunciadas pelo governo, de um resultado entre 20% e 22%. Mas houve melhora, apesar de tudo, e, além disso, os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) têm mais credibilidade que na fase kirchnerista.

Durante anos, dados econômicos da Argentina publicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) foram acompanhados de ressalvas quanto à sua veracidade. Sem mencionar esse histórico, Macri realçou pelo menos o aumento da transparência e da credibilidade.

Transparência e fiscalização foram temas ainda citados por Macri, na resposta a uma pergunta sobre o combate à corrupção no Brasil e na Argentina. Macri citou de forma positiva as operações desenvolvidas no Brasil e citou esforços semelhantes em curso em seu país.

Como Temer, o presidente argentino realçou a fase pós-populista do Mercosul. Segundo Macri, esse bloco já foi o mais fechado e mais protecionista do mundo, mas agora está voltado para a busca de mais parcerias comerciais. O objetivo imediato é a conclusão do acordo com a União Europeia, em negociação há mais de 20 anos.

Desta vez, o grande obstáculo é a resistência dos agricultores europeus - posição respaldada pelo governo de uma das maiores potências europeias, a França. Com encontro marcado em Davos com o presidente francês, Emmanuel Macron, Macri expressou a esperança de convencer o colega francês das vantagens do acordo.

Segurança alimentar

Macri insistiu, tanto no discurso quanto na entrevista coletiva concedida mais tarde, no potencial do Mercosul como garantidor da segurança alimentar em todo o mundo. Esse é um dos três grandes temas propostos por Buenos Aires para as discussões do Grupo dos 20 (G-20) em 2018. Neste ano, a Argentina exercerá a presidência rotativa do grupo, formado pelas maiores economias, tanto desenvolvidas quanto emergentes.

O primeiro tema é o futuro do trabalho. Para cuidar disso será necessário um grande esforço de educação e treinamento. A conclusão de todos os trabalhadores nas condições de tecnologia e produção do mundo globalizado dependerá desse esforço. O segundo tema é o cuidado com a infraestrutura, com programas de expansão, de modernização e de eliminação das deficiências. Isso é parte da política interna desenhada pelo governo argentino. Como no Brasil, essa política envolve licitações de projetos e serviços e a mobilização de capitais privados. O terceiro tema é a segurança alimentar.

Romaria

Foi montada este ano uma Casa Argentina, em Davos, onde Macri tem recebido políticos e empresários para tratar da pauta do G-20 e também para discutir planos de investimento no país. Lá estiveram na terça-feira, 23, entre outras figuras, a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, a rainha Máxima, da Holanda, o empresário Bill Gates e presidentes de vários grupos multinacionais, como Cargill, Total e Siemens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer vai para a Argentina, em dezembro, para participar da sessão de abertura da Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC). A informação foi confirmada nesta quinta-feira, 9, pela assessoria de imprensa do Planalto, que informou que Temer aceitou o convite do presidente da Argentina, Mauricio Macri. A participação de Temer está marcada para o dia 10.

A reunião ministerial da OMC acontece na capital argentina entre os dias 10 e 13 de dezembro.

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O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu para que a população apoie várias novas políticas para reformar o código tributário do país, o sistema de previdência social e para que as instituições atraiam investimentos e tornem a economia mais competitiva.

Em um discurso a governadores, líderes empresariais e legisladores, Macri disse que a Argentina precisa aprovar mudanças políticas no governo federal e nas províncias.

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Apoiado por um desempenho inesperadamente forte nas eleições legislativas da semana passada, Macri disse que pediria impostos menores ao Congresso e um corte no déficit federal. Ele também disse que pediria aos congressistas que facilitem para as empresas na criação de empregos.

"Se não tivermos um consenso básico sobre o caminho para o desenvolvimento do nosso país, nossos planos para instituições públicas não será sustentável e não haverá investimento", disse Macri.

O presidente, no entanto, deu poucos detalhes sobre as diretrizes, dizendo que quer que outros líderes consigam consenso em pontos básicos das políticas. Ele propôs a criação de um comitê de especialistas para encontrar formas de reformar a previdência social. O seu chefe de gabinete, Marcos Peña, disse depois que pode levar anos até que o comitê ofereça recomendações políticas.

Peña também disse que, enquanto isso, o governo vai reprimir o abuso no sistema de aposentadoria, para garantir que os benefícios estão ajustados em linha com a inflação. Fonte: Dow Jones Newswires.

Poucas horas depois de sua coalizão Cambiemos vencer a eleição legislativa de domingo na Argentina, o presidente Mauricio Macri anunciou nesta segunda-feira uma elevação média de cerca de 10% nos preços do combustível. Embora o fato possa ser elogiado por economistas que defendem a redução nos subsídios e no déficit fiscal, o momento da decisão deve ser alvo de críticas na arena política.

A decisão de aumentar os preços dos combustíveis pode ser alvo de críticas da classe média, que em sua maioria apoiou os candidatos de Macri no Legislativo. Por outro lado, deve ser explorada pela ex-presidente Cristina Kirchner, que ficou em segundo lugar na disputa por uma cadeira no Senado, mas ainda assim conseguiu a vaga. A ex-líder vinha advertindo que Macri elevaria preços imediatamente após as eleições, o que se confirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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No último dia de sua visita a Buenos Aires, o ex-presidente americano Barack Obama jogou neste sábado uma partida de golfe com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, após uma reunião privada entre ambos.

Macri e Obama se mostraram sorridentes diante dos poucos espectadores no Club de Golf Bella Vista, propriedade da família de Macri. Não foi informado o que foi tratado por causa do caráter privado da visita, segundo a Casa Rosada.

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O ex-presidente dos Estados Unidos chegou na sexta-feira à Argentina, convidado por entidades privadas para participar de um encontro sobre Economia Verde em Córdoba, 698 quilômetros a noroeste da capital do país. Na noite de sexta-feira ele jantou com empresários, aos quais falou sobre mudanças climáticas, transparência e boas práticas na política.

Em seu encontro com empresários, Obama elogiou Macri por "seus esforços para reconectar o país com a comunidade internacional e fazer que funcione o crescimento econômico". Além disso, pediu que a Argentina "mantenha e melhore sua liderança regional para enfrentar os problemas do continente".

A visita de Obama ocorre no momento em que a Argentina busca conseguir novamente autorização para exportar carne e também deseja manter as vendas de biodiesel aos EUA. Fonte: Associated Press.

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner irá concorrer às eleições legislativas para uma vaga no Senado. A informação foi relevada neste fim de semana por membros do seu partido.

Cristina, que governou a Argentina entre 2007 e 2015 e também é ex-primeira-dama, atualmete representa a oposição ao governo de direita do presidente Mauririco Macri. A ex-mandatária fundou recentemente uma nova frente que reúne peronistas e centro-esquerdistas, a Unidade Cidadã (UC).

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Aos 64 anos de idade, ela concorrerá pela província de Buenos Aires no dia 22 de outubro, quando 34 milhões de argentinos irão às urnas para renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. Analistas acreditam que a candidatura ao Senado será o primeiro passo da estratégia de Cristina para voltar ao poder em 2019.

A líder esquerdista tinha saído abalada das eleições de 2015, nas quais fora derrotada por Macri, que chegou à Presidência com a promessa de fazer reformas na economia e retomar o crescimento da indústria. Empresário de carreira, Macri recebe o apoio de investidores internacionais, mas suas políticas sociais são criticadas internamente.

Cristina, no entanto, também desperta críticas de parte dos argentinos, além de estar envolvida em processos judiciais sobre irregularidades em operações de dólar, favorecimento em concessões de obras públicas e associação ilícita.

Dezenas de milhares de pessoas se mobilizaram no centro de Buenos Aires nesta terça-feira em um protesto convocado pelo principal sindicato da Argentina para repudiar o fechamento de fábricas, atribuído à reabertura da economia argentina, que, por siá vez, foi impulsionada pelo governo de Maurício Macri.

A manifestação foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), que unifica sindicatos de grande peso no país, além de ter a adesão de partidos opositores e de grupos de esquerda e organizações sociais. "O conselho tomou a decisão de fazer uma paralisação de 24 horas antes do fim do mês se não houver mudanças nas decisões do governo", disse Héctor Dáer, um dos dirigentes da CGT.

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O dirigente não deu uma data precisa para a primeira greve geral contra Macri desde que o presidente assumiu a Casa Rosada em 2015. Fonte: Associated Press.

O chefe de Estado brasileiro, Michel Temer (PMDB), convidou o presidente da Argentina, Mauricio Macri, por telefone, para fazer uma visita ao Brasil. Será a primeira vez que Macri desembarca no país, no dia 7 de fevereiro, desde que o peemedebista assumiu a presidência, em agosto de 2016. 

A última vez que Michel Temer esteve na Argentina foi em outubro passado. Na ocasião, junto com cinco ministros, ele fez uma visita à residência oficial de Mauricio Macri onde foi assinado um acordo de facilitação do comércio e outro de estímulo a pequenas e médias empresas. O encontro teria sido feito na moradia de Macri e não na Casa Rosada para despistar manifestantes que programaram um protesto na chegada de Temer, na Praça de Maio, localizada em frente à sede presidencial. 

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O fato não impediu a mobilização, já que um grupo de aproximadamente 40 pessoas, na maioria brasileiros, foi até a casa de Macri. O grupo ainda espalhou ratos de brinquedo pela calçada e segurou uma faixa escrito "Fuera Temer, golpista". À imprensa argentina, Temer chegou a dizer que pensava semelhante a Macri. Por sua vez, Mauricio elogiou a conclusão do processo de impeachment.  

O governo argentino anunciou que abriu uma investigação contra as ameaças de morte feitas ao presidente do país, Mauricio Macri, na última semana através das redes sociais.

Segundo a ministra da Segurança do país, Patricia Bullrich, que confirmou o início das investigações, a política oficial do governo sobre o caso é manter "uma clara ação penal a todos aqueles que usarem uma linguagem violenta para evitar a impunidade".

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A ameaça contra Macri foi difundida na última quinta-feira (22) na conta @xLitleSado no Twitter em um vídeo no qual uma voz distorcida diz a seguinte mensagem: "senhor presidente, ninguém vai nos deter e, pelos seus crimes contra os argentinos, logo você irá morrer, viva Perón".

Além disso, o vídeo mostra a imagem de oito balas de grande calibre com a legenda "Macri, nós vamos te matar" escrita à mão em uma folha de papel. "A mensagem é muito tétrica, de uma pessoa que disse que vai matar Macri pelo o que está fazendo" à população argentina, disse Bullrich, que afirmou que a conta no microblogue é "fictícia", mas que as pessoas que criam esses perfis "sempre deixam portas por onde pode-se investigar".

A ministra também explicou que em casos de ameaças como esse o processo se dá "sempre da mesma maneira". "Abrimos uma investigação e o resultado é que em quase todos os casos que são reportados durante o ano, processamos as pessoas. Nossa política é do 'não' à impunidade para que a violência não seja vista como algo cotidiano", afirmou a argentina.

Na última segunda-feira (19), um homem de 37 anos foi preso em uma residência no Mar del Plata por também ter ameaçado o presidente argentino e outros membros do governo de morte pelo Twitter.

O presidente da Argentina, Maurício Macri, deverá vir ao Brasil até março próximo, em data ainda a ser definida. A visita foi discutida nesta quinta-feira (8) na audiência que a chanceler da Argentina, Susana Malcorra, teve com o presidente Michel Temer, segundo fontes.

No encontro, eles falaram da Hidrovia do Mercosul, um projeto de infraestrutura de grande interesse do Brasil, mas que nos últimos anos esteve paralisado por questões trabalhistas do lado argentino. Essas dificuldades foram contornadas, segundo informou a ministra, e agora o projeto deverá figurar entre os projetos prioritários de integração da infraestrutura na região.

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Os dois falaram também sobre o funcionamento dos Congressos em ambos os países. Temer disse à chanceler que está muito esperançoso na aprovação das medidas econômicas. Ele avaliou que o Congresso brasileiro está bem comprometido e que o governo conta com uma boa base parlamentar.

União Europeia

Susana esteve também no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), onde se reuniu com o ministro Marcos Pereira. Na conversa, eles acertaram como meta fechar o acordo entre Mercosul e União Europeia em 2018.

Isso deverá ser facilitado pelo fato de a Argentina assumir a presidência do Mercosul na próxima semana, encerrando um período de indefinição, quando o bloco foi presidido por uma comissão, por não reconhecer o comando da Venezuela. Em meados de 2017, a presidência passa para o Brasil. Assim, os dois países concordaram em estabelecer um programa comum de trabalho para avançar com as negociações nesse período.

"O acordo com a União Europeia é uma prioridade em comércio exterior para o Brasil. Devemos buscar consenso interno para quando formos à Comissão Europeia", defendeu o ministro Marcos Pereira, em nota divulgada por sua assessoria de imprensa. "Trabalhando mais em conjunto, montando uma equipe mais coordenada, teremos muito mais chance de ter êxito", avaliou Susana, segundo informação do ministério brasileiro.

Os ministros também falaram sobre acelerar outros acordos comerciais do bloco, como os da Índia, o Canadá e a Associação de Livre Comércio da Europa (Efta), formada por Islândia, Linchtenstein, Noruega e Suíça.

No encontro, a chanceler argentina pediu medidas de desburocratização no comércio. Os dois países assinaram uma declaração conjunta pela criação do Certificado de Origem Digital (COD). Implantado, ele permitirá a redução de custos e prazos para a emissão de certificados de origem.

Venezuela

A chanceler argentina disse que a expectativa dos países integrantes do Mercosul é que a Venezuela cumpra as exigências do bloco e volte a ser membro pleno. "Quando houver regras que ponham a Venezuela em pé de igualdade com outros países do Mercosul, ela voltará a ser membro de direito", afirmou, após encontro com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, José Serra.

A ministra rebateu as críticas do governo venezuelano de que outros países como Brasil e Argentina também não cumprem todas as regras do Mercosul e disse que as normas evoluem com o tempo. "Cada vez assumimos mais compromissos. Todos temos que fazer maiores adequações, mas estamos falando de uma linha básica de cumprimento", afirmou.

De acordo com Serra, será formado um grupo dentro do Mercosul para chegar a um entendimento prévio em relação a pontos do acordo com a União Europeia, que permitirá aos países sul-americanos negociarem com o bloco europeu com mais força. "Estamos negociando separadamente, não há uma negociação articulada", criticou. Susana disse que a ideia é fazer com que a agenda Mercosul-UE ande o mais rápido possível.

Os dois chanceleres também discutiram a redução de barreiras ao comércio dentro do bloco, principalmente as não-tarifárias. Segundo Serra, a ideia é homogeneizar exigências técnicas, sanitárias e fitossanitárias para facilitar o trânsito de mercadorias entre os países do Mercosul. Para isso, está sendo estudada a criação de uma agência binacional de normas técnicas com a cooperação do Inmetro e órgãos argentinos.

O presidente argentino, Mauricio Macri, afirmou na quarta-feira, 28, ver como um modelo o processo de impeachment que levou ao poder Michel Temer, convidado que ele receberá na segunda-feira, 3, em Buenos Aires. Na residência oficial de Olivos, Macri disse a jornalistas brasileiros não ter dúvida da legalidade da queda de Dilma Rousseff.

"Convenhamos que quem está governando é o vice-presidente (da coligação) do PT, que ganhou a eleição passada. Independentemente de quem tenha convocado para o gabinete, é uma continuidade. Não importa o que ocorreu na coalizão governante", opinou.

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Macri assegurou que sua posição não tem a ver com afinidade ideológica com Temer. Lembrou que Dilma recebeu seu adversário na última eleição, o kirchnerista Daniel Scioli, e sua primeira viagem depois de eleito foi para visitá-la.

"Brasil e Argentina estão acima da política conjuntural. Posso trabalhar com quem o Brasil decidir que governa. Mas se me perguntarem qual é a figura mais relevante, a que me desperta mais respeito na política brasileira nos últimos 20 anos, claramente é Fernando Henrique Cardoso", acrescentou. FHC visitou na semana passada a Macri, que reconheceu o governo de Temer sete minutos após a posse.

Macri reforçou que discorda da alegação de que houve um golpe no Brasil. "A Justiça é um poder independente, foram feitas investigações, iniciou-se um impeachment, o Congresso votou. Acho que as instituições funcionaram. Internamente pode haver diferentes opiniões ou dirigentes na América Latina que pensem diferente. Institucionalmente, o País seguiu todos os passos que correspondem. É um processo institucional que vai potencializar todas as qualidades do Brasil", disse.

Há quase dez meses no cargo, Macri leva adiante um ajuste com pontos em comum ao que Temer pretende implementar. "Não sei se me corresponde dar conselhos. (Sugiro) afastar-se de discursos, medidas, ações demagógicas, populistas que só trazem mais pobreza para o futuro."

A possibilidade de protestos contra o presidente brasileiro nas cerca de cinco horas que estará em Buenos Aires não preocupa o anfitrião. "Na Argentina, todo mundo tem a possibilidade de se expressar. Estimulamos que seja em ordem."

Natalia Alvarez, mãe de Yoseli e Caroline, e esposa de Eder Uribe, lembra com uma voz saudosa das refeições que incluíam carne. "Um corte que era 50 pesos (R$ 10) dobrou. Só nos restou recorrer ao frango", diz, com pesar.

O costume de assar alguns pedaços no fim de semana ficou difícil com o desemprego do marido. Com o reajuste que atingiu o setor ainda no início do governo de Mauricio Macri, o churrasco ficou inviável.

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A disparada seguiu-se à liberação da compra de dólar, que rompeu o controle imposto em 2011 por Cristina Kirchner. A consequente desvalorização, feita por Macri em seus primeiros dias de mandato, em dezembro, foi seguida de uma elogiada estabilidade da moeda americana na faixa dos 15 pesos, mas também de um salto dos preços, mesmo daqueles não ligados diretamente ao dólar.

A inflação é a principal preocupação do governo e de 22% da população, segundo o instituto M&F. Em junho, o índice foi de 3,1%, enquanto no mês anterior bateu em 4,2%. Nos últimos 12 meses, o acumulado supera os 40%. O governo garante que a tendência agora é de queda porque a pior fase do ajuste já passou, mas espera-se para julho algo entre 2% e 2,5%.

Como a meta fixada no início de 2016, de 25% no ano, foi usada como base para negociar em março o reajuste com os sindicatos, as categorias voltaram a reivindicar correções. Algumas já tinham imposto gatilhos, caso a previsão não se confirmasse, mas há várias com paralisações previstas para este mês.

A sequência de manifestações torna o período decisivo para medir a resistência do governo. A Casa Rosada tenta conter uma onda de greves e aumentos que atiçariam novamente a inflação.

Para complementar a renda familiar que hoje vem do seguro-desemprego do marido, Natalia revende sapatos pedidos por conhecidos por WhatsApp, enquanto amamenta Caroline. Lucra 100 pesos (R$ 20) em um par. Em um bom mês, consegue 2 mil pesos (R$ 426).

Praticamente tudo é gasto em comida. Carne moída, ossobuco e dobradinha também entraram no cardápio por serem mais baratos. "Roupa quase não compro, mesmo os sapatos que vendo são caros demais pra mim. As crianças usam quase sempre as mesmas, vamos lavando todo o tempo", explica.

O gás de cozinha, comprado em botijão, custa 180 pesos (R$ 38) e dura três semanas. Isso quando não há corte de energia elétrica no loteamento Atalaya. A família, então, improvisa um aquecedor a gás para impedir que as crianças adoeçam "na hora errada". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando recebe queixas sobre inflação, desemprego, recessão e tarifaço, o presidente Mauricio Macri se coloca no lugar de um piloto que evitou que o avião Argentina caísse, mas que segue voando sem instrumentos. Entre o grupo crescente de passageiros angustiados com as manobras e em dúvida sobre um pouso seguro está a família do pedreiro Eder Uribe.

Aos 33 anos, esse morador de uma das enlameadas ruas de um loteamento na área rural de Moreno, cidade de 150 mil habitantes na Grande Buenos Aires, enfrenta sua maior turbulência. São oito meses sem emprego e uma filha de quatro meses para criar. "Fiquei em pânico quando me colocaram na rua, porque a Caroline estava para nascer", lembra, enquanto mostra a casa que parou de erguer em um terreno de 10 por 35 metros comprado "sem papéis, mas de alguém de confiança".

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Uribe é um dos 62 mil operários do setor de construção atingidos pelo congelamento de obras públicas em razão da troca de governo. Desde janeiro, a atividade no setor só cai. Houve um recuo acumulado de 12,4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2015.

Mariano Lamothe, gerente de análise econômica da consultoria Abeceb, explica que todas as licitações ficaram paradas até maio, quando só as existentes e auditadas foram liberadas. "As novas só foram autorizadas em julho, o que explica os números ruins", avalia Lamothe.

Macri é criticado pela demora na retomada dos investimentos em infraestrutura, um dos fatores para a recessão (a previsão é de que o PIB recue de 0,8% a 1,5% neste ano). Sua equipe argumenta que é preciso revisar contratos de obras, bem como a distribuição de empregos públicos com finalidade política.

Os indícios mais claros de corrupção envolvem concessões a empreiteiros, que teriam retribuído alugando quartos em hotéis da família da ex-presidente Cristina Kirchner que nunca foram ocupados. Outro caso emblemático foi o do flagrante em junho a um do chefes do setor, o kirchnerista José López, tentando esconder US$ 9 milhões em um convento. A justificativa de buscar lisura no setor não convence Eder Uribe.

"Só sei que no governo anterior nunca faltou emprego", reclama o pedreiro, que ajudava a erguer um hospital quando foi despedido, com todos os funcionários da empresa na qual esteve durante quatro anos. Desde então, ele faz raros bicos assentando azulejos ou levantando paredes em casas. Terminou de fechar o primeiro piso da própria residência, onde uma TV de plasma destoa das paredes e do piso sem acabamento.

Como fica com a família a maior parte do dia esperando que o sindicato ligue com uma oferta, ele participa das atividades domésticas. Uma de suas obsessões é evitar que alguém adoeça. Já são mais de cem dias sem que a temperatura supere 20ºC e, nos descampados de Moreno, a 50 km de Buenos Aires, a umidade acentua a sensação de frio. É a razão pela qual não usa sua moto para levar a filha mais velha, Yoseli, de 5 anos, à pré-escola na cidade.

Ainda é noite quando os dois saem para 15 minutos a pé e outros 20 minutos de ônibus. "Não é hora de ficar doente.

Aqui em casa já deixamos de jantar e tomamos só um chazinho. Precisamos saber até onde vai o dinheiro", afirma.

Como operário contratado com carteira assinada, Uribe ganhava 3.800 pesos (R$ 810) por mês, em 9 horas diárias. O seguro desemprego lhe garantirá 1.600 pesos (R$ 341) até dezembro. Se continuar sem algo fixo, precisará recorrer ao programa social que garante benefícios aos que mantêm filhos na escola. "Muita gente prefere não trabalhar para se beneficiar disso, e não acho correto. Mas não vou ter alternativa", lamenta.

Uribe está cético. Durante o primeiro semestre, ouviu do governo que na segunda metade do ano a economia melhoraria. Em 1º de julho, a inflação interanual superava 40% - ante uma meta inicial de 25% para 2016 - e não havia perspectiva para retomada no crescimento. Até a imprensa favorável ao governo ironizou o fracasso da previsão.

A despeito do otimismo externo e das demonstrações de apoio de líderes mundiais à abertura econômica promovida por Macri, internamente, pessimistas como Uribe estão em crescimento. Pesquisa da Management & Fit, instituto rigoroso com o kirchnerismo, mostra que 46% dos argentinos imaginam um cenário econômico pior nos próximos meses. Eram 42% há um mês.

Protestos que começaram o ano dominados pela militância kirchnerista, contra a redução do funcionalismo, ganharam a adesão de eleitores de Macri. Isso ocorreu principalmente quando contas de luz, gás e energia começaram a chegar com aumentos de mais de dez vezes - sem melhora no serviço - e o efeito cascata sobre a inflação levou carnívoros a abolir hábitos como o churrasco, algo que a mulher de Uribe não perdoa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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