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O Reino Unido e o Canadá decidiram na terça-feira (29) impor sanções contra autoridades da Bielo-Rússia, no mesmo dia em que o presidente da França, Emmanuel Macron, se encontrou com Svetlana Tikhanovskaya, um dos maiores nomes da oposição do país. Os dois movimentos foram criticados pelo presidente russo, Vladimir Putin, que denunciou uma "pressão externa sem precedentes" contra o presidente Alexander Lukashenko.

A partir desta quarta-feira (30) oito autoridades da antiga república soviética, incluindo o presidente, não poderão entrar no Reino Unido e no Canadá e terão os bens congelados nos dois países. "Responsabilizaremos os autores da brutalidade contra o povo bielo-russo e defenderemos nossos valores de democracia e direitos humanos", disse o chanceler britânico, Dominic Raab, afirmando que Londres e Ottawa não aceitam "os resultados da eleição fraudulenta" de Lukashenko.

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Pouco depois de se encontrar com Tikhanovskaya, Macron disse, em um debate com estudantes na Universidade de Vilna, que a União Europeia, que também rejeitou a reeleição de Lukashenko, está preparando medidas punitivas. "A Europa está em posição de pressionar por meio de sanções, que tomaremos nos próximos dias e nas próximas semanas."

Macron pediu uma mediação internacional para organizar novas eleições, que seriam monitoradas. "O objetivo é uma transição pacífica, a libertação das pessoas que estão na prisão por suas opiniões políticas e a realização de eleições em um contexto livre, sob supervisão internacional", disse o francês.

A Bielo-Rússia está em crise desde as eleições de 9 de agosto. Tikhanovskaya reivindica a vitória contra Lukashenko, no poder desde 1994. A opositora se refugiou na Lituânia um dia após o resultado e, desde então, o país convive com grandes protestos contra o governo. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A União Europeia (UE) não reconhece Alexander Lukashenko como presidente de Belarus, um dia depois de sua posse para o sexto mandato presidencial, anunciou nesta quinta-feira (24) o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.

"A eleição de 9 de agosto não foi livre nem equitativa. A União Europeia não reconhece os resultados falsificados. Em consequência, a suposta 'posse' de 23 de setembro e o novo mandato que invoca Alexander Lukashenko não têm nenhuma legitimidade democrática e contradizem diretamente a vontade de amplos setores da população bielorrussa", afirmou Borrel em um comunicado.

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Lukashenko, cuja reeleição é questionada por grandes protestos nas ruas de Minsk, prestou juramento de maneira inesperada na quarta-feira (23) em uma cerimônia que só foi divulgada após o encerramento.

O anúncio provocou uma nova manifestação da oposição em Minsk, ato reprimido com dezenas de detenções.

"Esta 'posse' contradiz diretamente a vontade de amplos setores da população bielorrussa, expressada em várias manifestações pacíficas e sem precedentes (...) e agravará a crise política do país", destacou Borrell.

"Em vista da atual situação, a UE está revisando suas relações com Belarus", completou, sem revelar detalhes.

A UE preparou sanções contra 40 pessoas consideradas responsáveis pela repressão e também examina a possibilidade de punições Lukashenko, de acordo com fontes diplomáticas.

Mas a adoção de sanções exige a unanimidade dos Estados membros e o Chipre condiciona sua anuência à adoção de medidas para obrigar a Turquia a interromper a busca de gás nas águas de sua zona econômica.

Dois países, Suécia e Finlândia, se negam a aprovar sanções a Lukashenko para permitir a mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que será presidida pela Suécia, indicaram as mesmas fontes.

A questão será discutida na reunião dos líderes da UE nos dias 1 e 2 de outubro em Bruxelas.

O presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, afirmou neste domingo que rejeita qualquer possibilidade de repetir a votação para a presidência. A declaração foi dada durante uma manifestação de apoiadores do presidente, próxima à sede do governo, promovida em reação à onda de protestos da última semana questionando a regularidade das eleições.

Lukashenko, de 65 anos, acusou as potências ocidentais de interferirem na soberania do país, alegando que estariam reunindo unidades militares ao longo da fronteira ocidental da Bielo-Rússia. Também disse ter recebido sugestões de algumas nações ocidentais de que a Bielo-Rússia deveria repetir a votação presidencial, realizada em 9 de agosto. "Se seguirmos sua orientação (e repetirmos a eleição), morreremos como Estado", declarou Lukashenko.

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Segundo autoridades eleitorais, Lukashenko conquistou seu sexto mandato com cerca de 80% dos votos. Manifestantes afirmam que a eleição foi uma farsa e que os resultados foram manipulados. Também se queixam da dura repressão policial durante os protestos, que resultou em uma pessoa morta e 7 mil detidas. O declínio da economia da Bielo-Rússia e a rejeição de Lukashenko à pandemia do coronavírus, considerada por ele uma "psicose", são outros fatores que potencializaram os protestos, entre os maiores já vistos no país.

Ontem, Lukashenko disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou em apoiar a segurança no país diante dos sucessivos protestos, sem especificar de que maneira. Lukashenko comentou que "quando se trata do componente militar, temos um acordo com a Federação Russa", referindo-se a um acordo de apoio mútuo que as duas ex-repúblicas soviéticas assinaram na década de 1990. "Estes são os momentos que se enquadram no acordo", acrescentou.

Neste domingo, a Organização de Segurança do Tratado Coletivo, aliança militar de seis ex-nações soviéticas, incluindo a Bielo-Rússia, informou que tomaria uma decisão sobre o fornecimento de assistência caso a Bielo-Rússia solicitasse. Fonte: Associated Press.

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