Uma coalizão incluindo os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e a Liga Árabe se encontrou nesta quinta-feira para planejar novas maneiras de isolar o governo do presidente sírio Bashar Assad. Um líder da oposição síria, Ibrahim Miro, que compareceu à reunião na Holanda, disse que apenas as atuais sanções econômicas não derrubarão Assad.
O grupo chamado Amigos da Síria foi montado em fevereiro deste ano após o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguir chegar a um acordo para uma resolução que condenasse a violência na repressão à oposição síria, devido ao desacordo da Rússia e da China.
##RECOMENDA##
Nesta quinta-feira, o grupo recebeu o auxílio de especialistas financeiros em Scheveningen, subúrbio costeiro de Haia, para ajudar os países a compreenderem como o regime sírio sobrevive com as atuais sanções econômicas ao país, que incluem embargos ao petróleo e à venda de armas. Cerca de mais 20 países se juntaram ao grupo Amigos da Síria, formado por 60 países, que tem como objetivo bloquear as transações financeiras do governo sírio e impedir que os líderes do governo façam viagens ao exterior.
O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Uri Rosenthal, disse que as sanções estão funcionando apesar da não participação da Rússia, China e Irã. "As sanções econômicas têm efeitos. A UE comprava 90% do petróleo sírio e ficou difícil para Assad vender o petróleo em outros lugares", disse Rosenthal.
Ativistas estimam que mais de 23 mil pessoas foram mortas desde que começou a revolta contra Assad em março de 2011 e 1,5 milhão de sírios foram deslocados dentro do país. Pelo menos 250 mil fugiram e estão registrados como refugiados nos países vizinhos.
O político opositor sírio Ibrahim Miro, membro do Conselho de Governo da Síria, que reúne vários grupos da insurgência, disse que apenas as sanções econômicas atuais não derrubarão Assad. Ele espera que um embargo econômico ainda maior, aliado ao aumento dos ataques do Exército Livre da Síria (ELS) levará ao "ataque cardíaco econômico e militar do governo" de Assad. Miro disse que o comércio da Síria com o Iraque e o Irã continua a ser um entrave ao colapso do regime de Damasco. Além disso, Assad ainda continua a realizar operações financeiras na Rússia, Irã, Iraque, Líbano e Venezuela, disse Abdo Hussameldin, ex-funcionário do Ministério do Petróleo da Síria.
As informações são da Associated Press.