Tópicos | Lei Maria da Penha

Um idoso de 74 anos foi preso em flagrante nesta segunda-feira (22), em Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife, por agredir e ameaçar a companheira. A vítima, que não teve nome ou idade revelados, chegou à Delegacia de Polícia do bairro apresentando lesões no pescoço. A mulher relatou que esta agressão seria a mais recente, mas que a rotina de violência acontece há anos. O homem, que tem 10 filhos com a mulher, também teria sido agressivo com os filhos. 

No registro da ocorrência, a vítima relatou ainda que o agressor teria estuprado sua filha de 15 anos e ameaçado a adolescente. O suspeito foi preso através da Delegacia de Polícia da 17ª Circunscrição de Vasco da Gama (17ª CIRC) e as investigações foram iniciadas. 

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Ele foi autuado em flagrante com base no artigo 129 (lesão corporal) do Código Penal Brasileiro, no inciso 9, que cita lesão contra cônjuge, incluído pela Lei 10.886 de 2004 (violência doméstica); além de ameaça, crime previsto no artigo 147. As penas para os crimes são de reclusão de três meses a três anos, e de seis meses a dois anos e multa, respectivamente. 

 

O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) foi denunciado pela ex-esposa Adriana Bacelar de violência patrimonial, baseada na Lei Maria da Penha. Ela acusa o parlamentar de invadir e tentar confiscar uma casa de praia em processo de partilha, em um condomínio em Muro Alto, em Ipojuca, no Grande Recife.

A Justiça concedeu medida protetiva à Adriana após a denúncia. A mulher conta que o imóvel foi invadido no dia 22 de novembro, enquanto ela acompanhava o pai internado em um hospital em Brasília. De acordo com o relato, Feitosa apresentou com um nome falso na portaria e recebeu ajuda de um vizinho para acessar o condomínio.

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"Esse vizinho ligou para a portaria e autorizou dois nomes, dizendo que eram corretores. Se não me falha a memória, eram Valdemir e Aurélio os nomes que foram dados e dizendo que iam para a casa 12, a casa dessa pessoa. O porteiro autorizou a entrada, conferiu a documentação de Valdemir e perguntou o nome do carona, que, no caso, era 'Aurélio', mas não era", disse à TV Globo.

A ex-esposa conta que o deputado chegou a tirar todos os pertences dela da residência e mandou um carro entregar no apartamento onde ela mora no Recife.

"Ele acha que tem direito a usar. Ele pediu ao juiz, em 2021, a posse exclusiva ou partilhada da casa. E o juiz nega. O juiz não proíbe ele de entrar, desde que acompanhado por mim ou das filhas. [...] E como ele agora está dentro da casa, utiliza a arma, está com três seguranças ostensivamente sendo trocados por escala, fazendo uma segurança ostensiva, como é que a pessoa entra na sua casa?", questionou.

O caso foi levado à Delegacia da Mulher no dia 30 de novembro e a polícia solicitou medida protetiva à Justiça, incluindo a suspensão do porte de arma de Feitosa e a listagem com as armas que possui. A 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Recife aceitou o pedido e também determinou que o deputado mantenha a distância mínima de 300 metros de Adriana, de familiares e testemunhas.

“Ele tem uma [pistola] 9 milímetros que vive com ele, ou na cintura ou no carro. Então, diante de ele estar tão assim, não sei se é 'descontrolado' a palavra, fora de si, ele pode fazer qualquer coisa. Eu realmente tenho medo dele armado", disse Adriana.

Juntos de 1999 a 2015, o casal briga na Justiça pela partilha de nove bens. Adriana aponta que Feitosa já possui sete imóveis, restando a casa em Muro Alto e um imóvel no bairro da Jaqueira, na Zona Norte da capital, que ela diz ter adquiriu através de uma herança de família.

O parlamentar foi notificado pela 3ª Vara de Família a desocupar o imóvel, mas se nega a deixar a residência e defendeu seus direitos à propriedade compartilhada.

Moro num apartamento que é alugado, totalmente mobiliado. E o proprietário do apartamento me solicitou o imóvel. O único imóvel que eu tenho com toda a mobília é a casa da praia. A casa da praia estava disponível, não estava sendo ocupada. Estava servindo para aluguel de temporadas. Então, eu resolvi utilizar a casa da praia como minha moradia. Fiz isso comunicando legalmente ao juiz responsável pela questão da partilha de bens", afirmou o parlamentar.

Ele indicou que comunicou por escrito ao condomínio sobre a casa ser sua nova residência oficial. "Não comuniquei a Adriana porque não vi necessidade de comunicar a Adriana, da mesma forma que Adriana, quando decidiu vender o que não podia, que é o apartamento da Jaqueira, também não comunicou", rebateu.

Além da desocupação do imóvel, a Justiça solicitou a apresentação dos extratos bancários de Adriana para reconhecer o valor da venda do apartamento na Jaqueira. Ela também foi intimada a depositar metade do valor obtido do imóvel negociado.

Alberto Feitosa reverteu a acusação da ex-esposa e apontou ser vítima de violência patrimonial por parte da ex-mulher: "Como a pessoa pode dizer que é vítima de violência patrimonial quando ela pega um bem que está em litígio, vende, mesmo tendo ordem da Justiça pra não vender? Se apropria totalmente do dinheiro e não cumpre a ordem judicial de partilhar o dinheiro, ou depositar 50% desse dinheiro na justiça. E essa decisão, essa orientação do juiz, não foi nem uma, nem duas vezes. Foram três vezes".

Após a empresária Susana Werner anunciar a sua separação do ex-goleiro Júlio César nas redes sociais neste último domingo (10), informando que sofria abuso patrimonial, o LeiaJá entrevistou uma advogada para entender quais as características dessa violência e como a Justiça age nesses casos.

Desabafo

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"A gente fica triste, porque a gente quer resolver, quer ajudar, quer fazer, mas está de mãos atadas, sem poder tomar decisões. Só para vocês entenderem um pouquinho. O nome disso é abuso patrimonial. Só fui aprender isso agora, quando aconteceu o negócio com a Ana Hickmann. Só fui entender que fazia parte disso há pouco tempo. Provavelmente ele foi instruído a ser assim, e tudo bem”. Foram com essas palavras que Suzana citou o abuso patrimonial como uma das razões para o fim do relacionamento com o ex-jogador.

Apesar de só contar a sua nova realidade neste fim de semana, ela já estava separada há um mês. Durante esse tempo, a empresária vinha postando conteúdos sobre algumas das razões que ela deu para o término, como por exemplo, a sua vida financeira. Além disso, Suzana usava suas redes para comentar situações, envolvendo outras figuras públicas, semelhantes a que ela enfrentava.

"Mulheres, não se casem com separação de bens. Tudo o que vocês construírem juntos é de vocês, portanto, ensinem às vossas filhas que já nascemos na desigualdade e temos o “dever” de cuidarmos do lar, não é verdade? Temos que cuidar dos filhos, do marido e estamos ali ao lado para tudo, mas quando acaba a relação, uma mulher pode sair ferida de todas as formas: psicologicamente, moralmente e financeiramente. Ensinem às vossas filhas que o que é construído junto, é do casal. Não se casem com separação de bens, isso não é amor por você!", escreveu ela, comentando o caso da cantora Naiara Azevedo, no qual a artista da música sertaneja denunciou seu ex-marido, Rafael Cabral, por violência doméstica e patrimonial.

Apesar do desabafo, a empresária que também é atriz e modelo, esclareceu que não tinha uma vida ruim. "Sou muito grata, sempre vivi bem com tudo o que ganhei. Não tenho do que reclamar, viveria até com menos do que ele me dava por mês. Sou muito de boa, meus gastos são de comida, restaurantes... Meus gastos nunca foram bolsas de marca, roupas de luxo. Tenho poucas coisas de marca".

O ex-goleiro, que já teve passagens pela seleção brasileira e por times internacionais, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Susana e Julio já somavam 21 anos de união. Os dois são pais de Cauet, de 20 anos, e Giulia, 18.

O que é violência patrimonial?

Em entrevista ao LeiaJá, a advogada Tatiana Silva afirmou que a violência patrimonial, conhecida popularmente como abuso financeiro, acontece “quando a pessoa com quem a vítima tem uma relação amorosa se utiliza disso para lhe tirar seu dinheiro ou bens materiais”.

“Se o acusado passa a querer dominar a sua vida financeira, controlando no que será gasto o seu salário, ou até mesmo, retendo algum dos seus documentos, a Justiça já entende ser violência patrimonial”, pontuou.

A advogada ainda observou que essa violência, assim como outras, “sempre têm como objetivo o controle da mulher”. “Esse controle muitas vezes acontece com mulheres independentes financeiramente, como vem com esse aumento de casos enmtre mulheres conhecidas nas mídias. Geralmente, esse tipo de abuso, está também associado a uma violência psicológica. Muitas vítimas são independentes financeiramente, mas têm o dinheiro controlado pelo marido. Elas tentam se separar, pedem para com que eles as entendam e as respeitem, porém fica difícil comprovar a quem pertence o patrimônio, pois eles usam isso para a manutenção desse controle”.

Questionada sobre qual o papel da Justiça nesses casos, Tatiana afirmou que “a Lei Maria da Penha configura violência doméstica e familiar como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”, sendo assim, o abuso financeiro é “acompanhado” pela Justiça.

“Além de reconhecer esse tipo de violência como crime, a Lei prevê medidas protetivas para combatê-la. A Justiça emite ordens judiciais para a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo acusado e proibição para compras, vendas e locações de propriedade. Se, caso, o agresor descumpra a ordem, ele poderá ser preso”.

Vale ressaltar que, desde 2015, a Lei Maria da Penha  também encaixa a falta de pagamento de pensão alimentícia como violência patrimonial.

 

A Lei Maria da Penha (11.340/06), além das medidas para garantir a segurança da vítima, também prevê assistência jurídica e prioridade nas ações de separação e divórcio, mas nem todo mundo conhece essa informação. Esse dispositivo da lei ganhou evidência recentemente, após a equipe legal da modelo e apresentadora Ana Hickmann entrar com um pedido de divórcio na Justiça, através da Lei Maria da Penha, e frente às acusações de agressão contra o ex-companheiro de Hickmann, o empresário Alexandre Correa. 

Apesar da visibilidade do caso e da realização de medida protetiva, a vítima teve o pedido negado e o processo de divórcio seguirá de forma litigiosa, através 1ª Vara Criminal e de Violência Doméstica e Familiar de São Paulo. Na justificativa, o magistrado argumentou que não era possível vincular a causa criminal à questão cível. 

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O Tribunal pode levar muitos aspectos ao considerar a prioridade dos casos, como o nível de risco da vítima e a independência financeira. O objetivo de solicitar o divórcio através da lei é justamente acelerar a separação, o que também pode servir para a anulação de um casamento ou dissolução de união estável. 

Segundo o Artigo 18 da Lei 13.894 de 2019, que foi acrescentada à Lei Maria da Penha, em até 48 horas após receber o expediente de denúncia, o juiz responsável deve decidir sobre as medidas protetivas e "determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente". 

Como solicitar o divórcio através da Lei Maria da Penha 

Toda vítima de violência doméstica e familiar deve começar a se proteger através da denúncia. É imprescindível que a vítima busque a Delegacia da Mulher ou uma Delegacia de Polícia Civil mais próxima de seu endereço, e que apresente seu depoimento e todas as provas que tiver em mãos. Em casos de risco à vida, a celeridade do processo é crucial para desfechos de sucesso. 

A autoridade policial do local informará à vítima todos os direitos em relação às medidas protetivas e também sobre o divórcio que ela poderá solicitar. O objetivo de priorizar o divórcio de uma vítima de violência doméstica é justamente evitar que ela volte ao ambiente de violência, ou que o caso chegue à consumação do feminicídio. 

Após registrar o boletim de ocorrência, é importante que a vítima procure um advogado para que seja auxiliada com todos os documentos necessários e com o protocolo da ação. Em até 48 horas, as primeiras expedições judiciais devem acontecer. No entanto, como o divórcio é um processo naturalmente litigioso, é preciso que os envolvidos tenham concordância sobre a divisão de bens. Muitas vezes, a presença de filhos ou dependentes também pode influenciar na associação das questões cíveis e criminais. 

A mulher vítima de violência doméstica poderá, ainda, requerer na Delegacia de Polícia a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal, mediante a proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum (artigo 24, II), o que, antes da edição da Lei Maria da Penha, só poderia ser obtido no juízo de família ou empresarial via ação cautelar. 

 

O Ministério Público pode requerer concessão de medida protetiva de urgência para Ana Hickmann contra o marido, Alexandre Correa, mesmo se a apresentadora tenha se recusado a aceitar essa condição. No sábado, 11, ela foi à Delegacia de Polícia de Itu, interior de São Paulo, e denunciou o marido por agressão física. O desentendimento, segundo Ana Hickmann, ocorreu na própria residência do casal, onde também se encontrava o filho deles, de 10 anos.

Na avaliação da promotora de Justiça Celeste Leite dos Santos, do Ministério Público estadual, a protetiva pode ser requerida com base no relatório de risco elaborado pelo delegado que registrou a ocorrência.

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Celeste Leite dos Santos, que também é presidente do Instituto Pró-Vítima, considera que, caso a violência contra a apresentadora tenha ocorrido na presença do filho menor ‘não é apenas a Lei Maria da Penha que deve ser evocada, mas, também, a Lei Henry Borel’.

"Nesse fim de semana, Ana Hickmann teve de chamar a Polícia, foi parar na Delegacia, e ainda foi atendida na Santa Casa de Itu, por apresentar uma lesão no braço", destaca a promotora.

"Com base no Boletim de Ocorrência é possível que estejamos frente a mais um caso de violência doméstica e familiar. Infelizmente, não é novidade no Brasil. O País, não de hoje, vive uma epidemia de casos como esse. Muitos, inclusive, terminam em feminicídio, que não escolhe lugar, hora e nem classe social", alerta a promotora.

Celeste pontua que, segundo o registro policial, Alexandre Correa teria pressionado o braço da mulher contra uma porta e ainda a ameaçado lhe dar cabeçadas. "Conforme noticiado pela Imprensa, tudo teria acontecido na frente do filho do casal, de 10 anos."

A promotora vê ‘gravidade em todo o relato e aponta que, além de ter agredido a modelo e apresentadora, ele (Alexandre Correa) também pode ser responsabilizado por violência contra a criança, segundo prevê a lei Henry Borel’.

Celeste Leite dos Santos esclarece que durante a fase policial, quando uma mulher agredida registra boletim de ocorrência, o delegado faz um relatório de risco com indicações sobre quem é a vítima, se tem filhos, idade deles, se precisam de alimentos e de guarda provisória e se é necessário afastar o agressor do lar e proibir contato.

"Tudo isto está previsto na lei Maria da Penha. Contudo, não se trata apenas da vítima direta, aqui. Se tudo aconteceu na frente do filho pequeno, há outra vítima, a criança, que, hoje, também conta com proteção especial via lei Henry Borel", assinala a promotora.

A lei federal 14.344/22 faz referência a Henry Borel, menino de 4 anos que foi espancado e morto no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto, o ex-vereador Doutor Jairinho, no Rio, em março de 2021.

Celeste destaca que ‘a violência doméstica e familiar contra crianças e adolescentes é violação aos direitos humanos’.

A presidente do Pró-Vítima anota que o fato de Ana Hickmann ter recusado medida protetiva de urgência contra o marido, o que lhe foi oferecido na Delegacia de Itu, ‘não significa que a concessão não possa ser solicitada’.

"Isso já não depende mais dela, uma vez que o Ministério Público pode requerer quantas medidas achar necessárias para preservar a apresentadora e o filho do casal.", crava Celeste.

Segundo ela, ‘de toda forma, a qualquer tempo, a vítima pode pedir medida protetiva de urgência, por se tratar de ação autônoma à existência de processo criminal’.

"Ou seja, mesmo recusando inicialmente, Ana pode rever o posicionamento e solicitar num outro momento. É direito dela."

Celeste explica que como a violência sofrida pela apresentadora e modelo ‘deixou vestígios, é obrigatória a realização de exame de corpo-delito’.

"Ana teve uma lesão no braço e foi parar no hospital. É necessário apurar se essa lesão foi leve ou grave. Trata-se de informação imprescindível, caso o MP ofereça denúncia contra o agressor. Isso será levado em consideração na definição da pena."

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que prevê o pagamento de auxílio-aluguel, por até seis meses, para mulheres vítimas de violência doméstica em situação de vulnerabilidade social e econômica. 

O texto, que altera a Lei Maria da Penha, recebeu o parecer favorável da relatora, a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT). A proposta foi aprovada por votação simbólica, sem manifestações contrárias. O texto seguiu à sanção presidencial. 

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“Trata-se de disposição que reforça a proteção conferida pela Lei Maria da Penha às vítimas para que, mediante tal auxílio, possam encontrar moradia e guarida adequadas quando se depararem com situações de ameaça, hostilidade e violência que tornem necessária a saída de seus lares”, justificou Buzetti. 

O auxílio-aluguel deverá ser pago pelos estados, municípios ou Distrito Federal com os recursos destinados à assistência social. Já a decisão de pagar o aluguel deve partir do juiz responsável pelo caso de violência doméstica.  

Segundo a relatora, a limitação de seis meses permite a viabilidade da medida. “O prazo máximo de seis meses de duração para o auxílio-aluguel demonstra sua natureza temporária e delimita seu impacto financeiro orçamentário”, justificou Margareth.  

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública estimou que cerca de 18,6 milhões de mulheres foram vítimas de violência no Brasil em 2022. Em média, as mulheres vítimas de violência foram agredidas quatro vezes ao longo do ano passado. Entre as divorciadas, a média foi de nove agressões em 2022.

Nesta segunda-feira (7) é comemorado os 17 anos da Lei Maria da Penha, sendo assim, parlamentares pernambucanas aproveitaram a data para celebrar o funcionamento da lei no enfrentamento à violência contra as mulheres. Elas cobraram políticas públicas que possam auxiliar na diminuição dos números de casos de agressões. 

Através de suas redes sociais, a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE) disse que desde a criação da lei, os registros de denúncias de agressão cresceram 86%, porém apesar dos avanços, ''o Brasil ainda é um dos países que mais mata mulheres'' no mundo.

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''Hoje é um dia muito importante para a luta de nós, mulheres. Foi neste mesmo dia 7 de agosto, lá em 2006, que a Lei Maria da Penha foi sancionada. Ou seja, esse importante instrumento de combate à violência contra a mulher está completando, hoje, 17 anos. E falo do combate não só à violência física, mas também à violência psicológica, sexual e da patrimonial, que estão abarcadas pela nossa lei'', escreveu.

Ao lado da secretária da Mulher do estado, Mariana Melo, a gestora ainda afirmou que o seu governo ''decidiu colocar parte das delegacias de combate à violência contra a mulher funcionando 24 horas por dia'' e que ''continuará trabalhando no fortalecimento de políticas públicas que garanta a mulher uma melhor autonomia, independência e que possa cuidar de si e duas famílias''.

Em 2022, segundo o levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, quase 250 mil mulheres registraram boletins de ocorrência denunciando agressões sofridas no ambiente doméstico, um crescimento de 2,9% em relação a 2021. Já os feminicídios aumentaram 6,1%, alcançando 1.437 vítimas.

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Deputadas estaduais cobram políticas públicas

A deputada estadual Dani Portela (PSOL-PE) disse que a Lei Maria da Penha é ''fruto de muita luta'' e ''assegura de um lugar onde as mulheres tenham seus direitos garantidos, sabendo que seus agressores não sairão impunes''. Além disso, citou uma fala da escritora norte-americana Audre Lorde.

''É necessário promover políticas públicas abrangentes que abordem as causas estruturais da violência de gênero, como a desigualdade de gênero, o machismo arraigado e a falta de oportunidades econômicas e educacionais para as mulheres. Essa luta é de todas e todos nós! Audre Lorde já dizia: 'Eu não sou livre enquanto alguma mulher não o for, mesmo quando as correntes dela forem muito diferentes das minhas'', afirmou.

A mesma cobrança por mais políticas públicas que possam diminuir os números de agressões também é defendida pela deputada estadual Gleide Ângelo (PSB-PE). De acordo com ela, que já foi gestora do Departamento de Polícia da Mulher, apesar da existência das conquistas trazidas pela lei, ''ainda temos muito pelo o que lutar'', pois ''não adianta a existência da Lei Maria da Penha se ela não for devidamente aplicada e cumprida''.

Em fevereiro deste ano, a parlamentar fez duras críticas a gestão Raquel Lyra ao cobrar que todas as delegacias do Estado que têm atendimento especializado as mulheres vítimas de violência funcionem 24 horas durante os sete dias da semana.

Outra liderança política do estado a se manisfestar foi a deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE). Através de seu perfil oficial no Instagram, falou sobre curiosidades do funcionamento e da manutenção da lei diante dos desafios enfrentados pela sociedade brasileira. No entanto, ressaltou: ''Ainda temos muito a trabalhar para construir um país seguro para todas as mulheres''.

 

Nesta segunda-feira (7) é comemorado os 17 anos da Lei Maria Penha. Para celebrar, a Prefeitura de Guarulhos planejou uma programação de eventos e palestras ao longo do mês, com o tema “Porque uma voz não se calou, hoje milhares podem ser ouvidas”. Serão abordados os temas papel da Defensoria Pública, Lei Maria da Penha, feminicídio e autoconhecimento. Confira: 

sexta-feira, 11 de agosto  

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Palestra – “A Lei Maria da Penha – Lei 11.340”

Horário: 14h

Local: Casa da Mulher Clara Maria Vila Galvão

Endereço: Rua Brigadeiro Lima e Silva, número 565 – Vila Galvão, Guarulhos/SP

Telefone: (11) 2086-2374

 

segunda-feira, 14 de agosto

Palestra – “A Lei Maria da Penha – Lei 11.340”

Horário: 14h

Local: Casa da Mulher Clara Maria Haroldo Veloso

Endereço: Rua Agostinho da Silva, número 20 – Haroldo Veloso

Telefone: (11) 2467-6445

 

sexta-feira, 18 de agosto

Palestra: “Feminicídio”

Horário: 10h

Local: Espaço da Mulher Clara Maria Pimentas

Endereço: Estrada do Caminho Velho, 351 – Pimentas

Telefone: (11) 2480-1060

 

quinta-feira, 24 de agosto 

Roda de Conversa – “O papel da Defensoria Pública”

Horário: 14h 

Local: Casa da Mulher Clara Maria Recreio São Jorge

Endereço: Rua das Margaridas, número 58 – Recreio São Jorge

Telefone: (11) 2446-1756

 

sexta-feira, 25 de agosto

Palestra – “Autoconhecimento – Evoluir e Aprender”

Horário: 10h

Local: Espaço da Mulher Clara Maria Pimentas

Endereço: Estrada do Caminho Velho, 351 – Pimentas

Telefone: (11) 2480-1060

 

Palestra – “A Lei Maria da Penha – Lei 11.340”

Horário: 14h 

Local: Casa da Mulher Clara Maria Bom Clima

Endereço: Rua Morro Agudo, número 112 – Jardim Bom Clima

Telefone: (11) 2468-3569

 

quinta-feira, 30 de agosto 

Palestra – “A Lei Maria da Penha – Lei 11.340”

Horário: 8h às 14h

Local: Casa da Mulher Clara Maria Recreio São Jorge

Endereço: Rua das Margaridas, número 58 – Recreio São Jorge

Telefone: (11) 2446-1756

 

sexta-feira, 31 de agosto

Roda de Conversa – “O papel da Defensoria Pública”

Horário: 9h30 

Local: Casa da Mulher Clara Maria Vila Galvão

Endereço Rua Brigadeiro Lima e Silva, número 565 – Vila Galvão

Telefone: (11) 2086-2374

 

Roda de Conversa – “O papel da Defensoria Pública”

Horário: 14h 

Local: Casa da Mulher Clara Maria Haroldo Veloso

Endereço: Rua Agostinho da Silva, número 20 – Haroldo Veloso

Telefone: (11) 2467-6445

Quinze tradutores indígenas estão trabalhando em uma tradução da Constituição Federal para o nheengatu, língua de origem tupinambá falada por diversos povos que vivem na região amazônica. O trabalho deve ser concluído em outubro, com o lançamento da obra em uma cerimônia na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM). Será a primeira versão da Carta Magna em idioma indígena.

A iniciativa é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está sendo coordenada pelo presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, e pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Ribamar Bessa. Outro projeto pretende traduzir a Lei Maria da Penha para idiomas indígenas, atendendo a uma demanda apresentada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Segundo Lucchesi, essas iniciativas são apenas o começo.

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“Como o nheengatu tem uma relação importante com a língua portuguesa, no sentido de ser permeável, a gente vai dar uma ampliação maior no diálogo com a perspectiva jurídica". Lucchesi destaca também duas questões associadas a essas iniciativas: disseminar o direito e dar protagonismo às línguas originárias.

O nheengatu é conhecido como língua geral amazônica. Ela começa a se formar espontaneamente por meio do contato entre indígenas de diferentes etnias nos aldeamentos coloniais, mas passa por diversas transformações por influência dos portugueses, sobretudo dos missionários religiosos que buscaram gramatizá-la e padronizá-la. No livro Introdução ao Estudo das Línguas Crioulas e Pidgins, o pesquisador Hildo Couto define o nheengatu como idioma cujo léxico é constituído a partir do tupi, enquanto a gramática se aproxima do português.

Apesar de ser um trabalho que Lucchesi vem desenvolvendo de forma pessoal, as traduções se alinham com um dos focos de atuação da Biblioteca Nacional sob sua gestão: aumentar o acervo da instituição relacionado aos povos indígenas e outras populações tradicionais do país. “São quase 300 línguas no Brasil, segundo o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. Estamos conferindo e organizando o ordenamento dos livros bilingues, para que a Biblioteca também os acolha”, explica.

A ampliação do acervo já está em andamento. A instituição está guardando fotos de populações do Vale do Javari, no Amazonas, produzidas no mês de março durante expedição que contou com a participação de Luchesi. Além disso, nos próximos dias, serão recebidas cópias de cartazes elaborados pelo TJMT que trazem informações importantes nas línguas maternas de vários povos indígenas.

“A Biblioteca Nacional é o espelho da memória do país. Se o Brasil desaparecesse e a Biblioteca Nacional ficasse, ela teria a capacidade de especular, refletir e devolver a imagem do país, porque aqui existem vários brasis. Ela tem aqui dentro a polifonia, todas as vozes”, avalia Lucchesi. Ele adiantou que a instituição está programando viagens a territórios quilombolas para também produzir registros nesses locais. "Estamos hoje preocupados em ampliar o nosso dossiê étnico”.

Internacionalização

A Biblioteca Nacional também está intensificando projetos de internacionalização da cultura brasileira. Um deles é a concessão de bolsas de tradução de obras brasileiras com demanda de leitores em outros países. Por meio dessa iniciativa, a obra A Paixão Segundo GH, de Clarice Lispector, ganhou em fevereiro sua primeira tradução em ucraniano. A autora nasceu no país europeu, mas veio para o Brasil ainda pequena, naturalizando-se depois.

Um aporte de R$ 1 milhão foi feito pelo Ministério da Cultura para financiar as bolsas este ano. De acordo com Lucchesi, a instituição pleiteia recursos também para a expansão do prédio anexo e para acelerar a digitalização das obras. Atualmente, cerca de um terço do acervo de mais de 10 milhões de itens está digitalizado.

A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o Projeto de Lei 1604/22, do Senado, que muda a Lei Maria da Penha para estipular que a causa ou a motivação dos atos de violência e a condição do ofensor ou da ofendida não excluem a aplicação da lei.

*Da Agência Câmara de Notícias

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O vereador de Piraquara (PR) Evandro da Rocha (Republicanos), que foi preso em flagrante suspeito de agredir a esposa na noite da última sexta-feira (10). E neste domingo (12), ele publicou um vídeo ao lado da esposa onde desmentiu a prática de violência doméstica contra ela. O casal se despede no vídeo com um beijo. 

No vídeo, Vandinho, como é conhecido o parlamentar, afirmou que não praticou o crime de violência doméstica. Ele também aproveitou para agradecer o apoio dos eleitores que ficaram preocupados com a situação do casal. “Estamos aqui agradecendo, de coração mesmo, toda mensagem de apoio, de carinho e de solidariedade que estão nos enviando. Quero reforçar: jamais pratiquei o delito de violência doméstica, até porque combato isso na câmara de vereadores e no exercício da advocacia. Então, não acredite em notícias falsas que estão circulando nas redes sociais”, afirmou. 

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Por sua vez, a esposa de Vandinho, que também falou no vídeo, ressaltou que o marido “jamais proferiu qualquer tipo de violência, seja ela verbal, seja ela física, seja ela psicológica” durante os quase 12 anos de relacionamento, além de ter a apoiado “em todos os momentos”. “Eu também jamais seria conivente com uma situação dessa na minha profissão. Eu combato, auxílio as mulheres que sofrem agressão física de seus companheiros. O nosso casamento está maravilhoso porque foi sacramentado por Deus, e não será o homem que irá nos destruir”, disse. 

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Agressão 

De acordo com informações, o boletim de ocorrência registra que os policiais acionados para o local da agressão constataram a lesão corporal/violência doméstica contra a mulher quando chegaram no local.

Segundo a corporação, o vereador estava visivelmente embriagado e agressivo, e até chegou a resistir à prisão. 

Denúncia

As mulheres vítimas e testemunhas de violência doméstica devem denunciar casos de violência doméstica para os telefones 180 (número federal), 190 (de urgência), e 181, disponível no estado 24 horas por dia, todos os dias da semana. 

Um homem de 32 anos é suspeito de atear fogo na casa da ex-mulher após ser solto em audiência de custódia, no bairro São Bento, em Boa Vista (RO), na terça-feira (17). O homem havia sido preso no domingo (15), depois de agredir a ex de 35 anos. 

O suspeito fugiu após atear fogo na residência da vítima e ainda não foi localizado pela Polícia Militar. Segundo a PM, a vítima estava na casa da irmã quando foi informada pelos vizinhos do ocorrido. Quando chegou ao local, as chamas já haviam sido controladas pelos moradores. 

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A mulher relatou à polícia que tem uma medida protetiva para que o suspeito não se aproxime dela. Ele teria ameaçado matar a ex e os filhos e atear fogo na casa dela quando fosse liberado.

Eles tinham um relacionamento de 10 anos, que terminou há dois meses e o suspeito não aceita o fim da relação. Os dois tiveram quatro filhos juntos. 

Ainda que o fogo só tenha queimado as roupas dela e das crianças, a mulher disse estar aterrorizada com o que houve. Ela conta que o ex-marido é agressivo e já cumpriu pena por roubo durante cinco anos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. 

A delegada do caso, por sua vez, informou à Justiça que o suspeito descumpriu a medida protetiva e pediu providências. 

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) sancionou a lei que proíbe a contratação de pessoa condenada, por sentença criminal com trânsito em julgado, pela Lei Maria da Penha, para exercer cargo ou emprego público no município de São Paulo, inclusive no Legislativo e na administração indireta. A sanção foi publicada nesta quarta-feira (18), no Diário Oficial do município.

Segundo a lei, a vedação perdura até o cumprimento integral da pena ou até ocorrência de outra forma de extinção da punibilidade. A lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, criou "mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher". A regra compreende, como violência, as formas física, psicológica, sexual, patrimonial e a violência moral.

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O projeto de lei que deu origem à regra é de autoria dos vereadores Edir Sales (PSD), Bombeiro Major Palumbo (PP), Rodrigo Goulart (PSD), Rubinho Nunes (União Brasil) e Thammy Miranda (PL) e começou a ser discutido em 2021, com aprovação da Câmara em segunda votação no fim do ano passado.

Conforme mostrou o Estadão, em dezembro, o número de feminicídios registrados no primeiro semestre de 2022 no Brasil foi 10,8% maior em relação ao mesmo período de 2019, último anos antes das restrições impostas pela pandemia da covid-19. Em média, quatro mulheres foram assassinadas por dia entre janeiro e junho, totalizando 699 vítimas.

As câmeras de segurança flagraram uma série de agressões do neurocirurgião Fabrício Freitas de Almeida, de 44 anos, contra a esposa, uma fisioterapeuta de 34 anos, em Boa Vista, Roraima. O vídeo mostra o médico dando vários golpes na esposa e também a arrastando pelos cabelos no meio da rua. 

O neurocirurgião Fabrício de Almeida foi preso em flagrante pela Polícia Militar na madrugada de sábado (27), com prisão preventiva decretada na audiência de custódia. Na delegacia, ele foi autuado por tentativa de feminicídio. 

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A série de agressões começou dentro da casa do casal com a presença dos filhos e de uma babá das crianças. A Polícia Militar foi acionada por volta das 5h40.

Segundo as imagens, a fisioterapeuta tenta fugir de carro, mas o neurocirurgião Fabrício de Almeida se joga na traseira e se deita no chão para impedi-la de sair. Em seguida, ele entra no carro e dá uma gravata na mulher. 

Em outro ângulo é possível ver a vítima saindo do carro correndo e gritando por pedido de socorro na vizinhança, é quando Fabrício de Almeida a agarra pelos cabelos e a arrasta pela rua para dentro do carro novamente. Após isso, na presença dos filhos, a babá tenta impedir as agressões e pede ajuda em um dos portões dos vizinhos. 

A vítima relatou à Polícia Militar que Fabrício de Almeida teve uma crise de ciúmes e começou a agredi-la fisicamente quando eles chegaram em casa de madrugada, após terem passado a noite fora. Segundo ela, Fabrício tentou estrangulá-la, arrastá-la, e só parou as agressões quando os vizinhos ouviram os gritos e a abrigaram. 

O agressor, por sua vez, alegou em depoimento que só lembrava de ter saído para jantar com a esposa, ter ido a uma boate, depois um bar, onde, antes de entrar, tomou um remédio e, depois disso, não lembra mais de nada, só de estar sendo conduzido pela Polícia Militar para a delegacia. 

Além de entregar os vídeos das agressões à Polícia Civil, a vítima afirmou que ele não faz tratamento psiquiátrico, não tem depressão e nem toma remédio controlado. A fisioterapeuta pediu medida protetiva para ela e para os filhos. 

 

O deputado federal Julian Lemos (União-PB), que fez a denúncia das supostas agressões do presidente Jair Bolsonaro (PL) à primeira-dama Michelle Bolsonaro, já foi acusado três vezes e preso pela Lei Maria da Penha, além de ter sido condenado em primeira instância a um ano de prisão por estelionato, em 2011. 

Dos inquéritos que o deputado foi alvo com base na Lei Maria da Penha, dois foram arquivados depois que a ex-esposa dele, Ravena Coura, apresentou uma retratação e disse às autoridades que se exaltou “nas palavras e falado além do ocorrido”. 

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No entanto, o terceiro inquérito foi aberto em 2016 por Kamila Lemos, a irmã de Julian, o deputado que fez a denúncia. Ela disse à polícia que foi ofendida e agredida fisicamente pelo irmão, com murros e empurrões, ao tentar “apaziguar” uma briga entre ele e a ex-esposa. O laudo do Instituto Médico Legal confirmou que ela apresentava escoriações no ombro, braço e pescoço. 

O deputado foi um dos 27 homens escolhidos por Bolsonaro para fazer parte da equipe de transição em 2018, após coordenar a campanha do presidente no Nordeste. À época, ele era vice-presidente do PSL e próximo a Gustavo Bebianno, que foi presidente da sigla e ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência antes de brigar com Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e deixar o governo. O ex-ministro morreu em março de 2020 e, segundo informações, deixou várias provas e denúncias contra Bolsonaro no seu smartphone. 

Em apenas um mês, policiais civis e militares dos 26 estados e do Distrito Federal prenderam 12.396 pessoas acusadas de matar ou agredir mulheres em todo o país. O cumprimento dos mandados e as prisões em flagrante ocorreram entre os dias 29 de agosto e 27 de setembro, no âmbito da segunda edição da chamada Operação Maria da Penha. 

Durante o período, foram requeridas e/ou concedidas 41,6 mil medidas protetivas para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra mulheres e registrados 75.525 boletins de ocorrência policial.

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  Os resultados finais da ação foram divulgados hoje (7), em Brasília, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Responsável por coordenar, em âmbito nacional, a ação que envolveu cerca de 220 mil profissionais de segurança pública federais das 27 unidades federativas, o ministério informou que os estados onde o Disque 190 mais recebeu denúncias de casos de feminicídio e agressões domésticas foram São Paulo e Rio de Janeiro – respectivamente, 9.416 e 5.197. 

“Os números demonstram que conseguimos salvar vidas e tiramos mulheres deste ciclo de violência”, disse o coordenador da operação, Julian Rocha Pontes. Em 2021, durante a primeira edição da Operação Maria da Penha, foram efetuadas 14,1 mil prisões e requeridas e/ou expedidas 39,8 mil medidas protetivas. 

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública destacou que, além do aspecto repressivo, a operação tem o objetivo de conscientizar a sociedade e fomentar e induzir a aprovação de políticas públicas destinadas a proteger as mulheres, além de estimular que as boas práticas implementadas pelos estados na proteção e acolhimento de mulheres vítimas de violência sejam reproduzidas. 

A Lei Maria da Penha (11.340/2006 configura violência doméstica e familiar contra a mulher e qualquer ação ou omissão baseada no gênero que resulte na morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial à vítima.  Como denunciar O ministério também recomenda que, em caso de suspeita ou em que os direitos de qualquer mulher sejam violados, a vítima ou denunciante procure a delegacia de polícia especializada mais próxima. Ou ligue para os números de telefone 180, 190 ou 197. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana. 

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que apoia a Operação Maria da Penha, também mantém a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que oferece escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência, registrando e encaminhando denúncias, reclamações, sugestões ou elogios aos órgão competentes.  Estados e organizações sociais também oferecem auxílio às mulheres em situação de violência. Clique aqui e saiba onde mais é possível encontrar apoio.

  * Com informações da Ascom/MJSP

O Projeto de Lei 2262/22 inclui entre as diretrizes da Lei Maria da Penha a oferta permanente e gratuita de canais de atendimento telefônico e virtual disponibilizados 24 horas, todos os dias da semana, para receber denúncias de crimes relacionados à condição da mulher, orientar as vítimas e encaminhá-las à rede de apoio policial, jurídico e psicossocial competentes. 

Segundo o texto em análise na Câmara dos Deputados, os canais deverão contar com profissionais capacitados nas especificidades desse tipo de atendimento. 

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Apresentada pela deputado Felipe Carreras (PSB-PE), a proposta também prevê, entre as diretrizes da lei, a elaboração de relatórios mensais a partir dos dados coletados nos canais de atendimento, para subsidiar a formulação e o aprimoramento de políticas públicas, bem como servir de base para a coordenação, o desenvolvimento e a divulgação de estatísticas sobre a situação social, política e econômica das mulheres no País. 

Disque 180

Carreras lembra que a Lei 10.714/03 autorizou o Poder Executivo a disponibilizar, em âmbito nacional, número telefônico destinado a atender denúncias de violência contra a mulher, o Disque 180. “Mas isso não impede a criação de outros canais de atendimento às vítimas de violência de gênero no País, sobretudo nos estados”, salientou. Ele defende que haja, adicionalmente, um número diferente para cada ente federado. 

“Consideramos fundamental que tal serviço e sua ampliação para os canais virtuais esteja previsto diretamente na Lei Maria da Penha de forma que não possa, em nenhum momento e diante de nenhuma circunstância, ser suspenso ou dissolvido”, afirmou. 

Tramitação

A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Centro das Mulheres do Cabo (CMC), celebra os 16 anos da Lei Maria da Penha, através de um encontro comemorativo, nesta quinta-feira (25), no auditório da instituição, que é referência no campo do feminismo e na luta pelo enfrentamento à violência de gênero, e em defesa dos direitos das meninas, adolescentes, jovens e mulheres.

A ação tem por finalidade ressaltar a importância dos equipamentos públicos que são preconizados pela Lei e a efetivação das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher nos municípios de Pernambuco.

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O encontro acontece, no auditório do CMC, às 14h, reunindo a secretária da Mulher do Cabo, Walkiria Alves, o subinspetor da Patrulha Maria da Penha Ronaldo Francisco de Assis, a coordenadora do Comitê de Monitoramento da Violência e do Feminicídio no Território Estratégico de Suape (COMFEM), Izabel Santos, além da deputada estadual Gleide Ângelo. 

Este ano, o Cabo de Santo Agostinho, registrou 8 assassinatos de mulheres, sendo 2 considerados crimes de feminicídios pela Secretaria de Defesa Social (SDS/PE), tendo registrado 479 casos de violência doméstica e familiar, e 24 estupros nos últimos seis meses na cidade localizada na Região Metropolitano do Recife (RMR).

 O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) é o autor do projeto que propõe a modificação da lei Maria da Penha no sentido de amplia para 12 meses o prazo legal para que a mulher vítima de violência doméstica possa fazer uma representação criminal.

Atualmente o prazo para se iniciar uma investigação sobre a agressão, é de 6 meses. O senador afirmou que a ampliação do prazo pode possibilitar que a vítima reúna condições para registrar um boletim de ocorrência. 

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"Parece simples mas é um lapso temporal que faz uma diferença imensa para aquelas mulheres que sofrem violência e tem que tomar uma decisão. Sabemos que a mulher luta contra inúmeros fatores históricos e que o prazo de seis meses tem se mostrado ineficaz dentro de um cenário de violência que enfrentamos. A mulher precisa ter garantido em lei o tempo necessário pra se aceitar dentro desse cenário de violência pra ter o apoio necessário e os meios suficientes que garantam o mínimo de segurança pra efetivar uma denúncia. Trata-se de um tema difícil e que envolve muitos obstáculos", defendeu. 

O PL 1.713/2022 está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). 

 

A dança circular e o frevo deram o ritmo do ato em celebração e conscientização pelos 16 anos da Lei Maria da Penha foi realizado pela Polícia Civil, através do Departamento de Polícia da Mulher (DPMUL), neste domingo (7), na Praça do Marco Zero, na área central do Recife. 

 Segundo um levantamento feito pelo Fórum de Mulheres de Pernambuco, Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape), Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), há uma média diária de 110 casos de violência contra à mulher entre janeiro e maio deste ano. Uma a cada hora. No período em que o levantamento feito, foram relatados 16.614 casos, segundo dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE). 

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Com a presença de delegadas, agentes da Polícia Civil, defensoras do Ministério Público e demais representantes da rede de proteção da violência contra à mulher e pessoas que circulavam pelo Marco Zero, em um domingo ensolarado, o recado de basta de violência contra à mulher, foi transmitido.

  A gestora da DPMUL, Fabiana Leandro disse que é importante frisar que a "essa Lei não é contra homens, ela é contra agressor de mulheres". "Homens e mulheres têm que estar juntos nesse enfrentamento. Essa Lei trouxe na realidade uma mudança de cultura, não só uma aumento no rigor da punição do agressor, mas uma mudança de cultural, dessa cultura patriarcal", afirmou. 

Ela lembrou que o estado conta atualmente com 14 delegacias da mulher. No entanto, ela ressaltou que nos municípios onde não há Delegacia da Mulher também é feito o atendimento à mulher vítima de violência doméstica e familiar.   

Da atuação da Polícia Civil no enfrentamento à violência contra à mulher, Fabiana disse que a atuação tem caráter preventivo e repressivo. "Inclusive a Secretaria de Defesa Social publicou um procedimento operacional padrão para atendimento às mulheres vítimas de violência. Para que todos os policiais façam atendimento acolhedor e todos os encaminhamentos na própria delegacia, ainda que não seja especializada. Será feito o encaminhamento da mulher à rede de proteção para garantir a efetividade de todas as medidas necessárias para a garantia da segurança e da vida das vítimas", destacou. 

A coordenadora do Núcleo de violência Doméstica da Defensoria pública, defensora Virgínia Moury Fernandes, destacou que um evento como este possibilita que as vítimas da violência doméstica e familiar tomem conhecimento de seus direitos e que possam denunciar. "Também é importante para que sejam fortalecidas, saibam onde está sua rede de enfrentamento, o que a rede pode fazer por ela. Quanto mais informada melhor, para que essas mulheres possam fazer as denúncias. O importante é que não se calem". 

 Para a defensora, a Lei veio garantir um atendimento mais especializado para as mulheres. "Antes da Lei tudo era resolvido em juizado de pequenas causa e hoje em dia temos varas especializadas, a Defensoria ela faz o atendimento, a orientação e o acompanhamento dessa mulher. Se for necessário, encaminha-se essa mulher a outras instituições da rede de acolhimento", afirmou. 

Integrante dessa rede de atendimento, a representante da Secretaria da Mulher do Recife, Ana Magalhães alertou que a violência contra à mulher inicia com o relacionamento abusivo, com palavras ofensivas, com dominação, com a violência psicológica. "Fazemos ações preventivas com jovens, com mulheres contra todas as formas de opressão, nessa construção de uma sociedade de igualdade entre homens e mulheres", destacou. 

"A Lei ressalta vários tipos de violência: a violência moral, que é o xingamento, a violência psicológica, a violência patrimonial, a violência física, a violência sexual. Essa Lei é realmente um marco e é necessário que a gente realize ações junto à sociedade. E vamos precisar de homens e mulheres na desconstrução do estereótipo de opressão do homem sobre a mulher", enfatizou. 

 A advogada e presidente do Instituto "XegaMiga" (@xegamiga), Daniela Mello, que se dedica ao combate à violência contra à mulher. "Nós trabalhamos vários pilares para tentar acolher e resignificar vários pilares de forma ampla. Tanto fazemos no viés pedagógico, para conscientizar mulheres e homens sobre todas as lutas feministas e o quanto que a gente tem de missão transformadora, por conta das estatísticas", ressaltou. 

 Ela também disse que o Instituto também presta atendimento jurídico, psicológico e de empreendedorismo. "A gente entende que essas mulheres viveram um trauma e precisam saber que elas têm uma outra mulher, outras mulheres, uma rede de apoio que vai ladeá-la para transpor essa dificuldade. Nós trabalhamos também no eixo de empreendedorismo feminino, fazendo várias formações", destacou. 

A assessora da DPMUL, Maria da Conceição Tavares disse que ao longo do mês de agosto serão realizadas atividades preventivas, que orientam a comunidade e incentivam as denúncias, bem como ocorrerão operações repressivas na Delegacias da Mulher de Pernambuco.

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