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Um grupo de 39 trabalhadores foi resgatado no Garimpo do Pau Rosa, localizado no município de Jacareacanga, a 310 quilômetros de Itaituba, no Pará. A fiscalização constatou que os homens estavam submetidos à condição análoga à de escravos, mantidos em condições degradantes de trabalho e de vida.

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A equipe de fiscalização é coordenada pela Divisão de Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), órgão vinculado ao Ministério da Economia, com a participação do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Ibama.

Na operação iniciada em 26 de outubro foram inspecionados os alojamentos, construídos rusticamente com madeira extraída da floresta, cobertura de lona plástica ou telhas de fibrocimento, sem qualquer proteção contra intempéries e possíveis ataques de animais silvestres; não havia banheiros no local, os trabalhadores eram obrigados a improvisar locais na mata para as necessidades fisiológicas, sem qualquer higiene ou privacidade; a água consumida não atendia aos padrões de potabilidade. De coloração esverdeada e aspecto turvo, um grupo de trabalhadores apelidou a água para beber de “suco de limão”. Os gêneros de primeira necessidade e os equipamentos de proteção coletiva e individual eram inadequados ou inexistentes, e outras necessidades não eram fornecidas pelos empregadores, eram cobradas, e a preços bastante acima do mercado. Uma bota, por exemplo, custava até 3 gramas de ouro, aproximadamente R$ 600,00. O mesmo item é encontrado nas lojas de Itaituba a R$ 180,00.

Durante a fiscalização, um dos empregados resgatados no local informou que se encontrava no garimpo Pau Rosa havia três meses, contratado por Raimunda Oliveira Nunes, mas que em 2018 já havia trabalhado em outro garimpo da mesma empregadora e recorda-se que, em razão da operação de fiscalização, foi imposta a obrigação de que todos os trabalhadores passassem a ter o vínculo de trabalho registrado em carteira, mas isso não aconteceu. O trabalhador estranhou que, até a data da presente fiscalização, nunca teve sua carteira de trabalho assinada pela empregadora. O garimpeiro afirmou que as condições de trabalho e habitação permaneciam iguais, em 2018 e agora.

Para a procuradora do Trabalho, Lys Sobral, titular da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONAETE) do MPT, além da relação de trabalho completamente precária, não há dúvidas de que as condições degradantes encontradas no garimpo caracterizam trabalho escravo. “O trabalho nas minas é de altíssimo risco, o empregador precisa garantir a proteção prevista na lei para esvaziar ou reduzir esse risco: fornecer proteção coletiva e individual, cozinha estruturada, água potável, alojamento adequado quando o trabalhador reside no local de trabalho, essas condições são básicas e não foram atendidas”, ressalta a procuradora do Trabalho.

Durante a operação conjunta, além do resgate dos 39 trabalhadores, a Polícia Federal prendeu em flagrante, por mineração ilícita, exploração de mão de obra análoga à de escravos e porte de munição de arma de fogo, Emylio Sá de Mendonça e Wilson Ribeiro da Silva, prepostos de Raimunda Oliveira Nunes, proprietária do garimpo.  

A operação determinou o imediato encerramento das atividades. A empregadora foi notificada para cumprimento das providências decorrentes da submissão de trabalhadores à condição análoga à escravidão. 

O Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e o Radar do Trabalho Escravo da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho disponibilizam informações e dados sobre o trabalho escravo no Brasil.

Mais informações aqui.

Da assessoria do MPT/PA.

A Justiça Federal determinou que a prefeitura de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, contrate professores para atender às escolas indígenas do povo Munduruku. A decisão liminar atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

No início do ano, 70 educadores indígenas foram demitidos sob alegação de que não tinham formação adequada. Depois da dispensa, a prefeitura contratou 35 estudantes do ensino médio para substituí-los.

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A decisão do juiz Rafael Leite Paulo, da Subseção Judiciária de Itaituba, afirma que as demissões provocaram prejuízo à continuidade e à qualidade do ensino indígena. Segundo o procurador da República Luís de Camões Boaventura, o efetivo reduzido de educadores tem gerado problemas, como a falta de aulas e a carga excessiva de trabalho para os professores remanescentes.

"Não só parte significativa das crianças estava sem aula, como os professores que estavam dando aula ou que foram contratados ou permaneceram em seus postos, estavam submetidos a uma carga horária de trabalho bem superior ao adequado, o que certamente acaba culminando serviço de baixa qualidade".

Após notificação da decisão, a prefeitura tem prazo de cinco dias úteis para fazer as contratações e completar o efetivo de 70 professores. Em caso de descumprimento, está prevista multa diária de R$ 10 mil para o município.

Na ação civil pública movida pelo MPF é requisitada indenização por danos morais coletivos causados ao povo Munduruku no valor de R$ 10 milhões. A decisão sobre o pagamento deve sair após a tramitação completa do processo.

A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura da Jacareacanga para comentar a decisão da Justiça.

O avião Amazonas e o helicóptero Black Hawk da Força Aérea Brasileira (FAB) continuam sobrevoando a região de Jacareacanga (PA), sem encontrar pistas do bimotor desaparecido no último dia 18. Até sábado (29), foram percorridos 13.395,9 quilômetros quadrados (km²) em 134 horas de voo. As equipes encerraram, neste domingo (30), o 12º dia de buscas. A mata densa da região é um dos principais desafios encontrados pela FAB.

A aeronave de prefixo PR-LMN, pertencente à empresa Jotan Taxi Aéreo, prestava serviço à Secretaria Especial de Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde. De acordo com o ministério, estavam a bordo as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, o motorista Ari Lima e o piloto Luiz Feltrin.

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