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O Corinthians ainda não contabilizou os prejuízos causados pela torcida do São Paulo durante o clássico de quarta-feira pela Libertadores, no Itaquerão. Cerca de 40 cadeiras foram destruídas no setor Sul do estádio, destinado à torcida visitante.

"Ainda não chegou ao meu conhecimento (o número exato de assentos quebrados). Vamos conversar e ver o que fazer, mas não tenho uma ideia formada sobre isso. É o risco de receber o torcedor visitante. Não deveria ser assim, mas infelizmente é. Às vezes, as pessoas nem quebram por querer, mas sim por causa do mau uso. A pessoa pula em cima e a cadeira não é feita para isso. Vamos apurar e ver o que vai acontecer", disse o presidente Roberto de Andrade, nesta quinta-feira, durante entrevista coletiva no CT do Parque Ecológico.

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Reunião nos próximos dias deve definir se o Corinthians vai cobrar os prejuízos da diretoria do São Paulo ou não. Os dois times voltam a se enfrentar no dia 8 de março, pelo Campeonato Paulista, no Morumbi. O jogo de volta da Libertadores está marcado para o dia 22 de abril, também no estádio do rival.

O vandalismo das torcidas visitantes tem sido frequente nos estádios paulistas. No passado, durante clássico entre Corinthians e Palmeiras, no Itaquerão, palmeirenses quebraram 258 cadeiras e um secador de mão do banheiro. O prejuízo foi estimado em R$ 45 mil, mas o então presidente do Corinthians, Mário Gobbi, optou por não cobrar o Palmeiras apesar de os dois clubes terem um acordo de que eventuais danos provocados pelas suas torcidas no estádio do rival deveriam ser pagos pelas respectivas diretorias.

No último dia 8, no primeiro clássico entre Corinthians e Palmeiras no Allianz Arena, foram quebrados 44 assentos, 129 porta-copos, uma porta de banheiro e sete saboneteiras. Além disso, molas de 29 cadeiras foram danificadas. O prejuízo total foi de R$ 25 mil, mas a diretoria do Palmeiras retribuiu a gentileza do Corinthians e arcou sozinha com os custos.

A torcida do São Paulo quebrou cerca de 40 cadeiras do estádio do Corinthians depois da derrota do time por 2 a 0 nesta quarta, pela Libertadores. Depois do jogo, a reportagem visitou o setor onde os tricolores acompanharam a partida e notou assentos quebrados e outros partidos na parte sul do Itaquerão.

O vandalismo da torcida visitantes tem sido comum nos estádios paulistas. No ano passado, também no Itaquerão, os palmeirenses depredaram cadeiras no clássico realizado em julho de 2014 pelo Brasileirão. Neste mês, já pelo Paulista, foi a vez da torcida do Corinthians provocar estrago no clássico no Allianz Parque.

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Os são-paulinos deixaram o estádio por volta de uma hora depois do apito final. A medida foi adotada por questão de segurança e os cerca de 1,6 mil tricolores se dirigiram ao portão escoltados pela Polícia Militar.

A saída deles foi em silêncio e sem confusão e durou aproximadamente cinco minutos. O grupo embarcou em cerca de 60 ônibus pagos pela diretoria do São Paulo. O comboio seguiu até a região central da cidade, no Largo do Paissandu.

Tiago Aurélio dos Santos Ferreira vai ser processado pelo Corinthians. O clube vai pedir na Justiça o ressarcimento do prejuízo causado pelo torcedor por ter participado da briga entre integrantes das organizadas Pavilhão 9 e Camisa 12 no clássico do dia 21 de setembro contra o São Paulo, no estádio Itaquerão.

Por causa da confusão, o Corinthians foi multado em R$ 50 mil pelo STJD e perdeu um mando de campo. A pena foi cumprida semana passada, em Cuiabá, contra o Vitória. "Vou determinar ao departamento jurídico que entre com uma ação. Vou procurar saber quem é, pedir para o jurídico verificar e buscar a Justiça", disse o presidente Mário Gobbi.

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Ferreira é um dos 12 corintianos que foram presos no ano passado em Oruro, na Bolívia, acusados da morte do garoto Kevin Espada durante partida da Copa Libertadores. Ele também foi preso em fevereiro após invadir o CT do clube com mais de 100 torcedores. A participação de Ferreira na briga do Itaquerão foi revelada na semana passada pela reportagem. E as imagens foram avaliadas por técnicos do Instituto Brasileiro de Peritos. Líder da Pavilhão 9, o torcedor chega a acertar um chute em um integrante da Camisa 12.

Gobbi decidiu processar Ferreira por não concordar com a pena imposta pela STJD ao clube. "Se sou que dou causa para uma perda de mando de campo do Corinthians, eu sou fuzilado. Olha a inversão de valores que nós vivemos! Está tudo louco, sem bússola. Fomos jogar em Cuiabá porque perdemos o mando de campo por causa de uma briga de duas torcidas na Arena Corinthians".

Apesar de ter tomado a decisão de entrar com uma ação contra Ferreira, o presidente do Corinthians acredita que dificilmente o clube vai ser ressarcido financeiramente. "Se perguntarem se tenho vontade de entrar na Justiça, digo que é zero. Não tenho vontade porque não vai resolver e não acredito nos poderes constituídos e nas pessoas".

DESCRENÇA - Gobbi diz ter ficado decepcionado com a Justiça principalmente depois que Ferreira foi solto três semanas após ser preso por invadir o CT do clube. Funcionários relataram que foram agredidos e tiveram seus celulares roubados, mas o despacho do juiz Gilberto Azevedo Morais Costa, da 17.ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda, diz que os torcedores foram apenas manifestar o seu descontentamento com a má fase da equipe. "Um juiz dar a sentença que ele deu, sarcástica, depois do terror que nós passamos, desmotiva até viver no Brasil", criticou.

O presidente do Corinthians ainda atacou o CBJD (Código Brasileira de Justiça Desportiva), que determina que os clubes têm de ser punidos pelos atos violentos praticados pelos seus torcedores. "É uma vergonha um vagabundo escrever que a responsabilidade é dos clubes pela postura da sua torcida. Isso é jogar a sujeira debaixo do tapete, é esconder a falência do Estado que não dá educação, saúde, moradia e distribuição de renda. O diretor de clube tem de tomar conta de marmanjo porque o Estado não toma".

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) liberou mais R$ 55 milhões ao BRL Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A., fundo que administra a Arena Corinthians. O grupo, que tem como sócios o Corinthians e a Odebrecht, já recebeu R$ 405,2 milhões em anistia fiscal pela construção do Itaquerão, de um total de R$ 420 milhões previstos em lei de 2011.

O clube também recebeu o certificado de conclusão do investimento e já pode usar no mercado os Certificados de Incentivos ao Desenvolvimento (CIDs) recebidos da Prefeitura. Desde o final da Copa do Mundo o Corinthians e a BRL cobravam mais R$ 70 milhões em incentivos do governo e a autorização para o uso dos CIDs - ainda falta um saldo remanescente de R$ 14,3 milhões, referentes aos 3% que faltam para a conclusão do estádio.

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A decisão do governo, publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da Cidade, foi comemorada dentro do Corinthians. Antes o clube já havia recebido R$ 350 milhões, mas não podia negociar os certificados com empresas interessadas em abater seus impostos antes de receber o documento atestando a conclusão do estádio.

Com base em um parecer do Tribunal de Contas do Município (TCM) que confirma a conclusão das obras do Itaquerão e seu uso em seis jogos da Copa do Mundo, o governo decidiu aumentar uma liberação de CIDs ao Corinthians feita em maio de R$ 120 milhões para R$ 175,2 milhões, além de liberar o uso dos recursos recebidos até agora. Era uma reivindicação da diretoria corintiana feita a Haddad desde o final de julho.

A relação entre o comitê de construção do estádio e o Corinthians foi tensa nos últimos meses. O governo, além de reter a liberação dos incentivos fiscais por três meses após o final da Copa, cobra do clube o pagamento de R$ 12 milhões em contrapartidas sociais pelo uso de terreno público em Itaquera. Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians e eleito deputado federal, sendo o mais votado pelo PT no domingo em São Paulo, fazia cobranças públicas em relação à emissão dos CIDs.

ATRASO - Segundo fontes ligadas ao grupo BRL Trust, a demora do governo Haddad na emissão dos certificados gerou problemas na equação financeira para a construção do Itaquerão. Para tocar a obra, foi necessário obter empréstimos em bancos privados, encarecendo a dívida que deverá ser paga pelo clube ao grupo BRL, antes estimada em cerca de R$ 870 milhões - o valor poderá chegar a R$ 1,14 bilhão.

Além disso, com a demora da emissão da parcela restante dos CIDs os títulos não sofreram correção pela inflação como estava previsto na elaboração do projeto. Clube e Odebrecht calcularam perdas de até R$ 80 milhões pela falta de correção. Ao traçar o projeto de engenharia financeira do estádio, já estava previsto que o Corinthians só poderia vender os títulos depois da Copa do Mundo - os CIDs estavam atrelados à realização da partida de abertura do Mundial, o que de fato ocorreu em 12 de junho.

No entanto, foi feita uma projeção de que a emissão dos títulos fosse realizada entre março de 2012 e junho de 2013. Os R$ 420 milhões em títulos valeriam mais na hora de vendê-los no mercado. Os principais compradores são grandes empresas pagadoras de impostos, como bancos e shopping centers, que abatem o valor no pagamento de ISS ou IPTU.

A lei que aprovou a cessão dos R$ 420 milhões para a construção do estádio foi sancionada na gestão de Gilberto Kassab (PSD), em dezembro de 2011. Mas todas as liberações de recursos ao clube foram feitas já na gestão Fernando Haddad (PT), a partir de maio de 2013.

O clássico entre Corinthians e São Paulo deste domingo é o primeiro jogo no Itaquerão que não haverá cadeiras nos lugares reservados aos torcedores organizados (atrás dos gols). Não há mais assentos no setor Norte do estádio, espaço destinado a todas as uniformizadas do Corinthians. Cerca de 7 mil cadeiras foram retiradas entre sexta-feira e este domingo.

Do lado oposto, no setor Sul, foram retiradas cerca de 2 mil cadeiras do setor visitante. A partir do clássico deste domingo este será o padrão do estádio. Ali, os visitantes também verão o jogo em pé.

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A retirada dos assentos foi um desejo das organizadas do Corinthians. Esses torcedores queriam um local onde fosse possível assistir ao jogo em pé. Já os assentos do setor visitante foram retirados para evitar vandalismo, como ocorreu no clássico contra o Palmeiras, quando 258 cadeiras foram quebradas.

EMBOSCADA E PROVOCAÇÃO - Na chegada ao estádio, um grupo de torcedores do Corinthians tentou fazer uma emboscada na estação de trem Dom Bosco. Os corintianos jogaram pedras nos trilhos do trem. Segundo a Polícia Militar, ninguém se feriu.

No trajeto ao estádio, os torcedores do São Paulo fizeram uma provocação homofóbica para os corintianos. Um grupo de são-paulinos vestiu camisas que formaram a frase 'Gaviotas da Fiel', em alusão ao nome da principal organizada do Corinthians.

Justamente neste o jogo, o Corinthians pediu aos seus torcedores o fim do grito de "bicha" quando o goleiro rival se preparar para bater o tiro de meta. A diretoria do clube temia que o time fosse punido no STJD com perda de pontos ou de mando de campo.

O Corinthians decidiu retirar os assentos nos setores das torcidas organizadas (norte) e do time visitante (sul) do Itaquerão. A medida já vale para o clássico deste domingo contra o São Paulo, às 16 horas, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O clube ainda encara isso como um teste. Se a experiência for bem-sucedida, este será o novo padrão do estádio. O 2º Batalhão de Polícia de Choque de São Paulo aprovou a mudança.

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Vale lembrar que no último clássico contra o Palmeiras 258 cadeiras foram quebradas ou danificadas no setor visitante. Este também era um problema comum nos setores onde ficam as organizadas do próprio Corinthians.

A informação de que as cadeiras serão retiradas foi divulgada nas redes sociais, no Instagram do Itaquerão. No texto, o clube diz que o estádio ainda passa por adaptação depois da Copa do Mundo. E que a ideia de retirar os assentos tem como base outros estádios do mundo.

"O novo estádio corintiano seguirá o modelo de algumas arenas do mundo, como a do Borussia Dortmund (ALE), e atenderá a demanda dos torcedores que preferem assistir às partidas do Timão (apelido do Corinthians) em pé", diz o texto.

Em quatro jogos pelo Campeonato Brasileiro, o Itaquerão já provou que pode se tornar uma das principais fontes de receita do Corinthians na temporada. As rendas têm sido milionárias, mesmo que o estádio ainda não tenha recebido sua capacidade máxima (48 mil pessoas) por causa das adaptações pós-Copa. E o cenário tende a ficar ainda melhor, porque ficou decidido que o metrô, a partir de agora, vai funcionar até mais tarde nos dias de jogo às 22 horas em São Paulo.

Nos jogos contra Figueirense, Botafogo, Internacional e Palmeiras, o Corinthians arrecadou R$ 7,5 milhões de bilheteria - valor líquido, já descontadas todas as despesas de uma partida de futebol (policiamento, arbitragem e confecção de ingressos).

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Esse valor é cinco vezes maior que a receita líquida dos outros três compromissos que o Corinthians teve como mandante pelo Brasileirão nos estádios antigos: Pacaembu (contra Flamengo) e Canindé (iante de Atlético-PR e Cruzeiro). A receita gerada nessas três partidas foi R$ 1,4 milhão (também já descontadas as despesas). Na média, em quatro jogos pelo Brasileirão, o Itaquerão gerou R$ 1,9 milhão por jogo.

Um dos motivos que elevaram a receita de bilheteria foi o aumento do preço do ingresso, o que provocou (e ainda provoca) uma série de críticas por parte dos torcedores - o bilhete mais barato no Itaquerão custa R$ 50.

O outro motivo é que no Itaquerão o setor popular (arquibancada) encolheu em relação ao Pacaembu, enquanto aumentou a oferta de setores intermediários de preço e da área VIP. O setor Oeste, prédio mais luxuoso, tem os ingressos mais caros: R$ 250 e R$ 400 (preços cheios, sem o desconto do programa Fiel Torcedor). O clássico de domingo com o Palmeiras levou apenas 31.031 torcedores ao estádio. Mas a renda total foi de R$ 2.206.184,00 - e a líquida, de R$ 1.494.924,62.

As receitas do Itaquerão devem aumentar ainda porque há setores que ainda estão sendo construídos, como o das cativas. Além disso, os camarotes ainda não foram todos vendidos - alguns deles seriam negociados por R$ 1 milhão por ano. E o estacionamento ainda não operou 100% para o público.

Palco da abertura da Copa e de outras cinco partidas, a Arena Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo, terá equipes médicas que portarão antídotos para ameaças químicas e biológicas e chuveiros infláveis para a descontaminação dos torcedores em caso de bioterrorismo.

Entre as ameaças que estão sendo consideradas pelas autoridades estão a disseminação do gás sarin ou do Anthrax e envenenamento por gás cianeto.

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O plano de contingência para o evento foi apresentado ontem pelo secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip. Ele afirmou que também estarão disponíveis no raio de um quilômetro do Itaquerão duas tendas que podem se transformar em hospitais de campanha. "A montagem deles leva cerca de 5 minutos", disse Uip.

A secretaria definiu 15 hospitais da zona leste e de municípios da Região Metropolitana de São Paulo como referência para o encaminhamento de torcedores feridos em caso de emergência. O principal será o Hospital Santa Marcelina de Itaquera, o mais próximo do estádio. "As unidades estão preparadas para receber uma demanda maior. Se acontecer alguma tragédia, já temos um plano para a liberação de leitos. Podemos cancelar cirurgias eletivas, por exemplo", disse.

Guia em três idiomas

A Secretaria da Saúde elaborou ainda duas publicações para ajudar turistas e profissionais de saúde: um guia em três idiomas com explicações sobre as doenças mais comuns no País e como evitá-las e um dicionário da saúde com termos médicos em 11 idiomas, além do português.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Foi um dos melhores testes que a gente realizou." A definição do diretor de operações do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Trade, conhecido por seu otimismo, mostra também alívio pelo fato de o Itaquerão não ter apresentado problemas graves neste domingo, quando recebeu um público pagante de 36.123 pessoas e foi testado para valer.

"Claro que não saiu tudo 100%, teve vazamento em algumas áreas, uma goteira, um elevador que não funcionou", disse Trade. "Mas são coisas que podem acontecer até na casa da gente, agora é trabalhar para a correção."

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Responsável pela Arena Corinthians, o ex-presidente do clube Andrés Sanchez considerou que o teste deste domingo deu à Fifa uma "base muito grande para fazer um jogo de abertura de Copa". Ele reconheceu a necessidade de ajustes. "Mas é tudo novidade para nós. Estamos aprendendo como se opera uma arena desse tamanho. Mas jogo a jogo vamos melhorando", afirmou.

Andrés se referiu ao evento de 10 de maio, quando o estádio recebeu 17 mil pessoas, e o deste domingo. O Itaquerão não foi nem será testado para um público de 68 mil pessoas, capacidade dos jogos da Copa do Mundo.

Nesta segunda-feira, o COL deverá divulgar um relatório mais completo da operação e dar detalhes das áreas que precisam de aperfeiçoamento, e o que será feito. "Mas posso dizer que foi muito satisfatório (o teste) e que o treinamento do pessoal (voluntários, orientadores, etc.) vai ser constante", disse Trade.

Os organizadores do teste estavam especialmente satisfeitos com o que definiram como "adesão maciça" dos torcedores ao transporte público. "90% vieram de trem e metrô. Isso é uma vitória para nós".

O Corinthians levou ao Itaquerão neste domingo um público semelhante ao do Pacaembu (36.123 pagantes), mas já alcançou a maior renda de sua história (R$ 3.029.801,70). O problema é que em vez de comemorar a arrecadação recorde, o ex-presidente Andrés Sanchez precisou falar sobre o protesto que parte da torcida fez contra o alto preço do ingressos.

"Não gosto de ser aplaudido, nem xingado, nem vaiado. Mas infelizmente, menos de R$ 35 não vai dar para cobrar", afirmou Andrés. "Não é barato manter uma arena como essa e ter um time forte. Mas vamos fazer alguns ajustes, para cima e para baixo."

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Ao fim da partida, parte dos torcedores organizados, os que pagam R$ 35 pelo ingresso com desconto do Fiel Torcedor, criticou a política de preços do Itaquerão. "Andrés, aqui não tem burguês", "Fifa é o c..., a gente quer ingresso mais barato."

O ingresso mais barato, para os setores atrás dos gols, custa R$ 50. Com o desconto do Fiel Torcedor de 30% o preço cai para R$ 35. Por outro lado, houve um ajuste de preços maior na parte intermediária, setor Leste Inferior, com preços cheios de R$ 180. No Pacaembu, a cadeira laranja (no meio do campo) custava R$ 70.

A tendência é que, depois da Copa do Mundo, os preços sejam reduzidos. O clube alegou que o jogo deste domingo, por ser inauguração do estádio, exigia um preço mais caro em alguns setores. Assim que as arquibancadas provisórias foram liberadas o preço do bilhete também deve cair.

A maior renda do Corinthians antes do jogo deste domingo havia sido atingida no jogo de oitavas de final de Libertadores contra o Flamengo, em 2010, no Pacaembu. O clube arrecadou R$ 2,9 milhões.

O dia 18 de maio ficará marcado pela data que, enfim, o Corinthians apresentou à sua exigente torcida o novo estádio. Mas não serão apenas boas lembranças que permanecerão na memória dos torcedores e público presente no Itaquerão. Problemas como acesso viário, filas na entrada do estádio e até goteiras no setor coberto foram constatados na inauguração do estádio padrão Fifa, que será palco da abertura da Copa do Mundo.

O relógio apontava 12h52 quando a fila começou a crescer nas entradas do Itaquerão. Com ingressos esgotados pela internet, o público esperado era de 40 mil torcedores. E os torcedores que conseguiram chegar com antecedência utilizaram o sistema público de transporte. Durante a semana, o site oficial do Corinthians apresentou algumas dicas para quem utilizaria o metrô, com acesso pela entrada Oeste, na estação Artur Alvim e pela entrada Leste, para os torcedores que viriam da Estação Corinthians-Itaquera.

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Após se informar, Rafael Cadede, de 26 anos, decidiu utilizar o transporte público e demorou cerca de 25 minutos no percurso entre a estação Jardim São Paulo, na zona norte de São Paulo, e a estação Corinthians-Itaquera, na zona leste. "Achei melhor deixar o carro em casa e acertei na decisão. Agora preciso ver se meu lugar ainda será mantido no estádio", disse o torcedor que tinha ingresso com cadeira marcada.

Para os torcedores que utilizaram o carro para chegar, a experiência foi péssima. O trânsito era caótico nas imediações do estádio. Muitos ficaram bloqueados durante o período que antecedera o jogo, principalmente nas vias de acesso da Radial Leste, onde o trânsito era intenso.

VALOR DO INGRESSO - Outro motivo de reclamação foi o valor dos ingressos. Acostumados a pagar um preço até 350% inferior, torcedores aproveitaram para exigir tratamento semelhante ao valor pago. Entre as opções, os sócios-torcedores que utilizavam o plano Minha História deixaram de pagar R$ 70 no ingresso para comprar as opções no setor Leste (R$ 180) ou Oeste (R$ 250).

Outros torcedores que não conseguiram o ingresso arriscaram a ida até o estádio na tentativa de comprar a entrada de visitantes, em bilheterias ou até cambistas. Saíram frustrados em todas as opções. O agente de turismo, Vinicius Freitas, viu na internet que haveria ingressos para visitantes e tentou comprar uma entrada. Porém, ao chegar ao local, encontrou um bloqueio da Polícia Militar e foi informado que os ingressos não seriam mais disponibilizados. "Vou ficar um pouco aqui e se não conseguir comprar ingressos vou assistir ao jogo em casa mesmo", disse o torcedor.

Adelino Frota, de 79 anos, estava doente e não sabia que os ingressos seriam vendidos somente pela internet. "Acompanho o Corinthians desde Sócrates e Biro-Biro e hoje ninguém me deixa entrar. Deveriam colocar uma bilheteria aqui", reclamou Frota. Dezenas de pessoas ficaram nos arredores do Itaquerão sem ingressos. Edson Brandão veio com um grupo de mais cinco pessoas de Diadema. "Se a gente não conseguir ingresso, a ideia é procurar um bar e assistir ao jogo de lá", disse.

DENTRO DA ARENA - Afastados do estádio, alguns cambistas venderam bilhetes por até R$ 400. Dentro da Arena Corinthians, os problemas continuaram. O acesso à internet ficava cada vez mais instável, conforme o público aumentava. Com o sinal fraco, não era possível fazer ligações dos celulares, um problema que preocupa a Fifa para a Copa do Mundo.

No fim do primeiro tempo da partida contra o Figueirense, uma forte chuva caiu em Itaquera, com direito a granizo. Segundo relato de alguns torcedores no setor Leste superior do estádio - a parte coberta -, alguns espectadores se molharam pois havia goteiras no local. Uma parte da cobertura ainda não está pronta.

ACESSO - O acesso à Arena Corinthians por metrô e trem foi rápido e tranquilo. A linha expressa da CPTM a partir da Estação da Luz começou a funcionar exatamente às 13 horas, como planejado, e o trem percorria o trecho até a estação Itaquera nos prometidos 19 minutos também. Em alguns momentos, os vagões, tanto do metrô quanto da CPTM, receberam um número maior de passageiros, mas sem superlotação.

TRÂNSITO - O trânsito foi o grande problema no acesso ao Itaquerão. Como foram feitos bloqueios no entorno do estádio - na Radial Leste a partir da estação Artur Alvim do metrô, a cerca de 2 km da entrada - e do centro de Itaquera a aproximadamente 700 metros da arena -, formou-se grandes congestionamentos a partir das 13 horas. Ressalte-se que os organizadores pediram para que o transporte público fosse utilizado para ir ao estádio.

SINALIZAÇÃO - A sinalização estática nas ruas e avenidas na região de Itaquera apresentou deficiências. Os carros credenciados, por exemplo, foram desviados para as ruas de trânsito local, mas não havia placas indicativas nem funcionários da CET para informar o caminho. Alguns marronzinhos consultados na Radial Leste admitiram não saber indicar o trajeto.

ORIENTAÇÃO - De maneira geral, funcionou bem. Tanto os 250 orientadores do Comitê Organizador Local (COL) quanto os destacados pelo Corinthians (o número correto não foi revelado), todos bastante animados, indicavam com cordialidade e precisão o acesso ao torcedor dentro e fora da arena. De acordo com relato de torcedores, ocorreram problemas pontuais de má orientação. Dentro da arena, os orientadores tiveram dificuldade com a recusa de muitos torcedores em se sentar no lugar indicado pelo ingresso, mas não houve tumulto no acesso aos setores. Algumas filas se formaram para ganhar o estádio corintiano.

No primeiro jogo oficial do Itaquerão, neste domingo, contra o Figueirense, o Corinthians poderá chegar perto (ou até superar) seu recorde de arrecadação como mandante. Por outro lado, houve reclamação por parte de torcedores que participam do programa de fidelidade do clube. O motivo: o alto valor dos ingressos. Os preços podem ser reduzidos depois da Copa do Mundo. Os cerca de 36 mil bilhetes foram vendidos pela internet apenas a integrantes do Fiel Torcedor, que têm 30% de desconto em cada ingresso.

A projeção de arrecadação do clube é de R$ 3 milhões, segundo o gerente de operações da arena, Lúcio Blanco. O valor é muito próximo da maior renda já registrada na história do clube: R$ 2,9 milhões, arrecadados na eliminação para o Flamengo, apesar da vitória (2 a 1), nas oitavas de final da Libertadores, em 2010, no Pacaembu.

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Arrecadar R$ 3 milhões no domingo é uma projeção factível. Basta usar como exemplo o jogo do sábado passado, no amistoso de veteranos que marcou a inauguração do estádio. Foram vendidos 17 mil ingressos e, segundo Blanco, a renda do jogo chegou a R$ 800 mil.

O valor dos bilhetes sofreu um aumento de até 350% em comparação com os praticados no Pacaembu. E foi assunto de vários torcedores nas redes sociais. Os mais prejudicados foram os que participam do plano Minha História, que pagam R$ 600 de anuidade.

No Pacaembu, esses sócios pagavam R$ 70 o ingresso (cadeira laranja). No Itaquerão, contra o Figueirense, para esse torcedor comprar um ingresso compatível (no meio de campo), ele tinha duas opções: leste inferior (R$ 180) ou oeste inferior (R$ 250).

Os ingressos para o jogo de domingo custavam de R$ 50 (atrás dos gols, setor norte ou sul) a R$ 400 (área vip). "O grande problema foi que não tivemos como utilizar as cadeiras provisórias, infelizmente não pudemos agradar a todos", afirmou Blanco.

O Corinthians já divulgou um comunicado oficial em seu site em que admitia que ajustes podem ser feitos. "O clube vai errar e acertar até alinhar o serviço e os valores que pretende oferecer aos seus torcedores", dizia a nota oficial.

Na sexta-feira, o ex-presidente Andrés Sanches, que antes do estádio ficar pronto, garantia que 40% dos ingressos teriam preços populares, também falou em adequar os valores. "Quando as provisórias estiverem liberadas será outro cenário", falou Andrés, que lembrou que o estádio tem um custo. "Mas não queremos explorar ninguém, haverá lugares para todos, caros e baratos."

O Itaquerão, orçado em R$ 820 milhões, custou R$ 1,1 bilhão. O Corinthians precisou pegar um outro empréstimo (R$ 350 milhões), além do já oferecido pelo BNDES, para fechar a conta. As arquibancadas provisórias para a Copa devem ser usadas até o fim do ano

Para se ambientar ao novo estádio, o Corinthians quer treinar dois dias no Itaquerão antes da partida contra o Figueirense, domingo, pelo Campeonato Brasileiro. Segundo o técnico Mano Menezes, a ideia é que os atletas conheçam melhor o local onde vão jogar.

"Queremos fazer dois treinamentos no novo estádio para a equipe se acostumar, tudo é muito novo", afirmou Mano. "Esperamos que o público compareça e crie um ambiente favorável, sempre foi assim, estabelecendo uma identidade entre torcida e time."

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Nesta terça-feira, começa a venda, pela internet, dos ingressos para o jogo de domingo no Itaquerão. A ideia era colocar 50 mil pessoas no estádio, mas a carga máxima de ingressos deverá ficar entre 40 e 43 mil. O jogo é considerado evento-teste da Fifa para a Copa do Mundo.

LOGÍSTICA - Para que estes dois treinos pretendidos por Mano aconteçam no Itaquerão, o planejamento foi refeito para a disputa do amistoso de quarta-feira, contra o Atlético-PR, na inauguração da Arena da Baixada, em Curitiba.

Mano e a comissão técnica decidiram que a delegação vai viajar para Curitiba só no dia do jogo, assim a equipe não "perde" o treino de terça-feira. "Não mexe no nosso trabalho. E também estamos estudando a possibilidade de voltar quarta-feira mesmo, logo após o jogo, o que seria melhor", explicou.

Outra preocupação é evitar que o elenco se desgaste por causa de um amistoso. A prioridade é o jogo contra o Figueirense no domingo. Não só pelos três pontos na classificação do Brasileirão, mas também pelo significado da partida, a primeira oficial na nova casa. Por isso, contra o Atlético-PR, Mano vai usar os titulares no primeiro tempo e mudar a equipe no segundo tempo. "Parte do jogo será o grupo principal, na outra vamos usar a equipe que não vem jogando", adiantou.

Faltando 40 dias para o início da Copa do Mundo, um grupo de cerca de mil famílias de sem-teto ocupou no início da madrugada desse sábado (3) um terreno particular de 150 mil m² em Itaquera, a cerca de 4 km da Arena Corinthians, o Itaquerão, local da partida de abertura do evento. Eles chegaram em 17 ônibus, 50 carros e motos e, segundo a Polícia Militar, não houve confronto.

"Esta não é uma área de preservação ambiental, tem dívida com a Prefeitura e estava abandonada. Ela tem todas as condições para ser uma área de interesse social", disse Guilherme Boulos, coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Segundo Boulos, a invasão está diretamente relacionada com a Copa do Mundo. "As obras não melhoraram as condições de habitação da região, só renderam especulação imobiliária." Outras mil famílias são esperadas até o fim da semana. De acordo com o MTST, o local estaria abandonado há 20 anos.

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Os sem-teto que ocupam o terreno, localizado na Rua Malmequer do Campo, na região do Parque do Carmo, são formados por moradores de áreas de risco e favelas. Alguns alegam que estão lá por não ter dinheiro para pagar aluguel. Outros são moradores da Nova Palestina, zona sul, e têm como tarefa ensinar os que nunca moraram em ocupação. "Ajudamos a montar as barracas, dizemos o que pode e o que é proibido, as regras de como conviver e voltamos para a Nova Palestina", afirmou a doméstica Alizete M. de Melo, de 49 anos.

No início da tarde o secretário adjunto de Coordenação das Subprefeituras, Miguel Reis Afonso, esteve no local. "A Prefeitura não sabe quem é o proprietário do terreno."

Na mira

Pelo que o Estado apurou, o terreno já estava na mira do movimento há algum tempo como área de interesse social, que poderia ser aproveitada para habilitação popular. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de não estar pronto e ainda faltar muita coisa a ser feita, a Odebrecht concluiu nesta terça sua parte nas obras do Itaquerão após 1.045 dias e repassou a operação ao Corinthians. A cerimônia foi realizada no próprio estádio e contou com as presenças do presidente alvinegro Mario Gobbi, do ex-presidente Andrés Sanchez, responsável pela obra, de Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo e coordenadora da SPCopa, Júlio Semeghini, coordenador do Comitê Paulista, e representantes da Odebrecht, entre outros.

Mario Gobbi elogiou a obra e revelou estar encantado com a nova casa da equipe. "A emoção é muito grande, nos toca e comove neste ato simbólico no qual o Corinthians recebe da Odebrecht a sua casa particular. Vamos pagar pela obra", frisou, lembrando que ainda haverá uma parceria com a empresa. "Vamos iniciar os trabalhos operacionais de adaptação de tudo que será feito e utilizado no seu interior. Vamos ainda permanecer alguns meses trabalhando juntos, pois ainda há um trecho a percorrer e que os dois precisam estar juntos."

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Andrés Sanchez, por sua vez, lamentou as três mortes que ocorreram no canteiro de obras e reconheceu que nem tudo está pronto. "Quando você faz sua casa, tem de mudar algumas coisas. Realmente precisa terminar, e vamos até o final de maio trabalhando para ter uma bela Copa do Mundo. Mas vai ficar pronto só no final do ano, porque muita coisa não poderia ser feita por causa da Copa", disse. "O Corinthians tem de começar a operação, que não é apenas limpeza e segurança. Faltam poucas coisas, que nas próximas semanas estarão prontas", explicou, sem dar muitos detalhes.

A parte mais atrasada é o lado norte, na cobertura. Falta também colocar membrana no teto do prédio oeste e terminar o acabamento em alguns setores. Andrés falou ainda sobre a polêmica do telão, que não será colocado na Copa porque ficaria na frente das arquibancadas provisórias. Assim, o Corinthians vai alugar o equipamento para a competição e só depois vai instalar os telões de alta definição previstos no projeto. Outros itens, como a mobília e decoração, por exemplo, não foram colocados porque ficarão a cargo da Fifa, que assume o estádio em 21 de maio, mas já está lá dentro trabalhando.

LEGADO - Os políticos presentes enalteceram a importância do estádio para a zona leste de São Paulo. Nádia Campeão acha que toda a região vai ganhar com o Mundial e com o novo estádio. "Em três anos houve uma transformação incrível na região. A Copa do Mundo foi o catalisador e agora temos um belo estádio", explicou. Para Semeghini, os próximos anos vão mostrar que a escolha de Itaquera foi correta. "Estamos felizes com o legado da Copa em Itaquera. Aqui será um dos lugares mais visitados do Brasil", disse.

Técnicos do Ministério do Trabalho vão fazer na manhã desta sexta-feira nova vistoria na montagem do setor norte das arquibancadas provisórias do Itaquerão, futura sede da abertura da Copa do Mundo. O objetivo é fiscalizar se as exigências de segurança feitas pelo órgão depois da morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, ocorrida no dia 29 de março, foram atendidas. Se as alterações forem aprovadas, a área será liberada.

As obras foram interrompidas no dia 31 de março, quando uma inspeção de peritos do ministério concluiu que não havia condições satisfatórias de segurança para os trabalhadores. Foram feitas, então, seis exigências à Fast Engenharia, empresa responsável pela instalação das arquibancadas temporárias, para que fosse liberada a montagem naquele setor.

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Na última segunda-feira, foi liberada a montagem das arquibancadas provisórias do setor sul e, parcialmente, no setor norte. Para esta sexta-feira é esperada a liberação total da área, que vai acrescentar 20 mil assentos ao novo estádio do Corinthians - exigência da Fifa para que a arena tenha condições de receber jogos do Mundial.

Entre as exigências feitas pelo Ministério do Trabalho estão a colocação de mais cabos de segurança e a instalação de grades no contorno da obra e redes de proteção. A Fast também promoveu nova capacitação dos funcionários e colocou um técnico de segurança em cada andar da obra.

A previsão inicial é de que a obra seria concluída na próxima terça-feira, dia 15. A interrupção dos trabalhos nas arquibancadas temporárias por mais de uma semana devido à morte de Fabio Hamilton da Cruz, no entanto, pode atrasar a entrega.

Envolta em problemas para as instalações de assentos temporários e ainda sem definição sobre quem irá bancar os R$ 60 milhões necessários para as estruturas temporárias, as obras finais do Itaquerão deverão ter uma solução até esta sexta-feira. É o que prevê o secretário executivo do ministério do Esporte, Luis Fernandes, que está no Rio participando de um encontro sobre planos operacionais para a Copa do Mundo.

Inicialmente prevista para ser anunciada na sexta-feira da semana passada, a solução para a questão das estruturas temporárias deverá ser apresentada até o fim desta semana. "Está bem avançada", garantiu Fernandes. Ele afirmou que, apesar do impasse, a instalação das estruturas complementares já começou.

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"Há muito trabalho já sendo feito, aquele que inclusive é o mais urgente para a utilização do estádio na inauguração da Copa, sobretudo a parte que remete a telecomunicações, instalação de cabos de fibra ótica para a transmissão dos jogos, isso já está sendo feito, que era talvez a principal preocupação em termos de atraso em relação às estruturas complementares", avaliou Fernandes.

O secretário comentou ainda a paralisação da instalação das arquibancadas temporárias do estádio, decretada na segunda-feira por conta da morte do operário Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, que no sábado caiu de uma altura de aproximadamente oito metros.

"A segurança no trabalho é prioridade, e é isso que deve ser preservado a todo custo. Está em curso uma negociação do Ministério do Trabalho e a empresa responsável pela instalação dos assentos temporários, vendo soluções técnicas que assegurem a mais completa segurança no trabalho e garantindo também que o trabalho seja concluído em tempo", disse.

Uma reunião entre os responsáveis pela obra e o Ministério do Trabalho está agendada para esta quinta-feira. É possível que a pasta flexibilize algumas exigências impostas na segunda-feira e a obra recomece. Caso contrário, ela seguirá embargada até que todas as medidas sejam tomadas.

"Estamos monitorando a situação, acompanhando, mas não entendemos que há algum risco até a agora em relação a um maior atraso na entrega do estádio do Corinthians", comentou Fernandes.

Superintendente regional do Ministério do Trabalho (MT), Luiz Antonio de Medeiros, que assinou laudo que interditou parte da obra do Itaquerão, afirmou nesta terça-feira que houve "irresponsabilidade" na gestão da segurança dos operários que vinham trabalhando na montagem das arquibancadas dos setores Norte e Sul do estádio, cujo processo está paralisado desde a última segunda, data da interdição do local.

No último sábado, o operário Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, morreu após cair de uma altura de aproximadamente oito metros durante a instalação das arquibancadas móveis do estádio do Corinthians, que será palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.

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Após a interdição, o MT espera pelo recebimento de um laudo da Fast Engenharia, empresa que agora comprovar que garantirá as condições obrigatórias de segurança exigidas para continuidade da obra. A Fast contratou os serviços da empresa WDS Construções, da qual o operário morto no sábado era funcionário.

"Já conversamos com a empresa, temos pressa. Se não houver segurança não tem como a obra seguir. Faltou proteção coletiva (com o auxílio de grades e redes em locais mais altos). Não havia nenhuma segurança e isso é uma irresponsabilidade", apontou Luiz Antonio de Medeiros.

Em seguida, o superintendente do MT enfatizou que a interdição era necessária por causa do risco de novos acidentes graves no Itaquerão. "Nós fiscalizamos bastante, nós reparamos os erros, multamos e advertimos, mas agora tivemos que interditar por conta do risco de vida", completou.

O corpo do operário Fabio Hamilton da Cruz, morto nesse sábado (29) após sofrer uma queda nas obras do Itaquerão, já foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Artur Alvim, na zona leste de São Paulo, e encaminhado para Diadema, cidade onde ele vivia e será enterrado. O velório acontece no cemitério municipal.

O operário de 23 anos despencou na manhã de sábado de uma altura de oito metros, segundo a Fast Engenharia, empresa responsável pelas obras das arquibancadas provisórias do estádio que será sede da abertura da Copa do Mundo - Corpo de Bombeiros diz que a altura era de 15 metros.

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Depois de ser levado do Hospital Santa Marcelina, ele não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. O corpo do rapaz já passou por uma verificação e foi encaminhado para o velório, que acontece durante a tarde deste domingo (30).

Poucas horas após o segundo acidente ocorrido nas obras do Itaquerão, a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL) da Copa emitiram comunicado no qual lamentaram a morte do operário Fabio Hamilton da Cruz e afirmaram que "segurança é primordial".

"Para o COL, a Fifa e as autoridades brasileiras, segurança é primordial. Estamos no aguardo do relatório oficial das autoridades", registrou a Fifa, em nota, sem apontar responsáveis pelo novo acidente no estádio do Corinthians.

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"A Fifa e o Comitê Organizador Local lamentam profundamente a morte do operário Fabio Hamilton da Cruz após um acidente que ocorreu neste sábado (29), na Arena de São Paulo. É com grande tristeza que enviamos nossas sinceras condolências à família e aos colegas", completou a entidade.

O acidente é o segundo registrado no Itaquerão, que receberá o duelo entre Brasil e Croácia, na abertura da Copa, além de mais cinco jogos. Em novembro do ano passado, Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44 anos, morreram após o desabamento de um guindaste durante a instalação de parte da cobertura do estádio.

Ao todo, já são oito mortes de funcionários ligados às obras levantadas para a Copa do Mundo. Em Manaus houve quatro óbitos e, em Brasília, um operário morto em ação, desde 2012. Destes apenas um não morreu em decorrência de acidente. José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, faleceu após sofrer um enfarte em 14 de dezembro do ano passado na Arena Amazônia.

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