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Em discurso de pouco mais de três minutos em cadeia de Rádio e TV, transmitido na noite desta terça-feira, 23, o presidente Jair Bolsonaro mentiu ou exagerou sobre ações do governo contra a covid-19. Pressionado a moderar o tom, Bolsonaro disse que 2021 será "o ano da vacinação".

A manifestação foi divulgada na data da posse do novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga. No mesmo dia, o País registrou recorde de mortos pela covid: 3.251 vítimas confirmadas nas últimas 24h.

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No discurso, Bolsonaro tentou desfazer a imagem de negacionista e a barreira para a chegada das vacinas, apesar de ter rejeitado por meses propostas de imunizantes e até ter levantado dúvidas, sem provas, sobre a eficácia dos produtos. Abaixo, trechos com mentiras ou exageros do presidente.

Inverdades

- Ações do governo: Logo no começo do discurso, Bolsonaro disse que "em nenhum momento" o governo deixou de tomar medidas contra o vírus e o "caos" na pandemia. O presidente, porém, desestimula desde o começo da pandemia a adoção de medidas básicas de combate à doença, como distanciamento social e o uso de máscaras. Bolsonaro só começou a usar a proteção facial mais regularmente nas últimas semanas, mas mesmo assim continua desdenhando de medidas de restrição de circulação. Ele chegou a ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que alguns Estados adotem lockdowns ou toque de recolher.

- Doses distribuídas: Bolsonaro disse que o Ministério da Saúde já entregou "mais de 32 milhões de doses" da vacina contra a covid-19. Segundo dados da própria pasta, porém, foram cerca de 29,9 milhões até agora.

- Pessoas vacinadas: O presidente disse que mais de 14 milhões já foram vacinados no País contra a covid-19. Na verdade, 11,4 milhões receberam pelo menos a primeira dose da vacina. Destes, somente 3,62 milhões receberam a segunda dose, que garante a eficácia do produto.

- Compra da Coronavac: Bolsonaro afirmou sempre ter dito que compraria "qualquer vacina", desde que aprovada pela Anvisa. Não é verdade. Irritado com possível ganho político do governador paulista, João Doria (PSDB), com a entrega da Coronavac, Bolsonaro mandou o Ministério da Saúde recuar de uma promessa de compra deste imunizante, em outubro de 2020. Em entrevista, o presidente disse, ainda, que a vacina não seria comprada de forma alguma por causa de sua "origem". A Coronavac foi desenvolvida pela chinesa Sinovac. "Da China nós não compraremos. É decisão minha. Não acredito que ela transmita segurança suficiente à população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso", afirmou Bolsonaro, em 21 de outubro, durante entrevista à rádio Jovem Pan.

Exageros

- Ranking de vacinados: Bolsonaro voltou a afirmar que o Brasil é o quinto país que mais vacina no mundo. O presidente, porém, considera o número total de doses aplicadas. Quando a comparação é ajustada à população de cada País, o Brasil é o 18º no ranking mundial, segundo dados do "Our World in Data", que usa informações oficiais.

- Pfizer e Janssen: Bolsonaro disse que intercedeu "pessoalmente" para antecipar o calendário da vacina da Pfizer e garantir as doses da Janssen. De fato, o presidente realizou uma reunião com a Pfizer neste mês, mas o atraso na compra destas vacinas se deve justamente à resistência e até desdém de Bolsonaro sobre a oferta das empresas. Por meses, o presidente classificou como "abusiva" a exigência da Pfizer de que governo assumisse riscos e custos por eventuais efeitos adversos das vacinas. Trata-se da mesma cláusula colocada por fornecedoras do consórcio Covax Facility, entre outras companhias. "Lá no contrato da Pfizer está bem claro: 'Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você (sic)'", afirmou o presidente, em 17 de dezembro. Como revelou o Estadão, um dispositivo para destravar a compra foi inserido em minuta da medida provisória 1026/2021, com respaldo da Saúde, mas acabou excluído da versão final, publicada em janeiro.

- 500 milhões de doses: Jair Bolsonaro disse que o País terá alcançado mais de 500 milhões de doses de vacina até o fim do ano. Essa conta, porém, considera imunizantes que ainda têm barreiras no País, como a Covaxin (20 milhões de doses contratadas) e a Sputnik V (10 milhões). Ambas não entregaram ainda dados exigidos pela Anvisa para liberar o uso emergencial dos imunizantes. Há ainda nesta conta 8 milhões de doses da vacina de AstraZeneca/Oxford, fabricada pelo Instituto Serum, da Índia. O governo indiano, no entanto, tem travado as exportações.

A Prefeitura de Olinda rebateu, nesta terça-feira (19), as denúncias feitas por professores do Centro de Educação Musical de Olinda (CEMO) contra a gestão do prefeito Lupércio (SD) afirmando que muitos pontos citados são “inverdades” como a falta de diálogo. 

“A equipe da prefeitura e, até mesmo o prefeito Professor Lupércio, já recebeu vários professores recentemente e a prefeitura pode provar as realizações dessas reuniões. Acrescentamos também que o grupo que assina a carta é uma minoria. Muitos professores são contra esse posicionamento adotado pelos que assinam a carta”, diz um trecho da nota. 

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A prefeitura também negou ameaças e proibição de circulação dos alunos. “Novamente inverdade. Todos podem circular por qualquer dependência da instituição, menos a sala dos professores (proibição imposta pelos próprios professores). Sobre a “cabide de empregos”, outra inverdade. Pelo contrário, a atual gestão já reduziu o número relocando para unidades educacionais com maior necessidade”, é destacado. 

De acordo com a gestão, as matrículas para 2018 estão ocorrendo “da melhor forma possível” e “sem nenhum tipo de problema". Ainda salienta que ficou acordado que o prazo para definir a solução sobre as eleições do Cemo, junto ao Ministério Público de Pernambuco, é até o dia 21 de fevereiro do próximo ano. 

 

 

 

A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Alves Miranda Arantes, afirmou, nesta quinta-feira (16), que “há grandes inverdades” nos argumentos do governo do presidente Michel Temer (PMDB) para promover a reforma trabalhista. Sob a análise da ministra, o momento “não é apropriado para uma reforma trabalhista”, que “virá em prejuízo” do povo e dos trabalhadores. 

“É um momento de grave crise das instituições democráticas, e precisamos nos preocupar em defender a democracia”, disparou durante a audiência pública na Comissão Especial da Reforma Trabalhista (PL 6787/16) na Câmara dos Deputados.

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Classificando o que considerou “inverdades” do governo, Delaíde Arantes disse que ao contrário do que a gestão prega a reforma não vai gerar empregos. “Em lugar nenhum do mundo, as reformas geraram empregos; ao contrário, geraram a precarização de empregos”, afirmou. 

A ministra ponderou também a justificativa de que a legislação é obsoleta. De acordo com a ela, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, Decreto-Lei 5.452/43) “já teve 75% dos seus artigos alterados, mas preservando os direitos básicos do trabalhador”.

Outra “inverdade” apontada por Delaíde Arantes é o argumento de que a prevalência da negociação coletiva sobre a legislação, proposta na reforma, seria benéfica aos trabalhadores. Ela disse que agora a negociação poderia precarizar direitos. “A saída para a crise tem que ser encontrada na economia, não na precarização do trabalho”, declarou.

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